Title | Funções de Bessel e aplicações |
---|---|
Author | Edi Rozembergh Brandão |
Course | Física |
Institution | Universidade Federal do Piauí |
Pages | 14 |
File Size | 340.6 KB |
File Type | |
Total Downloads | 33 |
Total Views | 409 |
Metodos Matemáticos para física da graduação, com funções especiais...
FFI 112: Física Matemática I Material Didático # 9 .......... 27-06-14
Funções de Bessel Gabriela Arthuzo
1. Expressão geral A função: 𝑥
𝑔 𝑥, 𝑡 = 𝑒 2
1 𝑡− 𝑡
é chamada função geratriz das funções de Bessel. Vamos expandi-la em uma série de Laurent para acharmos a expressão geral das funções de Bessel (𝐽𝑛 𝑥 ). 𝑔 𝑥, 𝑡 =
1 𝑥 𝑡− 𝑒2 𝑡
=
∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛
(1)
𝑛 =−∞
Sabemos que: 𝑒𝑥
=
∞
𝑥𝑛
𝑛 =0
𝑛!
Aplicando esse resultado à função geratriz: 𝑔 𝑥, 𝑡 =
𝑥𝑡 𝑒2
𝑥 𝑒 −2𝑡
=
∞
𝑥
𝑟=0
𝑟
2
∞
𝑡 𝑟 (−1)𝑠 𝑥 𝑠 𝑡 −𝑠 2𝑠 𝑠! 𝑟! 𝑠=0
=
∞
∞
(−1)𝑠
𝑟=0 𝑠=0
𝑥
2
𝑟+𝑠 𝑡 𝑟−𝑠
𝑟! 𝑠!
Definimos: 𝑛 =𝑟−𝑠 ⇒ 𝑟 =𝑛+𝑠 Assim temos: 𝑔 𝑥, 𝑡 =
∞
∞
(−1)𝑠 𝑥 𝑛 + 𝑠 ! 𝑠! 2
𝑛 =−∞ 𝑠=0
𝑛 +2𝑠
𝑡𝑛
(2)
Comparando (1) e (2):
1
∞
𝐽𝑛 𝑥 =
(−1)𝑠 𝑛 + 𝑠 ! 𝑠! 𝑥 2
𝑛 +2𝑠
(3)
𝑠=0 Essa é a expressão geral das funções de Bessel.
A seguir temos um esboço das funções de Bessel para 𝑛 = 0 até 5.
Figura 1: Funções de Bessel.
2. Propriedade Trocando (𝑛) por (−𝑛) na equação (3): 𝐽−𝑛 𝑥 =
∞ 𝑠=0
𝑥 (−1)𝑠 𝑠 − 𝑛 ! 𝑠! 2
2𝑠−𝑛
(4)
Definimos: 𝑠 = 𝑠′ + 𝑛
(5)
Substituímos (5) em (4): 𝐽−𝑛 𝑥 =
∞
(−1)𝑠 +𝑛 𝑥 ′ ′ 𝑠 ! 𝑠 +𝑛 ! 2 ′
𝑠′ =0
𝑛 +2𝑠′
(6)
Comparando (3) e (6), vemos que: 𝐽−𝑛 𝑥 = −1 𝑛 𝐽𝑛 (𝑥)
2
3. Representação integral Tomamos a função geratriz 𝑔 𝑥, 𝑡 , dividimos por 𝑡 𝑛 +1 e integramos: 𝐶
𝐶
𝑒
𝑥
𝑔 𝑥, 𝑡
𝑑𝑡 =
𝑡 𝑛 +1
1 2 𝑡− 𝑡
𝐶
𝑒
𝑥
1 2 𝑡− 𝑡
𝑑𝑡 =
𝑡 𝑛 +1
∞
