Clonorquíase PDF

Title Clonorquíase
Course Infectologia
Institution Universidade Estadual de Montes Claros
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Informações e condutas acerca da Clonorquíase...


Description

Clonorquíase Definição: Doença hepática e vias biliares por Clonorchis sinensis (ou Opisthorchis sinensis) e endêmica na China, Japão, Taiwan, Vietnã, Camboja, Laos, Coréia e Rússia oriental. Fisiopatologia C. sinensis (previamente denominado Opisthorchis sinensis) é um patógeno de mamíferos que se alimentam de peixes, sendo felinos e cães os reservatórios mais comuns. As taxas de prevalência variam de 40 a 95% em algumas áreas, sendo que viajantes ou imigrantes a partir de áreas endêmicas, podem albergar a infecção e levar às áreas não endêmicas. De maneira semelhante, peixe congelado, seco ou em salmoura, contendo metacercárias, podem ser exportados para áreas não endêmicas. O ciclo de vida dos parasitas se inicia com a liberação dos ovos embrionados nos ductos biliares e, subsequentemente, nas fezes. E esses são ingeridos por caramujos (primeiro hospedeiro intermediário) nos quais os miracídios são liberados com vários estágios de desenvolvimento seguintes no mesmo hospedeiro. As cercarias são liberadas em água fresca e penetram em peixes (hospedeiro intermediário secundário) nos quais encistam como metacercárias que infectam os animais (hospedeiros definitivos) ou seres humanos (hospedeiro acidental) por ingestão de peixes mal cozidos. As metacercárias excistam no duodeno em ascendem para os dutos biliares e, ocasionalmente, podem residir na vesícula biliar ou ductos pancreáticos. Os parasitas adultos se formam em um mês e podem permanecer em ductos biliares por > 25 anos, e a resposta imune não se desenvolve, com possibilidade de reinfecções. A sintomatologia é mais comum em idosos, com alta incidência de colangiocarcinoma. Apresentação Clínica Anamnese As manifestações clinicas de clonorquíase são similares. A maioria dos indivíduos se apresenta assintomática e com curso benigno. O risco da infecção sintomática e complicações se eleva de acordo com a intensidade e duração da infecção. As infecções leves (< 100 vermes ou até 1000 ovos/g de fezes) raramente estão associadas a sintomas. Mesmo em indivíduos com alta carga parasitaria, os sintomas são observados em aproximadamente 10 % dos pacientes. A eosinofilia periférica pode estar presente e elevado nível de IgE. Infecção aguda: Os sintomas são geralmente inespecíficos como dor abdominal em quadrante superior direito, indigestão, diarreia, flatulência e fadiga. Os sintomas incluem febre alta anorexia, náusea, vomito, dor abdominal, mal-estar, mialgia, artralgia e urticária. A linfadenopatia e hepatomegalia dolorosa podem ocorrer. Quando presentes, os sintomas duram por duas a quatro semanas. Os ovos podem ser detectáveis nas fezes após três a quatronbb semanas. A infecção por C. sinensis pode estar associada com litíase pigmentada intra-hepática. Infecção crônica e complicações: Os sintomas podem ocorrer tardiamente no curso da infecção, devido a injuria mecânica e obstrução física do ducto biliar, particularmente em indivíduos com alta carga parasitaria na forma adulta. Os sintomas incluem fadiga, desconforto abdominal, anorexia, perda de peso, dispepsia e diarreia. A vesícula biliar frequentemente não apresenta funcionalidade e aumentada. Os parasitas, mortos ou ovos podem servir como local para formação de cálculos. A doença grave pode resultar em icterícia obstrutiva, pancreatite, colangite recorrente e abscessos hepáticos piogênicos. As complicações mais graves incluem colangite, colangiohepatite e colangiocarcinoma. Essas complicações resultam da irritação crônica ao epitélio, eventualmente levando a descamação e proliferação, eventualmente causando a hiperplasia, displasia e fibrose. Pode ocorrer infiltração periductal eosinofílica e linfocítica, sugerindo dano tecidual mediado pela resposta imune. Tais alterações resultam em formação de cálculos pigmentados, estenose biliar, dilatação de ductos biliares intra-hepáticos e fibrose dos

hepatócitos. Essas complicações geralmente ocorrem na terceira década de vida. E o risco de colangiocarcinoma se apresenta elevado nas infecções com alta carga parasitaria por Clonorchis, com sintomas como icterícia, perda ponderal, epigastralgia, massa abdominal e ascite. Abordagem Diagnóstica O diagnóstico pode ser obtido pela detecção de ovos nas fezes (visíveis por cerca de quatro semanas), aspirados duodenais ou espécimes biliares, pela técnica de FECT. Os ovos podem não estar presentes em infecções leves. Os ovos de Clonorchis e Opisthorchis são indistinguíveis. A sorologia não esta amplamente disponível. A reação de polimerização em cadeia (PCR) para a detecção de C. sinensis em fezes foi desenvolvida, mas não está comercialmente disponível. Os exames radiológicos são complementares como endoscopia ou CPRE, assim como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e colangiografia. Exames de rotina: EAF, EPF, MIF, hemograma completo, sorologia especifica para Clonorchis e Opisthorchis por ELISA, exames radiológicos Diagnóstico Diferencial

Hepatite viral aguda; Fasciolíase; Esquistossomose; Estrongiloidiase; Ascaridíase; Coledocolitíase; Colangiocarcinoma; Colangite esclerosante primaria; Opistoquíase. Acompanhamento Indicações de internação: Investigação diagnóstica e/ou doença complicada com sinais de gravidade. Indicações de alta: Estabilidade clínica, hemodinâmica e laboratorial em uso de antibioticoterapia adequada. Abordagem Terapêutica O tratamento de escolha consiste em praziquantel, e as drogas alternativas incluem albendazol ou mebendazol. Os sintomas clínicos da infecção podem durar meses para resolução, embora ovos típicos desaparecem nas fezes dentro de uma semana de tratamento. Pacientes com alta carga parasitaria podem necessitar de intervenções adicionais como antibioticoterapia, drenagem biliar e/ou cirurgia. O uso de praziquantel 40 mg/kg VO dose única tem sido sugerida como medida preventiva em regiões endêmicas.

Tratamento Hospitalar 1. Praziquantel

25 mg/kg/dia VO, dividido de 8/8 horas, por 1-2 dias.

Alternativas: Albendazol Mebendazol

10 mg/kg VO, por 7 dias; 30 mg/kg VO, por 20-30 dias.

Profilaxia Praziquantel

40 mg/kg VO, dose única....


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