Loíase PDF

Title Loíase
Course Infectologia
Institution Universidade Estadual de Montes Claros
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Informações e conduta acerca da Loíase...


Description

Loíase Definição: Doença causada pelo nematódeo filarioide Loa loa, transmitido por inseto, com edemas subcutâneos e migração para a subconjuntiva ocular. É também conhecida como o verme africano do olho. Fisiopatologia Loa loa é transmitido pela mosca Chrysops (também conhecidas como mutucas). São endêmicas nas regiões da África ocidental e central. A infecção ocorre mais comumente em residentes de áreas endêmicas, mas viajantes também podem se infectar. Comumente, são necessários meses a anos de exposição para a infecção, porém já foram relatados períodos de quatro dias como suficientes para a doença. O vetor, ao se alimentar com sangue humano, introduz as larvas filarioides na pele do hospedeiro, por onde penetra e matura em um período de três meses. Isso leva a infecção de tecido subcutâneo e pode migrar para qualquer área do corpo, incluindo a subconjuntiva do olho. Após 6 a 12 meses da infecção inicial, as formas adultas começam a produzir milhares de larvas microfilarioides que são liberadas na corrente sanguínea e podem contribuir para complicações e transmissão de infecção. As formas adultas podem permanecer viáveis por longos períodos, como > 20 anos e medem de 0,3 a 7 cm. Não está definida como evolui a imunidade ao patógeno. Apresentação Clínica Anamnese A maioria dos indivíduos com infecção por L. loa é assintomática. As manifestações principais são edema de Calabar e infecção subconjuntival do olho. Edemas subcutâneos transitórios e localizados (Edema de Calabar): Caracterizados por angioedemas por reações de hipersensibilidade, mais frequentemente na face e extremidades, precedidos por dor local e prurido. Não são eritematosos e medem de 5 a 20 cm de diâmetro, podendo se estender para articulações próximas ou compressão de nervos periféricos. Geralmente com resolução espontânea após dois a quatro dias, mas pode durar semanas. Episódios de recorrência podem ocorrer no mesmo sítio ou outras localidades. É mais frequente em viajantes não previamente expostos; Pode estar associado a urticária, asma e outras reações alérgicas. Infecção subconjuntival do olho: Decorrente da migração do parasita adulto para o olho e infecção da subconjuntiva, com inflamação e edema transitório; O parasita pode ser visualizado diretamente quando atravessa a conjuntiva. Os sintomas se resolvem espontaneamente quando o parasita deixa o olho sem sequelas. Raramente, há invasão intraocular com dor e inflamação. Complicações: Encefalite, cardiomiopatia, nefropatia, artrite, linfadenite, neuropatia periférica. Abordagem Diagnóstica O diagnóstico deve ser baseado em histórica clínico-epidemiológica, detecção do parasita no olho, tecido subcutâneo ou microfilárias no sangue. Os exames laboratoriais podem indicar eosinofilia, hipergamaglobulinemia, aumento de IgE e sorologia positiva. Alguns laboratórios disponibilizam reação de polimerização em cadeia (PCR), com o atributo de tempo real, ou sistemas "point-of-care".

Diagnóstico Diferencial Oncocercose; Filariose; Gnatostomíase; Infecções zoonóticas (Dirofilaria repens, Dirofilaria tenuis, Loaina, and Baylisascaris procyonis); Larva migrans cutânea; Estrongiloidíase. Acompanhamento Indicações de internação: Doença complicada com sinais de gravidade, investigação diagnóstica, ou detecção de microfilárias no sangue para monitorização nos três primeiros dias de tratamento. Indicações de alta: Estabilidade clínica, hemodinâmica e laboratorial em uso de antibioticoterapia adequada. Abordagem Terapêutica A primeira escolha consiste em dietilcarbamazina que apresenta atividade contra as formas adultas e microfilárias. Porém, a quantificação de microfilárias durante o pico parasitêmico no sangue (entre 10:00 AM e 2:00 PM) é indicada previamente ao início do tratamento para ajuste de dose e tempo de tratamento. Deve-se considerar a aférese, ou o uso de albendazol previamente a dietilcarbamazina para redução da parasitemia e prevenção de efeitos adversos pela morte dos parasitas.

Tratamento Antiparasitário Dietilcarbamazina

(50 mg/cp) 9 mg/kg/dia, dividido em 8/8 horas, por 21 dias, conforme o esquema abaixo:

Dia 1: 50 mg (1 mg/kg); Dia 2: 50 mg (1 mg/kg) de 8/8 horas; Dia 3: 100 mg (1-2 mg/kg) de 8/8 horas; Dia 4 ao 21: 9 mg/kg/dia dividido em 8/8 horas. Obs.: Antes de começar o tratamento, deve-se dosar a quantidade de microfilárias no sangue. Visto que efeitos adversos graves podem advir do tratamento em pacientes com microfilaremia (> 2500 microfilárias/mL). Pacientes com microfilaremia > 2500/mL devem ser tratados apenas se sintomáticos, com eosinofilia periférica importante, com oncocercose ou filariose linfática concomitante, pois o risco de uma reação adversa ao tratamento é bem alto. Portanto, deve-se diminuir a microfilaremia para níveis mais seguros (< 2500/mL) o que pode ser obtido por aférese ou pelo tratamento com Albendazol (vide abaixo). Em caso de co-infecção com oncocercose, a dietilcarbamazina é contra-indicada. Se a carga de microfilaremia for pequena, pode-se administrar Ivermectina 150 microgramas/kg VO dose única, e intervalo para início do tratamento com dietilcarbamazina de duas a quatro semanas. Se a microfilaremia for alta, deve-se considerar a aférese ou albendazol previamente ao tratamento com ivermectina e dietilcarbamazina. Se microfilaremia > 2500/mL - Opções: Albendazol (200, 400 mg/cp) 200 mg VO de 12/12 horas, por 3 semanas (ou até redução da microfilaremia para níveis seguros); Aférese....


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