Apostila Tiristor SCR PDF

Title Apostila Tiristor SCR
Author Anonymous User
Course Eletricidade
Institution Anhanguera Educational
Pages 43
File Size 1.8 MB
File Type PDF
Total Downloads 97
Total Views 162

Summary

Tiristores...


Description

Disciplina - Eletrônica Industrial - Informações Básicas

Tiristor SCR Retificador Controlado de Silício

PROF. Romeu Corradi Júnior EDIÇÃO PRELIMINAR – 1.1

Campinas - 2005

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

2

N OTA DO AUTOR Esta apostila é um material de apoio didático utilizado pelo autor nas suas aulas de Eletrônica Industrial para Os Cursos de nível técnico e Superior. [COTUCA e UNIP]. Este material não tem a pretensão de esgotar, tampouco inovar o tratamento do conteúdo por ele abordado mas, simplesmente, facilitar a dinâmica de aula, com expressivos ganhos de tempo e de compreensão do assunto por parte dos alunos. Este trabalho foi construído com base nas referências, devidamente citadas ao longo do texto, nas notas de aula e na experiência do autor na abordagem do assunto com os alunos. Em se tratando de um material didático elaborado em uma Instituição Pública de Ensino, é permitida a reprodução do texto, desde que devidamente citada a fonte. Quaisquer contribuições e críticas construtivas a este trabalho serão bem-vindas pelo autor. Prof. Romeu Corradi Júnior www.corradi.junior.nom.br

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

3

Í ndice: Nota do Autor ................................................................................................................................ 2 1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO SCR ................................................................................. 4 2. SCR IDEAL:............................................................................................................................... 6 3. POLARIZAÇÃO DIRETA: .......................................................................................................... 7 4. POLARIZAÇÃO REVERSA: ...................................................................................................... 8 5. MODOS DE DISPARO DE UM SCR:........................................................................................ 9 5.1. Corrente de Gatilho IGK: ...................................................................................................... 9 5.2. Sobretemperatura: ............................................................................................................ 11 5.3. Sobretensão:..................................................................................................................... 11 5.4. Degrau de Tensão dv/dt ( V/ t): ...................................................................................... 12 5.5. Luz ou Radiação: .............................................................................................................. 12 6. ANALOGIA COM 2 TRANSISTORES: .................................................................................... 13 7. BLOQUEIO OU COMUTAÇÃO DO SCR ................................................................................ 13 7.1. Comutação Natural: .......................................................................................................... 14 7.2. Comutação Forçada: ........................................................................................................ 14 8. CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS DO SCR: .......................................................................... 15 9. CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS DO SCR ........................................................................... 17 9.1. Características Dinâmicas no Disparo: ............................................................................. 17 9.2. Características Dinâmicas no Bloqueio: ........................................................................... 18 10. PERDAS TÉRMICAS EM CONDUÇÃO: ............................................................................... 19 11. TESTANDO UM SCR COM MULTÍMETRO:......................................................................... 20 12. PROTEÇÕES DO SCR: ........................................................................................................ 22 12.1. Proteção contra Degrau de Corrente di/dt ( I/ t): .......................................................... 22 12.2. Proteção contra Degrau de Tensão dv/dt ( V/ t): .......................................................... 22 12.3. Proteção contra Sobretensão ......................................................................................... 23 12.4. Proteção contra Sobrecorrente....................................................................................... 24 12.5. Proteção do Circuito de Disparo do Gatilho.................................................................... 24 13. ASSOCIAÇÕES DE SCR: ..................................................................................................... 24 14. REQUISITOS BÁSICOS PARA OS CIRCUITOS DE DISPARO:.......................................... 24 15. CIRCUITOS DE DISPARO COM SINAIS CC ....................................................................... 25 16. CIRCUITOS DE DISPARO COM SINAIS CA – CONTROLE DE FASE: .............................. 26 16.1. Circuito de Disparo CA com Rede Resistiva................................................................... 26 16.2. Circuito de Disparo CA com Rede Defasadora RC: ....................................................... 28 16.3. Circuito de Disparo CA com Diodo Schokley ou Diac:.................................................... 29 17. CIRCUITOS DE DISPARO COM SINAIS PULSADOS: ........................................................ 31 17.1. Oscilador de Relaxação com Transistor Unijunção ........................................................ 31 17.2. Oscilador com Diodo Schokley e com Diac .................................................................... 34 17.3. Outros Circuitos Pulsados .............................................................................................. 35 18. ISOLAMENTO E ACOPLAMENTO ....................................................................................... 35 18.1. Acoplamento Magnético ................................................................................................. 36 18.2. Acoplamento Óptico........................................................................................................ 36 18.3. Proteção do Gatilho ........................................................................................................ 37 19. PROBLEMAS PROPOSTOS ................................................................................................ 39 20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 41 ANEXOS:..................................................................................................................................... 42 A.1. VALOR NOMINAL MÁXIMO EFICAZ DA CORRENTE DE ÂNODO REPETITIVA ......... 42

