Modificações Gravídicas PDF

Title Modificações Gravídicas
Course Ginecologia E Obstetrícia
Institution Pontifícia Universidade Católica de Campinas
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Anotações de aula sobre as modificações gravídicas....


Description

Modificações Gravídicas: locais e sistêmicas Modificações e adaptações do organismo materno com o objetivo de favorecer o período gestatório e a resolução da gravidez. • Alterações hormonais • Alterações enzimáticas • Presença do feto (efeito de massa) • Aumento do volume uterino Pan-hiperendocrinismo, observando-se aumento de todos os hormônios e o surgimento da gonadotrofina coriônica e do lactogênio placentário (HLP) [é uma das causas de DM gestacional]. Alterações enzimáticas, principalmente as placentárias: diamino-oxidase e a ocitocinase. As alterações fetais: volumétricas, metabólicas -> busca por nutrientes energéticos. Aumento uterino, destacando-se o aumento abdominal, as estrias e adaptação de coluna vertebral. Hidronefrose à direita, pielonefrite à direita, estase venosa à direita. Complicações ocorrem à direita por compressão uterina. Deslocamento do centro de gravidade. Quando o feto niida (6 a 8 dias após a fecundação na ampola), ele cai na cavidade endometrial (cavidade descidualizada). Ovulação – cisto se rompe e sai o ovulo. Ele será fecundado ou eliminado. A cápsula do cisto que se rompe forma o cisto de corpo lúteo, que produz progesterona (meia vida de 10 dias). Após 23º dia do ciclo, o corpo lúteo começa a involuir. Ocorrendo fecundação, forma-se o ovo ou zigoto que será transportado pelas trompas até a cavidade endometrial. A cada 48 horas ele sofre clivagem. No 6º dia ele cai na cavidade endometrial em forma de blastocisto. Fica 24horas na cavidade endometrial e depois penetra no endométrio descíduo especializado. Forma o citotrofoblasto e sincíciotrofoblasto (camadas). A partir disso, tem beta gonadotrofina coriônica circulante (beta-HCG). Corpo lúteo é importante pois a progesterona é pró-gestacional. Na primeira fase o endométrio é por estímulo estrogênico. Após ovulação ele se diferencia em endométrio especializado sob ação da progesterona, deixando o epitélio e vascularização uniformes. Ele se decidualiza. Modificações gravídicas locais Útero: 7,0 X 4,5 X 2,5 cm3 = 90 cm3 • Aumenta volume de 10ml até 5 a 10mil ml, as custas de estiramento, hipertrofia e hiperplasia • Endométrio: reação decidual – basal, capsular e parietal. • Peso 70g -> 1100g. • Modifica a forma: até 12 semanas é piriforme -> globoso -> 20ª semana conversão se tornando cilíndrico. • Modifica a posição: >16ª semana -> dextroversão – compressão ureteral. • Fluxo sanguíneo: de 50ml/min -> 500 ml/min (1º e 2º trimestre até 1000 ml no 3º trimestre) Colo • Consistência (cartilaginosa/fibroelástica): diminui se tornando amolecido – sinal de Hegar • Amolecimento do colo – sinal de Goodell Vagina • Torna-se elástica • Aumento de vascularização e secreção -> arroxeamento – sinal de Jacquemier – Chadwick • Aumento de bacilos de Doderlein -> produzem ácido láctico -> pH ácido Vulva • Hipertrofia • Aumento de vascularização -> sinal de Kluge – Chadwik Mamas • Sofre aumento a partir do 2º mês • Rede de Haller -> aumento da vascularização • Tubérculos de Montgomery • Anel secundário de Hunter – aumento da auréola com tecido mais espesso para amamentação. Perde a nitidez/delimitação da auréola. • Estrias Sinais gravídicos

Sinais de amolecimento do colo (a partir da 8ª semana)

Sinal de Hegar: amolecimento do istmo do colo Sinal de Goodell: amolecimento do colo Sinal de Bonnaire: elasticidade do colo – consistência pastosa – figo Sinal de Osiander: percepção da artéria vaginal (pulsatilidade no útero). Sinal de Nobile-Budin: abaulamento de fundo de saco. Sinal de Pskacek: abaulamento no local da implantação. Sinal de Puzoz: rechaço fetal.

Sinais e sintomas iniciais: progesterona e HCG – até 12 a 14 semanas • Náuseas com ou sem vômitos • Aversão ou desejo por alimentos – relacionados às mudanças hormonais (e carência afetiva) • Prisão de Ventre (efeito miorelaxante da progesterona [antiabortivo]) • Desmaios e vertigens (tendência à hipotensão) • Temperatura basal elevada • Hipotensão

Fases metabólicas da gravidez • 1ª Fase Materna: anabólica (neoglicogênese) – 27ª semana com recrutamento de glicogênio e gordura (aumento de 3,5kg de gordura – 30mil kcal) -> tendência à hipoglicemia. Esse acúmulo de substrato serve para ter os nutrientes no 3º trimestre. Caso a mãe faça muitos exercícios, não haverá essa reserva e pode haver restrição de crescimento intrauterino • Fase de transição: aumento de ácidos graxos -> aumento da energia materna e fetal. • 2ª fase > 28ª semana: fase de crescimento fetal máximo e maior necessidade calórica -> catabólica materna (glicogenólise) e anabólica fetal (acúmulo de glicose). No 3º trimestre há um aumento do consumo materno de glicose em 70%. Tendência à acidose metabólica. Metabolismo Proteínas: incorporação de 1kg -> desenvolvimento fetal e materno (na forma de aumento de hemoglobina, aumento das mamas, imunoglobulina, contração uterina) Gordura e energia: aumenta HDL e LDL, por estímulo do estrogênio, progesterona e lactogênio placentário. Água: retenção – controle volêmico. Alterações sistêmicas endocrinológicas • HCG: estimula a produção de progesterona (corpo lúteo), estrógenos e HLP (aumento das mamas, fetal, metabolismo glicose, insulina e gordura). • PRL, GH: aumento. • Melanotrófico: aumenta.

