Temas centrais na teoria sociológica - macro vs micro, agencia vs estrutura, tempo vs espaço PDF

Title Temas centrais na teoria sociológica - macro vs micro, agencia vs estrutura, tempo vs espaço
Author Lara Campinho
Course Sociologia
Institution Ensino Secundário (Portugal)
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apontamentos para sociologia B...


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TT 2 Texto de Trabalho

Temas centrais na teoria sociológica: macro-micro, estrutura-agencia e tempo-espaço Unidade orgânica: ICS/UM UC: Teorias sociológicas Curso: Sociologia (3º ciclo) Autor: Ivo Domingues

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! Introdução Na ciência moderna, a teoria sociológica operavam com a realidade com base em dualismos teóricos e metodológicos. A separação entre micro-macro, agenciaestrutura e tempo-espaço era condição da produção científica. Esta opção teórica e epistemológica decorre mais da incapacidade da teoria para estabelecer as relações entre aqueles conceitos do que das características da realidade. Assim, os fenómenos sociais em análise seriam mais causados por factores macrossociais ou por factores microsociais, por factores individuais ou factores sociais, por factores espaciais e por factores temporais. Estas perspectivas teóricas baseavam a sua legitimação científica em concepções de ontologia social e de metodologia sociológica diferentes, podendo mesmo ser diferentes dentro de cada um dos campos. Na década de 70, período que marca a separação da ‘ciência moderna’ e da ‘ciência pós-moderna’, uma nova perspectiva científica emergiu. Esta propõe substituir a ruptura e separação pela continuidade e articulação de campos dualistas através de sínteses teóricas, da qual os mais representativos são Pierre Bordieu, através do seu trabalho nos habitus, Jürgen Habermas, através da sua teoria da acção comunicativa, e Anthony Giddens, através da sua teoria da estruturação (Ritzer, 1996:225). O objectivo da teoria deixou de ser a realização de operações reducionistas nos dois campos e passou a ser classificar e explicar as relações entre os dois campos (Giesen, 1987:337338). Assim, estes campos deixam de ser alinhados pelo princípio da dicotomia e passaram a ser articulados pelo princípio da continuidade. Por isso, as dicotomias analíticas ‘individuo versus social’, ‘micro versus macro’, ‘estrutura versus indivíduo’ são não-problemas porque as alegadas oposições resultam da incapacidade explicativa da teoria social porque o que é necessário é uma adequada teoria da acção (Lindenberg, 1986:21). Assim, se admite que a acção dos indivíduos em sociedade seja explicável por factores individuais e colectivos, psicológicos e sociais. O desenvolvimento da teoria sociológica tem consagrado a importância de algumas problemáticas. Os conceitos agencia-estrutura (Archer, 1988:ix-x), micromacro (Knorr-Cetina, 1981:2; Munch and Smelser, 1987; Coleman, 1986:347) e ‘tempo-espaço’ constituem problemáticas nucleares da teoria social e da sociologia (Sibeon, 2004:13). Por isso, este texto propõe reflectir como a teoria sociológica reducionista os tem abordado como dualismos e como a teoria sociológica não reducionista os transformou em dualidades. A leitura deste texto carece de prévia ressalva. Dado que foi criado para introduzir os estudantes do curso de doutoramento em problemas centrais da Sociologia, o seu alcance conceptual é deliberadamente limitado. Assim, foram feitas opções quanto à extensão dos sistemas teóricos existentes, tendo sido escolhidas algumas correntes e teorias sociológicas que marcaram o desenvolvimento daquelas, bem como quanto a profundidade da abordagem teórica, sendo a análise mais orientada para a descrição do que para a crítica teórica. No final, são formuladas questões orientadoras da reflexão dos estudantes.

