A produção cultural - Apontamentos do manual de história PDF

Title A produção cultural - Apontamentos do manual de história
Author Bruna Couto
Course História A
Institution Escola Secundária de Paços de Ferreira
Pages 2
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Summary

A PRODUÇÃO CULTURALDISTINÇÃO SOCIAL E MECENATOO Renascimento conheceu uma notável renovação das letras, das artes e das ciências. O Homem nesta altura viveu um ambiente de entusiasmo, pois descobriu o seu valor, o seu poder de descoberta e de intervenção nos seus talentos.A cultura tornou-se num mei...


Description

A PRODUÇÃO CULTURAL DISTINÇÃO SOCIAL E MECENATO

O Renascimento conheceu uma notável renovação das letras, das artes e das ciências. O Homem nesta altura viveu um ambiente de entusiasmo, pois descobriu o seu valor, o seu poder de descoberta e de intervenção nos seus talentos. A cultura tornou-se num meio ao serviço da realização humana e da distinção social. A Corte afirmou-se como centro de produção cultural e inovação cultural, e a progressiva centralização do poder fez da Corte um meio de elevação social , onde a proximidade com o monarca ou príncipe constituía uma forma de adquirir estatuto. Os monarcas, encomendavam obras de arte, protegiam artistas, apoiavam as letras, distinguindo-se como mecenas. A cultura passou a marcar a vida social, sendo também símbolo de poder e de riqueza.

A OSTENTAÇÃO DAS ELITES CORTESÃS E BURGUESAS Rodeadas de luxo, conforto, beleza e sabedoria, as elites mostraram-se apreciadoras dos prazeres terrenos. Investiam na aquisição de obras de arte, no reforço das suas bibliotecas, que orgulhosamente se exibiam. Para estas elites a cultura era um sinal de riqueza. O cortesão, sujeito a regras de conduta e de comportamento, tornou-se um modelo de ambição política, de formação cultural e perito na arte de viver. Uma nova educação vai alterar a conduta e o comportamento dos homens e das mulheres, que pertenciam às elites cortesãs e urbanas, contribuindo para a sua distinção social. O comportamento na sociedade da Corte passava por saber estar, com a distinção e civilidade. Estar na Corte constituía o primeiro passo da civilidade, na medida em que o perfeito cortesão tinha aí a possibilidade de desenvolver as suas qualidades, sendo que, nessa época, falar bem e ter boas maneiras, era sinónimo de civilidade. A vida da elite cortesa tornou-se mais refinada, na distinção de falar e rir, no modo de andar, nos gestos e na postura, na linguagem e até mesmo na dissimulação que permitia distinguir o cortesão pelo seu comportamento “polido”. Outras marcas de distinção e de ostentação eram também expressas através do requinte do vestuário, na etiqueta e esmero dos banquetes, no conforto das casas e do mobiliário, na posse de antiguidades e de obras de arte, nas obras literárias adquiridas, nos tutores escolhidos para ensinar os filhos e nas viagens efetuadas pela aquisição de maior cultura e conhecimento do mundo.

CIVILIDADE

Refere-se às normas e formalidades de comportamento social que se baseiam no respeito, na cortesia e no refinamento das atitudes. O ESTATUTO DE PRESTÍGIO DOS INTELECTUAIS E ARTISTAS O poder político, a riqueza, as alterações culturais, as mudanças de mentalidade e o gosto pela arte incentivaram a produção cultural e trouxeram transformações no estatuto dos artistas. Os artistas viram as encomendas das suas obras aumentarem. Contavam com a presença de artistas e intelectuais de várias áreas que produziam as suas obras ao serviço dos seus protetores (mecenas). Os mecenas mostravam a sua riqueza e poder através das suas coleções artísticas, das suas bibliotecas, das obras da Antiguidade e acolhendo nos seus palácios os artistas e intelectuais. Em Itália, sobretudo no século XVI, o estatuto de artistas e intelectuais atingiu um patamar elevado, sendo possível destacar inúmeros nomes que conseguiram enriquecer e alcançar a fama, graças à promoção do culto dos homens ilustres das artes e das letras, quer Antigos, quer Modernos. Indissociável deste novo estatuto do artista e intelectual foi, indubitavelmente, a política de mecenato desenvolvida por parte de mecenas laicos e eclesiásticos que procuravam, através das obras encomendadas, celebrar Figura 1- Leonardo da Vinci a sua glória, ser conhecimentos e reconhecidos como patronos da cultura e das artes. Assim, mostravam a sua riqueza e poder através das suas coleções artísticas, das suas bibliotecas, das obras antigas que adquiriam e do patrocínio aos artistas e intelectuais do seu tempo que desenvolviam as suas atividades, apoiados pelos seus mecenas. A relação entre o artista e os mecenas colocava os primeiros numa situação de dependência à qual, muitas vezes, era difícil escapar, uma vez que o artista dependia do seu patrocinador. A honra e a fama tornavam-se, desta forma, reconhecidas publicamente, ainda em vida dos seus detentores. Neste sentido, o Renascimento, a ideia de fama e de gloria ressurgiu. O artista deixou de ser um artesão votado ao anonimato, para ser transformado num autor reconhecido, ligado à fama e ao génio criador.

intelectual Designa aquele que faz uso do intelecto e se dedica ao pensamento. Refere-se, usualmente, a indivíduos possuidores de uma cultura pertencente a uma elite....


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