Resumo IV - O longo século XX PDF

Title Resumo IV - O longo século XX
Course História Econômica Geral
Institution Universidade Federal de São João Del Rei
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: resumo do capítulo I do texto ' Longo Século XX. Dinheiro, Poder e as Origens do Nosso Tempo', de Giovanni Arrighi. quarto resumo do Professor Glauco...


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RESUMO IV: resumo do capítulo I do texto ' Longo Século XX. Dinheiro, Poder e as Origens do Nosso Tempo', de Giovanni Arrighi. Disciplina: História Econômica Geral

As três hegemonias do capitalismo histórico O declínio dos Estados Unidos como potência inspirou os estudos sobre ascensão e declínio de hegemonias, iniciou-se um debate sobre a ascensão e a queda dos estados hegemônicos, pode ser entendido como hegemonia a capacidade do estado de exercer sua liderança e governo sobre um sistema de nações soberanas. Esse poder é algo maior e diferente da dominação pura e simples, é o poder associado a dominação, aplicado pelo exercício da ‘’liderança intelectual e moral’’. Independente de uma estrutura invariável, ascensões e declínios de estados hegemônicos não ocorrem em um sistema mundial, podemos ligar a formação e expansão do sistema mundial baseado em recorrentes reestruturações fundamentais; o estado que aproveita com êxito situações de conflito que levam a um caos sistêmico se ascende, generalizando uma demanda por ordem e restabelecimento da cooperação interestatal. Essas reestruturações são um fenômeno característico do moderno sistema de governo, que emergiu da decadência e eventual desintegração do sistema de governo da Europa Medieval. O sistema medieval de governo consistia em cadeias de relações senhor-vassalo, baseadas numa amálgama de propriedade condicional e autoridade privada. Em decorrência disso diferentes instâncias jurídicas foram geograficamente entrelaçadas e estratificadas, e as alianças plurais, as suseranias assimétricas e os enclaves anômalos foram abundantes. O sistema moderno torna as esferas pública e privada diferentes; a jurisdição é claramente demarcada por fronteiras nacionais e está estreitamente associado ao desenvolvimento do capitalismo como sistema de acumulação mundial. Em contraste com o sistema medieval, o moderno sistema de governo consiste na institucionalização da autoridade pública em domínios jurisdicionais mutuamente excludentes. O moderno sistema de governo esteve associado ao desenvolvimento do capitalismo como sistema de acumulação em escala mundial, como foi frisado na conceituação de Wallerstein sobre o moderno sistema mundial como uma economia

mundial. A ascensão e expansão desse novo sistema foi a principal causa quanto um efeito da interminável acumulação de capital. O capitalismo e os Estados nacionais cresceram juntos, e é de se presumir que tenham dependido um do outro de algum modo, mas os capitalistas e os centro de acumulação de capital, muitas vezes oferecem uma resistência deliberada á ampliação do poder do Estado. A definição de ‘’capitalismo’’ e ‘’territorialismo’’ como modos opostos de governo ou de lógicas de poder. Os governantes territorialistas identificam o poder com a extensão e a densidade populacional de seus domínios, concebendo a riqueza e o capital como um meio ou subproduto da busca de expansão territorial. Os governantes capitalistas, ao contrário identificam poder como extensão do seu controle sobre recursos escassos e consideram a aquisições territoriais um meio e um subproduto de acumulação de capital. O apoio capitalista ao estado está condicionado ao seu funcionamento como facilitador do acúmulo de capitais. No livro usa como exemplo China e Europa nos séculos XIV-XV: enquanto o capitalismo é o grande motivador do esforço europeu de adquiri territórios, a China não tem motivação econômica para ir à Europa. As cidades-estados da Itália tinham as características do moderno sistema interestados: sistema capitalista da guerra e de construção do Estado; o funcionamento do “equilíbrio de poder”; transformar as relações salário-trabalho em “indústria de produção de proteção”, isto é, realização da guerra e construção do Estado; e os governantes assumirem a liderança no sentido de construir redes de diplomacia residencial. Essas características criaram uma extraordinária concentração de riqueza e poder nas mãos das oligarquias que governavam as cidade-estado do norte da Itália. Estados territorialistas investem em guerra para conquista territorial como meio de obter riquezas e poder. A luta territorial fortaleceu os Estados embora as conquistas territoriais sejam improváveis. A luta pelo poder na Europa gerou técnicas sofisticada de construção do Estado e realização da guerra para subjugar Estados e povos nãoeuropeus, como consequência houve intensificação do conflito social e a desintegração das redes transeuropeias de comércio. A Espanha, que no séc. XVI tinha poder dentro e fora da Europa, aliada a casa de Habsburgos não conseguiram deter o caos que criou as condições para o surgimento da hegemonia holandesa e o termino do sistema medieval. As Províncias Unidas lideraram o processo de liquidação do poder medieval em coalizão com Estados dinásticos. Com o avanço do caos da Guerra dos Trinta Dias a