1. Anti-reducionismo teórico Os principais fundadores da Sociologia – Marx, Durhkeim e Weber - optaram por perspectiva reducionista da teoria sociológica. Na teoria marxista, conceitos como ideologia, interesses de classe, falsa consciência, os quais convocam a agencia e a subjectividade, são integrados, mas ela privilegia os elementos económicos macroIvo!Domingues!!!!!!!!!!! 1

estruturais, particularmente as instituições económicos, segundo perspectiva que explica a agencia e o micro pelas estruturas e pelo macro (Sibeon, 2004:36). Na teoria Durkheimiana, os factos sociais são explicados por outros factos sociais. Na sua teoria sobre o suicídio, os factos sociais que influenciam as taxas de suicídio são macrofenómenos que são relativamente contínuos e só podem ser explicados como efeito de outros factos sociais, segundo perspectiva que explica o micro e agencia pelo macro e pela estrutura (Sibeon, 2004:37). A causalidade consiste na possibilidade de um evento ser acompanhado de outro evento (Weber, 1921/1968) e, em ‘A ética protestante e o espírito do capitalismo’, Weber está interessado na questão da causalidade e aborda esta como inter-relação entre factores (Ritzer, 1996:117). Contudo, Weber estabelece a relação causal entre largos padrões de significados e instituições sociais, como a religião calvinista e o espírito do capitalismo, e as formas de pensamento e comportamento dos indivíduos, segundo perspectiva que explica o micro pelo macro, a agencia pela estrutura (Sibeon, 2004:38). Weber oferece uma teoria plenamente integrada macromicro e agencia-estrutura (Kalberg, 1994). Contudo, a crítica a Weber sublinha paradoxo entre as orientações metodológicas e a investigação realizada. Ele enfatiza a importância das motivações e dos significados individuais na explicação das ação social mas, nos seus estudos histórico-comparativos das religiões, enfatiza as condições sócioestruturais em que as motivações e os significados ganham forma e eficácia histórica (Fulbrook, 1978:1). Enfatiza a metodologia individualista e subjectivista, o que os indivíduos fazem e por que o fazem mas, na maior parte da sua investigação, focaliza as estruturas amplas (burocracia e capitalismo) nas quais as acões dos indivíduos são determinadas pelas estruturas e não pelos motivos individuais (Udehn, 1981). Entre a abordagem nomotética, a qual defende necessária existência de relação entre os fenómenos, e a abordagem ideográfica, a qual defende a existência ocasional entre fenómenos, Weber adopta uma posição intermediária materializada no conceito ‘causalidade adequada’ (Ritzer, 1996:117). Segundo este, o melhor que a sociologia pode fazer é formular afirmações probabilísticas acerca da relação fenómenos sociais, permitindo determinar o grau segundo o qual um daco efeito é favorecido por dada condição (Weber, 1903-17:1949:183). Nesta fase histórica do desenvolvimento sociológico, na prática científica, a estrutura explica a agencia, a sociedade explica o indivíduo, mesmo quando, como acontece com Weber, o individualismo metodológico constitui o modelo de investigação privilegiado. Na sociologia moderna, os sociólogos fundadores do estruturo-funcionalismo propõem pontes entre as perspectivas macro e micro. Parsons desenvolveu teoria voluntarista, tendo investigado o mecanismo que liga o micro e o macro, a acção individual e o contexto social, e descoberto que esse mecanismo era o processo da internalização, o qual, combinando o colectivismo de Durkheim e o individualismo de Weber, permite que a teoria colectiva se torne voluntarista (Alexander and Giesen, 1987:21-22). A teoria de Parsons resolve o problema do reducionismo através da incorporação dos sistemas individual e social num simples padrão inter-relacionado, no qual os actores agem motivados pela actuação conforme com padrões estáveis de expectativas sociais sobre o seu desempenho (Waters, 2000:142). O sistema de acção é composto de três sistemas subordinados: o sistema da personalidade, relativo às disposições de necessidades, o qual integra a orientação motivacional e a orientação de valor; o sistema social e o sistema cultural (Parsons, 1951:162) (Waters, 2000:144). No plano epistemológico, Merton forneceu outro importante contributo. A teoria de médio alcance (middle-range theory) resulta de estudos que adoptam a lógica microssociológica para realizar análises macrossociológicas, focam inter-relações de elementos estruturais que podem ser sistematicamente sujeitos a pesquisa empírica e, portanto, atravessam a distinção entre problemas micro e macro (Merton, 1968:64,68). Em ambos os casos, o sentido da explicação privilegia a influência das estruturas na agencia e do macro no micro. Ivo!Domingues!!!!!!!!!!! 2

