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Hemoglobinúria Bacilar A hemoglobinúria bacilar é uma doença toxêmica aguda, infecciosa causada por Clostridium haemolyticum. Afeta principalmente o gado, mas também foi encontrado em ovelhas e raramente em cães. Ocorre na parte ocidental dos EUA, ao longo do Golfo do México, na América do Sul, Grã-Bretanha, Oriente Médio, Índia, Japão e outras partes do mundo. Etiologia: C haemolyticum é um organismo transmitido pelo solo, encontrado naturalmente no trato GI de alguns bovinos. Pode sobreviver por longos períodos em solo contaminado ou em ossos de carcaças de animais infectados. Após a ingestão, os esporos latentes acabam se alojando no fígado. O período de incubação é extremamente variável e o início depende da presença de um local de anaerobiose no fígado. Tal nidus para germinação é mais freqüentemente causado por infecção por acaso (Fasciola hepatica), raramente por alto teor de nitrato da dieta, punção acidental do fígado, biópsia hepática ou qualquer outra causa de necrose localizada. Quando as condições para anaerobiose são favoráveis, os esporos germinam e as células vegetativas resultantes se multiplicam e produzem toxina β (fosfolipase C). Isso causa hemólise intravascular, resultando em anemia hemolítica e hemoglobinúria. Descobertas clínicas: O gado pode ser encontrado morto sem sinais premonitórios. Geralmente, ocorre repentinamente uma depressão severa, febre, dor abdominal, dispnéia, disenteria e hemoglobinúria. Anemia e icterícia estão presentes em vários graus. Pode ocorrer edema do peito. Os níveis de Hgb e RBC são bastante baixos. A duração dos sinais clínicos varia de ~ 12 horas em vacas prenhes a ~ 3-4 dias em outros bovinos. A mortalidade em animais não tratados é de ~ 95%. Alguns bovinos sofrem ataques subclínicos da doença e, posteriormente, agem como transportadores imunológicos. Lesões: Desidratação, anemia e, às vezes, edema subcutâneo são observados. Há sangue nas cavidades abdominal e torácica. Os pulmões não são gravemente afetados, e a traquéia contém espuma sangrenta com hemorragias na mucosa. O intestino delgado e, ocasionalmente, o intestino grosso são hemorrágicos; seu conteúdo geralmente contém sangue livre ou coagulado. Um infarto isquêmico no fígado é característico; é ligeiramente elevado, de cor mais clara que o tecido circundante e delineado por uma zona vermelha azulada de congestão. Os rins são escuros, friáveis e geralmente cravejados de petéquias. A bexiga contém urina vermelha arroxeada. Após a morte, o rigor mortis se instala rapidamente. Diagnóstico: O quadro clínico geral e os achados pós-morte geralmente permitem um diagnóstico experimental. O sinal mais marcante é a urina típica da cor do vinho do porto, que

espumas livremente quando anulada ou agitada. A presença do infarto típico do fígado é suficiente para um diagnóstico presuntivo. O tamanho e a consistência normais do baço servem para excluir o antraz e a anaplasmose. O envenenamento por samambaia e a leptospirose também devem ser considerados. O diagnóstico pode ser confirmado através do isolamento de C haemolyticum do infarto hepático, mas o organismo é difícil de cultivar. O diagnóstico rápido e preciso pode ser feito demonstrando o organismo no tecido hepático por um anticorpo fluorescente ou teste imunohistoquímico ou demonstrando a toxina no fluido na cavidade peritoneal ou em um extrato salino do infarto. A PCR também foi usada para diagnosticar a hemoglobinúria bacilar clínica em uma vaca no Japão. Ao controle: O tratamento precoce com penicilina ou tetraciclinas em altas doses é essencial. Transfusões de sangue total e fluidoterapia também são úteis no início da doença. A bacterina C haemolyticum preparada a partir de culturas inteiras confere imunidade por ~ 6 meses. Nas áreas onde a doença é sazonal, uma dose pré-sazonal é geralmente adequada; onde a doença ocorre ao longo do ano, é necessária a vacinação semestral. O gado em contato com animais de áreas onde esta doença é endêmica deve ser vacinado, pois estes podem ser portadores....