Parênquima, colênquima, esclerênquima PDF

Title Parênquima, colênquima, esclerênquima
Course Botânica IV
Institution Universidade Federal Fluminense
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Considerações gerais, características e ocorrência...


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Parênquima, colênquima e esclerênquima

Parênquima: Considerações gerais, características e ocorrência Parênquima do corpo primário da planta se desenvolve a partir do meristema fundamental no ápice do caule e da raiz, logo, as células parenquimáticas podem originar-se do procâmbio ou câmbio, nos tecidos vasculares, e do felogênio, na casca. Esse tecido é considerado primitivo pelo fato de desenvolver-se nas plantar multicelulares inferiores. Briófitas e algas são constituídas apenas de parênquima. O parênquima é um tecido constituído de células vivas, potencialmente meristemático, pois conserva a capacidade de divisão celular, inclusive após suas células estarem completamente diferenciadas. Por esses atributos, possui suma importância no processo de cicatrização ou regeneração de lesões, como na união de enxertos ou outras lesões mecânicas. Isso é possível justamente porque as células parenquimáticas podem retomar sua atividade meristemática quando sofrem alterações artificiais ou não, podendo diferenciar-se em outros tipos de células. Podem até mesmo em casos secundários, desenvolver paredes secundárias lignificadas. Parênquima é constituído de células, em geral, isodiamétricas, as quais podem possuir diversos tamanhos. Possuem geralmente paredes delgadas compostas de celulose, hemicelulose e substancias pécticas. Estas substâncias são depositadas, constituindo a parede celular primária, que é cimentada às paredes das células adjacentes pela lamela mediana. Existem lugares na parede celular primária, onde há menor depósito de substância: os campos de pontoação primária. A presença destes campos indica que as células parenquimáticas possuem o protoplasma vivo e se comunicam entre si, ou com os tecidos adjacentes, via plasmodesma que ocorrem nessas regiões. Tecido parenquimático está distribuído em quase todos os órgãos da planta: na medula e no córtex da raiz e do caule, no pecíolo e no mesofilo das folhas, nas peças florais e nas partes carnosas dos frutos. Também no periciclo, as células parenquimáticas podem dispor-se em uma ou mais camadas, e nos tecidos vasculares, entre os elementos de transporte. Tanto as células do periciclo quanto as do sistema vascular primário têm origem procambial. As células presentes nos raios parenquimáticos dos tecidos vasculares secundários são originadas do câmbio. As células do parênquima podem apresentar características especiais que possibilitam o desempenho de atividades essenciais na planta como fotossíntese, reserva, transporte, secreção e excreção. O parênquima que está presente no xilema e floema constitui caminho importante para o movimento de substâncias como a água e elementos orgânicos, entre a parte viva e não viva do sistema vascular. Parênquima pode ser distinguido em três tipos básicos: Preenchimento, clorofiliano e reserva Parênquima de preenchimento Presente na região cortical e medular do caule, da raiz e do pecíolo e nas nervuras da folha. Suas células possuem variadas formas – poliédricas, esféricas ou cilíndricas e podem conter cloroplastos, amiloplastos, cristais e várias outras substâncias secretadas, compostos fenólicos e mucilagem por exemplo

