Hospital dos Inocentes - História da Arquitetura II PDF

Title Hospital dos Inocentes - História da Arquitetura II
Author Gabriela Hammes
Course História da Arquitetura I
Institution Universidade da Beira Interior
Pages 20
File Size 742.5 KB
File Type PDF
Total Downloads 79
Total Views 146

Summary

Trabalho sobre o Hospital dos Inocentes realizado no âmbito da cadeira de História da Arquitetura I....


Description

O HOSPITAL DOS INOCENTES Gabriela Deggan Hammes, 36914. Isabela Pinheiro, 36788. Catarina de Sousa, Z135. Covilhã, 2016/2017 1º ano Universidade da Beira Interior História da Arquitetura II

1

ÍNDICE INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................................... 3 1 O RENASCIMENTO ITALIANO......................................................................................................................................................... 5 2 FILIPPO BRUNELLESCHI .............................................................................................................................................................. 10 3 O HOSPITAL DOS INOCENTES .................................................................................................................................................... 13 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................................................... 17 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................................................... 19

INTRODUÇÃO Este trabalho, efetuado na cadeira de História da Arquitetura II, faz a análise do contexto histórico do Renascimento, que teve início na Itália, e por um de seus pioneiros, o arquiteto Filippo Brunelleschi, até chegar em uma das suas principais e primeiras obras, o Hospital dos Inocentes. O objetivo deste trabalho é estudar uma das principais obras do Renascimento florentino. Para a obtenção deste trabalho, foram realizadas pesquisas por meio de livros, artigos e como base, as aulas de História da Arquitetura até o momento. O trabalho encontra-se reunido em três capítulos, contendo cada um sua introdução e conclusão. No capítulo um, introduzimos este glorioso e fundamental movimento artístico, bem como suas características e algumas diferenças do seu movimento artístico cultural anterior e do próprio mundo medieval. O surgimento e o estudo do humanismo virão com a retomada da cultura clássica e seus padrões construtivos e matemáticos, trazendo para a época a dignificação do indivíduo, a sua capacidade, sua superação intelectual e a compreensão e estudo da natureza com a aprimoramento de descobertas, como a perspectiva. No capítulo dois, encontra-se o arquiteto do nosso caso de estudo, Filippo Brunelleschi, um dos arquitetos pioneiros e vanguardistas deste movimento artístico, o mesmo fez modificações significativas na arquitetura, que permaneceram e foram muito relevantes para a época, relatamos sua vida, e sua importância para o Renascimento e a arquitetura renascentista. Por fim, localizado no capítulo três, inserimos no trabalho o nosso caso de estudo, o Hospital dos Inocentes, uma das obras mais importantes e significativas para o Renascimento. Esta obra que foi a primeira obra

3

criada de raiz e de cunho social, que teve seu objetivo principal sendo um orfanato, para cuidar de crianças e bebês, e de um dos mais importantes arquitetos deste período. Relacionamos sua arquitetura, que como pode-se perceber, com a chegada do Renascimento, sofreu diversas modificações e também sua parte histórica na qual foi muito relevante para a época.

4

1. O RENASCIMENTO ITALIANO No primeiro capítulo deste trabalho será abordado o surgimento do Renascimento, o seu início, seus novos padrões, o seu lugar de surgimento, trazendo características e eventos, a fim de exemplificar uma nova maneira de expressão nas artes. O Renascimento trouxe de volta os valores clássicos, e transformações seja na religiosidade, como também na estrutura política e econômica. A palavra Renascimento vem de renascer ou ressurgir, simbolizando o seu conceito por meio do renascer da cultura clássica. E a ideia do Renascimento ganhou terreno na Itália, principalmente, tornando o termo em elogio. Quando as pessoas pensavam em elogiar um poeta ou artista nessa época diziam que a obra era tão boa ou excelente quanto à dos antigos, de tamanho fascínio pela antiguidade clássica. Este fascínio dos italianos não surpreende, pois na época clássica, Roma como capital se tornou o centro do mundo civilizado, e a sua grandeza e poder foram perdidos quando os vândalos, godos e outras tribos germânicas desmantelaram o império romano. Então, relembrar a glória de Roma enchia os romanos de esperança para renascer o poderio perdido. (Gombrich, 1978, p. 167) Era comum a maioria dos estudiosos medievais lerem amplamente a literatura clássica. Assim, padres e monges usavam largamente a teologia e a filosofia para suas ideias e concepções. Com o

