Title | Resumo Dendrologia |
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Author | Leonardo Duarte Biazatti |
Course | Dendrologia |
Institution | Universidade Federal do Espírito Santo |
Pages | 17 |
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Resumo do conteúdo da disciplina...
Dendrologia – utiliza preferencialmente características macroscópicas de órgãos vegetativos (folhas, cascas, troncos, etc). Auxilia a sistemática vegetal. Ou seja, oferece meios práticos para a identificação de árvores, baseando em caracteres morfologicos facilmente visíveis.
Diferenças entre folhas; Diferenças entre cascas; Diferenças entre troncos; Diferenças entre copas;
Finalidades, importância e objetivos da dendrologia:
Levantamentos dendrológicos; Regeneração natural; Inventários comerciais ou de povoamentos naturais; Utilização e estudo tecnológico da madeira; Estudos fitossociológicos; Conhecimento de espécies;
Métodos de identificação de árvores: Fichas dendrológicas; Cartões perfurados; Manuais de campo; Guias de campo; Chaves dendrológicas; Comparação a herbário; Uso da internet; Bibliografias; Uso de flores (problemas): Dificuldade de coletar flores; Epoca de floração; Floração em curto período; Certas espécies não florescem anualmente; Grandes alturas; Flores pequenas e delicadas; Plantas jovens demoram iniciar a floração; Evolução da dendrologia: 300a.c: começou-se a estudar dendrologia; 1552-1607: utilizou-se o nome dendrologia pela primeira vez; 1708: definição da palavra dendrologia; 1768: características hereditárias; 1811: primeira escola florestal na Alemanha; 1898: escola florestal da América; 1958: Textbook of dendrology; 1960: primeira escola florestal no Brasil;
1962: começo do ensino da dendrologia;
Métodos de identificação: Fichas dendrológicas, cartões perfurados, manuais de campo, guias de campo, chaves dendrológicas (forma mais usual), comparação ao herbário, uso da informática, especialista em taxonomia, bibliografias. Fichas dendrológicas: A catalogação de informação sobre essências florestais é necessário, devido principalmente ao grande número de espécies. Encontradas em comunicados técnicos e bibliografias, visam promover o melhor conhecimento por meio de descrições botânicas, mais detalhadas. Podem possuir caracteres botânicos ou tecnológicos. Botânicos: Nome científico, nome popular, família, porte (DAP e altura), distribuição geográfica e habitat, tronco, casca, folhas, frutos, sementes, galhos, copas e madeira, outras características, cor da madeira, odor, fenologia. Tecnológicos: Além de informações botânicas, características da madeira como propriedades físicas e mecânicas, caracteres anatômicos, durabilidade natural, propriedades químicas. Cartões perfurados: Nos cartões estão impressas de forma sucinta, várias características dendrológicas simples e facilmente reconhecidas. Apresenta uma gama de orifícios, numeradas ao longo das quatro bordas. Pega-se a identificação da coleção e comparam-se uma a uma as características dendrológicas e taxonômicas, quando restar apenas um cartão, tem-se a identificação da espécie. Separar por características marcantes, flores e frutos podem ser utilizados mas não são caracteres principais. Manuais de campo: Constituem-se de fichas dendrológicas de carater prático, muito utilizadas para o reconhecimento de árvores na floresta e até mesmo na arborização urbana. É um dos métodos mais utilizados de identificação devido a simplicidade de confecção e a urgência de obtenção de informações. Chaves dendrológicas também podem constar nos manuais, agregando informações e auxiliando na identificação das espécies. Guia de campo: São guias para identificação de árvores em campo com a presença de caracteres distintivos. Caracteres diagnósticos: características singulares e determinantes na identificação das árvores.