𝐽𝑚 (𝑥)𝑡 𝑚 −𝑛−1 𝑑𝑡
𝐶 𝑚=−∞
𝑑𝑡 = 𝑔 𝑡 𝑑𝑡 = 2𝜋𝑖𝑅𝑒𝑠 𝑔 𝑡 , 𝑡 = 0 = 2𝜋𝑖𝐽𝑛 (𝑥)
𝑡 𝑛 +1
𝐶
𝑥
𝑡− 1 𝑒 2 𝑡 𝑑𝑡 ⇒ 𝐽𝑛 𝑥 = 2𝜋𝑖 𝑡 𝑛 +1 1
𝐶
Fazemos a substituição: 𝑡 = 𝑒 𝑖𝜃 ⇒ 𝑑𝑡 = 𝑖𝑒 𝑖𝜃 𝑑𝜃 2𝜋 𝑥 (𝑒 𝑖𝜃 −𝑒 −𝑖𝜃 )
𝑒 2 1 𝐽𝑛 𝑥 = 2𝜋𝑖 𝑒 𝑖𝜃 (𝑛 +1) 0
2𝜋
1 𝑒 𝑖(𝑥𝑠𝑒𝑛𝜃 −𝑛𝜃 ) 𝑑𝜃 𝑖𝑒 𝑑𝜃 = 2𝜋 𝑖𝜃
0
Parte real: 𝜋
2𝜋
1 1 𝐽𝑛 𝑥 = cos 𝑥𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑛𝜃 𝑑𝜃 = cos 𝑥𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑛𝜃 𝑑𝜃 2𝜋 𝜋 0
0
4. Relações de recorrência Para a primeira relação de recorrência, derivamos a função geratriz em relação a 𝑡. 𝜕𝑔 𝑥, 𝑡 = 𝜕𝑡
𝑥
𝜕 𝑒 2 𝑡− 𝑡 1
𝜕𝑡
=
𝑥 1 𝑒 2 𝑡− 𝑡
1 1 1 𝑥 𝑥 𝑥 1 + 2 = 𝑔 𝑥, 𝑡 1+ 2 = 1+ 2 2 2 𝑡 2 𝑡 𝑡
𝜕𝑔 𝑥, 𝑡 = 𝜕𝑡
𝑥 1 ⇒ 1+ 2 2 𝑡
∞
𝑥
𝑛 =−∞
2
∞
∞
𝑛 =−∞
𝑛 =−∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛 +
𝑥
𝑛 =−∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛
𝑛=−∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑛𝑡 𝑛 −1
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛 ∞
∞
2
=
∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑛𝑡 𝑛 −1
𝑛 =−∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛−2 =
∞
𝐽𝑛 (𝑥)𝑛𝑡 𝑛−1
𝑛 =−∞
(7)
Manipulando a equação (7), deixando todos os somatórios com 𝑡 𝑛 −1 :
3
∞
𝑥
2
𝑛 =−∞
∞
𝐽𝑛−1 (𝑥)𝑡 𝑛−1
𝑥 2 𝐽𝑛 +1 (𝑥)𝑡
∞
𝑛−1
= 𝑛 =−∞ 𝐽𝑛 (𝑥 )𝑛𝑡 𝑛−1 + 𝑛 =−∞ 𝑥 𝑥𝐽 ⇒ 𝐽 𝑥 = 𝐽𝑛 𝑥 𝑛 𝑛−1 𝑥 + 2 𝑛 +1 2
Multiplicamos a equação (8) por 𝐽𝑛−1 𝑥 + 𝐽𝑛 +1 𝑥 =
2 𝑥 2𝑛 𝑥
(8)
: 𝐽𝑛 (𝑥)
(9)
(primeira relação de recorrência)
Para a segunda relação de recorrência, derivamos a função geratriz em relação a 𝑥. 𝜕𝑔 𝑥, 𝑡 = 𝜕𝑥
𝜕 𝑒
𝑥 1 2 𝑡− 𝑡
𝜕𝑥
∞
=
𝑥 𝑡−1 𝑒2 𝑡
1 1 1 1 1 1 = 𝑡− 𝑡− 𝑡 − = 𝑔 𝑥, 𝑡 𝑡 2 𝑡 2 2 𝑡
𝜕𝑔 𝑥, 𝑡 = 𝜕𝑥 1 1 ⇒ 𝑡− 2 𝑡
1
𝑛 =−∞
2
𝐽𝑛 𝑥 𝑡
𝑛 +1
−
∞
𝐽𝑛
∞
𝐽𝑛
𝑛 =−∞
(𝑥 )𝑡 𝑛
