Sensopercepção PDF

Title Sensopercepção
Author Isabela Melo
Course Psicopatologia
Institution Universidade do Estado da Bahia
Pages 4
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Summary

Resumo completo de alterações quantitativas e qualitativas da sensopercepção....


Description

Sensopercepção Definição: constitui a primeira etapa da cognição, ou seja, do conhecimento do mundo externo. Este se refere aos objetos reais, que estão fora da nossa consciência. Sensação e Percepção: a sensação é um fenômeno passivo, físico, periférico e objetivo, que resulta das alterações produzidas por estímulos externos sobre os órgãos sensoriais. Através da sensação podemos distinguir as qualidades mais elementares dos objetos: cor, forma, temperatura, consistência, textura, timbre etc. A percepção é um fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo. É um fenômeno consciente, que resulta da integração das impressões parciais e da associação destas às representações. As qualidades sensoriais: Exteroceptivas: visuais, auditivas, gustativas, cutâneas (táteis, térmicas, dolorosas) Interoceptivas: cenestésicas. Bem-estar, mal-estar, fome, sede, sensibilidade visceral Proprioceptivas: cinestésicas. Movimentos corporais, posição segmentar do corpo, barestesia (sensibilidade à pressão), palestesia (sensibilidade à viração). Alterações da Sensopercepção - podem ser qualitativas ou quantitativas:

Alterações Quantitativas da Sensopercepção: Agnosia: distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou táteis, na ausência de déficits sensoriais. As sensações continuam a ocorrer, mas não são percebidas. Há um comprometimento do ato perceptivo. Na agnosia visual, o doente é capaz de descrever a cor e a forma de um objeto, mas não o identifica. Ele não sabe dizer o que é um guarda-chuva, mas sabe dizer cor e forma do objeto. Obs: Estesia vem de percepção. Hiperestesia: também chamada de hiperpercepção, consiste num aumento global da intensidade perceptiva. Por exemplo, as cores ficam mais brilhantes. A hiperestesia é observada na mania, no consumo de anfetamina, cocaína e maconha. A hiperestesia, além disso, pode ser definida como hipersensibilidade a um estímulo sensorial comum, que, patologicamente, se torna desagradável. Nesse caso, pode-se usar como exemplo ruídos de pequena intensidade que se tornam incômodos. Hipoestesia: é uma diminuição global da intensidade perceptiva. O mundo parece mais escuro e sem brilho, a comida é insossa, os sons são abafados. Exemplo: Quadros estuporosos (com diminuição da psicomotricidade), depressão...

Anestesia: é a abolição da sensibilidade. Ocorre, por exemplo, na intoxicação alcoólica, coma, quadros conversivos. Alucinação Negativa: é a aparente ausência de registro sensorial de um determinado objeto presente no campo sensorial do paciente, como, por exemplo, não ver que uma pessoa está diante dos seus olhos. Por definição, na alucinação negativa os órgãos sensoriais estão íntegros. É um mecanismo psicogênico e é observado em quadros conversivos. Macropsia: objetos parecem aumentados de tamanho Micropsia: objetos parecem menores do que são Dismegalopsia: os objetos aparecem deformados, algumas partes estão aumentadas ou diminuídas. Nota: o distúrbio da autoimagem corporal que ocorre na anorexia nervosa, no qual o paciente, mesmo estando extremamente emagrecido, vê-se como gordo, pode ser classificado como macropsia.

Alterações qualitativas da Sensopercepção:  A ilusão, a pareidolia, a alucinação e a sinestesia representam alterações qualitativas da sensopercepção. Ilusão: trata-se de uma percepção falseada, deformada, de um objeto real e presente. No lugar deste, outro objeto é percebido. A imagem ilusória possui corporeidade, projeta-se no espaço exterior, é aceita como realidade e não é influenciada pela vontade. Existe a ilusão por desatenção, a ilusão catatímica e a ilusão onírica. o Na ilusão por desatenção, elementos são introduzidos para completar ou corrigir estímulos externos escassos ou incorretos. o Na ilusão catatímica, a deformação do objeto tem origem em um afeto intenso, relacionado a desejo ou temor. o A ilusão onírica está relacionada a um quadro de rebaixamento do nível de consciência. Pode acontecer, por exemplo, de um paciente obnubilado, internato em uma unidade de tratamento intensivo, ver uma cobra em vez de um estetoscópio no pescoço de um médico. Pareidolia: consiste numa imagem criada intencionalmente a partir das percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou imprecisos. Ex: ver figuras humanas em nuvens. A pareidolia não é patológica, está relacionada à imaginação.

Nota: a pareidolia diferencia-se da ilusão, porque na pareidolia o indivíduo está consciente da irrealidade da imagem. Alucinação: é a percepção sem objeto algum. Percepção com ausência dos estímulos externos correspondentes. A atenção não remove as alucinações, ao contrário do que acontece nas ilusões por desatenção e ilusões catatímicas. As alucinações ocorrem paralelamente às percepções reais. Tipos de Alucinação: alucinações verdadeiras, pseudoalucinações e alucinoses. o Alucinações Verdadeiras: Nesse tipo de alucinação, temos todas as características de uma imagem perceptiva real. Há uma irresistível força de convencimento, aceita pelo juízo de realidade. Esse tipo de alucinação é rara. o Pseudoalucinações: há uma ausência de corporeidade. A localização é no espaço subjetivo interno. Pode ser visual e/ou auditiva. Percebem “dentro da mente”. o Alucinoses: o objeto é percebido e localizado no espaço objetivo externo. Diferenciam-se das alucinações verdadeiras por serem imediatamente criticadas pelo indivíduo, que reconhece o fenômeno como algo patológico. As alucinações ocorrem sob lucidez de consciência. Sinestesia: um estímulo sensorial em uma modalidade é percebido como uma sensação em outra modalidade. Exemplo: “ver sons, ouvir cores” Mais sobre Sensopercepção:  Modalidades Sensoriais: Alucinações Visuais: Elementares (simples) – clarões, chamas, pontos brilhantes. Complexas (elaboradas) – figuras, objetos, pessoas, cena estática Alucinações Auditivas: elementares – zumbidos, estalidos. Complexas: fonemas, frases, musicais Alucinações Olfativas e Gustativas – são raras. Odor ou sabor de veneno, animais mortos, lixo. Essas alucinações geralmente são relacionadas com a sitiofobia, que é a recusa absoluta de alimento. Alucinações Cutâneas: táteis, térmicas, dolorosas, hídricas. Pacientes com essas alucinações se queixam de queimaduras, espetadas, choques. Alterações Cenestésicas (viscerais): Localizada em órgãos internos. Paciente queixa-se de que o corpo está sendo atingido por descargas elétricas, genitais tocados, cérebro encolhendo. Estão associadas a delírio de influência e Síndrome de Cotard.

 Formas Especiais de vivências alucinatórias: Alucinação Liliputiana– visão de personagens minúsculos Alucinação Gulliveriana – alucinação visual gigantesca Alucinação Extracampina – objeto percebido encontra-se fora do campo perceptivo (ex: ver uma pessoa que está do outro lado da parede). Alucinação funcional: desencadeada por estímulos sensoriais reais que são da mesma modalidade. Ex: paciente ao ouvir som de jorro de água tem alucinações auditivoverbais que desaparecem assim que a torneira é fechada....


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