Resumo On The Limits of Life Stages in Ethnography PDF

Title Resumo On The Limits of Life Stages in Ethnography
Author Maria Luiza Silva
Course Etnografia e Educação
Institution Universidade de Pernambuco
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RESUMO

TEXTO: JOHNSON-HANKS, JENNIFER. On The Limits of Life Stages in Ethnography: Toward a Theory of Vital Conjunctures. American Anthropologist 104(3): 865-880, 2002, American Anthropological Association.

O artigo tem como principal objetivo a defesa de uma nova visão sobre o estudo das gerações, que não seja mais sustentada por eventos específicos, e sim por aspirações. A autora afirma que os estágios da vida são definidos socialmente, como resultado de projetos institucionais, e que a crença de que eles se dão de forma natural é muito limitada. Ela defende que a transição para a vida adulta não é processual, e nem muito menos sincrônica. O estudo da autora foi focado em mulheres jovens Beti, do sul da República dos Camarões. Antes de entrar na discussão do seu estudo, a autora faz um apanhado acerca do percurso das pesquisas feitas na Antropologia acerca das gerações. Ela fala sobre como a ideia de estágios de vida começaram a ser incorporadas após Franz Boas, e de que até então ter filhos servia universalmente como o fenômeno que transforma meninas em mulheres. Esse modelo de ciclo de vida, que propõe que os estágios são universais, estritamente ordenados e coerentes, teria sido uma das exportações de maior sucesso da Antropologia, uma vez que foi reconhecido por várias outras ciências. Entretanto, ela afirma que esse reconhecimento veio exatamente quando se está abandonando esta visão. A autora defende que as fases da vida são variáveis não somente em seu tempo e ritmo, mas também sincronia. Essa sua visão se apoia no que é possível observar nos Beti. As crianças Beti, por exemplo, não tem a sua evolução para a fase adulta marcada por algum evento específico. As crianças se desenvolvem através de diversas trajetórias discretas, simultâneas e não sincrônicas. No gráfico da Figura I do texto, a autora apresenta visualmente como não há uma ordem específica de eventos (concluir a escola, ter o primeiro emprego, casar) que define a trajetória de uma mulher Beti. Ter um filho cedo não significa casar cedo, ou começar a trabalhar cedo, nem concluir a escola cedo. Ela fala sobre como a noção de

que ter filhos significa tornar-se adulta é duplamente errada: primeiro por assumir estágios estáveis, e segundo por limitá-los a algo biológico. A autora se apoia em Bourdieu (1977) para falar do conceito de conjuntura como um efetivo contexto da ação. Ela compara este conceito ao de Sahlins (1985), que vê a conjuntura como um intermediário entre estrutura social e eventos individuais. A autora se utiliza do termo conjuntura para enfatizar o caráter dual das conjunturas vitais: ao mesmo tempo manifestações de sistematicidade recorrente e contextos de possibilidade única e orientação futura. Os eventos vitais são ocorrências que se relacionam com o nascimento, a morte e mudanças de estado civil. A sua análise de conjunturas vitais se baseia então nesses conceitos e envolve o entendimento de quais horizontes e futuros são desejados e temidos. No final do texto, a autora ilustra a sua discussão com um dos casos estudados em sua pesquisa. Marie, uma jovem Beti, desde cedo sofreu com mudanças em seus papéis sociais: sua mãe saiu de casa e deixou ela e seus irmãos com o pai, e por ser a irmã mais velha, ela assumiu o papel de dona do lar. Isso fez ela deixar a escola por um tempo, e depois, quando voltou a estudar e ingressou na escola pública, Marie engravidou de outro estudante, e se viu forçada pelo pai a viver com o rapaz e sua família. Esse caso foi usado pela autora para analisar principalmente duas questões: primeiro, o contraste que há entre a ideia de que se deve casar antes de ter filhos e a realidade social dos Beti (como mostrado nas figuras 3 e 4 do texto); e segundo, como as mudanças na vida de Marie e seus novos horizontes e futuros possíveis foram moldando a forma como ela se portava socialmente. No fim, após ter deixado o filho com a família do genitor e ter voltado a estudar, vemos que Marie não se vê mais como mãe e volta a se colocar como adolescente. A autora conclui o texto sugerindo que os Beti não são únicos, e que o modelo de conjunturas vitais compreende mais aspectos sobre a sociedade do que o modelo anterior de gerações. Sua tese é de que o duplo foco nas instituições e aspirações nos permite examinar como e por que certos eventos são coerentes em determinados sistemas sociais e o que acontece quando eles não são....


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