Parnasianismo PDF

Title Parnasianismo
Course Literatura Portuguesa e Brasileira
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Resumo de literatura sobre parnasianismo...


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PARNASIANISMO Os poetas parnasianos defendem a ideia de que a arte não deve ser excessiva ou sentimental, e muito menos usada como entretenimento. A arte parnasiana não deveria ter outra finalidade senão a própria arte, sua forma, sua beleza. Muitos leitores dessa época não se interessavam por assuntos “profundos”; preocupavam-se, sobretudo, com a rima, a beleza, a forma perfeita. Os artistas do movimento parnasiano viviam o mesmo contexto histórico que os prosadores realistas e cientificistas: o período pós-Revolução Industrial e de rico desenvolvimento científico, que exigia outro posicionamento diante do mundo, pois, uma vez que não era mais possível idealizá-lo, seria preciso analisá-lo sob o olhar da razão. De origem francesa, o Parnasianismo iniciou-se com a publicação, em 1866, de Parnasse contemporain, antologia poética que anunciava uma reação antirromântica. Tratava-se de uma nova maneira de encarar a criação como representante do Belo (como conceito), sem abusos sentimentais e sem nenhuma preocupação subjetiva. A poesia não estaria mais a serviço das emoções humanas, mas sim da própria Arte. O nome dado a esse movimento, Parnasianismo, tem origem na mitologia da Grécia antiga: Parnaso é o monte em que nasce a fonte Castália, inspiradora dos poetas. Também alguns dos ideais dos parnasianos eram gregos: pode-se notar a busca do equilíbrio e da perfeição na forma e no desenvolvimento dos textos. Ao beber dessa fonte, os artistas trabalham temas como a mitologia, a mulher sensual, o paganismo e a história antiga. Contexto histórico Portugal Portugal enfrentava dificuldades econômicas, mas tinha um grupo de fidalgos que podia usufruir das novidades conquistadas pela modernização dos transportes e das comunicações em geral. Apesar de alguns escritores aderirem ao Parnasianismo, o movimento não teve muita força no país. João Penha foi o primeiro a apresentar seu modo de pensar contrário ao dos românticos. Brasil No Brasil, ainda persistia a mão de obra escrava, o café tornava-se mais comercial e enriquecia os grandes produtores. Formava-se, assim, uma elite brasileira disposta a consumir literatura, entre outros produtos. Características do Parnasianismo Retomada de ideais da Antiguidade clássica

Em sua tentativa de combater o que consideravam excessos românticos, os parnasianos retomam conceitos estéticos greco-latinos, em busca de equilíbrio e perfeição. A mitologia grega, seus heróis e mesmo objetos dessa cultura (vasos, estátuas, etc.) servem de tema para a produção parnasiana. Características da literatura romântica, como a idealização da mulher e o sentimentalismo, dão lugar ao sensualismo, ao paganismo e à busca pela forma equilibrada e burilada (esmerada). Arte pela arte A “arte pela arte” é um lema parnasiano. De acordo com esse ideal, a arte vale por si mesma, não tem uma utilidade a não ser o próprio fazer artístico; distancia-se de qualquer compromisso com questões existenciais, religiosas ou sociais. O grande objetivo é desenvolver a forma, trabalhar cada poema como um artesão. Universalismo Uma vez que não se interessavam em expressar sentimentos em sua busca pela objetividade, os artistas parnasianos escolhiam como tema questões universais trabalhadas de maneira impessoal. Na mitologia greco-romana (distante da realidade que os cercava), na descrição de objetos e paisagens, eles encontravam os temas ideais, distanciados de preocupações íntimas, o que os ajudaria a manter o firme propósito de se dedicar à forma. Forma Considerando a forma a razão de ser do poema, os parnasianos davam menos importância ao conteúdo e preocupavam-se com a beleza da composição em si. Por isso, em suas produções, destacam-se a métrica rigorosa, a rima, o ritmo; tudo escolhido para compor uma estrutura harmoniosa, para atingir a perfeição. Percebe-se, em alguns casos, que o poema, embora fraco do ponto de vista temático, ganha qualidade em razão do trabalho com a linguagem. Descrição Tentando evitar os excessos românticos, os poemas dos parnasianos são, sobretudo, descritivos. Por meio de palavras, os poetas constroem imagens, mostram como são os objetos. É nesse ponto que seu objetivo se identifica com o dos narradores realistas: não opinar, apenas mostrar. Principal autor português João Penha Foi quem introduziu o Parnasianismo em Portugal. Apesar de ser a favor de uma poesia antissentimental, João Penha (1838-1919) deixava transparecer

em seus trabalhos o que sentia. Defendia a ideia de que a forma é a principal preocupação do poeta parnasiano. Principais autores brasileiros Olavo Bilac Olavo Bilac (1865-1918), nascido no Rio de Janeiro, colaborou em diversos jornais e exerceu alguns cargos públicos. Produziu não só poesia, mas também crônicas, livros didáticos e conferências literárias. Em consonância com os ideais do Parnasianismo que ressaltamos aqui, Bilac é conhecido pelo apuro com a linguagem. Há quem compare o poeta a um ourives, considerando-o um artista que lapida as palavras: o poema seria a pedra que precisa ser lapidada, a palavra, o material que forma a peça de arte. Seus grandes temas remetiam à história antiga, à própria forma, à descrição de cenários e ao amor beirando o erotismo, mais carnal e menos idealizado que o trabalhado pelos românticos. Nesse contexto, trata a mulher de modo mais sensual, mais próximo. Grande escritor de sua época, Bilac sabia quem eram seus leitores: os novos consumidores, que desejavam parecer menos conservadores. Assim, percebese certa preocupação do poeta em citar autores clássicos e apresentar uma linguagem persuasiva, comovente, capaz de conquistar seu público. Raimundo Correia Sua produção inicia-se durante o Romantismo, passeia pelo Realismo e parece identificar-se melhor com o Parnasianismo. Raimundo Correia (1859-1911) é considerado pela crítica um dos autores parnasianos brasileiros mais sensíveis. Produziu poemas cheios de sombra e luares, mesmo tendo adotado o ideal da perfeição formal. Trabalhando temas ligados à mitologia, às cenas noturnas e às sensações, oscilava entre a descrição e a sugestão das imagens. Alberto de Oliveira No início de sua carreira, Alberto de Oliveira (1859-1937) produzia dentro dos padrões da estética romântica. Vem daí certa dificuldade do autor, ao se voltar para a produção parnasiana, em se manter tão impessoal quanto deveria. Revelando muito apego à forma, os sonetos de Oliveira compõem quadros, cenas, imagens: de vaso, muro, etc. O poeta respeita as preferências métricas do período e condena, em relação ao menor rigor formal, o poema romântico. Em suas construções sintáticas há muitas inversões, o que indica seu propósito de ser inflexível em relação à técnica poética.

Fonte: Viva Português Vol. 2. Elizabeth Campos e Outros. Ano: 2011....


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