Resumo - Prefácio de \"Amor Líquido\" PDF

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Resumo feito após leitura do prefácio de "Amor Líquido", de Zygmunt Bauman. Passado no ínicio da disciplina...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO II

RELATÓRIO ACERCA DO PREFÁCIO DO LIVRO “AMOR LÍQUIDO”

FORTALEZA 2018

A obra “Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos”, do escritor polonês Zygmunt Bauman, desenvolve uma reflexão a respeito da natureza das relações humanas na pós-modernidade, com o preceito de que elas têm um caráter fluido, se adequando ao meio em que está e tendo pouca solidez. Com este livro abordando especificamente os relacionamentos amorosos, o seu prefácio estabelece um terreno sólido para as considerações feitas a respeito deste tema, com uma linguagem clara, porém contundente. O prefácio é iniciado com a alusão literária a um personagem austríaco chamado Ulrich, do romance “Der Mann ohne Verwandtschaften”, de Robert Musil, que não é dotado de qualidades próprias e específicas, sendo a sua alienação em relação aos elos entre os indivíduos sua principal marca, tendo que recorrer à iniciativa e dedicação próprias para formar laços, que, no entanto, são frágeis e sujeitos a mudanças ou rompimentos em qualquer vivência. Bauman, desse modo, faz um paralelo do protagonista dessa narrativa com o homem moderno – na verdade, pós-moderno -, que não tem garantias de que seus momentos compartilhados serão duradouros, assim, sofrendo de uma ambiguidade que permeia sua vida: estreitar ou afrouxar as conexões concebidas. O dilema tem uma gênese compreensível em tempos de uma individualidade marcante, que mina nossas atitudes e nos condiciona a buscar relacionamentos que minimizem a agonia da solidão em nossas vidas frenéticas, no entanto, com o pensamento vigente sendo marcado por uma natureza líquida , ou seja, pegando a definição da Física emprestada, que adequa a sua forma ao meio em que está, se é induzido a adotar uma atitude de incerteza, definida por uma aflição em não se comprometer demasiadamente em suas aventuras amorosas, e sim optar por situação que sejam facilmente descartadas e não ponham em risco a tão sonhada liberdade, que é pregada como um mantra entre os povos atuais. Nessa perspectiva, os fatores da eficácia e da agilidade são expostos nesse prefácio como fundamentais para os laços pós-modernos, uma vez que é esperado que as situações dessa natureza líquida sejam resolvidas rapidamente e sem muitos percalços, não levando em conta a complexidade desses fatos. Com isso, os ditos especialistas no assunto emergem como os guardiões das respostas para esses entrelaçamentos e seus desfechos, expondo opiniões que são exatamente o que os efemeramente apaixonados querem ouvir, reforçando a lógica da brevidade. Outra referência literária é feita, desta vez com a cidade fictícia de Leônia, criada pelo escritor Ítalo Calvino, que mostra uma sociedade ansiosa por acontecimentos novos e diferentes, consumindo exageradamente e gerando muitos resíduos, sendo comparáveis à própria realidade e gerando o questionamento de que os cidadãos não estariam desejando experiências inéditas, e sim tentando evitar a possibilidade de que sua existência possa ser congelada e reduzida, indo contra o ideal capitalista, que constantemente produz motivos prontos para serem consumidos. Assim, a própria noção de relacionamento é colocada em xeque por costumeiramente estar passiva de críticas acerca de suas passíveis conotações, afinal,

ela carrega os prazeres do convívio e os horrores da clausura, como citou o próprio Bauman. O termo “rede” é cunhado como uma nova possibilidade por caracterizar tanto uma conexão quanto uma desconexão, carregando essa antítese em si e não sendo possível desvincular os dois termos, o que favoreceria uma fluidez nessa dinâmica entre os seres humanos. Essa nova perspectiva é chamada de relação virtual , na qual as possibilidades românticas não se esgotam e é possível renová-las, seguindo uma lógica na qual a procura não é mais pelo sentimento de união e pertencimento, mas sim por experiências, de modo desenfreado....