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

4

Tiristor SCR ( Silicon Controlled Rectifier) Retificador Controlado de Silício

1. CARACTERÍ STI CAS BÁSI CAS DO SCR O Tiristor SCR (Silicon Controlled Rectifier) foi desenvolvido por um grupo de engenheiros do Bell Telephone Laboratory (EUA) em 1957. É o mais conhecido e aplicado dos Tiristores existentes. Tiristor é o nome genérico dado à família dos componentes compostos por quatro camadas semicondutoras (PNPN). Os Tiristores SCR’s funcionam analogamente a um diodo, porém possuem um terceiro terminal conhecido como Gatilho (Gate ou Porta). Este terminal é responsável pelo controle da condução (disparo). Em condições normais de operação, para um SCR conduzir, além de polarizado adequadamente (tensão positiva no Ânodo), deve receber um sinal de corrente no gatilho, geralmente um pulso. A principal aplicação que os SCR têm é a conversão e o controle de grandes quantidades de potência em sistemas CC e CA, utilizando apenas uma pequena potência para o controle. Isso se deve à sua ação de chaveamento rápido, ao seu pequeno porte e aos altos valores nominais de corrente e tensão em que podem operar. Algumas características dos SCR’s: São chaves estáticas bi-estáveis, ou seja, trabalham em dois estados: não condução e condução, com a possibilidade de controle. Em muitas aplicações podem ser considerados chaves ideais, mas há limitações e características na prática. São compostos por 4 camadas semicondutoras (P-N-P-N), três junções (P-N) e 3 terminais (Ânodo, Cátodo e Gatilho). São semicondutores de silício. O uso do silício foi utilizado devido a sua alta capacidade de potência e capacidade de suportar altas temperaturas. Apresentam alta velocidade de comutação e elevada vida útil; Possuem resistência elétrica variável com a temperatura, portanto, dependem da potência que estiverem conduzindo. São aplicados em controles de relés, fontes de tensão reguladas, controles de motores, Choppers (variadores de tensão CC), Inversores CC-CA, Ciclo-conversores (variadores de freqüência), carregadores de baterias, circuitos de proteção, controles de iluminação e de aquecedores e controles de fase, entre outras. A figura 1.1 apresenta a simbologia utilizada e as camadas, junções e terminais, enquanto a figura 1.2 apresenta um tipo de estrutura construtiva para as camadas de um SCR. A figura 1.3 mostra a aparência do encapsulamento tipo TO de um SCR muito utilizado, já acoplado a um dissipador de calor. A figura 1.4 mostra alguns SCR de alta potência com encapsulamento tipo rosca e tipo disco.

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

5

Ânodo A

Ânodo A

P Gatilho G

Gatilho

N P

J1 J2 J3

N

G Cátodo

K

Cátodo

K

Figura 1.1 – SCR: Simbologia, Camadas e Junções

Ânodo A

P

N

P

N

Cátodo K

Gatilho G Figura 1.2 – Um tipo de estrutura interna das camadas de um SCR

Figura 1.3 – Encapsulamento tipo TO para SCR, com dissipador de calor.

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

6

Figura 1.4 – SCR com encapsulamentos tipo rosca e tipo disco para altas potências [ref. 3]

2. SCR I DEAL: Um SCR ideal se comportaria com uma chave ideal, ou seja, enquanto não recebesse um sinal de corrente no gatilho, seria capaz de bloquear tensões de valor infinito, tanto com polarização direta como reversa. Bloqueado, o SCR ideal não conduziria qualquer valor de corrente. Tal característica é representada pelas retas 1 e 2 na Figura 2.1. Quando disparado, ou seja, quando comandado por uma corrente de gatilho IGK, o SCR ideal se comportaria como um diodo ideal, como podemos observar nas retas 1 e 3. Nesta condição, o SCR ideal seria capaz de bloquear tensões reversas infinitas e conduzir, quando diretamente polarizado, correntes infinitas sem queda de tensão e perdas de energia por Efeito Joule. Assim como para os diodos, tais características seriam ideais e não se obtêm na prática. Os SCR reais têm, portanto, limitações de bloqueio de tensão direta e reversa e apresentam fuga de corrente quando bloqueados. Quando habilitados têm limitações de condução de corrente, pois apresentam uma pequena resistência à circulação de corrente e queda de tensão na barreira de potencial das junções que provocam perdas de energia por Efeito Joule e conseqüente aquecimento do componente.