Figura 1, Representação da Florença renascentista, Francesco Rosselli. (História do gelo e fogo, 2013)

crescimento da grande cidade-Estado de Florença, como pode-se ver (Figura 1), veio uma nova geração de administradores profissionais, não necessariamente das ordens sagradas, que eram conhecedores de latim, filologia, gramática e retórica. Além de lerem obras clássicas para propósito literário. Então, esses intelectuais humanistas promoviam estudos sobre o ser humano, sobre a sua humanidade e a sua dignidade. Isto não queria dizer que os humanistas eram hostis ao cristianismo, 5

até porque se acreditava que os seres humanos eram feitos à imagem de Deus. Por isso, a crença que a humanidade poderia rivalizar ou competir com Deus é trazida ao mundo racionalmente pela ordem e harmonia produzida, principalmente, na pintura do século XV e pela arquitetura, principalmente, pela invenção da perspectiva linear, atribuída pelo arquiteto Filippo Brunelleschi. Desde os gregos já havia a perspectiva, porém, com Brunelleschi ela foi aperfeiçoada. (Watkin, 2005, p. 211) O espaço renascentista mostra um novo desejo de ordem geométrica e homogênea, como pode ser visto (figura 2), o enquadramento, o urbanismo, a harmonia. Esta ordem se concretiza, evidentemente, na convicção geral de que a harmonia e a perfeição são valores absolutos. As novas intenções se manifestaram em todos os níveis ambientais e em todos os temas construtivos, sejam eclesiásticos ou seculares, ainda que não tenham sido com a mesma intensidade. É evidente que o homem do Renascimento acredite em um universo ou um cosmos ordenado, exatamente como os seus

Figura 2, Praça da Santíssima Anunciação. Florença. (Schulz, 1999, p. 116)

antecessores medievais, porém, a sua interpretação do conceito de ordem era basicamente diferente. Visto que os renascentistas imaginavam o cosmo em termos numéricos, bem como os gregos, e consideravam a arquitetura como uma ciência matemática cujo objetivo era fazer visível a ordem universal nas construções. (Norberg-Schulz, 1973, p. 115) Além disso, surgiu um novo interesse pela perspectiva como um instrumento de descrição do espaço e a questão da proporção adquiriu grande importância frente ao caráter arquitetônico, visto que na antiguidade as proporções se relacionavam com o corpo humano. Na (figura 3) pode-se observar a perspectiva e as mesmas características citadas acima na outra figura, características marcantes do Renascimento. Nesta concepção, os artistas do Renascimento acharam a chave da harmonia intrínseca

6

de toda a criação. Suas obras eram sentidas como cósmicas e como humanas. Sendo assim, esta, a origem da aversão dos renascentistas pelo verticalismo medieval, assumindo novas formas de representação horizonal, presa ao chão, relacionada ao urbanismo. (Norberg-Schulz, 1973, p. 115) Para os italianos essa nova arquitetura não necessitaria estar apontada e elevada para o céu, como na arte gótica, ela poderia estar ligada à terra, ligada a uma linha horizontal. A primeira

