Aula 4 de movimentos artísticos NTC PDF

Title Aula 4 de movimentos artísticos NTC
Author Vasco Saraiva
Course Movimentos Artísticos Contemporâneos
Institution Universidade de Aveiro
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Land Art e arte conceptual- breve reflexão sobre os conceitos de modernidade e pósmodernidade.

Land Art- O modernismo demonstrou a impossibilidade romântica do individuo existir como um só separado de um contexto. A partir dessa premissa concluiu que o meio em que está um sujeito inserido e a acessibilidade à informação penetra no mais profundo sentido ético e criativo do mesmo. Tudo isto obrigou a que a criação e a apreciação de uma obra de arte não ficassem confinadas à sua condição de objeto, mas a sua fisicalidade e o contexto da sua criação e da sua função eram igualmente levados em consideração. Os artistas deste movimento partilhavam a convicção de que gestos esculturais poderiam ter uma vida para além das instituições e, consequentemente, com o seu significado enquadrado pelas variáveis orgânicas do lugar. Assim o objeto de arte começa a sair do espaço fechado para se tornais mais acessível ao público, não chamando, no entanto, a atenção para a paisagem, mas sim para o contexto. Os artistas trabalham o conceito de paisagem, mas não constitui uma representação da paisagem, apenas se funde com ela, apelando à precariedade dos recursos naturais e aceitando os fenómenos atmosféricos existentes. A Land Art procura a entropia na obra de arte, ou seja, causar o conflito interior no espectador e apelar à reflexão. Ex: Joseph Beuys, “7000 carvalhos”. 7000 costaneiras foram espalhadas em Kassel e por cada uma tinha-se o plano de plantar um carvalho num terreno chamado terreno vago, um local abandonado. Após colocar as 7000 costaneiras em frente à camara municipal ser tem as permissões para tal, foi levado a um processo em tribunal. A sua obra tem claramente uma função social focada no contexto em que o artista vive. Ex: Rosalind Krauss, “Sculpture in the Expanded Field”. Neste ensaio, a artista discutiu as restrições no entendimento modernista de escultura (não paisagem e não arquitetura). Desprezando esta definição, cria um novo axioma tendo em conta o contexto que influência a obra. Afirma que a paisagem e a arquitetura podem também estar relacionadas com a escultura, seja através do local onde a escultura se encontra ou a construção arquitetónica que a rodeia. A definição de escultura passa a ser “estruturas não funcionais contruídas na paisagem ou em locais contruídos e lugares marcados e intervenções não funcionais nos espaços contruídos. Tudo isto obrigou a que a criação e a apreciação de uma obra de arte não pudessem mais ficar confinadas à sua condição de objeto, mas a sua fisicalidade e o contexto da sua criação e da sua função eram igualmente levados em consideração. Estas transformações estruturais assinalam o advento do Pós-modernismo. Ex: Robert Smithson, “Spiral Jetty”; “Asphalt Rundown”. Apresenta a conexão entre ambiente, natureza e a arte como recurso. Estabelecendo uma narrativa entre ecologia e indústria. Ex: Dennis Oppenheim, “Anual Rings”. A sua Land Art redireciona o olhar do espectador para o contexto geopolítico em que se manifesta. Existe uma interpretação errada de que a sua obra está relacionada com os anais dos troncos das árvores. No entanto está relacionada com os mancebos que iam para tropa para a guerra do Vietnam. Simboliza o movimento de vários mancebos que passavam a fronteira dos EUA como desertores.