Parênquima clorofiliano É o parênquima fotossintetizante, por possuir cloroplastos, converte energia luminosa em química, armazenando-a na forma de carboidratos. A forma das células desse parênquima é variável, dependendo do órgão e da espécie que ela se encontra, e do ecossistema que pertence a planta. As células desse parênquima podem se dispor de uma forma que possa favorecer uma grande superfície de contato com as outras células, facilitando a captação de energia luminosa e dos elementos gasosos necessários à realização da fotossíntese. Esse tipo de tecido é encontrado no mesofilo, podendo ser encontrado também em caules jovens ou em outros órgãos que realizem fotossíntese. Há parênquima clorofiliano dos seguintes tipos: paliçádico, esponjoso, regular, plicado e braciforme - Paliçádico: Situa-se no mesofilo principalmente e é constituído por um ou mais estratos celulares, com uma quantidade grande de cloroplastídios e poucos espaços intercelulares. As células são mais altas que largas. - Esponjoso: Também conhecido como lacunoso, apresenta células de formato irregular com projeções laterais conectadas às células adjacentes, delimitando espaços intercelulares que podem ter amplitudes variadas. As células do parênquima esponjoso conectam-se com as células do parênquima paliçádico, podendo nesse caso ter formato diferenciado das demais células esponjosas, bem como estar conectadas a várias células do paliçádico. - Regular: Contém células de formato pouco variável, normalmente arredondadas; o conjunto celular tem aspecto homogêneo. -Plicado: Suas células possuem reentrâncias assemelhando-se a dobras, e daí vem o seu nome plicado, que significa pregueado, tem como função aumentar a área da célula e é encontrado em plantas com área foliar ou mesófilo reduzido -Braciforme: Células braciformes apresentam grandes projeções laterais que formam braços que conectam células adjacentes delimitando lacunas. Ocorre no mesofilo de algumas espécies, mas é muito mais comum em diafragmas que interrompem as lacunas aeríferas das plantas aquáticas. Parênquima de reserva Função principal é armazenas substâncias provenientes do metabolismo primário das plantas. As reservas podem estar na forma de solução açucarada, sacarose dissolvida no vacúolo. As reservas são normalmente de proteínas, como as presentes nos cotilédones de soja. As substâncias de reserva podem ser depositadas em organelas citoplasmáticas, como nos amiloplastos. O parênquima de reserva está distribuído em órgãos de plantas que podem ser utilizadas como alimento. No entanto, esse parênquima pode funcionar como meio para a planta evitar o estresse de determinado ecossistema, constituindo um tecido que desempenha importante função em espécies adaptadas a ambientes xéricos, e ambientes aquáticos, armazenando água e ar respectivamente. É classificado em amilífero, aerífero ou aerênquima e aquífero.

- Parênquima amilífero: reservam grãos de amido, sendo este carboidrato depositado nos amiloplastos. Ocorrem em caules e rizomas de diversas espécies, além de órgãos subterrâneos. As reservas contidas no parênquima amilífero podem servir de alimento a diversas espécies de animais ou constituir estratégia para sobrevivência de plantas que habitam ambientes com sazonalidade bem definida. Nesse caso, órgãos subterrâneos permanecem ricos em amido durante o período em que o ambiente possui algum fator limitante para a propagação da espécie, sendo consumido quando as condições ambientais estiverem favoráveis. - Parênquima aerífero ou aerênquima: Armazena ar entre suas células. Este tecido tem como principal característica a presença de grandes e numerosos espaços intercelulares ou lacunas, onde o ar é acumulado. O aerênquima é comum principalmente em plantas aquáticas, mas pode estar presente em outras plantas, em geral naquelas que habitam solos sujeitos ao alagamento. As grandes lacunas encontradas no aerênquima podem estar interceptadas por diafragmas – septos de células braciformes que interrompem os grandes espaços intercelulares existentes, longitudinalmente nos órgãos da plantas. Ao interromper as lacunas, os diafragmas evitam o colapso do órgão caso haja uma lesão na parte submersa da planta, pois restringe a entrada de água a um único compartimento da lacuna. Os diafragmas fornecem sustentação às folhas, escapos e caules, além de constituírem áreas extras de fotossíntese, quando portadores de cloroplastos. - Parênquima aquífero: Células deste tecido são especializadas em armazenar água. São volumosas, com grande vacúolo e paredes finas e geralmente desprovidas de cloroplastos. Apesar de finas, as paredes contêm normalmente, barras espessadas de celulose, lignificadas ou não, que desempenham a função de dar sustentação às células. Essas barras de espessamento normalmente evita o colapso das camadas celulares, em caso do estresse de seca. As células aquíferas são ricas em mucilagem, o que aumenta sua capacidade de reter água, pois a mucilagem é hidrófila. O parênquima aquífero é encontrado em folhas e caules de plantas suculentas, e folhas e raízes de plantas epífitas e xerófitas.