Holanda consegue cada vez mais aliados para sua proposta de um novo sistema de poder até que a Espanha fica isolada. Com a paz de Westfália em 1648, nasceu um novo sistema de poder. O propósito do sistema de Westfália era de que os estados formassem um sistema político mundial baseado no direito internacional e no equilíbrio de poder, além disso, tinha propósito social de tolerância religiosa e restauração da liberdade de comercio. A reorganização do espaço político de acordo com os interesses da acumulação de capital marca o início do sistema interestados e o capitalismo como sistema mundial. A riqueza e o poder da Holanda baseavam-se em redes comercias e financeiras formadas pelos impérios coloniais além-mar. A mudança do sistema mundial se deu com a Holanda no séc. XVII e não com Veneza no séc. XV por diversas razões: a oligarquia holandesa na política europeia e mundial foi maior do que a de Veneza; o conflito entre os interesses da oligarquia capitalista holandesa e os interesses das autoridades do sistema de governo medieval foram mais determinantes do que os conflitos com Veneza; as aptidões da oligarquia capitalista holandesa de realização da guerra ultrapassavam de muito aquelas da oligarquia veneziana; e as possibilidades de construção do Estado da oligarquia capitalista holandesa eram muito maiores do que aquelas da oligarquia veneziana. A vitória contra Holanda nos conflitos posteriores a paz de Westfália levaram a supremacia mundial da Inglaterra e França. As guerras traziam cada vez menos benefícios o que levou o investimento para outras atividades na qual a Grã-Bretanha tinha vantagem relativa decisiva. A nova organização político-econômica mundial teve três componentes: colonialismo de povoamento, escravismo capitalista e nacionalismo econômico. A expansão ultramarina inglesa aumentava a pressão sobre os Estados da Europa continental. Na transição para hegemonia inglesa os súditos tinham mais autonomia. A nova onda de rebelião tinha origem na luta anterior pelo Atlântico. O Reino Unido tornou-se hegemônico porque liderava no início um leque amplo de forças dinásticas. Ao contrário das Províncias Unidas, o Reino Unido governou o sistema interestados, organizou o sistema para comandar as novas realidades de poder. Assim, surgiu o imperialismo de livre-comércio em três níveis de análise inter-relacionados: o sistema interestados inclui mais Estados ao passo que o equilíbrio chegou a operar acima deles; desintegração dos impérios coloniais do mundo ocidental acompanhada da expansão de

impérios no mundo não-ocidental; e a expansão e a suplantação do sistema westfaliano encontraram expressão num instrumento novo de governo mundial. No imperialismo de livre comercio as leis que operam dentro e entre os Estados estava sujeitas à autoridade do mercado mundial. De 1776-1848 as revoluções Americana e Industrial aumentaram a capacidade inglesa de satisfazer a demanda por riquezas. A internacionalização da burguesia inglesa encabeçou o movimento que reformou as estruturas de representação do Estado britânico. No final do Séc. XIX o Reino Unido começou a perder controle do equilíbrio de perder na Europa e no mundo. A ascensão alemã e norte-americana diminuiu a capacidade inglesa. Em termos territoriais os Estados Unidos tinham mais vantagens que a Alemanha. O envolvimento alemão levou ao seu enfraquecimento. A Primeira Guerra Mundial fez surgir movimentos sociais contra o imperialismo de livre-comércio. Assim, a guerra entre as grandes potências estava fadada a ter um impacto contraditório nas relações governante-súdito. A partir da Primeira Guerra surgiram diversos movimentos sociais, sendo o mais marcante a Revolução Soviética de 1917. Do confronto entre a facção dominante e a facão recém-chegada culminou desintegração completa do mercado mundial violações ao sistema westfaliano. Os Estados Unidos se tomaram dominantes buscando restaurar o sistema westfaliano e depois passaram a governar o sistema restaurado. Com o termino da luta entre as forças conservadoras e reacionárias culminou no aumento do poder mundial tanto dos Estados Unidos quanto da União Soviética dando início a reconstrução do sistema interestados no sentido de acomodar as demandas dos não-ocidentais. Depois da Segunda Guerra Mundial foi garantido a todos os Estados o direito a autodeterminação.

A hegemonia inglesa expandiu o sistema interestados para

democratização do nacionalismo e a hegemonia norte-americana completou essa expansão ao proletarizar o nacionalismo. O que fez as Províncias Unidas, o Reino Unido e os Estados Unidos serem hegemônicos não foi o poder militar e econômico e sim suas capacidades resolver problemas que geravam conflito no sistema mundial. As hegemonias mundiais têm num sistema que elas próprias criaram expandiram e superaram. Com isso, as condições de ascensão e declínio das hegemonias mundiais mudaram de uma hegemonia para a seguinte em aspectos significativos. Cada Estado hegemônico posterior foi menos

capitalista que o anterior, entretanto, o sistema interestado se tornou mais capitalista porque mais Estados passaram a seguir a lógica capitalista....


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