Title | Calorímetro-Isotérmico |
---|---|
Course | Mestrado Integrado em Engenharia Química |
Institution | Universidade de Coimbra |
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Laboratórios de Engenharia Química...
Mestrado Integrado em Engenharia Química 2015/2016 Laboratórios de Engenharia Química I
Departamento de Engenharia Química Faculdade de Ciências e Tecnologias Universidade de Coimbra
Grupo 3.3 Diogo Rodrigues Palma Guerreiro João Pedro Dias Tavares Rui Silvino Faria Francisco
Trabalho Laboratorial 13: Calorímetro Isotérmico Dados Experimentais Tabela 1: Resultados experimentais.
t/min 0 1 2 3 4 5* 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A h/cm 32,0 31,7 31,4 31,1 30,8 30,6 21,5 17,5 15,2 13,5 12,3 11,3 10,7 10,1 9,7 9,4 9,1 8,9 8,7 8,5 8,3 8,2 8,0
B Δh/cm 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 9,1 4,0 2,3 1,7 1,2 1,0 0,6 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,2
h/cm 32,0 31,8 31,7 31,5 31,4 31,2 28,0 25,1 23,5 22,5 21,9 21,4 21,1 20,9 20,6 20,5 20,3 20,2 20,1 20,0 19,9 -
C Δh/cm 0,2 0,1 0,2 0,1 0,2 3,2 2,9 1,6 1,0 0,6 0,5 0,3 0,2 0,3 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 -
h/cm 32,0 31,8 31,6 31,4 31,3 31,1 29,0 27,3 26,1 25,3 24,8 24,4 24,2 23,9 23,7 23,6 23,5 23,4 23,3 -
Δh/cm 0,2 0,2 0,2 0,1 0,2 2,1 1,7 1,2 0,8 0,5 0,4 0,2 0,3 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 -
Legenda: A: Calibração do Calorímetro. B: Determinação da capacidade calorífica do cobre. C: Determinação da entalpia da reacção de neutralização do hidróxido de sódio com o ácido clorídrico. *Instante no qual foi introduzida a perturbação.
1
T H2O = 19,8 ºC T Cobre = 20 ºC D Capilar = 1,201mm V H2O = 10 ml m Cobre = 50,057 g V NaOH = 3 ml V HCl = 5 ml C NaOH = 1 mol/l V HCl = 1 mol/l
Discussão de Resultados 1. Calibração do Calorímetro A constante do calorímetro, K, representa a quantidade de calor perdido para o exterior por grau de variação de temperatura. É calculada através da razão entre a quantidade de calor dissipado, Q′, e a variação de temperatura experimentada pela água, ∆T: K=
Q′ ∆T
(1)
A diferença de temperaturas é dada por: ∆T = TH20 − TH20 eq.
(2)
Q′ = Q − Q fusão
(3)
Q fusão = m gelo ∆Hfusão
(4)
A temperatura da água, TH20 , corresponde à adicionada no vaso reaccional, como tal, a temperatura no equilíbrio, TH20 eq. , diz respeito ao equilíbrio térmico, no interior do calorímetro. Por outro lado, o calor dissipado é a diferença entre a quantidade de calor total, Q, cedida pela água, ao sistema, e a quantidade de calor associada à fusão do gelo, Q fusão : O calor de fusão é calculado com base no produto entre a massa de gelo fundida, mgelo , e a sua entalpia de fusão, ∆Hfusão : A massa de gelo, por sua vez, é obtida através da relação, com a variação do volume, ∆V: ∆VCap. = Vgelo eq. + VH2O eq. = ( Como, mgelo = mH20 : ∆VCap. = mgelo (
mH20 mgelo − ) ρgelo eq. ρH20 eq.
1 1 − ) ρgelo eq. ρH20 eq.
(5)
(6)
Rearranjando a equação: mgelo =
(ρ
1
∆VCap.
gelo eq.
1 ) − ρ H20 eq.