Colênquima Considerações gerais, características e ocorrência Constituído de células vivas, este tecido origina-se do meristema fundamental e a plasticidade da parede possibilita o crescimento do órgão ou do tecido até atingir a maturidade. A parede celular do colênquima possui celulose, grande quantidade de substâncias pécticas e água. As paredes celulares são também primárias espessadas, no entanto, o espessamento é irregular, havendo algumas regiões em que elas são mais espessas e outras em que são mais delgadas, encontrando-se nestas os campos de pontoação primária. Suas células podem conter cloroplastos, mas o número destas organelas pode variar, diminuindo nas células colenquimáticas mais especializadas. Apresenta a função de sustentar as regiões e órgãos da planta que possuem crescimento primário, ou que estão sujeitos a movimentos constantes. Neste caso, este tecido pode apresentar espessamento mais acentuado das paredes celulares. O colênquima é encontrado

em órgãos ou regiões que ainda estão sofrendo distensão, bem como em caules de plantas herbáceas e pecíolos das folhas, por possuírem paredes flexíveis, com áreas mais espessas que outras. Células do colênquima assemelham-se com as do parênquima por terem protoplasto vivo e campo de pontoação primária, além de serem capazes de retomar a atividade meristemática e se dividirem. A instalação do felogênio a partir do colênquima é um exemplo desta situação. Geralmente esse tecido se encontra em regiões mais tenras e mais facilmente atacadas por herbívoros e microrganismos, levando à necessidade de cicatrização e regeneração celular. Essas alterações ocorrem porque o colênquima pode voltar a se dividir e formar uma camada de cicatrização. O colênquima dispõe-se em posição superficial, na forma de cordões, ou constituindo um cilindro contínuo nos diferentes órgãos da planta: abaixo da epiderme, no pecíolo e nas nervuras de maior porte das folhas, na periferia dos caules, no eixo de inflorescência e nas peças florais, frutos e raízes. Suas células podem dividir-se outra vez e diferenciar-se novamente, principalmente nos órgãos que possuem movimento constante. As células tem formas variáveis, podendo apresentar-se curtas, longas ou isodiamétricas. Com o envelhecimento das células, o padrão de espessamento pode ser alterado e normal, entre o lume celular fica arredondado; sendo assim, determinado tipo de colênquima pode sofrer alteração e transformar-se em outro. Nos locais onde parênquima e colênquima estão em contato, pode haver formas transicionais entre parênquima e colênquima típicos; neste caso, as células podem possuir tipos de espessamento intermediários. Às vezes as paredes do colênquima sofrem espessamento mais acentuado e lignificam-se, convertendo-se em esclerênquima. Esse fato é decorrente do processo de lamelação da parede celular; as lamelas mais internas formam um extrato rico em celulose, que mais tarde será impregnado de lignina. O colênquima é classificado de acordo com o tipo de espessamento da parede celular: pode ser angular, lamelar, lacunar ou anelar.

Esclerênquima A característica principal desse tecido é a presença de paredes secundárias espessadas, lignificadas ou não, havendo espessamento homogêneo e regular da parede celular. O esclerênquima é um tecido de sustentação, presente na periferia ou nas camadas mais internas do órgão, no corpo primário ou secundário da planta. Oriundo do meristema fundamental, da mesma forma que o parênquima e o colênquima, este tecido faz parte do sistema do corpo primário da planta. As células do esclerênquima, em geral, não possuem protoplasto vivo na maturidade, sendo esta uma das principais diferenças entre este tecido e o colênquima, além da presença de lignina e do espessamento secundário e uniforme ds paredes. A parede secundária é composta de celulose, hemicelulose e substâncias pécticas e cerca de 35% de lignina. A ausência de lignina nas células de esclerênquima é rara, mas pode acontecer