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

(a)

7

IA A

K + VAK IA

(b) 3 1

2 VAK

Figura 2.1 - (a) polarização direta (b) características estáticas de um SCR ideal. [ref. 1]

3. POLARI ZAÇÃO DI RETA: A figura 3.1 apresenta um circuito de polarização direta de um SCR onde podemos verificar: Tensão do Ânodo positiva em relação ao Cátodo J1 e J3 polarizadas diretamente J2 polarizada reversamente: apresenta maior barreira de potencial Flui pequena Corrente de Fuga Direta de Ânodo para Cátodo, IF (Forward Current). Bloqueio Direto – DESLIGADO

Prof.Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

8

b) a)

+

+A +

A

G

K

-K

A ( )

Ânodo

c)

P J1

N J2

Gatilho

P

G

J3

N Cátodo

K ( )

Figura 3.1 – a) SCR bloqueado em polarização direta; b) analogia com diodos b) efeito da polarização direta nas junções;

4. POLARI ZAÇÃO REVERSA: A figura 4.1 apresenta um circuito de polarização direta de um SCR onde podemos verificar: Tensão de Cátodo positiva em relação ao Ânodo J2 diretamente polarizada J1 e J3 reversamente polarizadas: apresentam maiores barreiras de potencial Flui pequena Corrente de Fuga Reversa de Cátodo para Ânodo, IR (Reverse Current). Bloqueio Reverso – DESLIGADO

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

9

-A

b)

a) A

G

+

K

+

+K

A ( )

Ânodo

c)

P J1

N N

Gatilho

P P

G

J2 J3

N N Cátodo

K ( )

Figura 4.1 – a) SCR bloqueado em polarização reversa; b) analogia com diodos c) efeito da polarização reversa nas junções

5. MODOS DE DI SPARO DE UM SCR: Um SCR é disparado (entra em condução) quando aumenta a Corrente de Ânodo IA, através de uma das seguintes maneiras: 5.1. Corrente de Gatilho IGK: É o procedimento normal de disparo do SCR. Quando estiver polarizado diretamente, a injeção de um sinal de corrente de gatilho para o cátodo (IG ou IGK), geralmente na forma de um pulso, leva o SCR ao estado de condução. A medida que aumenta a corrente de gatilho para cátodo, a tensão de bloqueio direta diminui até que o SCR passa ao estado de condução. A Figura 5.1 apresenta um circuito para disparo do SCR. Enquanto diretamente polarizado o SCR só começa a conduzir se receber um comando através de um sinal de corrente (geralmente um pulso) em seu terminal de gatilho (Gate ou Porta). Esse pulso polariza diretamente o “segundo diodo formado pelas camada N e P” e possibilita a condução. Enquanto tivermos corrente entre ânodo e cátodo o SCR continua conduzindo, sendo ele cortado (bloqueado) somente quando a mesma for praticamente extinta. Nesta condição, as barreiras de potencial formam-se novamente e o SCR precisará de um novo sinal de corrente no gatilho para voltar ao estado de condução. Polarizado reversamente o SCR funciona como um diodo, bloqueando a passagem de corrente, mesmo quando efetuado um pulso em seu Gatilho. Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

10

A característica gatilho-cátodo de um SCR se assemelha a uma junção PN, variando, portanto, de acordo com a temperatura e características individuais do componente, um exemplo de curva de disparo pode ser encontrado no anexo deste documento.

A ( )

Ânodo

P J1

N J2 IGK ( )

G

P

J3

N Cátodo

K ( )

Figura 5.1 – Disparo de um SCR Como entre o gatilho e o cátodo há uma junção PN, temos uma tensão de aproximadamente 0,7V. Desta forma, analisando o circuito da figura 5.2. podemos determinar os requisitos para o circuito de disparo do SCR.