(7)
2
O produto entre a área da secção recta e a diferença de altura, de cada variação, no capilar, define a variação do volume: ∆VCap. = A ∆h =
π D2 ∆h 4
(8)
O produto entre a massa de água, mágua , adicionada ao vaso reaccional, a sua capacidade calorífica, Cpágua, e a variação de temperatura no sistema, resulta no calor total: Q = mH2O CpH2O ∆T
(9)
A massa de água á calculada com base no produto entre o volume adicionado e a massa específica à temperatura medida: mH2O = ∆VH2O × ρH2O (TH20 )
(10)
Para o caso dos líquidos a capacidade calorífica pode ser obtida através da expressão[]: Cpl = C1 + C2 T + C3 T 2 + C4 T 4
(11)
Cujos coeficientes, C1, C2, C3, C4 e C5 estão definidos na literatura [1]. Um vez que ocorre uma variação entre a temperatura, do vaso reaccional e a de equilíbrio, é necessário integrar a equação, designando uma capacidade calorífica média, 〈CpH2O 〉: 〈CpH2O 〉 =
T
f ∫ T C1 + C2 T + C3 T 3 + C4 T 3 + C5 T 4 dT i
(Tf − Ti )
(12)
Por intermédio dos dados obtidos experimentalmente para a calibração do calorímetro, representou-se graficamente a variação do nível da água no capilar em função do tempo (Figura 1). 35
y = -0,2857x + 31,981 R² = 0,9967
30 25
Δh
h/cm
20
Variação Inicial Variação Final
15 10 y = -0,1821x + 11,989 R² = 0,9943
5 0 0
5
10
15
20
25
t/min Figura 1: Relação entre o nível de líquido no capilar em função do tempo, para a calibração do calorímetro.
No instante em que o sistema, em equilíbrio, é perturbado pela inserção de água no vaso reaccional, a variação de altura de líquido, no capilar, é dada através das rectas de regressão linear, que distinguem o intervalo de estabilidade inicial e final do processo: Variação Inicial: yi = −0,2857 x + 31,981 (R2 = 0,9967)
(13) 3
Variação Final: yf = −0,1821 x + 11,989 (R2 = 0,9943)
(14)
yi = −(0,2857 × 5) + 31,981 = 30,55 cm
(15)
Por conseguinte, para t = 5 min:
yf = −(0,1821 × 5) + 11,989 = 11,09 cm ∆h = 30,55 − 11,09 = 19,47 cm
(16) (17)
Conhecido o diâmetro do capilar, e a variação do nível da água, causada pela fusão do gelo, devido às diferenças de temperatura, entre o vaso reaccional e o interior do calorímetro, em equilíbrio, calcula-se a variação de volume pela equação 8: ∆VCap. =
π (1,201 × 10−3 )2 × 19,47 × 10−2 = 2,21 × 10−7 m3 4
(18)
Sabendo a massa específica do gelo e da água à temperatura de equilíbrio, Teq. = 0ºC, pela equação 7, pode calcular-se a massa de gelo fundida:
ρH2O (Teq. ) ρgelo (Teq. )
[1]
[1]
= 999,80 Kg m−3
= 916,20 Kg m−3
mgelo =
2,21 × 10−7 = 2,42 × 10−3 Kg 1 1 (916,20 − 999,80)
(19)
Por fim, calcula-se o calor associado à fusão do gelo, pela equação 4, sabendo a entalpia de fusão do gelo:
ΔHfusão [2] = 333507,11 J Kg −1
Q fusão = 2,42 × 10−3 × 333507,11 = 806,18 J
(20)
Para calcular o calor total, é necessário determinar a massa de água, que se coloca no vaso reaccional, de acordo com a equação 10:
ρH2O (TH2O )[1] = 998,20 Kg m−3
mH2O = 10 × 10−6 × 998,20 = 9,98 × 10−3 Kg
(21)
A capacidade calorífica dos líquidos pode ser obtida através da expressão 11, cujos coeficientes para a água se obtêm da literatura [1]:
C1 = 276370 C2 = −2090,1 C3 = 8,125 C4 = −0,014116 C5 = 9,3701 × 10−6 4
Com base na equação 12, estima-se a capacidade calorífica média, integrando-se a expressão, entre a temperatura inicia, no equilíbrio e a temperatura fina, no vaso reaccional: Ti Eq. = 273,15 K Tf = 292,95 K
〈CpH2O 〉 =
T = 292,95
f ∫T = 273,15 C1 + C2 T + C3 T 3 + C4 T 3 + C5 T 4 dT i
(292,95 − 273,15)
= 7,58 × 104 J Kmol−1 K −1
(22)
O calor total é então calculado pela expressão 9, sabendo a massa molar da água e a diferença entre as temperaturas, pela equação 2:
MH2O = 18,02 g mol−1
∆T = 292,95 − 273,15 = 19,8 K
Q=
(23)
9,98 × 10−3 × 7,58 × 104 × 19,8 = 831,31 J 18,02
(24)
O calor dissipado é determinado pela equação 3: Q′ = 831,31 − 806,18 = 25,14 J
(25)
Por fim, obtém-se a constante do calorímetro pela expressão 1: K=
25,14 = 1,27 J K −1 19,8
(26)
2. Determinação da capacidade calorífica do cobre Mediante os dados obtidos experimentalmente, para a determinação da capacidade calorífica do cobre, representou-se graficamente a variação do nível da água no capilar em função do tempo (Figura 2).
