Periodização Tática-Futsal PDF

Title Periodização Tática-Futsal
Course Futsal
Institution Universidade Estadual de Campinas
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Trabalho teórico sobre a periodização tática na modalidade do futsal. Apresentando dados sobre a modalidade, as capacidades, cargas e periodização para determinado período. ...


Description

Periodização Futsal

INTRODUÇÃO No esporte de rendimento contemporâneo a componente tática tem tido um papel decisivo durante os jogos. No jogo de futsal essa componente se faz presente em diversos momentos durante uma partida, sendo que sua compreensão é extremamente importante para o profissional de educação física. Uma das formas de compreender a dimensão tática na modalidade de futsal

se

concretiza

na

estruturação

da

Periodização

Tática.

A Periodização Tática é uma metodologia de treino que se configura no desenvolvimento

de

um

modelo

de

jogo

para

a

equipe.

A dimensão tática assume um papel coordenador do processo de treino, e as dimensões física, técnica e psicológica surgem por arraste em um determinado contexto específico. Através da repetição sistemática dos exercícios durante o treino, cria-se nos jogadores uma cultura coletiva de jogo e incorporam-se hábitos

de

ação

referentes

ao

modelo

de

jogo.

A Periodização Tática apresenta princípios metodológicos próprios, e a articulação desses princípios confere estabilidade ao processo semanal de treinamento. Os aspectos referentes à preparação física são tratados de maneira

diferente

dos

modelos

de

treino

convencionais.

Podemos dizer que este é um modelo de treino que busca proporcionar um processo de ensino-aprendizagem mais próximo às exigências do jogo de futsal. Esta metodologia rompe com as propostas tradicionais vigentes que gradativamente estão perdendo espaço dentro do contexto do futsal, uma vez que isolam e fragmentam as partes durante as sessões de treino. O futsal, sendo um fenômeno complexo, deve ser concebido em sua totalidade. Dessa forma esse trabalho visa elucidar a estruturação da periodização tática e sua aplicabilidade em um grupo específico.

1. CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE A modalidade do Futsal vem se tornando cada vez mais popular em nosso país, sendo que as competições tem se tornado mais popular e atraem um público maior. De acordo com informações da Confederação Brasileira de Futsal

a

modalidade

é

disputada

por

cinco

jogadores, sendo

que

obrigatoriamente um deverá ser o goleiro (Regra 03). O número máximo de jogadores reservas é de nove indivíduos, sendo que na modalidade as substituições tem um caráter ilimitado evidenciando assim o caráter ágil e ativo da modalidade. O espaço determinado para a modalidade deverá ser em uma quadra em formato retangular tendo um comprimento mínimo de 25 metros e máximo de 42 metros e largura mínima de 16 metros e máxima de 25 metros (regra 01), sendo que na categoria adulta a quadra deverá ter no mínimo 38 metros de comprimento por 18 metros de largura, com área de escape de 1,5 metros. Em relação à duração de uma partida o Futsal é disputado em dois tempos de vinte minutos, com pausa para descanso de dez minutos (Regra 07). Em relação ás ações motoras realizadas durante a partida o futsal se caracteriza como uma atividade física intermitente, pois, ocorrem esforços alternados por períodos de recuperação (Santi Maria et al, 2009). Assim podemos analisar que o a ação motora determinante da modalidade se caracteriza

nas

ações

de

alta

intensidade

(mudanças

de

direção,

deslocamentos, finalizações) ao longo da partida, sendo esses entremeados com ações de baixa e média intensidade sendo concretizadas em momentos de pausa ativa e passiva. De acordo com Santi Maria et al (2009) dois fatores são importantes na caracterização do esforço no jogo: o volume e a intensidade. Assim: “O volume é caracterizado pela distância total percorrida durante o jogo e pelo número de ações realizadas. Já a intensidade do esforço no jogo de Futsal pode ser caracterizada pelo percentual da distância total percorrida em alta intensidade, sendo o principal fator de diferença entre equipes de qualidade” (Santi Maria et al, 2009, p.27).

Bello Júnior (1998) afirma que o Futsal exige que os jogadores se desloquem por todas as posições de jogo e desempenham múltiplas funções táticas. Esse autor realizou filmagens de jogos para quantificar as distâncias percorridas durante uma partida e revelou que há diferenças percorridas durante uma partida e revelou que há diferenças entre as funções táticas em relação aos tipos e às intensidades de deslocamento. Os resultados do estudo revelaram que os pivôs são os que percorrem a menor distância (3.543 m) durante uma partida, seguidos pelos fixos (4.658); os alas são os que mais se deslocam (7.180).

A

média

das

três

posições

foi

de

5.271

m.