Chave dendrológica (dicotômica)
Consistem em chaves com estrutura hierárquica baseadas em caracteres vegetativos das espécies de uma região comum. A chave dendrológica tem a vantagem de poder ser utilizada em qualquer época do ano. A organização da chave deve ser baseado em caracteres simples, de fácil visualização e utilização. Para identificação: Comparam-se caracteres observados no local presentes em amostras as informações pré existentes nas chaves, até que a estrutura hierárquica conduza ao nome da espécie. Possuir o mínimo de treinamento e familiaridade com o detalhamento das características e sua nomenclatura. Pontos principais a serem considerados na elaboração de uma chave: 1 – Dicotomia: Usar alternativas com a mesma característica e que sejam antagônicas. Exemplo: folha alterna e folha oposta, folha simples e folha composta, estípulas presentes e estípulas ausentes. 2 – Alternativas dicotômicas: devem começar com a mesma palavra. Ex: folha simples e folha composta. 3 – Evitar nomes populares e regionais: evitar confusão e torna a chave padronizada (científica). 4 – Deixar claro os termos usados (glossário) O glossário é colocado em um anexo com um anexo de chave dendrológica. 5 – Evitar o uso da mesma palavra em pares dicotômicos sucessivos. Folha simples -> f. simples Folha composta -> f. composta Folha alterna -> filotaxia alterna Folha oposta -> filotaxia oposta Comparação no herbário – é um método útil, visto que qualquer espécie classificada tem sua excicata depositada em algum herbário. A maior parte das espécies constam em coleções de diferentes locais. Um herbário contém material de uma ou mais regiões, servindo de documentação e possuidor de respaldo acadêmico.
Coleção de excicatas: ramos com folhas, as vezes folhas e frutos; Coleção de exudatos: latex, goma e resina; Carpoteca: frutos; Xiloteca: madeira; Sementeca/ espermoteca: sementes; Coleções de lâminas de madeira; Coleções de caixas; Coleções de fotos; Coleções de pólen; Coleções de óleos essenciais;
Uso da informática: Os sistemas armazenam caracteres botânicos e dendrológicos de cada espécie considerada no trabalho.
Ex: SIDOL – sistema de identificação dendrológica online, sites online de jardins botânicos e herbários ao redor do mundo. Considerações sobre os métodos de identificação Alguns métodos são mais práticos e outros são mais especéficos. Nenhum aborda todas as espécies arbóreas brasileiras. O método mais prático é o manual de campo. Métodos de identificação: Nomenclatura de árvores Nomes populares, cada país classifica do seu jeito, geralmente é associado a colonização. Priorizar o nome científico, se não souber utilizar o popular. Vantagens do nome comum: Fácil memorização; Válido para pessoas leigas; Podem ser úteis para identificação (localização ou características organolépticas); Ex: pau-amargo: casca amarga Branquilho-leiteiro: libera muito latex (variação de cores numa espécie não é necessariamente diferença de espécies) Geralmente são descritivos. Desvantagens: São restritos a uma língua; São regionais; Não são regulamentados; Não seguem regras de nomenclatura; O nome comum não é suficiente para publicação de trabalhos; Uma espécie pode ter vários nomes; Podem haver nomes impróprios. Origem dos nomes comuns: Habitat: corticeira-do-banhado (beira do rio) - Erythrina cristagalli; Características peculiares: barriguda (raízes) – Ceiba pentandra; Procedência: Pau-brasil (país de origem) - Caesalpinia echinata; Comemorações: Pinheiro-de-natal (data comemorativa) – Araucaria heterophylla; Associados ao uso: Pau-de-balsa – Ochroma lagopus; Adaptados da lingua tupi-guarani: Braúna – Melanoxylon brauna; Escrita dos nomes comuns – quando compostos devem ser grifadas com hífen. Ex: pau-branco (Albizia niopoides), pau-viteiro (Sapium glandulosum) Nomes científicos: Necessários devido a confusão dos nomes comuns; Sistema universal – código de nomenclatura botânica; No sistema binomial (gênero e espécie);
OBS:
Gênero – maiúscula em itálico, sublinhado, negrito ou grifada quando escrito a mão; Espécie – Minúscula em itálico, negrito, sublinhado ou grifada quando escrito a mão; Se mais de um autor descobriu a espécie utiliza-se “E”. se três autores descobriram a espécie, escreve-se o nome dos três, se mais de três autores descobriram a espécie, utiliza-se “et al.”; Quando utiliza-se o nome entre parenteses é porque escreveu pela primeira vez a espécie e for a do parênteses reorganizou a espécie em gênero ou família;
Vantagens de nomes científicos: Universais; Descritivos e exatos; Definidos por lei (regulamento); Somente um nome válido; Desvantagens de nomes científicos: Mudanças constantes; Difícil de ler e memorizar; Não familiares; Podem não ser lógicos; Terminologia: Originados de línguas antigas ou outras línguas: Ex: Tipuana – deriva de tipu, nome dado a uma outra árvore parecida, Salix – nome latino dos salgueiros; Homenagem a personalidades: Ex: Brunfelsia – Brunfels, Eugenia – Principe Eugenio; Aspectos morfológicos: Ex:Enterobilum – enteron (intestino) e lobos (legume); Situação geográfica: Ex: Araucaria – arau = Chile; Adjetivo que descreve a planta: Ex: Licania tomentosa – superfície com tricomas; Analogia a outros gêneros; Aspecto ecológico ou fitogeográfico: Casearia sylvestri – da florestal ou selvagem; Espécie-tipo: É um nome de gênero conservado e não pode ser mudado senão por um procedimento que rege a conservação dos nomes genéricos. Terminologia das árvores: Arvores é toda planta lenhosa que produz tronco principal (fuste) encipado por ramificações laterais que formam uma copa e ristema radiculares. Fuste- parte do caule desprovido de ramos.