y = -0,1543x + 31,986 R² = 0,9918
33 31 29
h/cm
27
Δh
Variação Inicial
25
Variação Final
23 21 19
y = -0,1179x + 22,232 R² = 0,9864
17 15 0
5
10
15
20
25
t/min Figura 2: Relação entre o nível de líquido no capilar em função do tempo, para a calibração do calorímetro.
5
No instante em que o sistema, em equilíbrio, é perturbado pela inserção de cobre no vaso reaccional, a variação de altura de líquido, no capilar, é dada através das rectas de regressão linear, que distinguem o intervalo de estabilidade inicial e final do processo: Variação Inicial: yi = −0,1543 x + 31,986 (R2 = 0,9918)
(27)
Variação Final: yf = −0,1179 x + 22,232 (R2 = 0,9864)
(28)
yi = −(0,1543 × 5) + 31,986 = 31,21 cm
(29)
Por conseguinte, para t = 5 min:
yf = −(0,1179 × 5) + 22,232 = 21,64 cm ∆h = 31,21 − 21,64 = 9,57 cm
(30) (31)
Conhecido o diâmetro do capilar, e a variação do nível da água, causada pela fusão do gelo, devido às diferenças de temperatura, entre o vaso reaccional e o interior do calorímetro, em equilíbrio, calcula-se a variação de volume pela equação 8: ∆VCap. =
π (1,201 × 10−3 )2 × 9,57 × 10−2 = 1,08 × 10−7 m3 4
(32)
Sabendo a massa específica do gelo e da água à temperatura de equilíbrio, Teq. = 0ºC, pela equação 7, pode calcular-se a massa de gelo fundida:
ρH2O (Teq. ) ρgelo (Teq. )
[1]
[1]
= 999,80 Kg m−3
= 916,20 Kg m−3
mgelo =
1,08 × 10−7 = 1,19 × 10−3 Kg 1 1 ( ) 916,20 − 999,80
(33)
Por fim, calcula-se o calor associado à fusão do gelo, pela equação 4, sabendo a entalpia de fusão do gelo:
ΔHfusão [2] = 333507,11 J Kg −1
Q fusão = 1,19 × 10−3 × 333507,11 = 396,26 J
(34)
É introduzido, neste caso, cobre no vaso reaccional, por conseguinte, a diferença de temperaturas é dada por: ∆T = TCobre − TH20 eq.