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A microssociologia deve considerar a situação na análise das interacções. Não se pode reduzir as situações microssociológicas nem às psicologias dos participantes nem à subjectividade da acção individual, pois a situação oferece contexto à acção e esta não se pode prever a partir dos atributos dos participantes, já que a situação tem processos próprios de organização e regulação, sendo a realidade interpretação-em-contexto (Knorr-Cretina, 1988:27-29). A ordem da interacção não depende de sistemas microsociais, mas das dimensões posicional (regras e expectativas associados a papéis sociais), disposicional (aptidões sociais adquiridas) e situacional-interacional (uso de normas, disposições ou aptidões nos processos) dos jogos sociais micro e macro (Mouzelis, 1992:128). E, na medida em que a microssociologia ignora as hierarquias sociais como ligações entre actores micro, meso e macro, elas fornecem reducionismos e não micro-fundações para a teoria sociológica (Mouzelis, 1993:681). Assim, o reducionismo pode ocorrer em qualquer corrente teórica e, em todos os casos, produzir explicações que, independentemente do virtuosismo do seu sistema analítico, fornecem explicações simplificadoras da realidade. A abolição pós-moderna das distinções fundamentais como ‘micro-macro’, ‘agencia-sistema’, ‘representação-representado’, combinado com a abolição das fronteiras entre as disciplinas e subdisciplinas permitiu a emergência de explicações reducionistas pré-durkheimianas (Mouzelis, 1993:691). Por exemplo, na medida em que a teoria da interacção como troca, de Homans, leva à valorização do behaviorismo, e a teoria da norma da reciprocidade, de Gouldner, e a teoria da sociação, de Simmel, levam às necessidades psicológicas, convocam o reducionismo científico de natureza microsciológica (Brittan, 1973:49-50). Deste modo, estas teorias permitem focar a investigação na relação entre níveis de análise mas, ao privilegiarem relações explicativas especificas e restritas, promovem perspectiva reducionista da análise científica. A sociologia anti-reducionista resulta da crítica sistemática dos problemas teóricos e metodológicos associadas ao reducionismo. Esta foi particularmente realizada pela microssociologia, a sociologia figuracional de Elias, a sociologia construtivista de Berger, a sociologia do poder de Foucault, a teoria actor-rede de Callon e Latour, a teoria da estruturação de Giddens e a sociologia da ordenação de Law (Sibeon, 1999:318-19). O desenvolvimento de uma teoria sociológica não reducionista deve abordar as deficiências teóricas-metodológicas, concretamente a agencia, a estrutura, a mudança social, a distinção micro-macro e tempo-espaço (Sibeon, 1999). Neste texto, abordaremos as dualidades micro-macro, agencia-estrutura e tempo-espaço. Para organizar esta reflexão, analisaremos as abordagens que delas são realizadas pelas correntes do estruturo-funcionalismo (EF), representada por Parsons e Merton, e do interaccionismo simbólico (IS), representada por Goffman, ambas integradas na Ciência Moderna, pela Teoria da estruturação (TE) de Giddens e a Teoria Actor-Rede (TAR) de Callon e Latour, ambas integradas na Ciência Pós-Moderna. Como veremos, as suas opções epistemológicas permitem diferentes leituras da realidade social. 1. Sei especificar a principal característica das sociologias reducionista e não reducionista? 2. Sei associar as perspectivas reducionista e não reducionista às tendências da ciência moderna e pós-moderna? 3. Sei caraterizar sucintamente as malogradas tentativas anti-reducionistas na sociologia moderna?