1
𝑛 =−∞
2
𝐽𝑛
𝐽𝑛 (𝑥)𝑡 𝑛
𝑛=−∞
(𝑥 )𝑡 𝑛
=
𝑛 =−∞ ∞
′
∞
∞
𝐽𝑛
′
𝑛 =−∞
(𝑥)𝑡 𝑛−1
=
(𝑥)𝑡 𝑛
∞
𝐽𝑛
𝑛 =−∞
′
(𝑥)𝑡 𝑛
(10)
Manipulando a equação (10), deixando todos os somatórios com 𝑡 𝑛 : ∞
1
𝑛 =−∞
2
𝐽𝑛−1 𝑥 𝑡 𝑛 −
∞
1
𝑛 =−∞
2
⇒ 𝐽𝑛−1 𝑥 − 𝐽𝑛 +1 𝑥 = 2𝐽𝑛′ (𝑥)
𝐽𝑛 +1 (𝑥)𝑡 𝑛 =
∞
𝐽𝑛
𝑛 =−∞
′
(𝑥)𝑡 𝑛
(segunda relação de recorrência)
(11)
Podemos somar as relações de recorrência e obter uma nova relação: 𝑛
𝐽𝑛−1 𝑥 = 𝑥 𝐽𝑛 𝑥 + 𝐽𝑛′ 𝑥
(12)
Subtraindo as relações de recorrência obtemos: 𝐽𝑛 +1 𝑥 =
𝑛 𝐽 𝑥 − 𝐽𝑛′ 𝑥 𝑥 𝑛
(13)
5. Equação diferencial Fazemos a mudança 𝐽𝑛 𝑥 → 𝑍𝑣 𝑥 e 𝑛 → 𝑣 na equação (12): 4
𝑍𝑣−1
Multiplicando a equação (14) por 𝑥 :
′ 𝑥 𝑣 𝑥 + 𝑍 𝑍 𝑣 𝑣 𝑥 = 𝑥
𝑥𝑍𝑣−1 𝑥 = 𝑣𝑍𝑣 𝑥 + 𝑥𝑍𝑣′ 𝑥
Derivamos a equação (15) em relação a 𝑥 :
(14)
(15)
′ 𝑥𝑍𝑣−1 (𝑥) + 𝑍𝑣−1 (𝑥) = 𝑣𝑍′𝑣(𝑥) + 𝑥𝑍𝑣′′ (𝑥) + 𝑍𝑣′ (𝑥)
(16)
′ 𝑥 2 𝑍𝑣−1 (𝑥) + 𝑥𝑍𝑣−1 (𝑥) = 𝑣𝑥𝑍′𝑣(𝑥) + 𝑥 2 𝑍𝑣′′ (𝑥) + 𝑥𝑍𝑣′(𝑥)
(17)
𝑣𝑥𝑍𝑣−1 𝑥 = 𝑣 2 𝑍𝑣 𝑥 + 𝑣𝑥𝑍𝑣′ 𝑥
(18)
Multiplicando a equação (16) por 𝑥 : Multiplicando a equação 15 por 𝑣: Fazendo 17 − (18):
′ 𝑥 ]=0 𝑥 2 𝑍′′𝑣 𝑥 + 𝑥𝑍𝑣′ 𝑥 − 𝑣 2 𝑍𝑣 𝑥 + 𝑥[ 𝑣 − 1 𝑍𝑣−1 𝑥 − 𝑥𝑍𝑣−1
(19)
Fazemos a mudança 𝐽𝑛 𝑥 → 𝑍𝑣−1 𝑥 e 𝑛 → 𝑣 − 1 na equação (13): 𝑍𝑣 𝑥 =
(𝑣 − 1) ′ 𝑍𝑣−1 𝑥 − 𝑍𝑣−1 𝑥 𝑥
(20)
Multiplicando a equação (20) por 𝑥 :
′ 𝑥𝑍𝑣 𝑥 = 𝑣 − 1 𝑍𝑣−1 𝑥 − 𝑥𝑍𝑣−1 𝑥
(21)
Substituindo a equação (21) na equação (19), temos: 𝑥 2 𝑍𝑣′′ 𝑥 + 𝑥𝑍𝑣′ 𝑥 − 𝑣 2 𝑍𝑣 𝑥 + 𝑥 2 𝑍𝑣 𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 2 𝑍𝑣′′ 𝑥 + 𝑥𝑍𝑣′ 𝑥 + 𝑥 2 − 𝑣 2 𝑍𝑣 𝑥 = 0
(22)
A equação (22) é a equação diferencial de Bessel. Podemos transformar a equação diferencial (22) em outra equação. Fazemos a mudança 𝑍𝑣 𝑥 → 𝑢(𝑥) na equação 22 . 𝑥2
Primeira mudança:
𝑑 2 𝑢(𝑥) 𝑑𝑢(𝑥) + 𝑥2 − 𝑣2 𝑢 𝑥 = 0 + 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 𝑥 = 𝑧𝛽
(23)
(24)
5
𝑑
1 = 𝑑𝑧 𝑑 𝑑 𝑑𝑧 𝑑𝑥 ⇒ = 𝛽 𝑑𝑥 𝑑𝑧 Substituímos as equações (24) e (25) na equação (23): 𝑧2
(25)
𝑑 2 𝑢(𝑧) 𝑑𝑢(𝑧) + 𝑧 2 𝛽2 − 𝑣 2 𝑢 𝑧 = 0 +𝑧 2 𝑑𝑧 𝑑𝑧
⇒𝑧
Segunda mudança:
𝑑 𝑑𝑢 𝑧 + 𝑧 2 𝛽2 − 𝑣 2 𝑢 𝑧 = 0 𝑑𝑧 𝑑𝑧
⇒ 𝑧
𝑧 = 𝜉𝛾
(26)
(27)
𝑑 𝑑 𝑑𝜉 𝜉 𝑑 = 𝜉𝛾 = 𝑑𝑧 𝑑𝜉 𝑑𝑧 𝛾 𝑑𝜉
(28)
Substituímos as equações (27) e (28) na equação (26):
𝜉 𝑑 𝜉 𝑑𝑢 + 𝜉 2𝛾 𝛽 2 − 𝑣 2 𝑢 𝜉 = 0 𝛾 𝑑𝜉 𝛾 𝑑𝜉
(29)
𝑑 𝑑𝑢 + (𝜉 𝛾 𝛽𝛾)2 − (𝑣𝛾)2 𝑢 𝜉 = 0 𝜉 𝑑𝜉 𝑑𝜉
(30)
Multiplicamos a equação (29) por 𝛾 2 : 𝜉
Terceira mudança: 𝑢 = 𝑦𝜉 −𝛼 Calculamos a derivada: 𝜉
⇒ 𝜉
𝑑𝑢 𝑑(𝑦𝜉 −𝛼 ) = 𝑦′𝜉1−𝛼 − 𝛼𝑦𝜉 −𝛼 =𝜉 𝑑𝜉 𝑑𝜉
𝑑 𝑑𝑢 𝑑 𝜉 =𝜉 𝑦′𝜉1−𝛼 − 𝛼𝑦𝜉 −𝛼 = 𝑦 ′′ 𝜉 2−𝛼 + 1 − 2𝛼 𝑦 ′ 𝜉1−𝛼 + 𝛼 2 𝑦𝜉 −𝛼 (31) 𝑑𝜉 𝑑𝜉 𝑑𝜉
Substituímos a equação (31) na equação (30) e dividimos por 𝜉 2−𝛼 : 𝑦 ′′ +
Sabemos que
𝑢 (𝜉) 𝜉 −𝛼
(𝜉 𝛽𝛾) − (𝑣𝛾) 𝑢 𝜉 1 − 2𝛼 𝑦 ′ 𝛼 2 𝑦 =0 + 2 + 𝜉 𝜉 𝜉2 𝜉−𝛼 𝛾
2
2
(32)
= 𝑦(𝜉). Substituímos isso na equação (32):
𝑑 2 𝑦 1 − 2𝛼 𝑑𝑦 𝛼 2 − 𝑣𝛾 + + 𝑑𝜉 2 𝜉2 𝜉 𝑑𝜉
2
+ (𝜉𝛾−1 𝛽𝛾)2 𝑦 𝜉 = 0
(33)
6
A equação (33) é a equação de Bessel transformada, cuja solução é: 𝑦 𝜉 = 𝜉 𝛼 𝑍𝑣 (𝛽𝜉 𝛾 ) Este resultado é aplicado quando é dada uma EDO cuja solução queremos saber. Então comparamos a EDO dada com a EDO da equação (33) e identificamos 𝛼, 𝛽, 𝛾 e 𝑣. 6. Ortogonalidade Vamos provar a ortogonalidade das funções de Bessel: 1
0
𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑑𝑥 = 0
(𝜆 ≠ 𝜇)
𝜆 e 𝜇 são raízes; 𝐽𝑛 𝜆𝑥 e 𝐽𝑛 𝜇𝑥 são soluções da equação de Bessel. Através da EDO de Bessel, 𝑥 2 𝐽𝑛′′ 𝑥 + 𝑥𝐽𝑛′ 𝑥 + 𝑥 2 − 𝑛 2 𝐽𝑛 𝑥 = 0 podemos escrever: 𝑥 2 𝐽′′𝑛 𝜆𝑥 + 𝑥𝐽𝑛′ 𝜆𝑥 + 𝜆2 𝑥 2 − 𝑛2 𝐽𝑛 𝜆𝑥 = 0
𝑥 2 𝐽𝑛′′ 𝜇𝑥 + 𝑥𝐽𝑛′ 𝜇𝑥 + 𝜇2 𝑥 2 − 𝑛 2 𝐽𝑛 𝜇𝑥 = 0
(34) (35)
