Title | Anatomia da Região Inguinal |
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Course | Morfofuncional 2 |
Institution | Universidade de Brasília |
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Anatomia da Região Inguinal Face interna da parede anterolateral do abdome
Essa face interna é composta por fáscia transversal (gordura extraperitoneal) e peritônio parietal Na região abaixo do umbigo há 5 pregas peritoneais umbilicais o Todas seguem em direção ao umbigo o Uma mediana e duas de cada lado o Prega umbilical mediana Prega de peritônio que recobre o ligamento umbilical mediano (remanescente do úraco) Vai desde o ápice da bexiga até o umbigo o Pregas umbilicais mediais Recobrem os ligamentos umbilicais mediais, resultados da obliteração das artérias umbilicais o Pregas umbilicais laterais Recobrem os vasos epigástricos inferiores Sangram se forem seccionadas Entre essas pregas há regiões de depressão chamadas fossas peritoneais
Todas as fossas peritoneais são possíveis locais de hérnias Essas fossas são o Fossas supravesicais Entre a prega umbilical mediana e as pregas umbilicais mediais Formada quando o peritônio anterior se reflete sobre a bexiga urinária o Fossas inguinais mediais Entre as pregas umbilicais mediais e as laterais São também denominadas de trígonos inguinais ou triângulo de Hesselbach Possíveis locais de hérnias inguinais diretas, menos comuns
o Fossas inguinais laterais São laterais às pregas umbilicais laterais Incluem os anéis inguinais profundos Possíveis locais de hérnias indiretas Na porção supraumbilical, temos: o Ligamento falciforme Reflexo de peritônio seguindo orientação sagital Encerra o ligamento redondo (remanescente fibroso e obliterado da veia umbilical) do fígado e as veias paraumbilicais Entre o fígado e a parede anterossuperior do abdome
Ligamento inguinal (de Poupart) e trato iliopúbico
A região inguinal estende-se desde a EIAS e o tubérculo púbico Importâncias o Anatômica Região onde estruturas saem e entram na cavidade abdominal o Clínica Vias de saída e entrada são possíveis locais de herniação Faixas fibrosas espessas ou retináculos são encontrados associadas a articulações de grande amplitude de movimento o O lig. Inguinal e o trato iliopúbico formam um retináculo anterior bilaminar da articulação do quadril O retináculo cobre o espaço subinguinal O ligamento inguinal é a margem livre e espessada da aponeurose do m. oblíquo externo
A maioria das fibras da extremidade medial do ligamento inserem-se no tubérculo púbico (TP) . Porém, algumas seguem outros caminhos o Algumas seguem profundamente para se fixar na lateral do TP, formando o ligamento lacunar (de Gimbernat) Esse ligamento forma o limite medial do espaço subinguinal As fibras mais laterais seguem a linha pectínea e formam o ligamento pectíneo (de Cooper) o Algumas das fibras superiores se abrem em leque para cima e se fundem com as fibras inferiores da aponeurose do outro oblíquo externo
Essas fibras constituem o ligamento (inguinal) reflexo O trato iliopúbico é a margem inferior espessa da fáscia transversal o Faixa fibrosa que segue paralela e profundamente ao ligamento inguinal o Reforça a parede posterior e o assoalho do canal inguinal o Une estruturas que passam pelo espaço subinguinal O ligamento inguinal e o trato iliopúbico cobrem uma área de fragilidade chamada óstio miopectíneo
Canal inguinal
Formado pela descida do testículo no desenvolvimento fetal No adulto, é um canal de 4cm de comprimento Situa-se paralelo e superiormente à metade medial do ligamento inguinal Os principais conteúdos desse canal são o Nos homens: funículo espermático o Nas mulheres: ligamento redondo do útero o Em ambos: vasos sanguíneos e linfáticos e o n. ilioinguinal Possui 1 abertura em cada extremidade o Anel inguinal profundo (interno) Entrada do canal Superior à região do meio do ligamento inguinal Lateral à a. epigástrica inferior, portanto é lateral ao Trígono de Hesselbach Início de uma evaginação da fáscia transversal A fáscia transversal continua até o