(35)
∆T = 293,15 − 273,15 = 20 K
(36)
Como tal:
O calor dissipado é determinado pela equação 3, sabendo a constante do calorímetro, calculada anteriormente:
6
Q′ = 1,27 × 20 = 25,39 J
(37)
Por conseguinte, por rearranjo da equação 3: Q = 25,39 + 396,26 = 421,65 J
(38)
Rearranjando a equação 9: CpCobre =
Q
mCobre ∆T
(39)
Por fim: CpCobre = Na literatura [3]:
421,65 = 421,17 JKg −1 K −1 50,057 × 10−3 × 20
(40)
CpCobre = 383,52 JKg −1 K −1
O erro relativo é calculado pela seguinte relação: 𝐶𝑝 𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 − 𝐶𝑝 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 | × 100% Erro = | 𝐶𝑝 𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎
(41)
Por conseguinte, o erro associado ao processo da determinação da capacidade calorífica do cobre, através da calorimetria é dado por: 383,52 − 421,17 | × 100% = 9,82 % Erro = | 383,52
(42)
3. Determinação da entalpia da reacção de neutralização do hidróxido de sódio com o ácido clorídrico Por intermédio dos resultados experimentais, para a determinação da entalpia da reacção de neutralização, representou-se graficamente a variação do nível da água no capilar em função do tempo (Figura 3). 33
y = -0,1771x + 31,976 R² = 0,9924
31
h/cm
29 Variação Inicial
Δh
27
Variação Final 25 23
y = -0,1143x + 25,338 R² = 0,9796
21 19 0
5
10
15
20
t/min 7
No instante em que o sistema é perturbado, pela inserção de ácido clorídrico, no vaso reaccional, onde já se encontrava o hidróxido de sódio, em equilíbrio, a variação de altura de líquido, no capilar, é dada através das rectas de regressão linear, que distinguem o intervalo de estabilidade inicial e final do processo: Variação Inicial: yi = −0,1771 x + 31,976 (R2 = 0,9924)
(43)
Variação Final: yf = −0,1143 x + 25,338 (R2 = 0,9796)
(44)
yi = −(0,1771 × 5) + 31,976 = 31,09 cm
(45)
Por conseguinte, para t = 5 min:
yf = −(0,1143 × 5) + 25,338 = 24,77cm ∆h = 31,08 − 24,77 = 6,32 cm
(46) (47)
Conhecido o diâmetro do capilar, e a variação do nível da água, causada pela fusão do gelo, devido às diferenças de temperatura, entre o vaso reaccional e o interior do calorímetro, em equilíbrio, calcula-se a variação de volume pela equação 8: ∆VCap. =
π (1,201 × 10−3 )2 × 6,32 × 10−2 = 7,16 × 10−8 m3 4
(48)
Sabendo a massa específica do gelo e da água à temperatura de equilíbrio, Teq. = 0ºC, pela equação 7, pode calcular-se a massa de gelo fundida:
ρH2O (Teq. ) ρgelo (Teq. )
[1]
[1]
= 999,80 Kg m−3
= 916,20 Kg m−3
mgelo =
7,16 × 10−8 = 7,85 × 10−4 Kg 1 1 − (916,20 999,80)
(49)
A reacção que ocorre no calorímetro é a seguinte: 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) → 𝐻2 0(𝑙) + 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞)
Pela análise à estequiometria da reacção, verifica-se que uma mol de NaOH reage com uma mol de HCl. Por conseguinte, o reagente limitante da reacção, nestas condições, é o hidróxido de sódio, uma vez que foi introduzida, no vaso reaccional, uma maior quantidade deste composto, 3ml em relação à de ácido clorídrico, 5ml. Consequentemente, o número de moles é calculado através do conhecimento da concentração de NaOH, 1M: C=
n
V
n = C V = 1 × 3 × 10−3 = 0,003 mol de NaOH
(50)
A entalpia da reacção de neutralização, à temperatura de equilíbrio, é determinada pela relação entre o número de moles envolvido e a quantidade de calor associada à fusão do gelo: Q fusão = 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 ∆Hr Exp. (𝑇𝐸𝑞. )
(51)
8
Substituindo e equação 4 na expressão 50, obtém-se: mgelo ∆Hfusão = 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 ∆Hr Exp. (𝑇𝐸𝑞. ) ∆Hr Exp.(𝑇𝐸𝑞. ) =
mgelo ∆Hfusão 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻
(52)
Por fim, da relação anterior, e conhecendo a entalpia de fusão da água: ΔHfusão [2] = 333507,11 J Kg −1
∆Hr Exp. (TEq. ) =
7,85 × 10−4 × 333507,11 = 87266,26 J mol−1 0,003
(53)
Como a reacção é exotérmica, liberta energia, a entalpia da reacção de neutralização é negativa:
∆Hr Exp. (TEq. ) = − 87266,26 J mol−1