Estudo realizado por Rebelo et al. (2007) também analisou as ações de jogadores portugueses em uma partida de Futsal de alto nível e verificou-se que a distância total percorrida média de 137 corridas de alta intensidade (> 15km/h), perfazendo 930 m. Ao analisar as corridas em sprints, constatou-se que são percorridas de cerca de 180 m em Sprint, e a duração média de cada um é de 1,3s. E constatou-se que cerca de 1.00 m são percorridos em corridas laterais. Com base nesse estudo e nos outros apresentados anteriormente, evidenciase que o jogo de Futsal se apresenta, em termos de caracterização, como esforço de curta direção, realizado com alternância entre intensidades máxima, alta, moderada e baixa e, às vezes, com períodos de pausa entre as ações. A Frequência Cardíaca (FC) foi analisada por Medina et al. (2002), que constataram que a FCmédia durante uma partida de Futsal é de 165bpm, com a FCmáxima apresentando valor médio de 181bpm, com a FCmínima, 141bpm, valores esses que representaram entre 80% e 90% da FCmáx dos jogadores. A literatura especializada apresenta diferentes valores de VO2máx de atletas de Futsal considerados como ideais. Entretanto, todos os autores demonstram a importância de uma boa potência aeróbica, não somente por tonar o jogador apto a um treinamento de alto nível, mas, também, por permitir ações intensas ou entre duas ou mais ações intensas ou entre dois treinamentos de alta intensidade, assegurando um alto rendimento energético durante uma partida. Com uma alta potência aeróbica, o jogador de Futsal tem maior eficiência de

movimento, sem se cansar rapidamente, pois seus músculos estão mais bem capacitados para captar e utilizar maior volume de oxigênio. O Futsal moderno, em que há constante movimentação dos jogadores, com trocas de posições, e alta intensidade dos movimentos, exige um VO2máx que atenda às necessidades

energéticas

impostas.

O VO2máx pode ser influenciado por diversas razões, das quais se destacam: idade dos jogadores, nível técnico, posições táticas desempenhadas pelos jogadores,

período

da

temporada

e

padrões

de

treinamento.

O limiar anaeróbico é a zona metabólica a partir da qual ocorre o desequilíbrio entre a produção e a eliminação de ácido lático, representando o maior consumo de oxigênio atingido sem acidose lática sustentada, e tem grande aplicação prática nas atividades esportivas de alto nível. É um indicador fisiológico que mostra a intensidade de esforço em que ocorre estabilidade, possibilitando a manutenção do esforço por maior período de tempo, e tem os ácidos

como

um

dos

principais

substratos

energéticos.

Um limiar anaeróbico mais elevado, ou seja, uma fração elevada de VO2 máx sem acúmulo progressivo de ácido lático no sangue, pode significar que o jogador de Futsal está mais bem condicionado para realizar atividades de grandes intensidades por um período de tempo maior. A fim de verificar o limiar anaeróbico de jogadores de Futsal, pode-se utilizar o método ventilatório, por meio de análise de gases expirados, e o método metabólico, por meio da análise de concentrações fixas de lactato. O grupo de atletas escolhidos para a o programa de treinamentos se encontram em uma faixa etária de dezessete a vinte cinco anos, sendo assim universitários. O grupo contará com quinze atletas, sendo especificamente três goleiros, três fixos, seis alas e três pivôs. Todos os atletas apresentam experiência prévia na modalidade na condição de amador, sendo que nenhum deles fez parte de uma equipe profissional anteriormente.

2. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO – TESTES As avaliações são importantes dentro de um programa de treinos, possibilitando

uma

compreensão

das

capacidades

individuais

e

das

necessidades dentro do processo de treinamento. Devemos evidenciar que a escolha pela periodização tática não exprime a total exclusão da análise das capacidades, sendo que apenas a forma de como elas serão consideradas dentro do processo treinamento. Para o avaliação da capacidade de força foi escolhido o teste de dinamometria de membros inferiores e região dorsal. Esse teste consiste em medir a força dos membros inferiores, envolvendo a musculatura desses membros e da região dorsal. Materiais: dinamômetro para teste de tração de membros inferiores. Procedimento: o indivíduo deverá se posicionar com os joelhos fletidos e com o tronco ereto em frente ao aparelho, na base indicada. Ao sinal do avaliador, o indivíduo estenderá os joelhos sem flexionar o tronco, registrando a medida do mesmo modo que na dinamometria de mão. Serão realizadas duas tentativas, com pausa de um minuto entre elas, sendo considerado apenas o melhor resultado. Avaliação de Resultados: os resultados serão baseados como sugeriu DELGADO (2004), como segue na tabela abaixo:

Para a avaliação da velocidade, capacidade definida por Platonov e Bulatova (2003) como um conjunto de propriedade funcionais que permitem a execução de ações motoras em um tempo mínimo, será utilizado o teste de

deslocamento de dez, vinte ou trinta metros. De acordo com Santi Maria et al. (2009) no futsal a velocidade se faz necessária nas ações de alta intensidade, tanto nas movimentações ofensivas quanto nas defensivas. Assim teste de velocidade de deslocamento se apropria do espaço destinado para a prática da modalidade. Espaço: Quadra, com a delimitação do espaço requerido Materiais: cones, trena e fotocélula Metodologia: Realização de três tentativas máximas com pausa de dois minutos entre cada tentativa. O indivíduo deverá sair de um ponto 50cm atrás da linha de partida. Para a avaliação da resistência, primeiramente deverá ser considerada as formas de manifestação da mesma em relação à mobilização energética, sendo assim a resistência aeróbia e anaeróbia. Para a avaliação da resistência aeróbia foi escolhido o teste FIET. De acordo com Castagna e Álvarez (2010) apresentaram um teste similar, voltado para a modalidade Futsal, o FIET (Futsal Intermitent Endurance Test). Esse teste apresentou validade e fidedignidade na avaliação de jogadores de Futsal, pois seu protocolo se assemelha as características reais do jogo. Sendo assim apresentada a metodologia: Materiais: Vários cones, fita métrica, gravação do áudio do teste, trena e folhas para acompanhamento dos estágios do teste. Organização do local: Os cones devem estar dispostos delimitando os primeiros 5 metros de pausa, os 15 metros de corrida e os últimos 5 metros de pausa, conforme a figura a seguir:

Execução: Igualmente ao Yo-Yo Test, o indivíduo executa ida e volta num corredor de 15 metros. A cada estímulo, o indivíduo percorre 45 metros (3X15), com pausas de 10 segundos de recuperação. A velocidade aumenta com o decorrer dos sinais sonoros. O procedimento para o indivíduo que não consiga percorrer a tempo as distâncias é igual ao do Yo-Yo Test. Resultados: Para esse trabalho, nós nos baseamos no artigo de Nunes (et. al. 2012), que comparou os indicadores físicos e fisiológicos entre atletas profissionais de futsal e futebol. Para calcular o índice de fadiga, os autores se utilizaram da seguinte fórmula: Potência = Peso x Distância2(m) / Tempo3(s) O cálculo do Índice de Fadiga foi determinado pela equação: IF = (PMax - PMin) x 100/ PMax. Sendo que a potência máxima corresponde ao maior valor obtido durante o teste e a potência mínima ao menor valor. Ao considerar a resistência anaeróbia, foi escolhido o Teste de Sprint de Bangsbo, proposto por Bangsbo (1998). O teste tem como função determinar os valores de resistência aneróbia máxima e o índice de fadiga do indivíduo e foi escolhido por se assemelhar mais à modalidade de Futsal por propor mudanças de direção. Assim a metodologia do teste é a seguinte: Materiais: vários cones, trena, cronômetros, folhas para marcação de resultados e assistentes. Organização do local: Os cones devem ser dispostos como na figura abaixo:

Execução: O individuo deverá se deslocar, dando um “Sprint” com máxima velocidade, do cone A ao B, ao longo das linhas demarcadas. Do cone B, o

indivíduo deverá passar pelo cone C e chegar ao D, realizando esse percurso em 25 segundos de corrida de baixa intensidade. O teste consiste em 7 repetições e se registra a duração de cada Sprint e também o tempo de pausa. Se o indivíduo cair, tropeçar ou escorregar, este tempo é excluído e é tirada uma média entre os dados anterior e posterior ao da queda. Se isso ocorrer no primeiro Sprint, esse dado é anulado e o indivíduo começa novamente. Se ocorrer mais de uma queda, o teste será invalidado. Resultados: Segundo Bangsbo (1998), com esse teste podemos verificar o melhor tempo (o Sprint mais rápido entre os sete), o tempo médio (soma dos Sprints dividido por sete) e o índice de fadiga, que, segundo o mesmo autor pode ser dado pelo pior tempo menos o melhor tempo, ou, segundo Fitzsimons (et. al. 1993), dado pela seguinte equação: IF= (∑ 7 tempos / t melhor * 7) * 100 Segue abaixo uma tabela das médias do Índice de Fadiga coletadas por Bangsbo (2002), de uma equipe dinamarquesa de elite:

Vale a pena destacar que o Índice de Fadiga indica a taxa de declínios da potência para o indivíduo. Quanto mais baixo o valor, mais alta é a habilidade do atleta manter desempenho anaeróbio. Com um valor de índice de fadiga alto o atleta pode precisar treinar a tolerância ao lactato. E para a avaliação da flexibilidade será utilizado o teste de sentar e alcançar, ou banco de Wells, teste estruturado por Wells e Dillon (1952). Nesse teste será avaliada a flexibilidade das regiões posteriores da coxa, quadril e lombar. Assim os materiais necessários são uma fita métrica e o banco de Wells. O teste é realizado com o atleta sentado, com os joelhos estendidos, apoiando os pés no equipamento. Ele deverá se inclinar o máximo possível e deslocar a haste presente no equipamento. Serão realizadas três tentativas e a medida é realizada em centímetros.