VDISPARO

IG

Figura 5.2 – Circuito para disparo do SCR Assim, a tensão VDISPARO necessária para proporcionar a corrente de disparo IG através da resistência limitadora RG pode ser dada por:

V DISPARO

I G RG

0,7

Um SCR pode disparar por ruído de corrente no gatilho. Para evitar estes disparos indesejáveis devemos utilizar um resistor RGK entre o gatilho e o cátodo que desviará parte do ruído, como indica a figura 5.3. Em alguns tipos de SCR, a resistência RGK já vem internamente no componente para diminuir sua sensibilidade.

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

11

Figura 5.3 – Resistência para evitar disparos por ruídos no gatilho 5.1.1. Corrente de Retenção e Corrente de Manutenção Para entrar em condução o SCR deve conduzir uma corrente suficiente, cujo valor mínimo recebe o nome de Corrente de Retenção IL (Latching Current). O SCR não entrará em condução se a Corrente de Gatilho IGK for suprimida antes que a Corrente de Ânodo IA atinja o valor da Corrente de Retenção IL. Uma vez retirada a corrente de gatilho, a mínima Corrente de Ânodo IA para manter o SCR em condução é chamada Corrente de Manutenção IH (Holding Current). Se a Corrente de Ânodo for menor que a Corrente de Manutenção, as barreiras de potencial formam-se novamente e o SCR entrará em Bloqueio. A Corrente de Retenção é maior que a Corrente de Manutenção (IL > IH). O valor de IL é em geral de duas a três vezes a corrente de manutenção IH. Ambas diminuem com o aumento da temperatura e vice-versa. É por este motivo que dizemos que o SCR é uma Chave de Retenção (ou Travamento) porque uma vez em condução, permanece neste estado enquanto a Corrente de Ânodo IA for maior que a Corrente de Manutenção (IA > IH), mesmo sem corrente no gatilho (IGK). 5.2. Sobretemperatura: O aumento brusco da temperatura aumenta o número de pares elétrons-lacunas no semicondutor provocando maior corrente de fuga, o que pode levar o SCR ao estado de condução. O disparo por aumento de temperatura deve ser evitado. 5.3. Sobretensão: Se a tensão direta ânodo-cátodo VAK for maior que o valor da tensão de ruptura direta máxima VDRM (VBO), fluirá uma corrente de fuga suficiente para levar o SCR ao estado de condução. Isto acontece porque o aumento da tensão VAK em polarização direta acelera os portadores de carga na junção J2 que está reversamente polarizada, podendo atingir energia suficiente para provocar a avalanche e disparar o SCR. Este fenômeno faz com que muitos elétrons choquem-se e saiam das órbitas dos átomos do semicondutor ficando disponíveis para condução e permitindo o aumento da corrente de fuga no SCR e levando-o ao estado de condução. O disparo por sobretensão direta diminui a vida útil do componente e, portanto, deve ser evitado. A aplicação de uma sobretensão reversa, ou seja, uma tensão ânodo-cátodo maior que o valor da tensão de ruptura reversa máxima (VRRM ou VBR) danificará o componente.

Prof. Corradi

Tiristor SCR – Retificador Controlado de Silício

12

5.4. Degrau de Tensão dv/dt ( V/ t): Se a taxa de crescimento da tensão ânodo-cátodo VAK no tempo for alta (subida muito rápida da tensão VAK) pode levar o SCR ao estado de condução. Em polarização direta a Junção J2 está reversamente polarizada e se comporta como um capacitor carregado, como podemos observar na figura 5.1.

A ( )

Ânodo

P J1 iC

N

G

P

J2 J3

N Cátodo

K ( )

Figura 5.1 – Disparo por degrau de tensão Num capacitor a corrente de carga relaciona-se com a tensão pela expressão:

iC

C dv dt

Assim, quando for aplicada uma tensão VAK a capacitância da Junção J2 fará circular uma corrente no gatilho tanto maior quanto maior for a variação da tensão no tempo ( v/ t). Esta corrente no gatilho pode ser suficiente para disparar o SCR. O valor máximo de dv/dt é dado pelo fabricante em catálogos. O disparo por degrau de tensão deve ser evitado pois pode provocar queima do componente ou disparo intempestivo. O circuito de proteção é chamado de Snubber e será estudado adiante. 5.5. Luz ou Radiação: Se for permitida a penetração de energia luminosa (luz) ou radiante (fótons, raios gama, nêutrons, prótons, elétrons ou raios X) nas...


Similar Free PDFs