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! 2. Micro e macro: articulação empírica e separação teórica Quanto aos níveis de análise, os estudos podem ser macro, meso ou micro. Os conceitos de micro e macro são reconhecidos na teoria sociológica, em geral, aos quais os sociólogos das organizações adicionaram o conceito de meso. Na realidade, estes três níveis não existem, são um constructo teórico que facilita a objectivação da realidade que, assim, por meio de um procedimento epistemológico, torna a realidade mais acessível ao conhecimento científico. A análise sociológica aborda a realidade segundo diferentes níveis, os quais estão relacionados entre si. O maior problema na explicação de um comportamento sistémico baseado em acções é a passagem do nível mais baixo para o nível do sistema, o qual é designado problema micro-macro (Coleman, 1990:6). A perspectiva micro tende a ser associada a contextos da interacção, enquanto a perspectiva macro tende a ser associada a sociedade ou a instituições sociais (Sibeon, 2004:35). Na análise da sociedade, a abordagem macro pode focar sistemas sociais, como uma família, uma cidade, uma organização, uma escola ou uma sociedade, enquanto a abordagem micro foca um indivíduo (Coleman 1986:346). Na análise organizacional, o nível macro pode ser uma organização e o nível micro pode ser um departamento, na análise da diplomacia, o nível macro é a Europa e o nível micro é o indivíduo-nação (diplomatas), o sistema de acção ou nível macro pode ser um sistema de actores cujas acções são interdependentes, como acontece com uma nação (Coleman, 1990:12). A abordagem macrossociológica usa conceitos teóricos ao nível do sistema e dados agregados produzidos no nível micro para caracterizar as colectividades sociais (Knorr-Cretina, 1981: 1-2), mas as macro-teorias tendem a tratar os indivíduos e os grupos como ‘caixas negras’ (House et al, 1995:75-76). Estas diferentes abordagens possuem sistemas conceptuais distintos e perpsectivam os objectos empíricos de diferentes formas. Existe, porém, relação entre microssociologia e macrossociologia. De facto, os macro-fenómenos constituem-se a partir dos micro-encontros, por diferentes formas: por agregação e repetição dos encontros (Collins, 1981), por representação mental (Knorr-Cretina, 1981, 1988) e por subsunção em hierarquias (Mouzelis. 1993). As situações podem ser micro ou macro e a ordem da interacção pode ser micro ou macro (Mouzelis, 1992:124). Os encontros e as interacções podem ser micro ou macro e isso depende da extensão espacial e temporal das consequências das decisões neles tomadas (Mouzelis, 1992:122-123). Contudo, a sociedade não pode ser reduzida a nenhum simples princípio de explicação micro ou macro (Sibeon, 1999:321). A opção pela explicação científica que articule ambos os níveis goza de maior legitimidade porque reduz a possibilidade do reducionismo teórico. A perspectiva macro está associada à concepção do funcionalismo normativo, segundo a qual a ordem tende a ser uma concepção macro. Para Durkheim, existe diversidade moral associada à divisão do trabalho e à solidariedade orgânica e existem normas internalizadas que são condição da liberdade individual, alinhando conduta individual e moral colectiva, permitindo o controlo externo dos indivíduos pela sociedade (Knorr-Cretina, 1981:3). Para Parsons, a internalização de valores comuns transforma as disposições de necessidades, convertendo estas em expectativas de papel, e alinha a conduta com a norma social, permitindo um controlo interno pela sociedade (Knorr-Cretina, 1981:3). Contudo, a obra de Parsons não explora totalmente nenhuma das concepções de ciência. Por um lado, no nível micro, falhou ao não desenvolver uma teoria da interacção, passando abruptamente da teorização dos actos para a teorização do sistema social (Turner, 1990; Habermas, 1987) (Mouzelis, 1993:677). Por outro lado, no nível macro, falhou porque os agentes tendem a desaparecer pela adopção conceptual de subsistemas, os quais consistem em conjuntos de regras institucionalizadas (Mouzelis, 1993:677). O nível macro é o nível de análise adequado para a teoria funcionalista, pois é aquele onde se desenvolvem estruturas sociais que são Ivo!Domingues!!!!!!!!!!! 4

