A Elite do Atraso - Jessé de Souza PDF

Title A Elite do Atraso - Jessé de Souza
Course HISTÓRIA DO BRASIL
Institution Universidade Estadual de Londrina
Pages 4
File Size 101.6 KB
File Type PDF
Total Downloads 53
Total Views 140

Summary

Resenha do livro "A Elite do Atraso - Jessé de Souza"...


Description

Resenha: A Elite do Atraso: Da Escravidão à Lava Jato, Jessé de Souza Jessé de Souza, possui licenciatura em sociologia pela Universität Flensburg, na Alemanha, atualmente professor da UFABC (Universidade Federal do ABC), enquanto carreira, passou a ser Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sendo assim realizou importantes pesquisas no campo da desigualdade econômica, onde passou a ocupar um cargo durante – 2015 a 2016, a gestão do governo de Dilma, onde era considerado um sociólogo de nome, na qual acabou por se desvincular a partir da tomada do Governo Golpista de Michel Temer, visto que não compactuava com os ideais do mesmo, atualmente além de lecionar na UFABC, é colunista do site “Carta Capital”, onde escreve semanalmente. O livro tenta trabalhar com a ideia de explicar a crise econômica, social e política, pósgolpe parlamentar, partindo de analisar a sociedade do período de escravatura à Lava Jato, operação coordenada pela Policia Federal, que se inicia no ano de 2009, em Londrina, onde acredito que necessita de ser compreendida a partir de um olhar distinto do hegemônico que se naturalizou na opinião pública, visto que atualmente está surgindo inúmeras explicações e analises do contexto atual, para aproveitar e fazer sua analise e explicação sobre tal período, onde acaba por tomar como base os “interpretes do Brasil”, dando enfoque ao Sergio Buarque de Holanda, partindo assim a propor uma polemica interpretação social, histórica e política, visto que acredito que em ultima instância será capaz de explicar o atual período, e explicitar onde se localiza o real centro de dominação social que perpetua as desigualdades e as injustiças no Brasil. O mesmo, irá compor o livro de uma vasta perspectiva teórico-metodológico, porém seu intuito é de realizar uma analise histórica, necessitando de uma reinterpretação social do Brasil, necessitando de reconstruir toda uma narrativa histórica, visto assim, acaba necessitando de fazer uma analise de conjuntura do Brasil, visto que ao analisarmos todo o texto, o mesmo acaba por não ter seu publico alvo somente a academia, mas sim também a grande massa da publicação, visto que sua escrita acaba por não ser difícil, de maneira simples e acessível, onde no inicio o leitor deixará claro que não é necessário a leitura de cap. X ou Y, deixando claro que não é o intuito do autor atingir somente a academia. Visto que como ponto de partida o autor acaba por escrever que o Brasil, está passando por uma crise de ideias, onde o mesmo deixa a entender de que há inúmeras ideias que acabam norteando o processo de entendimento, onde irá influenciar o entendimento dos

demais, sendo que o mesmo deixa a entender de que a crise na qual estamos passando é mais profunda a qual está no enfoque da mídia. Sendo assim no livro de Sergio Buarque, (Raízes do Brasil), o mesmo acaba expondo de certa forma a tal herança maldita, onde o mesmo acredita que faz com que desenvolva no Brasil, uma forma de particularidade de atuação, onde acreditasse que os indivíduos que se encontram inclusos nos respectivos espações, não sabem por diferenciar a atuação em esfera publica ou privada, ou seja, não havendo a racionalização pura das funções de como o Estado Moderno, deve ser seguido, onde os indivíduos irão agir no respectivo espaço a partir da “emoção” na qual acreditasse que irá haver uma divergência entre as leis escritas e a aplicação efetiva das mesmas, sendo que onde mais a frente o mesmo acredita que não é meramente uma maldição dos países lusitanos, ou somente do Estado Brasileiro, mas também de todos os demais países que regem o capitalismo, visto que o mesmo acredita que tal assalto aos cofres públicos e a ação dos “representantes” do povo, ao governar em interesses privados, acaba ocorrendo no pais todo, onde se da por conta de toda a influência do poder econômico sobre o poder político, sendo que o mesmo acredita que a verdadeira corrupção, não se tem origem no interior da configuração do Estado político, mas no mercado e no capital financeiro. Onde o mesmo também irá novamente criticar Sergio Buarque de Holanda, de que os escritos de Holanda, acaba sendo de leitura dominante para a interpretação das políticas sociais e política nacional, onde acreditasse de que as influencias de Sergio Buarque de Holanda se dará como uma reprodução de obstáculos para a compreensão efetiva a raiz da crise, mas também uma perpetuação as formas de desigualdades e dominação oligárquica e antipopular da elite brasileira, onde o autor acaba qualificando a elite do atraso. Onde o autor acaba classificando três momentos “distintos”, o autor irá nomear como a escravidão sendo o nosso berço, onde tentará por realizar uma desconstrução das interpretações sociais, históricas e políticas do Brasil, acaba sendo de certa forma fundamental haver essa desconstrução, onde o mesmo acredita de que tal dominação social se perpetua através de sua legitimação por ideias criadas pela classe intelectual, onde as demais classes irá por aderir como verdade, onde acabará por ser colocado a experiencia da escravidão no centro do desenvolvimento, onde os conceitos de “homem cordial” e “jeitinho brasileiro”, acaba sendo o centro da analise e explicativo dos demais problemas sociais, o que faz com que Jessé, acabe por falar das classes médias e como se dá a perpetuação da escravidão, visto que houve a “abolição” em 1888, onde Jessé passa a afirmar que não houve uma forma de

