Title | Equilíbrio Ácido-base |
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Course | Bioquímica clínica |
Institution | Universidade Federal de Pernambuco |
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Resumo feito com base nos slides de aula, transcrições de aula, capítulos de livros e tudo mais que envolve o conteúdo de todo o assunto sobre Equilíbrio ácido-base cobrado nas provas....
Equilíbrio Ácido-Base O fluxo de oxigênio, gás carbônico e hidrogênio no organismo é intenso. No metabolismo, é gerado CO2 que se dissolve em H2O para formar ácido carbônico e este se dissocia formando bicarbonato e hidrogênio: CO2
+
H2O
HCO3- + H+ (essa reação pode acontecer sem a anidrase carbonica mas seria muito lenta)
Manutenção do pH sanguíneo: Apesar das grandes variações na produção de CO2, o pH sanguíneo se mantém constante devido a ação dos pulmões, rins e eritrócitos.
O CO2 que chega ao sangue entra nos eritrócitos para serem carreados até o pulmão. Dentro do eritrócito tem anidrase carbônica. Após a catalização pela anidrase carbônica, o ácido carbônico libera H+ se tornando bicarbonato. O bicarbonato fica dentro do eritrócito e o H+ se liga a hemoglobina. Quando chegam no pulmão, o H+ se liga ao bicarbonato e a reação inversa acontece. O CO2 é expirado. Se o CO2 ficar retido no corpo devido a uma hipoventilação, a reação irá acontecer ao contrário, gerando uma acidose. Se ele sair muito, numa hiperventilação, pode gerar uma alcalose. Tudo bem que as quantidades de CO2 HCO3- H+ parecem ser iguais o tempo todo, e que por isso nao deveriam gerar alcalose nessa hiperventilação. Mas não é bem assim, pois o corpo está o tempo todo excretando H+ na urina e reabsorvendo o HCO3-. Assim, o HCO3- pode exercer seu papel como tampão com maior "tranquilidade". Porém, se CO2 foi muito expirado, pode disponibilizar muito HCO3(resultante da reabsorção) e ele aumentar demais o pH causando uma alcalose. Situações envolvendo eritrócitos que podem alterar o pH: Se tiver baixa concentração de hemoglobina no sangue, sobrará pouca hemoglobina para se ligar ao H+; Caso a hemoglobina tenha defeitos que tornem mais difícil a ligação ao H+; Baixos níveis de eritrócitos; Alterações no equilíbrio ácido-base: Problemas com as trocas gasosas e com o equilíbrio ácido base levam a alterações: Desnaturação de proteínas; Na ionização das proteínas; Cardiovasculares; Respiratórias; Renais. Princiapais tampões no organismo: Hemoglobina
Proteínas
Tampão fosfato
Bicarbonato
Eritrócitos
Intracelular
Intracelular
Extracelular
HHb (ácida)
Hprot (ácida)
H2PO4- (ácido)
H2CO3 (ácido)
Hb- (básica)
Prot- (básica)
HPO4-2 (básico)
HCO-3 (básico)
Tampão bicarbonato:
Relação de Potássio e pH: Tampões intracelulares:
Toda vez que a hemácia recebe H+ devido a uma acidose, ela vai colocar um K+ pra fora, porque não pode ficar acumulando carga positiva dentro dela. A hemoglobina tem carga negativa e isso poderia prejudicar sua atividade. Uma pessoa com Acidose pode ter hiperpotassemia devido a esse mecanismo de expulsão de K+ dos eritrócitos. Essa hiperpotassemia pode deixar a repolarização celular (após um potencial de ação) mais lento, pois é por meio da saída do potássio das células (após a entrada de sódio) que a célula repolariza.
Da mesma forma, em caso de hipopotassemia associada a alcalose, o corpo responderá mais rapidamente aos potenciais de ação.
Papel dos pulmões: Fornecimento de O2 para os tecidos e eliminação de CO2 para manutenção do pH; A eficiência das trocas gasosas depende da perfusão sanguínea e ventilação a nível de alvéolos; O O2 e CO2 afetam o controle respiratório e consequentemente a frequência respiratória; A frequência respiratória é influenciada pelo aumento do CO2 ou redução do pH; As alterações no pH também podem trazer complicações nos néfrons devido a desnaturação de proteínas, diminuição da capacidade de filtração glomerular, capacidade de reabsorção. Controle das trocas gasosas:
Quando diminui a oxigenação tecidual, os neurônios barorreceptores detectam que a pressão exercida pelo oxigênio está baixa e despolarizam. Essa despolarização vai desencadear uma vasoconstricção e aumentar o fluxo sanguíneo. Quando temos altos níveis de CO2, os neurônios quimioceptores no bulbo são sensibilizados pela concentração de CO2 e eles vão promover a contração dos músculos intercostais. Isso faz aumentar a frequência respiratória. Componentes metabólicos e respiratório do sistema tampão bicarbonato:
O Bicarbonato é o componente metabólico porque os seus níveis vão depender do metabolismo dos ácidos. Se tiver muito ácido metabolizado e tiver muito próton, há uma queda no bicarbonato.