Escrevemos as equações (34) e (35) na forma: 34 ⇒ 𝑥 35 ⇒ 𝑥
𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 + 𝜆2 𝑥 2 − 𝑛 2 𝐽𝑛 𝜆𝑥 = 0 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
+ 𝜇2 𝑥 2 − 𝑛2 𝐽𝑛 𝜇𝑥 = 0
(36)
(37)
Multiplicamos (36) por 𝐽𝑛 𝜇𝑥 , (37) por 𝐽𝑛 𝜆𝑥 e dividimos por 𝑥: 𝐽𝑛 𝜇𝑥
𝐽𝑛 𝜆𝑥
Fazemos 38 − (39):
1 2 2 𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝜆 𝑥 − 𝑛 2 𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝐽𝑛 𝜆𝑥 = 0 + 𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
+
1 2 2 𝜇 𝑥 − 𝑛2 𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝜇𝑥 = 0 𝑥
(38)
(39)
7
𝑑
𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑑𝐽𝑛 𝜇𝑥 + 𝑥 𝜆2 − 𝜇 2 𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝐽𝑛 𝜆𝑥 = 0 − 𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑 𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑑𝐽 𝜇𝑥 + 𝑥 𝜆2 − 𝜇2 𝐽 ⇒ 𝑛 𝜇𝑥 𝐽𝑛 𝜆𝑥 = 𝐴 = 0 (40) − 𝑥𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑛𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝐽𝑛 𝜇𝑥
𝑥
Integramos a equação (40): 1
0
𝐴 𝑑𝑥 = 𝐽𝑛 𝜇
𝐽𝑛′
𝜆 −
𝐽𝑛′
𝜇 𝐽𝑛 𝜆 + 𝜆 − 𝜇
Como 𝜆 e 𝜇 são raízes:
2
1
𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑑𝑥 = 0
2
0
𝐽𝑛 𝜇 𝐽𝑛′ 𝜆 = 0
e 𝐽𝑛′ 𝜇 𝐽𝑛 𝜆 = 0
Assim para 𝜆 ≠ 𝜇:
1
0
𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝜇𝑥 𝑑𝑥 = 0
7. Norma Dividimos a equação (36) por 𝑥 :
𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑑 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
+ 𝜆2 𝑥 −
𝑛2 𝐽 𝜆𝑥 = 0 𝑥 𝑛
(41)
𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝑘𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
+ 𝑘2 𝑥 −
𝑛2 𝐽 𝑘𝑥 = 0 𝑥 𝑛
(42)
