Questões psicanálise - Exercícios PDF

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1. Que relação o inconsciente e o sujeito têm com a palavra falada? A palavra é a via de acesso ao inconsciente, através do qual o sujeito pode emergir. Desta forma também, o inconsciente é estruturado pela linguagem e por materiais simbólicos. Ou seja, é através da fala que o indivíduo poderá se apropriar do saber do inconsciente. O sujeito só pode ser concebido a partir do campo da linguagem. 2. A partir da ideia de sujeito na experiência psicanalítica como podemos caracterizar a transferência?

A transferência é o modo pelo qual o inconsciente se atualiza, se faz presente no tempo atual, no plano da relação com o “ser real” do analista. Assim, isso tem a ver com o que o analisante, causado pela realidade da presença do analista, coloca de seu na situação analítica, a partir de seu modo inconsciente de estabelecer relações com os outros.

3.

“Para a psicanálise o sujeito só pode se constituir em um ser que, pertencente à espécie humana, tem a vicissitude obrigatória e não eventual de entrar em uma ordem social a partir da família ou de seus substitutos sociais e jurídicos (instituições sociais destinadas ao acolhimento de crianças sem família, orfanatos etc.). ” Explique esta afirmativa.

O indivíduo necessita da família ou substitutos sociais para passar pelo processo de humanização e claro, manter-se vivo, afinal todos passamos pela condição de desamparo fundamental, o qual exige a intervenção de um adulto que garanta a sobrevivência do ser desamparado.

4. O que a mãe transmite para o bebê em função de sua condição de desamparo? A mãe transmite uma estrutura significante que é inconsciente para ela própria (pois ela não sabe o que mais transmite, além daquilo que deliberadamente pretende) e isso não poderia ser simplesmente um conjunto de valores culturais. Sendo assim, o que chega ao bebê através do Outro materno não é um conjunto de significados a serem por ele meramente incorporados

como estímulos ou fatores sociais de determinação do sujeito, com os quais interagiria na “aprendizagem social” de sua subjetividade. O que chega a ele é um conjunto de marcas materiais e simbólicas (significantes) introduzidas pelo Outro materno, que suscitarão um ato de resposta que se chama de sujeito.

5. Como podemos resumir os conceitos de Necessidade, demanda e desejo na experiência do sujeito. O conceito de Necessidade está ligado a necessidade de sobrevivência. Um bebê, por exemplo, ainda não é um sujeito, portanto supomos que ele seja um ser de necessidade, além do mais porque precisa de outro ser humano para sobreviver. Este outro ser que atenderá suas necessidades, é um ser de linguagem e, portanto, só poderá atender as necessidades do bebê através da mesma. Sendo assim, quem traz o leite também traz o significante. Portanto, o bebê se vê diante de dois planos: um que traz o objeto necessário e outro que faz com que alguém traga esse objeto. Isso faz com que a criança passe a não mais poder visar exclusivamente o leite (objeto) mas também a querer a presença daquele que o trouxe. Está caracterizada assim, a demanda: o sujeito não mais se move na direção do objeto, mas do Outro capaz de trazê-lo, demandando sua presença e seu amor. A demanda eleva o objeto à categoria de Outro e o desejo rebaixa/degrada o Outro à categoria de objeto. O desejo é real no plano de sua causa, simbólico em sua articulação e imaginário em suas vias de realização, na medida em que ele se realiza sempre na direção dos objetos delimitados que constituem a realidade do sujeito, e que são regidos pela trama de sua fantasia, e jamais se dirige, como a demanda e o amor, ao Outro como tal.

6. Por que em psicanalise dizemos que o sujeito é sempre suposto? Somos forçados a supor o sujeito quando reconhecemos o significante porque na verdade é o significante (e não nós) quem supõe o sujeito. O sujeito é, pois, uma suposição do significante, que se impõe a nós....