Classificação primária dos distúrbios ácido-base:
Acúmulo de ácidos no organismo: Retenção do CO2 no sangue por dificuldade de eliminação nos alvéolos pulmonares Aumento da produção de ácido lático; Incapacidade de eliminação de ácidos pelos rins (causas endógenas) - insuficiência renal; Ingestão acidental de grande quantidade de ácidos, como o ácido acetil-salicílico (aspirina). Redução dos ácidos no organismo: Eliminação excessiva do CO2 (hiperventilação); Perda de ácidos; Administração excessiva de bases, como o bicarbonato de sódio Classificação de acordo com os componentes respiratório e metabólito:
Considerando o CO2 como componente respiratório, quando ele estiver alto teremos uma acidose respiratória porque vai acumular CO2, que irá se transformar em ácido carbônico que se dissociará em H+ e HCO3-. Quando ele estiver baixo, tem-se uma alcalose respiratória. Quando considerando o HCO3- como componente metabólico, quando estiver baixo (acidose metabólica) é porque ele está sendo consumido e gerando CO2. Mas quando ele estiver alto temos alcalose metabólica, o que significa que tem pouco H+ se ligando a ele. Uma acidose pode ser mista. Pode ser respiratória e metabólica. O mesmo val e para a alcalose. Se o CO2 tiver alto, o HCO3- estiver alto e um pH baixo, temos uma tentativa de compensação acontecendo. Quando o pH normalizar e os valores permanecerem, significa que foi compensado. Porém, pra saber se o problema inicial se tratava de uma acidose ou alcalose, temos que investigar o histórico do paciente. Determinação dos gases sanguíneos: A gasometria é solicitada quando há suspeita de insuficiência respiratória, qualquer outra condição associada a distúrbios no equilíbrio ácido-base (ex: cetoacidose diabética), balanço hidro-eletrolítico. pCO2; pO2; pH;
Obs: o bicarbonato pode ser dosado ou calculado através da equação: pH = pK + log [HCO3-] / 0,23[CO2] Quando é feito o exame de gasometria, a gente pode avaliar os parâmetros principais em relação ao equilíbrio acidobase. O gasímetro dá como resultado muitas informações para diagnóstico de equilíbrio ácido base mas também para oxigenação tecidual. Pra equilíbrio ácido-base o que importa é: pH (para dizer se está acontecendo acidose ou alcalose); pCO2; HCO3- (pode ser calculado a partir do pH ou pode ser dosado com membranas bioseletivas); Para dizer se o paciente tem acidose ou alcalose. Se o pH estiver alterado, deve-se ver se o distúrbio é respiratório ou metabólico. Para isso, se investiga a pCO2 e HCO3-. Determinação dos gases sanguíneos: A gasometria deve ser realizada imediatamente após punção de artéria periférica com seringa contendo quantidade adequada de anti-coagulante (heparina); Cuidados: Evitar bolhas de ar; Refrigerar a amostra a 4°C (até 30min) quando não for possível realizar a gasometria imediatamente; Informar temperatura do paciente ao equipamento, informar temperatura do paciente (importante para a parte do exame que trata da oxigenação tecidual - com aumento da temperatura a afinidade da hemoglobina pelo O2 cai) ao equipamento; Informar a FiO2 (fração inspirada de O2) - importante porque 21% é o percentual de O2 no ar atmosferico. Se o paciente está sem o respirador mas este número é indicado, significa que o equipamento não foi ajustado; Mudanças na condição do paciente deve-se aguardar 30min para para poder realizar a coleta; Conferir se não há coágulos na amostra; Evitar coleta por cateter; Mistura de sangue venoso com arterial. Interpretação da gasimetria:
Determinação do bicarbonato: Bicarbonato real (BR): representa a determinação do bicarbonato plasmático quaisquer que sejam os valores de paCO2 do indivíduo; Bicarbonato Standard (BS): bicarbonato plasmático após o sangue ter sido equilibrado a uma paCO2 de 40mmHg mexendo no respirador; Excesso de base (BE): expressa o que teria de acrescentar (BE NEGATIVO) ou subtrair (BE POSITIVO) de bases para que o organismo mantenha o seu pH, corrigindo a anormalidade. o Tem um valor de 0 (zero) em um pH de 7,4; o Valor normal: -2,5 a +2,5;
Causas clínicas dos distúrbios ácido-base:
Compensação dos distúrbios ácido-base: Distúrbio
Alteração primária
Alteração compensatória
Escala de tempo da alteração compensatória
Acidose metabólica
Redução plasmática do bicarbonato
Redução da pCO2 (hiperventilação)
Minutos/horas
Alcalose metabólica
Aumento plasmático do bicarbonato
Aumento da pCO2 (hipoventilação)
Minutos/horas
Acidose respiratória
Aumento da pCO2
Aumento da reabsorção renal do bicarbonato
Dias
Alcalose respiratória
Redução da pCO2
Redução da reabsorção renal do bicarbonato
Dias
Interpretação da gasometria: Dinâmica dos gases sanguíneos - para saber como anda a distribuição do oxigênio nos tecidos, é preciso entender 3 etapas: Captação o Depende da capacidade pulmonar em relação as trocas gasosas; o Se uma pessoa tiver pO2 dentro dos valores de referência, indicado que ela está com uma boa captação; Transporte: o Pode ser prejudicado por anemias, por exemplo; Liberação da Hb: o Podem haver situações em que a Hb tem baixa afinidade pelo O2 e quando a Hb chegar perto do tecido em que deveria entregar o O2, ele ja foi desprendido há muito tempo antes; o Ou pode haver afinidade demais e o O2 não conseguir se desprender; Estão envolvidos na distribuição de O2 A gasometria ajuda a definir a origem do problema na diminuição da oxigenação dos tecidos Captação (para avaliar este, basta avaliar a pressão de O2): pO2: 80 - 100mmHg; pO2: 60 - 80mmHg Hipoxemia leve; pO2: 40 - 60mmHg Hipoxemia moderada; pO2:...