Sendo 𝜆 uma raiz. Com 𝑘 arbitrária temos:
Multiplicamos a equação 41 por 𝐽𝑛 𝑘𝑥 e a equação (42) por 𝐽𝑛 𝜆𝑥 e fazemos 41 − (42): 𝐵 = 𝐽𝑛 𝑘𝑥
𝑑 𝑑 𝑑𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑑𝐽𝑛 𝑘𝑥 − 𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑥 𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
= 𝑘 2 − 𝜆2 𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝑘𝑥
(43)
Integramos a equação 43 :
8
𝑎
𝐵
′
𝑑𝑥 = 𝐽𝑛 𝑘𝑎 𝑎𝜆𝐽𝑛
𝜆𝑎 é raiz ⇒ 𝐽𝑛 𝜆𝑎 = 0 0
⇒ 𝐽𝑛 𝑘𝑎
𝜆𝑎 − 𝐽𝑛 𝜆𝑎 𝑎𝐽𝑛′ 𝑘𝑎 =
𝑎𝜆𝐽𝑛′
Derivando a equação (44) em 𝑘: 𝑑𝐽𝑛 𝑘𝑎 ′ 𝜆𝐽𝑛 𝜆𝑎 = 𝑎2 𝑑𝑥
Fazemos 𝑘 = 𝜆:
𝜆𝑎 =
𝑎 0
𝑎 0
𝑘 2 − 𝜆2 𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝑘𝑥 𝑑𝑥
𝑘2 − 𝜆2 𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝑘𝑥 𝑑𝑥
𝑎
0
2𝑘𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝐽𝑛 𝑘𝑥 + 𝑘 2 − 𝜆2 𝑥 2
𝑎2 𝜆𝐽𝑛′ ⇒
𝜆𝑎
2
𝐽𝑛 𝜆𝑥 𝑑𝑥
𝑎
= 2𝜆 𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 2 𝑑𝑥
𝑎 0
𝑑𝐽𝑛 𝑘𝑥 𝑑𝑥
(44)
0
𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 2 𝑑𝑥 =
𝑎2 ′ 𝐽 𝜆𝑎 2 𝑛
2
(45)
Da equação (13), sabemos que: 𝐽𝑛′ 𝜆𝑎 = −𝐽𝑛 +1 𝜆𝑎
(46)
Substituindo a equação (46) na equação (45): 𝑎 0
𝑥𝐽𝑛 𝜆𝑥 2 𝑑𝑥 =
𝑎2 𝐽 (𝜆𝑎)2 2 𝑛 +1
8. Membrana circular
Figura 2: Membrana circular.
9
No problema da membrana circular, iremos determinar 𝑧, sendo 𝑧 = 𝑧(𝑟, 𝜃, 𝑡), com 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑎 e 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋. Utilizaremos a equação de onda: 1 𝜕2𝑧 = 𝛻2 𝑧 2 2 𝜕𝑡 𝑐 𝑐=
⇒𝜌 As condições de contorno são:
𝑇 𝜌
𝜕2𝑧 = 𝑇𝛻 2 𝑧 𝜕𝑡 2
(47)
𝐶𝐶1: 𝑧(𝑟, 𝜃, 𝑡) é finito
𝐶𝐶2: 𝑧 𝑎, 𝜃, 𝑡 = 0
𝐶𝐶3: 𝑧(𝑟, 𝜃, 𝑡) é periódica em 𝜃, com período = 2𝜋 As condições iniciais são: 𝑧 𝑟, 𝜃, 0 = 𝑓(𝑟, 𝜃)
