Relatório Caramelização PDF

Title Relatório Caramelização
Course Química de Alimentos
Institution Universidade Federal de Lavras
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Summary

Relatório de aula prática sobre Caramelização referente a aula do Professor Carlos Pimenta do Programa de Pós Graduação em Ciência dos Alimentos....


Description

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS ALIMENTOS PROGRAMA DE PÓS GRAGUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS ALIMENTOS

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS

LAVRAS – MG 2018

CARAMELIZAÇÃO EM MEIO NEUTRO, ÁCIDO E ALCALINO 1. Introdução Uma das propriedades mais importantes dos açúcares nos alimentos é a formação de cor característica; cor de caramelo (OETTERER et al, 2006). As reações de escurecimento são desejadas em produtos de confeitaria, no preparo de bolos, balas, biscoitos, pães e assados em geral. Também são desejadas nas carnes assadas, batatas fritas, amendoim e café torrados e em cerveja escura (OETTERER, 2006). Dá-se o nome de caramelo ao produto escuro formado pelo aquecimento de açúcares com ou sem presença de água e catalisadores ácidos ou básicos. Tal como na reação de Maillard, obtém-se um pigmento coloidal de cor preta, com cargas positivas em meio alcalino, e negativas em meio ácido e sobre a estrutura e reações de formação restam mais dúvidas do que para a reação de Maillard (BOBBIO et al 1995). A reação de caramelização pode ocorrer na presença de certos catalisadores que, além de acelerar a reação, com frequência são utilizados para direcionar a reação nos alimentos para a formação de tipos específicos de caramelo, com cores, solubilidade e graus de acidez diferentes (OETTERER, 2006). A caramelização é consequência da reação de açucares polidroxicarbonilados que contem grupos hidroxilas (-OH), e grupos carbonilas (>CO=O). Na reação a altas temperaturas verifica-se a desidratação dos açucares e formação de aldeídos muito ativos como, hidroximetilfurfural, responsável pelo odor característico do açúcar caramelizado (EVANGELISTA, 1998). Na verdade essas reações são de 3 tipos distintos, porém a maioria ocorre a partir do açúcar. De início há formação de cor amarela que vai dourando e chega à cor de caramelo, marrom claro amarelado. Para que essas reações ocorram há necessidade da presença de alguns fatores combinados como temperatura, tempo, umidade, meio ácido ou alcalino e componentes dos alimentos mais susceptíveis a participarem da reação. O produto final será sempre um polímero responsável pela cor, as melanoidinas. (OETTERER et al, 2006). Dependendo do modo de preparação, o caramelo, que é um coloide, adquire cargas elétricas ou não, o que afeta sua solubilidade em meio ácido e na presença de álcool. Graças ao seu alto poder de coloração, o caramelo pode ser usado em pequena quantidade, de modo que seu cheiro e sabor não serão perceptíveis. (BOBBIO, 1995).

Tendo em vista a reação de caramelização como um processo industrial influenciado diferentemente em meios ácidos e básicos, foi comparado e identificado a eficiência do processo em diferentes catalisadores. 2. Objetivos 

Determinar o tempo da reação de caramelização da sacarose em meio neutro, ácido e alcalino;



Observar a intensidade da cor característica de caramelo nos três meios analisados;



Identificar o meio mais favorável à reação de caramelizaação comparando-se o tempo de reação e a cor obtida.

3. Material e Métodos 3.1 Equipamentos, vidrarias e utensílios 

3 bastões de vidro



3 béqueres de 100mL



3 provetas de 50mL



Chapa de aquecimento



Balança analítica 3.2 Material de consumo



30 g de sacarose



20mL de água deionizada



20mL de solução de ácido clorídrico a 0,25M



20mL de solução de hidróxido de sódio a 0,25M 3.3 Procedimentos



Pesou-se três porções de 10g cada de sacarose em béquers de 100mL;



Adicionou-se a um béquer, 20mL de água deionizada a pH 7 e ao outro, adicionouse 20mL de solução 0,25M de HCl. Ao terceiro béquer adicionou-se 20mL de solução 0,25M de NaOH;



Aqueceu-se os três béqueres agitando, até a completa dissolução da sacarose;



Continuou aquecendo e marcou-se o tempo até o início do escurecimento;



Comparou-se as cores das três amostras.

4. Resultados e Discussão A Figura 1 mostra as soluções com sacarose após o aquecimento. Após dois minutos de aquecimento, a solução básica contendo sacarose começou a escurecer, já a solução neutra, após quatro minutos de aquecimento, e a solução ácida, por último, após cinco minutos. Prolongado o aquecimento, após oito minutos a solução básica apresentou coloração amarela clara, aroma fraco de caramelo. A solução ácida contendo sacarose, o primeiro béquer da esquerda para a direita (Figura 1), exibiu uma coloração e aroma característico de caramelo, e a solução neutra observou-se apenas o início do escurecimento, porém durante o tempo observado não houve a formação de caramelo.

Figura 1: Aspectos visuais das diferentes soluções contendo sacarose, após o aquecimento.

Segundo OTTERER (2006), são basicamente quatro etapas na caramelização em meio ácido. Na primeira, o açúcar redutor sofre uma isomeração, perdendo o caráter aldeído e dá origem ao 1,2-enol. Na segunda etapa, ocorre a desidratação do 1,2-enol que perde três moléculas de água, posteriormente forma-se uma ligação hemiacetálica entre o C2 e C5, formando o hidroximetilfurfural (HMF), liberando o aroma característico de caramelo. A última etapa ocorre a formação da melanoidinas, polímero que confere a cor escura de caramelo, a partir da polimerização do HMF. Já a caramelização em meio básico, ocorre o processo de caramelização igual ao meio ácido, ou por uma outra rota. A molécula de 1,2-enol, em contato com um gliceraldeído, ou triose, ou piruvaldeido, ou ácido láctico, ocorre a degradação de Holtmand, polimerização das moléculas e a formação das melanoidinas.

Em solução neutra, a reação acontece de forma normal, porém com um tempo maior tanto para a reação parcial como para a reação total, já que esta amostra não continha nenhum catalisador (meio ácido). 5. Conclusão Os dados do experimento mostraram que o processo de caramelização é mais favorável em ambiente ácido, apresentando a cor e aroma típico de caramelo, em um menor espaço de tempo, o que é interesse para a indústria de processamento de alimentos que visa otimizar a produção de corantes derivados do processo de caramelização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOBBIO, P. A. Química do processamento de Alimentos. Livraria Varela, 2⁰Edição. São Paulo, 1995. EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos. Editora Ateneu, 2ᵒ edição. São Paulo, 1998. OETTERER, M. Fundamentos de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Editora Manole, 2⁰edição. Barueri-SP, 2006....


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