canal, formando a fáscia interna das estruturas que atravessam o canal o Anel inguinal superficial (externo) Saída do canal inguinal É resultado da divisão de fibras diagonais paralelas da aponeurose do m. oblíquo externo Essa divisão ocorre superolateralmente ao tubérculo púbico Seu contorno é definido pelos pilares (partes da aponeurose do oblíquo externo) Pilar medial o Fixa-se à crista púbica Pilar lateral o Fixa-se ao tubérculo púbico As fibras intercrurais passam de um pilar para outro, evitando seu afastamento o Essas fibras intercrurais são fibras da lâmina superficial da fáscia de revestimento O canal está colapsado no sentido anteroposterior contra as estruturas que passam através dele Os limites do canal são o Parede anterior Aponeurose do m. oblíquo externo Parte lateral reforçada por fibras do m. oblíquo interno o Parede posterior Formada pela fáscia transversal Parte medial é reforçada por fixações púbicas das aponeuroses do oblíquo interno e do m. transverso, que se fundem para formar um tendão conjunto
o Teto
Lateralmente formado pela fáscia transversal Centralmente formado pelos arcos musculoaponeuróticos dos mm. Obliquo interno e transverso do abdome. Esses arcos formam a foice inguinal Medialmente pelo pilar medial o Assoalho Lateralmente pelo trato iliopúbico Centralmente pela invaginação do ligamento inguinal Medialmente pelo ligamento lacunar Obs.: As hérnias inguinais (acima do trato iliopúbico) são mais comuns em homens. Já as hérnias femorais (abaixo do trato iliopúbico) são mais comuns em mulheres Obs.: O ligamento interfoveolar é uma fina condensação de tecido conjuntivo logo atrás da a. epigástrica inferior
Desenvolvimento do canal inguinal
Os testículos desenvolvem-se no tecido conjuntivo extraperitoneal na região lombar O gubernáculo masculino é um trato fibroso
o Ele une o testículo primitivo à parede anterolateral do abdome no local do futuro anel inguinal profundo O processo vaginal, derivado de peritônio, passa pelo canal inguinal e conduz lâminas de músculo e de fáscia até o escroto primitivo Na 28ª semana, o testículo já está próximo do futuro anel inguinal profundo A partir daí, o testículo começa a atravessar o canal inguinal, levando 3 dias 4 semanas depois ele já está no escroto Enquanto o testículo desce, o ducto deferente e vasos e nervos dos testículos são recobertos por lâminas musculofasciais dos componentes da parede anterolateral do abdome o Fáscia espermática interna o Músculo cremastérico o Fáscia espermática externa O pedículo do processo vaginal degenera o Permanece apenas a porção sacular distal, que origina a túnica vaginal, bainha serosa e epidídimo
Os ovários também se desenvolvem na porção posterior do abdome, na região lombar
O processo vaginal do peritônio perfura a fáscia transversal na região do anel inguinal profundo, indo em direção ao lábio maior do pudendo em desenvolvimento, originando o canal inguinal na mulher O gubernáculo feminino é um trato fibroso que une o ovário e o útero primitivo ao lábio maior do pudendo em desenvolvimento. Na vida pós-fetal, esse gubernáculo origina o Ligamento redondo do útero, entre o útero e o lábio maior Passa pelo canal inguinal o Ligamento útero-ovárico, entre o ovário e o útero Devido ao ligamento útero-ovárico, os ovários não migram para a região inguinal
Canal inguinal e aumento da pressão intra-abdominal
Os anéis inguinais profundo e superficial não se superpõem devido ao trajeto oblíquo do canal inguinal Com aumento da pressão intra-abdominal o A parede posterior é forçada contra a anterior, havendo um reforço da parede anterior e prevenindo herniações
o Contração do m. oblíquo externo aproxima a parede anterior da posterior e aumenta a tensão nos pilares o Descida do teto do canal, estreitando o canal ao mesmo tempo que sofre colapso anteroposterior
Funículo espermático