em várias espécies. As células do esclerênquima podem manter seu protoplasto ativo, mesmo depois de totalmente diferenciadas; nesse caso, as paredes muito espessadas são ricas em pontoações, situação comum em fibras e nas esclereides. Durante a ontogênese das células de esclerênquima, a parede ainda com elasticidade, pode ser deformada em consequência da tensão ou pressão exercida pelas células dos outros tecidos. Em decorrência do crescimento intrusivo e simplástico, essas células podem alargar-se e assumir formas e tamanhos variados e peculiares, a exemplo das fusiformes e retangulares. As células do esclerênquima podem ser classificadas de acordo com sua forma e/ou função. A lignificação das células inicia-se pela lamela mediana e parede primária; depois atinge a parede secundária. A lignina é muito inerte e fornece um revestimento estável, evitando ataques químico físico e biológico. Enquanto a água e a maioria das substâncias nela dissolvidas passam facilmente pela parede primária, na parede secundária a passagem é extremamente lenta. O esclerênquima pode estar nas raízes, caules, folhas, eixos florais, pecíolos, frutos e nos vários estratos da semente. As células do tecido esclerenquimático são encontradas em faixas ou calotas, ao redor dos tecidos vasculares, fornecendo proteção e sustentação. As células do esclerênquima às vezes funcionam como camada protetora ao redor do caule, sementes e frutos imaturos, evitando que os animais e insetos se alimentem deles. Parte desta proteção é devida à presença de lignina, a qual por não ser digerida pelos animais, constitui uma forma de defesa das plantas. Há basicamente dois tipos de células no esclerênquima: fibras, que são células mais longas e largas; e esclereides que são células menores. Esclereídes possuem pontoações com aberturas arredondadas e estreitas, que podem ser ramificadas e também em maior número em relação às fibras. Fibras São células longas, de paredes celulares secundárias grossas, geralmente lignificadas e com as extremidades afiladas. Tem como principal função sustentar as partes do vegetal que não se alongam mais. São encontradas nas formas de cordões ou feixes, em diferentes partes do corpo primário da planta. Quando fazem parte do xilema ou do floema, desenvolvem-se a partir do procâmbio ou do câmbio e são denominadas fibras xilemáticas ou floemáticas. Essas fibras possuem formas variadas apesar de terem origem comum. São oriundas do meristema fundamental ou do periciclo. Dependendo da espessura da parede, do tipo e da quantidade de pontoações, podem-se distinguir dois tipos principais de fibras xilemáticas: as fibras libriformes e as fibrotraqueídes. As libriformes são geralmente maiores que as traqueídes da planta em que se encontram. Possuem parede muito espessadas e pontoações simples. As fibrotraqueídes são formas intermediárias entre traqueídes e fibras libriformes. Suas paredes possuem espessura média, no entanto maior que a das paredes das traqueídes. As pontoações presentes nas fibrotraqueídes são areoladas, contudo as câmaras de pontoações são menores que as das traqueídes. Os tipos intermediários entre fibras e esclereides podem ser chamados de

fibroesclereídes, que apresentam células com paredes muito espessadas, raras pontoações e em geral são células mortas. Algumas fibras contêm protoplasto vivo e se caracterizam pela presença de septos, sendo denominadas fibras septadas Às vezes estão presentes no floema, no xilema, ou não se associam ao sistema vascular. Essas fibras podem acumular amido, óleos, resinas e cristais. Quando acumulam amido, possuem a função de reserva e podem ser encontradas na parte lenhosa do caule, tendo células parenquimáticas ao redor; são células vivas armazenadoras, suprindo as células parenquimáticas de nutrientes, principalmente nas fases em que a espécie passa por período de estresse. Esclereídes As esclereides são células que se encontram isoladas ou em grupos esparsos por todo o sistema fundamental da planta. Estas células possuem paredes secundárias espessas, muito lignificadas, com numerosas pontoações simples que podem ser ramificadas ou não. As esclereides não constituem um tecido definido e se encontram em camadas mais ou menos extensas ou formando aglomerado de células, sendo mais comum ocorrerem isoladas. Esclereídes podem estar presentes no sistema fundamental, na epiderme e no sistema vascular. Compõem normalmente o tegumento de sementes, casca de nozes e caroço das drupas. Tem formatos variáveis e são geralmente ramificadas....


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