Figura 3, A cidade ideal. Pintura atribuída a Piero della Francesca, Luciano Laurana ou a Francesco di Giorgio. (Schulz, 1999, p. 116)

manifestação dessa nova arquitetura, visualmente clara e racionalmente organizada, aparece em Florença: O Hospital dos Inocentes ou el Ospedale degli Innocenti de Filppo Brunelleschi. Este exemplo mostra a transformação das construções, um estilo mais gracioso, delicado e sutil em relação à época anterior. (Roth, 1999, pp. 340, 341) A Itália quatrocentista, pode-se ver o mapa da Itália na (figura 4), não era unificada politicamente, assim, estava composta por uma série de heterogênea de ducados, repúblicas e reinos distribuídos por toda a península itálica. Esses grupos disputavam entre si a soberania e a supremacia da região. Periodicamente havia até mesmo confitos armados entre esses estados, monarquias e grupos derivados dessas disputas e competições. (Roth, 1999, p. 342) Florença, então, se tornou um centro arquitetonicamente ativo. Durante o último quarto do século XIV, ela vinha lutando para estabelecer supremacia sobre várias regiões como Lombardia, Veneza, os

Figura 4, Mapa Itália. (Visitar Florença, 2016)

Estados Papais e Nápoles-Sicília. Sua ambiação era dominar a região da Toscana com o objetivo de criar uma cidade ou centro regional e não uma cidade-Estado. Assim, no século XV, o sucesso econômico e político de Florença estimularam aqueles que desejavam torna-la como a mais bela cidade da Europa, ambição, principalmente, associada à família Medici, de banqueiros internacionais. Ao lado

7

na (figura 5), pode-se observar uma construção pertencente à família Medici, na época renascentista. (Watkin, 2005, pp. 212, 213) O mecenato que consistia na prática de financiar e promover a arte, ato realizado por famílias, principalmente, florentinas possibilitou esse crescimento e desenvolvimento renascentista, por meio da contratação de artistas em gerais como pintores, ourives, arquitetos, escultores. Assim, muitas obras de arte eram produzidas, acumulando a beleza artística na Itália. Mercadores e banqueiros assumiram,

Figura 5, Palácio Medici-Riccardi, Florença (Legrand, 1999).

então, o papel de protetores da arte e da arquitetura. Uma das principais famílias, os Medici, assumiram grande importância nesse cenário. Cosimo de Medici e seu neto, Lorenzo, o magnífico assumiram posições políticas com a tarefa de proporcionar a construção de edifícios públicos e religiosos para todos os cidadãos. Nas suas administrações foram construídos vários prédios públicos e ampliações de outros prédios religiosos. (Roth, 1999, pp. 342, 343) Filippo Brunelleschi ganhou prestígio e notoriedade, principalmente, pelo sucesso na conclusão da cúpula da igreja Santa Maria del Fiore, catedral gótica italiana, vista na (figura 6). Isto foi possível pelo conhecimento das construções romanas devido ao seu estudo em Roma, com medições e

Figura 6, Cúpula da igreja Santa Maria del Fiore. Florença. (Gombrich, 1978, p. 168)

desenhos de prédios e ruínas na cidade. Assim, aperfeiçoou várias técnicas e serviu de exemplo para muitos estudiosos da época. (Gombrich, 1978, p. 169) Assim, é vista a grande importância dos artistas renascentistas, ao retomar princípios clássicos para a realização de obras grandiosas e magníficas que existem até hoje e ainda influenciam nossos tempos. O padrão da linearidade, da ordem, da harmonia, da simetria, foi de enorme relevância para a mudança de paradigmas tanto na construção, onde as obras ficaram com menos detalhes e foram

8

adicionadas características antigas, quanto na religiosidade, onde pinturas e esculturas assumiam cada vez mais papeis humanistas, valorizando o homem e o espaço e não mais somente santos e Deus. Portanto, hoje o próprio conceito de belo foi se modificando ao longo da história, por meio de transformações como estas e mudanças de padrões e paradigmas com o passar do tempo e das eras.