reproduzidas no nível micro e concedem ordem à sociedade. A perspectiva micro está associada ao primeiro interacionismo simbólico, à etnometodologia, à análise conversacional e à sociologia cognitiva (Collins, 1987:193). O foco de Simmel nas interacções fez dele impulsionador do Interaccionismo Simbólico. O mais profundo problema da vida moderna emerge da necessidade de os indivíduos manterem a sua individualidade face a forças sociais esmagadoras, como a herança histórica a cultura externa e a tecnologia (Simmel,1950:145). Para ele, as interacções conectam os indivíduos e são a condição da sociedade (Simmel, 1950:10) e os tipos sociais e as formas de interacção individual constituem o objecto da sociologia (Montoussé e Renouard, 1997:38). Ao focar os padrões de interacção, desvalorizou as estruturas, com exceção do nível cultural da realidade social, a que chamou cultura objectiva e que considerava penalizadora dos indivíduos (Rtitzer, 1996:93-104). A teoria sociológica estabelece pontes entre os níveis micro-macro. A análise da relação micro-macro orientada para a identificação de relações entre estes níveis de análise deve considerar os seguintes princípios: a dualidade qualidade/quantidade, a qual atravessa a dimensão macro-micro, constitui base da análise; as designações micro e macro são termos mutuamente correlativos, os quais devem ser instanciados; a causalidade pode operar de diversos modos nas ligações micro-macro; a reificação de uma particular ligação macro-micro pode ser vantajosa para abrir oportunidades competitivas (Gerstein, 1987:88-90). O objecto substantivo da dualidade reflete-se no tempo-espaço social (temporização e localização), na agregação-desagregação (medição), membros-grupos ou indivíduos-colectividades (sociedade), estado-cidadão (política), identificação e diferenciação (cultura) (Gerstein, 1987:88-90). A análise das interacções verbais permite estabelecer diferentes relações micro-macro: a organização da ‘reparação’, considerando a temporalidade e sequencialidade de actores e tipos de actores, de acções e tipos de acções, convoca direitos associados a classes de pessoas, define o status dos comportamentos para determinar os comportamentos seriais, estabelece os acordos e desacordos, constituindo fenómeno que revela muita invariância através das variações massivas (Sheglof, 1987:209-214); atributos pessoais que são relevantes no nível macro (classe, etnia, género) afectam a conduta dialógica em interacção, incluindo sobreposições, repetições, sonoridade, competições (Sheglof, 1987:214-218); o contexto, o qual pode ser positivamente caracterizado por recurso a dados estatisticamente significativos, a partir de dados quantitativos, e subjectivamente caracterizado, por recurso à análise da sua relevância para os interactores (Sheglof, 1987:219-228). A abordagem micro-sociológica moveu-se da ordem normativa para a ordem cognitiva, revelada nos usos da linguagem que representa os valores e nos processos cognitivos que os interpreta, rejeitando o colectivismo metodológico e o individualismo metodológico em favor do situacionismo metodológico (Knorr-Cretina, 1981:3-4). Por isso, a característica distintiva das abordagens micro-sociológicas é a sua preocupação com os processos cognitivos, significados e procedimentos de responsabilização, bem como o status metodológico concedido às situações sociais de pequena escala (KnorrCetina, 1981:8). O nível micro constitui o nível empírico adequado para a teoria que objectiva as interações sociais e os processos cognitivos e simbólicos. A perspectiva meso está associada à análise organizacional. Ao adoptar a organização como uma unidade de análise, os estudos podem abordar os indivíduos, a organização e as interconexões ambientais, incorporando os níveis micro, meso e macro da explicação (Vaughan, 2002:119). Os analistas organizacionais possuem a característica específica de analisar o comportamento no seu contexto, de analisar a influência recíproca dos contextos e das organizações e de analisar as relações entre as diferentes unidades em diferentes níveis de análise compreendidos nas organizações (House et al, 1995:74-75). Por isso, a análise do nível meso permite melhorar a coerência dos sistemas teóricos que analisam a relação entre os níveis micro e macro Ivo!Domingues!!!!!!!!!!! 5

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