Ex: Walter de Maria, “The Lightning Field”. A peça contém 400 vigas de aço organizadas em 16 colunas, cada contendo 25 vigas. Ex: Michael Heizer com “Double Negative”. A formação da terra, o horizonte, o tempo e erosão transformaram-se em materiais, suportes para a produção artística. Ex: Nancy Holt “Poemas Enterrados”. A pessoa é suposta se dirigir a um local que contém um poema enterrado. No entanto poema é a própria jornada que cada um faz para chegar até ao local. Ex: Christo e Jean Claude, “Valley Courtain”; “The Umbrella”; “Surrounded Islands”. Através da modelação e do redimensionamento do espaço, as suas obras surgem como uma interrupção da paisagem. Cortinas que unem montanhas e se estendem até ao mar; espalharam guarda-chuvas gigantes pelas montanhas; ilhas envolvidas em plástico cor de rosa. Ex: Alberto Carneiro, “O Canavial: Memória Metamorfose de um Corpo Ausente”. Não teve grande protagonismo devido ao regime ditatorial da altura. _____________________________________________________________________________ O Pós-modernismo demonstrou que o Modernismo com o seu entendimento fundado nas vanguardas, estava incompleto. Incompleto, porque as sociedades são complexas. Embora possa existir um movimento, uma cultura dominante (consequentemente com carácter hegemónico), as sociedades são também formadas pela coexistência, no seu seio, de outras culturas (definidas pela cultura hegemónica como sendo subculturas). Para entender a produção artística contemporânea é preciso ter em consideração vários dos aspetos que ascenderam com o Pós-modernismo. A Land art teve um forte contributo para a ascensão do pós-modernismo, assim como a arquitetura que também teve grande importância. Pois a produção arquitetónica estava fatigada com o funcionalismo e os traços ortogonais. _____________________________________________________________________________ Arte conceptual: Valoriza mais a ideia por detrás da obra do que o produto acabado, sendo que, às vezes, este nem mesmo precisa existir. Suas expressões são bastante variadas e abrangem a fotografia, o vídeo, os textos, as performances, as instalações, a expressão musical entre outros elementos das linguagens artísticas. Ganhou mais protagonismo a partir de 1965, abolindo radicalmente o conceito de objeto artístico e desviando a atenção do espectador para a documentação inerente ao processo criativo que era realizado através do meios referidos. O mais importante não é a técnica ou o processo de execução da obra, mas sim o conceito que a determina e fundamenta. A obra é entendida apenas como uma etapa do processo criativo. Ex: Joseph Kouth, “One and Three Chairs”. O artista documenta um objeto de diferentes maneiras, ao colocar o próprio objeto, uma fotografia do mesmo, e uma descrição desse objeto. Através de três representações e uma ideia, demonstra verdadeiramente que a arte provoca a reflexão de quem a aprecia. Constituiu durante muito tempo o verdadeiro manifesto da arte conceptual. Joseph Kosuth pensava com Duchcamp. A arte deixou de ter por objetivo a forma da linguagem para se concentrar no conteúdo desta, o que equivalia a deslocar a natureza da arte de uma questão de morfologia para uma questão de função.

Ex: Richard Long em 1967 fez uma linha ao andar de um lado para outra várias vezes. Descreve o processo criativo. Ex: Pedro Cabrita Reis contruiu uma peça com estruturas precárias que remete para uma realidade que se estava a passar no contexto em Portugal que foi o aumento de grandes construções precárias que estavam a ser construídas. É arte conceptual. Ex: Patrícia Garrido durante uma semana ia para um compartimento e começava-se a despir. Remete para a realidade feminina. Cria também uma peça a partir um teto falso, que deixa de ter a função de teto. Remete para a instabilidade de alguns escritórios e organizações. É arte conceptual. Ex: Stockhausen este confinado voluntariamente e após isso tocou uma peça no piano. Descreve o processo criativo. Ex: Jan Dibbets fez uma peça conceptual que faz recurso a difusão da perspetiva

A representação enquanto processo na Arte Conceptual: Uma característica (observa-se somente em algumas das obras conceptuais) é a introdução do referente numa “obra”, ou seja, a redução a conceito das várias representações possíveis do mesmo conceito: a uma tautologia. Como fez por exemplo Joseph Kosuth ao tentar representar uma cadeira de diferentes maneiras. Essa passagem da aparência à conceção deu vida à arte moderna e à arte conceptual. Toda a arte após duchcamp é conceptual, na medida em que a arte existe sobretudo na experiência, menos na morfologia. Joseph Beuys, durante os anos 60 era reconhecido internacionalmente, não faltavam convites de museus. No entanto ele sempre recusou, pois decidira não expor nos estados unidos enquanto esses estivessem envolvidos na guerra do vietnam. No ano do fim da guerra faz uma exposição nos estados unidos, não aceitando um convite de um dos museus mais reconhecidos, mas através da rene block (pouco reconhecida na altura). Nos estados unidos diz “i like america and america likes me” referindo-se aos nativos americanos. Jan Dibbets fez outra peça conceptual que faz recurso a difusão da perspetiva. Invariantes presentes na arte conceptual: Uma outra redução efetuada por alguns artistas conceptualistas é a da linguagem e metalinguagem, sobretudo a que tende para a formalização científica, filosófica e em alguns caos semiótica. Como o caso da Anges Denes que faz uma projeção cúbica com várias fotos tiradas por si. As suas fotos foram um cubo quando juntas. Todas estas obras como está para além da experiência preceptiva direta, o conhecimento da obra depende de um sistema de documentação.

Invariantes presentes na Arte Conceptual:

- Uma outra invariante será a que vai da redução à destruição material do objeto - Algo que tinha consciência, mas esqueci - Algo que não conheço, mas que age sobre mim - Algo que está a tomar forma na minha mente e há de chegar à consciência - Algo que se aproxima no tempo e no espaço, mas que é desconhecido

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