𝑧 𝑟, 𝜃, 0 = 𝑣(𝑟, 𝜃)
Vamos procurar vibrações harmônicas: 𝑧 𝑟, 𝜃, 𝑡 = 𝐹 𝑟, 𝜃 cos 𝜔𝑡
(48)
Laplaciano em coordenadas polares: 𝛻 2 𝑢 𝑟, 𝜃 =
1 𝜕 𝜕𝑢 1 𝜕2𝑢 + 2 2 𝑟 𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃
⇒ 𝛻2 𝑢 𝑟, 𝜃 =
𝜕 2 𝑢 1 𝜕𝑢 1 𝜕 2 𝑢 + + 𝜕𝑟 2 𝑟 𝜕𝑟 𝑟 2 𝜕𝜃 2
Assim, substituindo a equação (48) na equação (47) temos:
1 𝜕2 1𝜕 𝜕2 𝜌 2 + + 𝜔 𝐹 𝑟, 𝜃 cos 𝜔𝑡 𝐹 𝑟, 𝜃 cos 𝜔𝑡 = − 2 𝜕𝑟 𝑇 𝑟 𝜕𝑟 𝑟 2 𝜕𝜃 2 ⇒
Separação de variáveis:
𝜕 2 𝐹 1 𝜕𝐹 1 𝜕 2 𝐹 𝜌 + 2 2 = − 𝜔2 𝐹 + 2 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑇
(49)
10
𝐹 𝑟, 𝜃 = 𝑅 𝑟 Θ 𝜃
(50)
Substituímos a equação (50) na equação (49): Θ𝜃
2 𝑑 2 𝑅(𝑟) 1 1 + Θ 𝜃 𝑑𝑅(𝑟) + 𝑅 𝑟 𝑑 Θ 𝜃 = − 𝜌 𝜔2 𝑅 𝑟 Θ 𝜃 2 𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑇 𝑑𝜃 2 𝑟 𝑟2
(51)
Dividimos a equação (51) por 𝑅 𝑟 Θ 𝜃 e multiplicamos por 𝑟 2 :
r 2 𝑑 2 𝑅(𝑟) 1 𝑑2 Θ 𝜃 𝑟 𝑑𝑅(𝑟) 𝑟 2 𝜌𝜔2 + + + =0 𝑇 Θ 𝜃 𝑑𝜃 2 R(r) 𝑑𝑟 2 𝑅(𝑟) 𝑑𝑟 𝑟 𝑑𝑅(𝑟) 𝑟 2 𝜌𝜔2 r 2 𝑑 2 𝑅(𝑟) + + ⇒ =𝑚 R(r) 𝑑𝑟 2 𝑅(𝑟) 𝑑𝑟 𝑇 ⇒
1 𝑑2 Θ 𝜃 = −𝑚 Θ 𝜃 𝑑𝜃 2
Definimos: 𝑘2 = EDO radial: 𝑟2
𝜌𝜔2 𝑇
𝑑 2 𝑅(𝑟) 𝑑𝑅(𝑟) +𝑟 + 𝑘2 𝑟 2 − 𝑚 𝑅 𝑟 = 0 2 𝑑𝑟 𝑑𝑟
(52)
Notamos a semelhança da equação (52) com a equação diferencial de Bessel, equação (22). EDO angular:
Solução da EDO radial: Definimos 𝑚 = 𝑛2
⇒ 𝑟2
𝑑2 Θ 𝜃 = −𝑚Θ 𝜃 𝑑𝜃 2
𝑑 2 𝑅(𝑟) 𝑑𝑅(𝑟) +𝑟 + 𝑘 2 𝑟 2 − 𝑛2 𝑅 𝑟 = 0 2 𝑑𝑟 𝑑𝑟
A equação anterior é uma EDO de Bessel na variável 𝑘𝑟, cuja solução é: 𝑅𝑛 (𝑟) = 𝐴′𝑛 𝐽𝑛 (𝑘𝑟) + 𝐵𝑛′ 𝑌𝑛 (𝑘𝑟)
Como as funções 𝑌𝑛 (𝑥) divergem para 𝑥 → 0, elas não são soluções para este problema (de acordo com a 𝐶𝐶1). 11
′ ⇒ 𝑅𝑛 𝑟 = 𝐴𝑛 𝐽𝑛 𝑘𝑟
Solução da EDO angular:
Θ 𝜃 = 𝐴𝑐𝑜𝑠 𝑛𝜃 + 𝐵𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜃
Com 𝑛 = 0,1,2, … e 𝑚 = 𝑛2 .