9

2. FILLIPO BRUNELLESCHI Filippo Brunelleschi (figura 7), nasceu em Florença no ano de 1377, e foi considerado um pintor, arquiteto e um dos grandes historiadores da arte italiana. Não se fala muito da sua vida anterior, contudo sabe-se apenas que o arranque da sua carreira foi como artesão, onde também foi aprendendo a desenhar. Isto levou-o desde muito cedo, a estudar a perspetiva de maneira a aperfeiçoá-la o mais possível, aproximando-a da realidade. (Carvalho, 2014, pp. 6-7) Foi líder de um grupo de jovens, em Florença, que pretendia originar uma nova arte, rompendo por completo com as ideias do passado. (Gombrich, 1978, p. 169) No ano de 1401, decidiu participar no concurso de ornamentação da porta do Batistério de Florença, contudo a vitória não lhe foi concedida, assim quem acabou por sair vitorioso foi Lorenzo Ghiberti. (Carvalho, 2014, p. 7)

Figura 7, Filippo Brunelleschi, um dos arquitetos mais influentes do renascimento. (Wikipedia, 2017)

Posto isto, decidiu viajar para Roma, onde lhe foi permitido um maior tempo para o estudo da arquitetura e onde se propôs a alcançar dois grandes objetivos. O primeiro foi fazer com que a grande arquitetura voltasse e o segundo foi arranjar uma solução para a construção da cúpula da Basílica de Santa Maria del Fiore (figura 8), em Florença. (Carvalho, 2014, p. 7) Foi em Roma que mediu todas as ruínas de templos e palácios, acabando por elaborar determinados esboços de formas e ornamentos, mas nunca com a intensão de copiar alguma das obras. Com o objetivo de criar um novo processo de construção, onde a harmonia e a beleza fossem

Figura 8, Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, marco na carreira de Brunelleschi. (Pinterest)

10

notórias, começou a introduzir na construção das suas obras, elementos como as colunas, os frontões e as cornijas (figura 9). (Gombrich, 1978, pp. 169,185) Em 1407 voltou a Florença para uma reunião sobre o problema da cúpula da Basílica de Santa Maria del Fiore, onde expôs a sua proposta de resolução para o concurso, através de uma maquete feita em madeira, que tinha como finalidade estudar e mostrar o sistema de construção, e onde pediu para que esta fosse analisada em variados níveis construtivos. Um dos grandes problemas era o impedimento construtivo e financeiro, dado que não era possível a colocação de andaimes, o sistema construtivo tinha de ser autoportante, o que iria provocar um maior número de gastos. Contudo, depois de todas as propostas de resolução serem estudadas, saem como vencedor Filippo Brunelleschi e Ghiberti, agora responsáveis pelo sistema de construção da cúpula. (Gombrich, 1978, p. 169)

Figura 9, as colunas e cornijas representadas na Capela Pazzi. (Emaze)

Filippo Bruneleschi não iniciou apenas a arquitetura do Renascimento, descobriu também a perspetiva, a qual dominou por inteiro. Assim, foi através dele que foram proporcionados aos outros artistas meios matemáticos. (Gombrich, 1978, pp. 170, 171) Nos anos posteriores, Filippo Brunelleschi, projetou e construiu inúmeras igrejas obras, destacando-se a capela Pazzi (figura 10) na igreja de Santa Croce em Florença, o Hospital dos Inocentes, o Palácio São Jerónimo de Fiesole, a sacristia da Igreja de Santa Maria del Fiore, entre outros. (Carvalho, 2014, p. 9)

Figura 10, a Capela Pazzi, localizada em Florença. (Múltiplos Estilos, 2010).

Com a realização deste trabalho, podemos ver o quanto Brunelleschi conseguiu fazer com que durante cerca de 500 anos, vários arquitetos seguissem o seu programa e o seu exemplo. Assim está mais do que comprovado que Filippo Brunelleschi conseguiu criar uma nova era arquitetônica, uma 11

nova realidade nas obras construídas no seu presente e no seu futuro e que até nos dias de hoje ainda é modelo para arquitetos e artistas em geral.

12

3. O HOSPITAL DOS INOCENTES Neste capítulo iremos abordar uma das obras mais importantes e imponentes de Filippo Brunelleschi, e uma das primeiras obras do renascimento. Seu contexto histórico e também sua arquitetura. O Hospital dos Inocentes (Figura 11), em italiano Spedale degli Innocenti, está localizado em Florença e foi projetado no ano de 1419, pelo arquiteto Fillipo Brunelleschi, para seu patrono Juan de Médicis. (Roth, 1999, p. 348)

Figura 11, O Hospital dos Inocentes, primeira obra de raiz do Renascimento. (Wikipedia, 2015).

