As Palavras Interditas PDF

Title As Palavras Interditas
Author jose pedro branco
Course Português I
Institution Universidade de Aveiro
Pages 2
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Summary

As Palavras InterditasAs Palavras Interditas Os navios existem, e existe o teu rosto encostado ao rosto dos navios. Sem nenhum destino flutuam nas cidades, partem no vento, regressam nos rios.Na areia branca, onde o tempo começa, uma criança passa de costas para o mar. Anoitece. Não há dúvida, anoit...


Description

As Palavras Interditas As Palavras Interditas Os navios existem, e existe o teu rosto encostado ao rosto dos navios. Sem nenhum destino flutuam nas cidades, partem no vento, regressam nos rios. Na areia branca, onde o tempo começa, uma criança passa de costas para o mar. Antítese - contradição de ideias partir/ficar é usada para fazer Anoitece. Não há dúvida, anoitece. referencia aos soldados deslocados para a batalha («é preciso É preciso partir, é preciso ficar. Os hospitais cobrem-se de cinza. Ondas de sombra quebram nas esquin Amo-te... E entram pela janela as primeiras luzes das colinas.

partir») ou à angústia dos que permanecem ou caem mortos em terra estranha («é preciso ficar»)

As palavras que te envio são interditas até, meu amor, pelo halo das searas; se alguma regressasse, nem já reconhecia o teu nome nas suas curvas claras. Dói-me esta água, este ar que se respira, dói-me esta solidão de pedra escura, estas mãos noturnas onde aperto os meus dias quebrados na cintura.

Antitese - Constraste luz/escuridão muita vezes referido ao longo do poema entre a felicidade do amor e a tristeza da guerra Metáfora - aqui o sujeito poetico esta a comparar as palavras que envia com o seu amor pelo halo das searas

Anáfora - Repetição «dói-me» de modo a reforçar a ideia de dor

E a noite cresce apaixonadamente. Nas suas margens nuas, desoladas, cada homem tem apenas para dar um horizonte de cidades bombardeadas.

Analise do Poema O título deste poema, que é afinal o título do livro a que pertence, remete imediatamente para um tempo - 1951, regime salazarista - em que a falta de liberdade se estendia às palavras, censuradas, interditas.Destacam-se, no poema, algumas ideias: • Neste poema composto por seis quadras,o eu poético limita-se a descrever a pessoa que ama e a falar sobre o valor polissémico das palavras. Ao ler este poema,normalmente,remota-nos a elementos relacionados com a natureza como: o mar,as areias e a noite, associada a uma vertente luminosa. O poema transcende-nos a ideia do triunfo do amor em tempos de decadência. •Todos os sentidos do poema gravitam à volta de privação e plenitude. A relação amorosa "eu-tu" move-se num espaço de destruição e de conflito. Tal facto acentua as perspectivas de felicidade ("as primeiras luzes das colinas") que o amor abre, logo ensombradas pelas "ondas de sombra" e pelo ambiente de guerra. Mas o amor é subversivo, e por isso, mesmo assim, o amador envia palavras ao objecto do seu amor. • A articulação e oposição amor/realidade;

• A criança, símbolo da origem, da transparência, não pode olhar para o mar = cidades bombardeadas; também não pode olhar para terra = local de destruição. Ela é a harmonia num espaço de desarmonia. •A realidade noturna de «cinza», «sombra», «palavras interditas», «solidão» ,«dias quebrados»,«horizontes de cidades bombardeadas» • A inocência do «tempo que começa», a noite que «cresce apaixonadamente», as «palavras interditas» secretamente enviadas; • O amor; manifesto de luta contra a opressão, o medo e a guerra pela liberdade; • Jogo de luz e sombra; Imagem de contacto Este quadro representa apenas um por de sol com alguns barcos e o sol ao fundo. No entanto se analisar-mos a obra mais ao pormenor podemos reparar no contraste que ha entre a imagem de beleza e harmonia que o cenário nos transmite através dos elementos da natureza presentes e a intensidade das pinceladas que se revelam brutas e intensas. Retiramos daqui uma ideia de dualidade de sentimentos. Fazemos então uma ponte de contacto entre estas duas obras em que ambas apresentam um contraste de emoções e a utilização de elementos da natureza. Conclusão Com este trabalho fiquei a saber mais sobre o trabalho de Eugénio de Andrade,poeta que ja tinha conhecimento devido aos seus poemas juvenis que tinha o habito de ler em criança. Este poema sublinha a importancia que o amor e a liberdade tem nas nossas vidas bem como a sua dualidade. Reflete-nos tambem sobre a importancia dos valores conquistados pelo povo português com o 25 de Abril que pos fim a ditadura salazarista...


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