Ele suspende o testículo no escroto Possui estruturas que entram e saem do testículo Começa no anel inguinal profundo, passa pelo canal inguinal e segue para a parte posterior do escroto Superiormente ao funículo espermático passa o n. ilioinguinal, que inerva a base do pênis e a porção anterior do escroto Os seus revestimentos fasciais incluem o Fáscia espermática interna Derivada da fáscia transversal o Fáscia cremastérica Derivada das fáscias superficial e profunda do m. oblíquo interno O músculo cremáster é formado pelos fascículos inferiores do músculo oblíquo interno o Fáscia espermática externa Derivada da aponeurose do m. oblíquo externo e de sua fáscia de revestimento, além da fáscia profunda de revestimento que está abaixo da fáscia de Scarpa O músculo cremáster o Formado por fascículos musculares do músculo oblíquo interno o Traciona reflexamente o testículo, sobretudo em resposta ao frio ou durante a atividade sexual como proteção o Importante mecanismo de regulação da temperatura do testículo para a realização da espermatogênese Para formação de novos sptz o testículo deve estar 1°C abaixo da temperatura corporal o Costuma atuar junto com o músculo dartos Músculo liso da tela subcutânea sem gordura (túnica dartos) Auxilia na elevação do testículo e enruga a pele Músculo liso e recebe inervação autônoma o É inervado pelo ramo genital do n. genitofemoral (L1, L2), derivado do plexo lombar o Músculo estriado, com inervação somática
Os componentes do funículo espermático são o Ducto deferente Conecta epidídimo ao ducto ejaculatório o Artéria testicular Ramo da aorta, irriga testículo e epidídimo o Artéria do ducto deferente Ramo da a. vesical inferior o Artéria cremastérica Vem da a. epigástrica inferior o Plexo venoso pampiniforme Conjunto de veias que convergem para formar as veias testiculares Esse plexo pampiniforme também é importante para a termorregulação, esfriando o sangue arterial e mantendo a temperatura testicular 2°C abaixo da temperatura corporal O plexo venoso pampiniforme esquerdo é frequentemente varicoso, devido à estase da veia testicular esquerda gerada pela superposição do cólon sigmoide o Ramo genital do n. genitofemoral O ramo femoral do n. genitofemoral passa anteriormente ao músculo psoas, e inervará a porção superomedial da coxa Reflexo cremastérico Vias eferentes: ramo genital do n. genitofemoral Vias aferentes: ramo femoral do n. genitofemoral o Vasos linfáticos o Fibras nervosas o Vestígio do processo vaginal Anterior ao funículo espermático Entre o peritônio e a túnica vaginal Pode não ser encontrado
Escroto
O escroto se desenvolve a partir de duas evaginações cutâneas da parede do abdome Essas duas evaginações são chamadas eminências lábioescrotais o Posteriormente, essas eminências se fundem para formar uma única bolsa cutânea pendular, que se desenvolverá no escroto o A fusão dessas duas eminências demarca a rafe escrotal É um saco cutâneo formado por 2 porções o Pele o Túnica dartos Lâmina fascial sem gordura, sendo anteriormente uma continuidade da fáscia de Scarpa (parte membranácea da tela subcutânea abdominal) Posteriormente é contínua com a parte membranácea da tela subcutânea do períneo Inclui fibras musculares, compondo o músculo dartos Como o músculo está aderido à pele, quando ele se contrai oferece a aparência rugosa do escroto Quando se contrai, reduz a área superficial do escroto, diminuindo a perda de calor A túnica dartos continua internamente para formar o septo do escroto, que divide a bolsa testicular em compartimentos direito e esquerdo Esse septo tem como corresponde externo a rafe escrotal
A irrigação arterial do escroto é feita por o Artéria cremastérica Ramo da a. epigástrica inferior o Ramos escrotais anteriores da a. pudenda externa A a. pudenda externa é ramo da a. femoral o Ramos escrotais posteriores da a. perineal (ramo da a. pudenda interna) As veias acompanham as artérias
Os vasos linfáticos drenam para linfonodos inguinais superficiais Os nervos do escroto Ramos do plexo lombar para a face anterior Ramos do plexo sacral para a face posterior e inferior o Nervos escrotais anteriores Ramos do n. ilioinguinal (L1) o Ramo genital do n. genitofemoral (L1, L2) Supre a face anterolateral o Nervos escrotais posteriores Ramos do ramo perineal do n. pudendo (S2-S4) o Ramos perineais do n. cutâneo femoral posterior (S2, S3) Suprem a face posteroinferior
