Gnatostomíase PDF

Title Gnatostomíase
Course Infectologia
Institution Universidade Estadual de Montes Claros
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Informações e conduta acerca da Gnatostomíase...


Description

Gnatostomíase Definição: Infecção parasitária por nematódeos do gênero Gnathostoma, transmitido por via fecal-oral. Fisiopatologia A infecção resulta da ingestão de nematódeos no terceiro estágio larval de parasitas do gênero Gnathostoma, sendo a espécie mais comum a G. spinigerum. Outras espécies que acometem os homens incluem G. hispidum, G. nipponicum, G. procyonis, G. binucleatum e G. doloresi. As larvas podem ser encontradas em alimentos crus ou mal cozidos contendo proteínas de origem animal, ou água contaminada. Em casos raros, as larvas podem penetrar diretamente na pele de indivíduos expostos à água fresca. Qualquer sistema orgânico podem ser acometido, mais comumente ocorre edema localizado, intermitente e migratório na pele ou tecido subcutâneo, com características dolorosa, pruriginosa e/ou eritematosa. Adicionalmente pode levar a meningite eosinofílica. A tríade clássica consiste de edema migratório intermitente, predominância de eosinofilia de testes laboratoriais e relato de viagem ou residência em áreas endêmicas da doença, especialmente no Sudeste Asiático. Os hospedeiros definitivos incluem cães, felinos, suínos, leões, gambás e outros. As fêmeas adultas liberam ovos que são eliminados nas fezes, e alcançam a fase larvar em água fresca no ambiente (cerca de sete dias). As larvas são ingeridas por crustáceos, os quais servem de alimentos para peixes, sapos, répteis e aves, nos quais as larvas atingem a terceira fase do desenvolvimento. Os seres humanos se alimentam do animal infectado, mas neles não se formam as formas adultas reprodutíveis. As espécies de Gnathostoma sobrevivem nos seres humanos se disseminando por 10 a 12 anos em todo o corpo e geralmente não atingem o estômago. Portanto raramente se detectam ovos nas fezes. Considera-se duas rotas alternativas na infecção humana: (i) Ingestão de crustáceos (humanos como hospedeiro intermediário), ou (ii) penetração pela pele de manipuladores de alimentos. Os sintomas ocorrem mediante a migração dos parasitas por tecidos, a qual se inicia em três a quatro semanas a anos após ingestão. E os sintomas duram uma a duas semanas. O parasita pode também atingir o sistema nervoso central e levar a quadro de efeito de massa, com alta mortalidade. Apresentação Clínica Anamnese Os sintomas dependem do estágio da doença e sítio de migração do parasita. Os pacientes podem apresentar mal estar, febre, urticária, anorexia, náusea, vômito, diarreia e dor epigástrica. Dependendo das regiões específicas acometidas, os pacientes podem apresentar: Pele e partes moles: Uma ou mais áreas com edema e hiperemia, erupções, paniculite, dor, prurido, nódulos ou bolhas. Ocorrem especialmente no tronco e membros superiores; Olhos: Uveíte (geralmente anterior) com perda da acuidade visual, irite, hemorragia intraocular, glaucoma, descolamento de retina, amaurose, dor e/ou fotofobia; Ouvidos: Perda auditiva; Pulmões: Tosse, dor torácica, efusão pleural, pneumo ou hidropneumotórax, dispneia e/ou hemoptise; Trato gastrintestinal: Síndrome mimetizando apendicite, colecistite ou lesão de massa intestinal;

Trato geniturinário: Hematúria; Sistema nervoso central: Radiculomielite, radiculomieloencefalite, encefalite, alteração do sensório, sintomas não focais, meningite eosinofílica, hemorragia subaracnoide, dor radicular excruciante, cefaleia seguida de paralisia, paralisia de nervos cranianos e outros. Abordagem Diagnóstica Os exames diagnósticos incluem hemograma completo (a eosinofilia pode ser elevada incluindo valores > 50 %), urinálise, sorologia (ELISA e Western blot) e exames radiológicos direcionados ao sítio acometido. A extração cirúrgica e/ou ressecção não são obrigatórias, mas podem auxiliar na identificação da larva na pele, tecido subcutâneo e feridas. A punção lombar pode ser necessária para o diagnóstico de infecção do sistema nervoso central com achados como pleocitose, eosinofilia, xantocromia e hemácias elevadas. Diagnóstico Diferencial

Meningoencefalite amebiana; Meningite bacteriana; Angioedema; Apendicite; Ascaridíase; Filariose; Neoplasias; Corioretinite; Coccidioidomicose; Infecção por Diphyllobothrium latum; Dirofilariose; Dracunculíase; Esquistossomose aguda; Fasciolíase; Himenolepíase; Parasitoses intestinais; Paragonimíase; Colecistite; Larva migrans; Cisticercose; Equinococose; Neurocisticercose;

Fibromialgia; Estrongiloidíase; Teníase. Acompanhamento Indicações de internação: Doença complicada com sinais de gravidade. Indicações de alta: Estabilidade clínica, hemodinâmica e laboratorial em uso de antibioticoterapia adequada. Abordagem Terapêutica Albendazol ou Ivermectina consistem nos antimicrobianos de escolha. Em alguns casos, o uso de corticoides, assim como a abordagem cirúrgica, podem ser necessários.

Tratamento Ambulatorial Antiparasitário Albendazol

(400 mg/cp) 400 mg 1 cp VO 1x/dia, por 21 dias;

Ivermectina

(6 mg/cp) 200 microgramas/kg/dia 1x/dia, por dois dias....


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