reintegrar esses ex-escravos a sociedade/mercado, onde os mesmos acabaram por deixarem eles a margem da sociedade, onde o mesmo acredita que tal questão se deu por haver uma modernização do Brasil, ocorrendo assim uma formação de uma “nova” classe, sendo ela a classe média, onde a mesma irá passar a ser influenciada diretamente pelos ideias da classe dos intelectuais/alta, visto que o autor irá dizer que a uma peculiaridade nessa nova classe social, sendo que a mesma por ser explorada pelo sistema capitalista, não se vê quanto explorada, mas sim como batalhadora que cresceu no mesmo sistema, porém tendo ela admiração pelos ricos e repulsa pelas camadas populares, visto que tal repulsa, acaba sendo já implantada pelas classes dominantes e sustentada pela mesma, se dando por conta da mesma se sentirem superiores as camadas populares, onde acaba por ser o salvaguardo e legitimidade das classes dominantes para o discurso meritocrático, onde através do mesmo discurso, coloca as camadas populares como preguiçosas e portanto incapazes de se ascenderem socialmente, onde a mesmas acabam por empregarem trabalhadores da classe popular, sendo eles agora dependentes dessa classes, dando ai um enfoque a continuidade da escravidão, e que a mesma depende dessa classe para mostrar também seu ar de superioridade. Todas as críticas realizadas e a tentativa de desconstruir as falsas ideias e, ao mesmo tempo, reconstruir uma narrativa mais fiel à realidade efetiva do processo histórico e social brasileiro, que se procurou desenvolver ao longo do livro, é posto à prova com um diagnóstico e uma análise de conjuntura da crise atual. O centro que configura essa última parte do livro gira em torno do conluio entre a grande mídia e a Lava Jato, que se legitimou através do uso de conceitos como o de “patrimonialismo” (ou seja, de que a corrupção tem origem no interior do Estado; quando na verdade, segundo Jessé, esta é uma corrupção dos “tolos”, quer dizer, uma inversão e a ponta do iceberg da real corrupção praticada pelo mercado e pelos operadores do capitalismo financeiro) e “populismo” na grande mídia e nos meios acadêmicos, e deixou expostas as riquezas do país à “rapina” da nossa elite do atraso às custas de toda a população. Em suma, o golpe de 2016 teria resultado de um pacto de classes entre a elite econômica e a classe média brasileira com a finalidade de bloquear a ascensão social das classes populares promovidas pelos governos petistas. A forma como o marxismo é apresentado acaba sendo colocado de forma sucinta e básica, onde o mesmo acusa tanto o liberalismo e o marxismo, não levando a analise de Marx, a respeito do (O 18 Brumário...) de que mostra que a classe média pode ser manipulada para que acabe por agir contra seus próprios interesses, onde que para manter seu poder

econômico, as mesmas acabam indo contra seus próprios ideais, e reivindicando seu poder político.

Referências SOUZA, J. A Elite do Atraso: Da Escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017. MARX, K. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: BoiTempo Editorial, 2011....


Similar Free PDFs