Para calcular a entalpia da reacção teórica de neutralização à temperatura de 25ºC, é fundamental ter em conta a reacção que ocorre no interior do calorímetro. As espécies que, efectivamente, intervém na neutralização do hidróxido de sódio com o ácido clorídrico, são o OH−, e o H+. Por conseguinte admite-se a seguinte equação: 𝑂𝐻− (𝑎𝑞) + 𝐻 + (𝑎𝑞) → 𝐻2 0(𝑙)
Da literatura [4] retiram-se os valores da entalpia de formação de todos os compostos presentes na reacção:
∆Hf° (OH− ) (T = 25 ºC) = −230 KJ mol−1 ∆Hf° (H+ ) (T = 25 ºC) = 0 KJ mol−1 ∆Hf° (H20) (T = 25 ºC) = −285,8 KJ mol−1
Por conseguinte, a entalpia da reacção é dade pela relação: ∆Hr° (T = 25 ºC) = ∑ Produtos ∆Hf,i − ∑ Reagentes ∆Hf,i
(54)
Para a reacção de neutralização, a equação 54 fica: ∆H°r (T = 25 ºC) = ∆Hf° (H20) − (∆Hf° (OH− ) + ∆Hf° (H+ ) )
(55)
∆Hr° (T = 25 ºC) = −285,8 − (−230 + 0) = −55,8 KJ mol−1
(56)
Por fim:
No equilíbrio, a temperatura é de 0ºC, visto que a entalpia teórica da reacção é calculada para uma temperatura de 25ºC, será necessário corrigir o seu valor, através da expressão[4]: ∆𝐻𝑟° (T = 0 ºC) = ∆𝐻𝑟° (T = 25 ºC) + ∑ 𝑣𝑖 ∫ 𝑖
0℃
𝑐𝑝𝑖 𝑑𝑇
25℃
(57)
Para se poder aplicar a equação anterior, é necessário recorrer à literatura [2], para obter os valores das capacidades caloríficas dos compostos.
9
𝐶𝑝𝑂𝐻− = −148,5 𝐽 𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾 −1 𝐶𝑝𝐻+ = 0 𝐽 𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾 −1 𝐶𝑝𝐻2𝑂 = 75,3 𝐽 𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾 −1
Pela aplicação da equação 57: ∆H°r(T = 0 ºC) = −55,8 +
(75,3 − 0 − (−148,5)) × (0 − 25) = −53,97 KJ mol−1 1000
(58)
O erro associado, é dado por:
∆Hr° 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − ∆Hr ° 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 Erro = | | × 100% ∆Hr° 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
(59)
−87,27 − (−53,97) Erro = | | × 100% = 38,15% −87,27
(60)
Por fim:
Conclusão Pelos resultados obtidos, verifica-se que o isolamento total do calorímetro não é garantido, visto que, parte da energia fornecida pelas perturbações não é transferida para o sistema, uma vez que se dissipa para o exterior. Por conseguinte, a afirmação indica que o calorímetro não é totalmente isotérmico. Contudo, os valores previstos permitem estudar os processos de transferência de energia e as propriedades térmicas dos materiais. No processo de determinação da capacidade calorífica do cobre, os resultados foram satisfatórios e o erro muito reduzido, visto que, pela análise da constante do calorímetro, só se liberta 1,27 J ºC −1 , o que permite concluir que o equilíbrio do sistema é estável e as perdas de calor são reduzidas. O cobre, neste caso, poderia exibir uma baixa oxidação, uma vez que o erro é mínimo face ao valor do cobre puro. Na determinação da entalpia da reacção de neutralização, o erro foi muito elevado. Os factores que influenciam a discrepância entre os valores são importantes. A mistura não foi uniformizada quando se adicionou o ácido e as moléculas do hidróxido de sódio e do ácido clorídrico não se dissociaram completamente, uma vez que se trabalhou a baixas temperaturas. Por outro lado, podem ter-se formado ligações por pontes de hidrogénio na molécula de água e ligações iónicas entre o sódio e o cloro, que afectam a formação dos compostos pretendidos. Em suma, a técnica é simples e com custos reduzidos. Com uma metodologia meticulosa, podem obter-se resultados razoáveis.
Bibliografia [1] Perry, R. H., Green, D.W., Maloney, J.O. (Eds.), Perry's Chemical Engineers' Handbook, 7th Ed., McGraw-Hill Book Company, N.Y., 1997. [2] Kaye, G. W. C., Laby, T. H., Tables of Physical and Chemical Constants, 14th Ed., Longman, New York, 1978. [3] White, G. K., Collocott, S. J., Heat Capacity of Reference Materials: Cu and W, CSIRO, Vol.13, No.4, 1984. [4] Egas, Ana Paula, Fonseca, Isabel M. A., Fundamentos de Balanços de Energia, 1ª Ed., Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2009. 10...