(53)
(54)
Substituímos as equações (53) e (54) na equação (50): Aplicamos a 𝐶𝐶2:
𝐹 𝑟, 𝜃 = 𝐽𝑛 (𝑘𝑟) 𝐶𝑛 cos(𝑛𝜃) + 𝐷𝑛 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝜃) 𝑧 𝑎, 𝜃, 𝑡 = 0 ⇒ 𝐽𝑛 𝑘𝑎 = 0
Assim 𝑘𝑎 é uma raiz de 𝐽𝑛 ⇒ 𝑘𝑎 = 𝜉𝑠
(𝑛 )
(s-ésima raiz de 𝐽𝑛 )
⇒ 𝑘𝑠
(𝑛 )
Lembrando que: 𝑘 = 𝜔
𝜌
𝑇
=
𝜔 𝑐
⇒ 𝑘𝑠
(𝑛 )
𝜔𝑠
(𝑛 )
Voltando a equação (48): 𝑧𝑠
(𝑛 )
𝑟, 𝜃, 𝑡 = 𝐽𝑛 𝜉𝑠(𝑛 )
Com
=
=
=
1 (𝑛 ) 𝜉 𝑎 𝑠
(𝑛 ) 1 (𝑛 ) 𝜔𝑠 𝜉𝑠 = 𝑎 𝑐
𝑇 1 (𝑛 ) 𝜉 𝜌𝑎 𝑠
𝑟 (𝑛 ) 𝐶 cos(𝑛𝜃) + 𝐷𝑛 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝜃) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑠 𝑡 𝑎 𝑛
𝑛 = 0,1,2, …
𝑠 = 1,2,3, …
Caso especial: excitação simétrica, no centro da membrana. Os modos não dependem de 𝜃 ⇒ 𝑛 = 0 𝑧𝑠
(0)
Os modos têm a forma:
𝑟, 𝑡 = 𝐶0 𝐽0 𝜉𝑠(0)
𝑟 (0) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑠 𝑡 + 𝜑 𝑎
12
(𝟎) (𝟎) Figura 3: Forma dos modos para 𝝎(𝟎) 𝟏 , 𝝎𝟐 e 𝝎𝟑 , respectivamente.
Podemos escrever a solução como: 𝑧𝑠
(0)
𝑟, 𝑡 = 𝐽0 𝜉𝑠(0)
𝑟 (0) 𝐴𝑠 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑠 𝑡 + 𝐵𝑠 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑠(0) 𝑡 𝑎
Determinamos 𝐴𝑠 e 𝐵𝑠 pelas condições iniciais. Exemplo: 𝑧 𝑟, 0 = 0
⇒ 𝐽0 𝜉𝑠
(0)
⇒ 𝐴𝑠 = 0
𝑟 𝐴 =0 𝑎 𝑠
𝑧 𝑟, 0 = 𝑣(𝑟)
⇒ 𝑧 𝑟, 0 = 𝜔𝑠 𝐽0 𝜉𝑠(0) (0)
∞
𝑟 𝐵 cos(0) 𝑎 𝑠
⇒ 𝑧 𝑟, 0 = 𝐵𝑠 𝜔𝑠 𝐽0 𝜉𝑠(0) (0)
𝑠=0
𝑟
𝑎
= 𝑣(𝑟)
Multiplicamos a equação anterior por 𝐽0 𝜉𝑚 𝑅 ∞
(0) 𝐵𝑠 𝜔𝑠 𝐽0 0 𝑠=0
⇒
𝜉𝑠(0)
𝑟
(0) 𝑅 𝐵𝑚 𝜔𝑚
2
2
𝑎
(0) 𝑟 𝑎
𝐽0 𝜉𝑚(0)
(0) 𝐽1 𝜉𝑚
𝑟 𝑎
𝑟 e integramos: 𝑅
𝑟 𝑟 𝑟 dr = 𝑣(𝑟)𝐽0 𝜉𝑚 (0) 𝑟𝑑𝑟 𝑎 𝑎
2
𝑅
0
= 𝑣(𝑟)𝐽0 𝜉𝑚 0
(0)
𝑟 𝑟𝑑𝑟 𝑎
13
𝐵𝑚 =
2
𝜔𝑚 𝑅 2 𝐽1 𝜉𝑚 (0)
(0)
𝑟
𝑎
𝑅 2 0𝑣(𝑟)𝐽0
𝜉𝑚
(0)
𝑟
𝑎
𝑟𝑑𝑟
Bibliografia 1 Butkov – “Mathematical Physics” (2) Rey Pastor – “Funciones de Bessel” (3) Morse – “Methods of Theoretical Physics” (4) Watson – “A Treatise on the Theory of Bessel Functions” (5) Rainville – “Special Functions” 6 Arfken – “Mathematical Methods for Physicists”
Este texto é a redação do seminário sobre funções de Bessel feito pelo grupo composto pelos seguintes alunos: Gabriela Arthuzo (redação) Camila Cardoso (aula teórica) Lucas Francisco (aula teórica) Fernando Beserra (experimento) Vinicius Massami Mikuni (experimento)
14...