Como já foi visto, Brunelleschi, foi um dos arquitetos mais importantes da história do Renascimento, sendo o pioneiro deste movimento na sociedade. O Hospital dos Inocentes, foi uma de suas primeiras obras, e por consequência, fez parte das primeiras obras renascentistas, o mesmo, financiado pela Arte della Seta (Aliança da Seda), para qual Brunelleschi trabalhou, foi construído voltado inicialmente como orfanato, onde as crianças que eram abandonadas por suas mães, poderiam viver, percebe-se que inicialmente, as cidades eram obrigadas a fornecer alojamento e cuidados a uma população crescente de pobres e órfãos. Esta obra, localizada na área que era então subdesenvolvida de Florença. (Paoletti, 2002, p. 208) Para o arquiteto, a ideia de liberdade da época não era completamente aceita, segundo ele cada elemento deveria contribuir para a coerência e harmonia do todo (Figura 12). Esta padronização está na mente racional de Brunelleschi, pois em sua visão, a glória não é o papel principal. No Hospital dos

Figura 12, a harmonia sendo notória em uma das obras principais de Brunelleschi. (Pinterest)

Inocentes, isso acabou por não ser diferente, o sistema de arcos no pórtico, cria uma arquitetura leve,

13

mais perto de um partido gótico do que a arquitetura dos grandes arcos do triunfo. As voltas nos arcos do pórtico eram perfeitamente projetadas, com esculturas simples colocadas em espaços definidos entre eles, criando assim medalhões. O que na época acabou por ser extremamente importante foi o desenho, onde nota-se perfeitamente nesta obra de Brunelleschi, estes arcos perfeitos (Figura 13) eram transmitidos através de desenhos, para que quem o construísse, pudesse garantir a forma prevista e pensada pelo arquiteto-artista. (Pawels-Lemerle, 1998, p. 34) O edifiício, elevado da praça, possuía degraus que percorriam toda a fachada, o mesmo foi construído em várias fases: a primeira teve supervisão direta de Brunelleschi, e ocorreu por volta de 1419 a 1427. As fases posteriores acrescentaram o cobrimento, em 1439, e expandiram o edifício para o sul (1430). O corredor em formato abobadado no vão esquerdo da galeria, também foi acrescentado mais tarde. O hospital não foi aberto formalmente até 1445, pois a galeria foi começada antes de o

Figura 13, a perfeição dos arcos, marca na construção do Hospital dos Inocentes. (The Truth about art, 2015).

hospital iniciar-se. (Paoletti, 2002, pp. 208-209) Para a construção do edifício, Brunelleschi se baseou na Arquitetura da Roma Antiga como na arquitetura gótica. A novidade nesta fase do renascimento, e mais precisamente com este arquiteto, foi o uso de colunas redondas com capitéis clássicos, neste caso de ordem compósita, ou seja, esta mistura de capitéis com inserção das volutas do jónico e as folhas de acanto do coríntio (Figura 14). Também tinha como novidade a lógica proporcional, na qual havia esta ânsia de regularidade e de ordem geométrica, muito notável no Hospital dos Inocentes. (Paoletti, 2002, p. 209) O arquiteto Filippo Brunelleschi, deu à este edifício uma importância similar ou até superior à dada aos templos religiosos, pois assim como as igrejas que na visão de Alberti protegiam a cidade e

Figura 14, o uso de colunas redondas com capitéis clássicos, novidade no Renascimento. (Wikipedia, 2015).

14

combatiam a fortura dos próprios homens, o Hospital dos Inocentes emanava o valor de virtú necessário para regular a sociedade. Sua concepção de loggia ou galeria, foi desenvolvida com o contexto urbano, abrangendo o projeto da Piazza Santissima Annuziatta, onde localiza-se em sua totalidade. A loggia se tem na grande extensão da fachada do edifício, dando a ideia da transição do público e privado, na qual possui grande importância em um edifício deste uso....


Similar Free PDFs