Os testes serão realizados em três períodos durante o programa de treinos, dessa forma uma vez dentro do período pré-competitivo com a intenção de avaliar os valores iniciais das capacidades dos atletas e no período de transição, para avaliar a evolução das capacidades ou se algum atleta teve perdas significativas nas capacidades avaliadas. 3. PERIODIZAÇÃO A periodização será estruturada em um período de dezesseis semanas, com o objetivo final da participação da equipe na Liga Campineira de Futsal, que ocorre de Março a Junho. Dessa forma durante as quatro semanas de Fevereiro será estruturado o período Pré-Competitivo. O período Competitivo será realizado durante onze semanas, e o período de Transição durante uma semana. Além dessa competição em específico ao longo da preparação a equipe participará de outras competições como um dos elementos disponíveis no processo de treinamento. Na Periodização Tática o processo preparatório ocorre de acordo com a lógica de jogo pretendida pela equipe, e como já foi visto ao longo deste trabalho, nesta metodologia não há a divisão da temporada esportiva em períodos preparatórios,

competitivos

e

de

transição,

assim

como

também

a

determinação de macro, meso e microciclos (PIVETTI, 2012). Portanto a noção que se tem de pré-temporada nas periodizações convencionais, onde o objetivo é elevar a condição física para sustentar o trabalho tático ao longo da temporada, não se aplica na Periodização Tática (OLIVEIRA, B. 2008; PIVETTI,2012). Nesta metodologia, na pré-temporada não ocorrem treinamentos como, por exemplo, corridas contínuas em parques e praias, treinos intervalados, treinos em circuitos, em ginásios, em rampas etc., que visam o chamado “desenvolvimento geral” nas periodizações convencionais. Desde o primeiro dia de treinamento deve-se ter como preocupação a construção de uma maneira de jogar através de um modelo perspectivado para a equipe (MACIEL, 2011 apud ESTEVES, 2011; OLIVEIRA, B. et al. 2008). A este pensamento Mourinho (2006

apud

OLIVEIRA,

B.

et

al.

2006,

p.

93)

diz

Para mim, as prioridades são outras. Como não me canso de repetir, o mais

importante numa equipe é ter um modelo de jogo, um conjunto de princípios que deem organização à equipe. Por isso, a minha atenção é para aí dirigida, desde o primeiro dia. As semanas preparatórias incidem, de forma sistemática, na organização tática, sempre com o objetivo de estruturar e elevar o desempenho coletivo. As preocupações técnicas, físicas e psicológicas (como a concentração, por exemplo) surgem por arrastamento e como consequência da especificidade do nosso modelo de operacionalização. Portanto a pré-temporada é um período importante, mas não para aquisição de um condicionamento físico, e sim, para preparar a equipe em função do modelo de jogo desejado, pois permite um tempo de ajustes e experiências que são muito importantes no relacionamento entre o treinador e os jogadores (OLIVEIRA, B. 2008) Para uma maior especificidade em relação à modalidade do futsal foi escolhida a realização de uma periodização tática, já que esta aproxima os elementos desenvolvidos ao longo de uma partida com o processo de treinamento dos indivíduos. Algumas referências são importantes ao embasar a proposta de uma periodização tática, dessa forma ao se analisar o processo de treinamento primeiramente Barbanti (1997) afirma que os métodos de treinamento são todos os métodos que educam o atleta com auxílio de meios específicos que propiciem sua capacidade de movimento e que desenvolvam o máximo possível suas qualidades físicas básicas de força, velocidade, resistência, habilidade e mobilidade. Assim o processo de treinamento deve permitir o desenvolvimento das capacidades individuais a fim de promover a forma desportiva do indivíduo. A periodização tática se difere da periodização clássica no âmbito de integrar todos os elementos que contemplam o jogo, não apresentando assim uma visão fragmentada das capacidades. De acordo com Oliveira e Frade (1991) o componente físico assume um papel igualmente importante, mas sempre condicionado pelas exigências tático-técnicas e de tática-individual. Podemos justificar a escolha dessa periodização através das afirmações de Gomes (2008) sendo a preocupação máxima o “jogar” que se pretende manifestar em competição, a periodização tática apresenta – se como um caminho metodológico a seguir porque esta se distingue das outras metodologias ao entender o homem à luz da complexidade. Assim devemos

analisar que as modalidades coletivas apresentam uma trama de complexidade considerável e a fragmentação do processo de treinamento baseado nas capacidades é uma...


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