Para obter a identificação taxonomica da árvore, buscar nela características vegetativas marcantes que permitem reconhece-la de imediato. Ex: Glândulas translúcidas (glândulas observadas quando colocadas contra a luz) Rutaceae e Myrtaceae. Glândulas vernicosas: glândulas que não necessitam da luz para serem visualizadas; Tipos de crescimento: Crescimento monopodial – crescimento seguindo o meristema apical; Crescimento simpodial – crescimento que se subdivide no meristema apical; Formas: Forma específica – forma adquirida por uma árvore que cresceu isolada sem competição; Forma florestal – uma árvore que cresce em competição com as demais por espaço; Porte da árvore: Arbustos – altura maior que 5 metros, troco único, não ramificado desde o chão; pequeno (25m); Hábito da árvore – refere-se a proporção da copa da árvore em relação a altura da árvore copa baixa (maior que o fuste) – fuste curto; copa alta (menor que o fuste) – fuste longo; Morfologia do fuste: Base – normal ou regular (reforço ou saliência); Raízes – parte inferior do vegetal, responsável pel absorção ou fixação; Casca – conjunto externo do caule e da raíz situado fora do câmbio; Casca externa – ritidoma; Casca interna – tecidos vivos, ainda tem função na árvore, não sofre influência do ambiente, sendo algo bem rigoroso para identificação A cor da casca interna apresenta variação entre espécies ainda maior que a externa, mostrando-se muitas vezes em mosqueado; A observação da cor no momento do corte e sua eventual alteração após o corte pode auxiliar na identificação.
Copa – a partir das ramificações para cima, pode variar o desenvolvimento desde o início da vida até o fim;
Ramificações: Fastigeada – ramos laterais próximos ao eixo lateral do caule; Pendente – tende abaixo; Ascendente – ramificação para cima; Monopodial – Dominância do meristema apical do tronco em relação aos ramos. Caracteriza o padrão de crescimento; Simpodial – o meristema apical do tronco cede lugar aos ramos laterais, fazendo com que o tronco se bifurque;
Folha é o órgão lateral que se insere nos ramos ou fuste, desempenhando a fotossíntese. Tem crescimento limitado, interrompido quando alcançada as dimensões da espécie.