Testículos
São as gônadas masculinas Produzem espermatozoides e testosterona Estão suspensos no escroto pelo funículo espermático O testículo esquerdo é mais baixo, pois sofreu indução primeiro O testículo, junto com o epidídimo, são recobertos pela lâmina visceral da túnica vaginal o Obs.: O seio do epidídimo é uma fenda entre o testículo e o corpo do epidídimo e atua como resquício da túnica vaginal A lâmina parietal da túnica vaginal está aderida à fáscia espermática interna Entre as duas lâminas da túnica vaginal há um líquido que permite a livre movimentação do testículo no escroto
Os testículos possuem uma face externa fibrosa o A túnica albugínea A partir dessa face fibrosa, surgem septos fibrosos em direção ao testículo, originando lóbulos de túbulos seminíferos contorcidos o Esses túbulos são longos e espiralados, onde são produzidos os espermatozoides Por meio de túbulos retos, esses túbulos contorcidos são unidos à rede do testículo
As artérias testiculares o São ramos da aorta abdominal o Emergem logo abaixo da a. renal o Passam por cima dos ureteres e vasos ilíacos o Entra pelo anel inguinal profundo o A artéria testicular ou um de seus ramos se anastomosa com a a. do ducto deferente As veias que emergem do testículo e do epidídimo formam o plexo venoso pampiniforme o Situado anteriormente ao ducto deferente o Envolve a a. testicular o Faz parte do sistema termorregulador do testículo, junto com os músculos cremáster e o músculo dartos o Cada plexo venoso forma uma veia testicular Direita drena para a VCI Esquerda, que entra na v. renal esquerda
Epidídimo
Estrutura alongada da face posterior do testículo Os dúctulos eferentes levam os sptz recém-desenvolvidos da rede testicular para o epidídimo Formado por minúsculas alças do ducto do epidídimo Na cauda do epidídimo, o ducto deferente segue como continuação do ducto do epidídimo As 3 partes do epidídimo são o Cabeça Parte expandida e superior o Corpo o Cauda Continua como ducto deferente, que leva os espermatozoides até o ducto ejaculatório
Hérnias inguinais
A maioria das hérnias inguinais ocorrem na região inguinal A maioria ocorre nos homens, devido à passagem do funículo espermático pelo canal inguinal
A hérnia inguinal é uma protrusão do peritônio parietal e de vísceras abdominais, como o intestino delgado, através de uma abertura normal ou anormal da cavidade As hérnias inguinais podem ser o Diretas Detectada por um impulso forte contra a polpa do dedo posicionada no Trígono de Hesselbach de um paciente com hérnia direta A hérnia direta atravessa diretamente o triângulo inguinal (de Hesselbach) e emerge pelo anel inguinal superficial. Diferentemente da hérnia indireta, não necessariamente uma hérnia indireta se estende em direção ao escroto Os limites do Trígono herniógeno ou Trígono de Hesselbach são Medialmente é a borda lateral do m. reto abdome Lateralmente são os vasos epigástricos inferiores Inferiormente é o ligamento inguinal o Indiretas – mais comuns Normalmente, o processo vaginal oblitera-se antes do nascimento, exceto sua porção distal que forma a túnica vaginal Caso não haja essa obliteração, é uma possível região de herniação Se todo o pedículo do processo vaginal persistir, temos uma hérnia inguinal indireta completa Portanto, na hérnia inguinal indireta, ela atravessa o anel inguinal profundo e emerge do interior do funículo espermático pelo anel inguinal superficial Assim, o músculo cremáster envolve a hérnia inguinal indireta, pois ela passa por dentro do funículo espermático Detectada por Impulso súbito ao palpar o anel superficial e o paciente tossir Presença de uma massa na altura do anel inguinal profundo (1 a 1,5cm acima do ponto médio do lig. Inguinal) As duas hérnias o Saem pelo anel inguinal superficial o Induzem, quando o paciente tosse, um impulso no dedo do examinador que palpa o anel inguinal superficial...