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ACTH: aumenta a volemia pelo aumento da aldosterona – fator natriurético, aumento da resistência periférica à insulina. Pâncreas: aumento de insulina -> aumento da resistência periférica. Hiperlipidemia: aumento do cortisol.

Alterações sistêmicas: tireóide Hipoparatireoidismo: 0,3% a 2,5% das gestações. Riscos: hipertensão gestacional, descolamento prematuro da placenta, abortamento, hemorragia pós-parto, baixo peso neonatal e distúrbios neuro-cognitivos no feto. Causa: tireoidite de Hashimoto e diminuição da ingesta de iodo. Hormônios tieoidianos são transportados pela globulina transportadora de tiroxina (aumento de TBG – 70 a 80%), transtirretina e albumina. HCG semelhante ao TSH -> aumento da quantidade de hormônios tireoidianos total. Início da gravidez: aumento de HCG -> estimula diretamente a produção tireoidiana -> aumento de T4 livre -> inibição parcial do eixo hipotálamo-hipófise (feedback negativo) -> diminui TSH (8 – 14 semanas). Aumento de estrogênio -> aumento de TBG em 2 a 3x -> aumento de T3 e T4 total -> diminuição de T3 e T4 livres e aumento de TSH -> tendência a hipotireoidismo (Hashimoto).

Sistema osteoarticular: progesterona Sistema osteoarticular Osteofitose em calota, vértebras e sínfise púbica Alterações do centro de gravidade (hiperlordose) Alterações da marcha: hanseriana Relaxamento articular: embebição gravídica (ação progesterona) Dificilmente quebre os ossos porque estão amolecidos, luxação frequente de articulações.

Pele: após 12 semanas Hiperpigmentação: aumento de hormônios melanotróficos Melasma / cloasma Linha nigra Aumento da circulação: sudorese e calor. Pilificação Aumento de pelos Lanugem (Halban) -> maior nutrição folicular Estrias gravídicas > 25ª semana Abdômen, coxa e mamas.

Sistema digestivo Aumento do apetite: diminuição da taxa de glicose e aminoácidos Diminuição do esvaziamento gástrico -> hipotonia das musculaturas lisas Refluxo -> alterações da topografia do estômago Desejo ou aversão alimentar Perversão alimentar (comer giz) Cavidade bucal: hipertrofia gengival, aumento da salivação, aumento de cáries Obstipação intestinal Doença hemorroidária. Sistema circulatório: o consumo de O2 e o metabolismo aumentam em 30% na gestação Aumento da volemia em 50%. Aumento do volume cardíaco – hipertrofia ventricular e rotação, desvio do eixo e sopro. Aumento da FC Aumento do débito cardíaco em 50% = volume minuto X FC -> aumento do volume de ejeção sistólica – 10 a 15ml Diminuição da pressão arterial (1º e 2º trimestre) = DC x resistência periférica (diminuída pela progesterona). Aumento no 2º trimestre. Compressão da veia cava e segunda onda de invasão trofoblástica (vasodilatação). Diminuição da hemoglobina e hematócrito: anemia – 3º e 5º mês. Hemodiluição. Valor normal Hb > 11g/dL. Ht > 33%. PQT > 150mil -> anemia ferropriva (70% das causas) Leucocitose – às custas dos neutrófilos PMN 50% Sistema respiratório: dispneica Respiração diafragmática Aumento da frequência respiratória Aumento do volume corrente (volume de sangue/min) -> aumento da volemia e DC. Aumento da capacidade inspiratória Diminuição do volume de reserva expiratório -> devido a compressão torácica Diminuição do volume residual.

Sistema urinário: aumento da taxa de filtração glomerular. Aumento do refluxo vésico-ureteral – 4%, por conta do relaxamento muscular. Aumento da complacência vesical Metabolismo final Diminuição de proteínas/albumina por conta do aumento do consumo fetal, acarretando em diminuição de imunoglobulinas. Condutas nas queixas mais comuns No início da gravidez: sono Náuseas e vômitos: dieta fracionada, evitar alimentos de cheiro forte, gorduras, evitar líquidos, temperatura ambiente e antieméticos (Plasil, Dramin, Plamet). Fraqueza e desmaio: evitar movimentos bruscos, decúbito elevado ou lateral esquerdo, dieta fracionada. Dor abdominal, flatulência e obstipação intestinal: dieta rica em resíduos, caminhar, Luftal, Buscopan, Metamucil Hemorróidas: evitar uso de papel e obstipação Corrimento: ver a causa e usar roupas leves de algodão Dor nas mamas: uso de sutiã firme. Falta de ar: ver ansiedade, decúbito lateral Lombalgias: melhora da postura, uso de sapatos baixos, calor local, uso de analgésicos Cefaléia: uso de analgésicos, ver PA, não usar anti-enxaquecosos Varizes: meias, pernas elevadas, vasodilatadores Câimbras: exercícios leves, massagem, calor local Cloasma: é comum na gravidez e que diminui após, evitar sol e usar protetores solares Observar distúrbios psíquicos Estrias: não tem tratamento...


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