Partes da folha: Estípulas – são formações laminares localizadas na base do pecíolo; Pode ser ausente, mas quando presente auxilia na identificação; Limbo – parte dilatada da folha; Pecíolo – Une o limbo ao ramo; Acrea – membrana da base foliar que envolve certa extensão do ramo; Filotaxia – modo de inserção das folhas no ramo ou no caule É o primeiro caractere usado na identificação. Filotaxia alterna – inserem-se individualmente uma folha por nó em cada ponto do ramo; Alterna dística – as folhas formam um só plano no ramo, a folha de um nó forma um ângulo de 180 graus com a folha do nó seguinte. Filotaxia oposta – duas folhas por nó; Helicoidal – a inserção das folhas descreve um curso helicoidal ao longo do ramo; Oposta cruzada – os pares das folhas dispoem-se perpendicularmente entre si, formando um angulo de 90 graus entre os planos sucessivos; Filotaxia verticilada – inserção de mais de duas folhas por nó;
Classificação geral: Simples – apresenta um único limbo, não se dividindo em folíolos Ex: família Lauraceae, Myrtaceae; Composta – folha que se subdivide em vários limbos ou folíolos; Bifoliolada – possui dois folíolos na extremidade do pecíolo; Trifoliolada – três folíolos na extremidade do pecíolo; Distal – distante do ponto original de origem; Priximal – situado próximo ao ponto tomado como base ou origem; Folha digitada – possui o número maior de folíolos inseridos na extremidade de pecíolo, a semelhança de deos de uma mão; Folha pinada – os folíolos ligam-se diretamente a raquis, que corresponde a nervura principal de uma folha composta; Forma do limbo: Acícula – linear, longa e quase cilíndrica; Elíptica – extremidades simétricas; Oblonga – maior largura do que comprimento; Abovado – mais larga na parte proximal; Cortada – forma de coração, mais larga na base; Detoide – forma triangular; Espatulada – extremidade distal mais larga; Romboidal – losango; Ápice:
Arredondado – levemente curvo; Obtuso – ângulo maior que 90 graus; Emarginado – com reentrância coincidente com nervura; Agudo – ápice foliar de margem convexa maior que 90 graus; Atenuado – com a extremidade muito aguda (gradual); Acuminado – margens côncavas terminando em ponta aguda; Caudado- termina em forma de cauda; Apiculado – termina diretamente em ponta pequena e fona; Espinhoso – termina em espinho;
Margem: Inteira (lisa) – sem recorte ou reentrância; Recortada – com algum tipo de recorte na margem, podendo ser: o Crenada – dentes arredondados;
o o o o o Base:
Serreada – dentes agudos parecendo de serra; Dentada – dentes; Crespo – ondulada para cima e para baixo; Lobada – recortados ondulados, profundos; Fendidos – recortados profundos maior que ¼ da largura;
Atenuada – única nervura central; Cuneada – bordas retas, em forma de cunha; Cordada – em forma de um coração; Arredondada – única curva em toda base; Assimétrica – os 2 lados são desiguais;
Nervação: Uninérvia – única nervura central; Paralelinérvia – paralelas ao longo; Triplinérvia – três nervuras partindo da base; Peninérvia – nervura central que dá origem a nervuras secundárias; Palminérvia – com nervuras primárias divergindo radialmente; Dica: Gema nos ramos – folhas compostas; Sem gemas nos ramos – folhas simples; Metodologia em estudos dendrológicos: Coleta de material botânico: Deve ser o mais completo possível, sendo ramos com folhas, flores e frutos. Porém nem sempre é possível realizar essa coleta. A alernativa é a coleta de material botânico e o preenchimento da respectiva ficha descritiva de campo para todas as árvores não identificadas. A obtenção do material botânico pode ser difícil, sendo necessária o uso de podão ou até escalada no tronco, utilização de escada, linhadas. A escalada, além de perigosa, requer bom prepado físico, uso de cinto. A dificuldade de transporte e de manuseio no interior da floresta o fazem pouco prático. Os podões poder ser inviáveis em florestas densas, apresentando iguais problemas ao interior. Numeração: O material coletado deve ser numerado no livro de registro do coletor. Ficha descritiva: Deve conter o nome vulgar, científico e a família, podendo ser preenchido com esses termos depois. Além de aspectos observados em campo como o hábito da planta, a altura total, o comprimento e a circunferência do fuste, tipo de copa e casca. A forma e descamação são caracteres relevantes, bem como exsudação de goma, latex, a presença e forma de espinhos. Secagem: Precisam perder sua umidade para melhor conservação, existem dois tipos de secagem:
o Natural – é mais simples e trabalhosa, mas em certas condições é a única possível. As prensas são expostas ao sol, perdendo a umidade lentamente. Com trocas de jornal diariamente. o Artificial – Refere-se ao uso de estufas como fonte de calor. As prensas são colados na vértives, pouco afetada no início e vai sendo apertada aos poucos para depois investir a posição da prensa. Montagem e organização de exsicatas: Depois de secas são fizadas em cartolinas (costurados ou colados) com sua devida etiqueta de deverá conter: nome de herbário número, família, nome científico, vulgar, coleta, data da coleta, data e nome dos determinadores, local de coleta e observações. É importante coletar mais de uma amostra (duplicatas). Preservação das coleções de herbário: São normalmente guardadas em estantes metálicas ou caixas. Devem ser previamente esterilizados (freezer). Durante a preservação, são utilizadas naftalinas como repelentes de insetos. O local recebe o controle de temperatura (...