Resumo- - Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez PDF

Title Resumo- - Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez
Author Beatriz Pinheiro
Course Língua Brasileira De Sinais - Libras
Institution Universidade Cruzeiro do Sul
Pages 3
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Resumo- Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez...


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Resumo- - Mitos e Verdades sobre as Línguas de Sinais e a Pessoa com Surdez

=Pessoa com Surdez O que é mito? Podemos entender “mitos” como falsas ideias, visões ingênuas e/ou distorcidas da realidade. Eles estão em toda parte! Certamente você já deve ter tido a oportunidade de ouvir e/ou ler especialistas em uma determinada área do conhecimento desfazendo “mitos” nos quais muitas pessoas acreditam, não é mesmo? Você já deve ter ouvido e/ou lido médicos esclarecendo que determinadas doenças podem ser contraídas de certa forma, mas não de outras; nutricionistas desmitificando certas ideias sobre formas de perder peso, entre outras situações. Nesta parte do material, vamos tratar de alguns mitos relacionados às Línguas de Sinais e aos surdos que povoam o imaginário da maioria das pessoas. Antes disso, entretanto, convido você a responder às perguntas abaixo. Para isso, peço que tente responder a essas questões unicamente com base nos conhecimentos que você já tinha antes de iniciar a leitura deste material. Caso julgue mais interessante, faça as perguntas abaixo a uma outra pessoa! Vamos lá? • Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? Qual o termo correto para nos referirmos a este grupo? • Todos os surdos realizam leitura labial? • A Língua de Sinais é universal? • Língua de Sinais ou Linguagem de Sinais? • As línguas de sinais foram inventadas por ouvintes? • As línguas de sinais são baseadas nas línguas orais? • As línguas de sinais têm a mesma capacidade expressiva que as línguas orais? • As crianças aprendem línguas orais e/ou línguas de sinais de forma semelhante? • Quem é o intérprete de LIBRAS? E então? Acredito que você tenha respondido a algumas questões com facilidade e, em relação a outras, tenha ficado com alguma dúvida. Certo? Na verdade, era exatamente isso o esperado, já que cada pergunta acima se refere a uma das muitas falsas ideias que as pessoas normalmente têm a respeito das Línguas de Sinais e, consequentemente, a respeito da pessoa com surdez.

Ser surdo não é apenas não ouvir ou ouvir pouco; ser surdo vai além da aferição de decibéis através de um audiograma; ser surdo implica uma questão mais linguística do que apenas patológica.A esse respeito, o Decreto 5626/2005, em seu artigo 2º, declara: Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais Libras. Sendo assim, é considerado surdo todo aquele que tem perda auditiva e

utiliza uma Língua de Sinais como forma de comunicação. Para a comunidade surda, este termo é comum. Na verdade, os surdos gostam de ser tratados assim. É um equívoco chamá-los de surdos-mudos, pois surdo-mudo é o indivíduo que possui uma deficiência auditiva e outra no aparelho fonador. Muitos surdos não são oralizados, ou seja, não falam, porém emitem sons; é considerado mudo, apenas o indivíduo que não emite som algum. Alguns surdos possuem dificuldade em desenvolver a fala, pois não escutam, porém seu aparelho fonador é preservado. Em relação à deficiência auditiva, o Decreto 5626/2005 declara:

Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

Sendo assim, deficiente auditivo é o indivíduo que possui uma perda auditiva bilateral, parcial ou total, porém não pertence à comunidade de surdos. Alguns utilizam a Língua Portuguesa e outros, infelizmente, não desenvolvem nenhum tipo de comunicação, ficando limitados a uma restrição auditiva. O indivíduo surdo possui uma cultura e identidade centrada em sua comunicação espaço visual. Nesse sentido é um grande equivoco chamá-los de surdos-mudos. 9

Todos os Surdos realizam leitura labial? Não. Alguns surdos desenvolvem essa habilidade devido a treinamentos por anos a fio com fonoaudiólogos; outros surdos que perderam a audição tardiamente também apresentam uma facilidade para a leitura labial. De acordo com Audrei Gesser (2009, p. 2009), “A leitura labial e o desenvolvimento da fala vocalizada são habilidades que precisam de treinos árduos e intensos para serem desenvolvidas”. O desenvolvimento da oralização não é uma habilidade natural para o surdo, em especial para os congênitos.

A Língua de Sinais é universal? Não! Uma evidência disso é a existência de uma língua de sinais chamada gestuno ou língua de sinais internacional, que emergiu justamente da necessidade de comunicação entre surdos de diferentes nacionalidades. Pode-se dizer que, de forma geral, cada país tem a sua própria língua de sinais, havendo países, no entanto, que têm mais de uma. No Brasil, por exemplo, além da Libras, temos notícia da existência de uma língua de sinais indígena usada pelos índios urubu-kaapor, localizados no sul do Maranhão. Não podemos esquecer que a Língua é cultural, possui intima relação com a história de seu país e com a comunidade que a utiliza. A exemplo disso, temos o sinal “cumprimentar”, que é um vocábulo simples e que, porém, não pode ser universalizado, pois diferentes culturas possuem formas distintas de cumprimentos, como se verifica na maneira de cumprimentar de um brasileiro e de um japonês....


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