A Dimensão Estética PDF

Title A Dimensão Estética
Author Maria Miguel
Course Filosofia
Institution Ensino Secundário (Portugal)
Pages 11
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Summary

A Dimensão Estética- análise e compreensão daexperiência estéticaTrabalho de Filosofia- realizado por Maria Miguel nº11ºHÍndice: A experiência e o juízo estéticos- Introdução________________________________________________________pág. a. A experiência estética_____________________________________pág...


Description

A Dimensão Estética- análise e compreensão da experiência estética Tr abal hodeFi l osofia-r eal i z adoporMar i aMi guel nº 18 11º H2 Í ndi ce: 1. Aexper i ênci aeoj uí z oest ét i cosI nt r odução________________________________________________________pág. 2 a. Aex per i ênc i aes t ét i c a_____________________________________pág. 2a3 b. O j uí z oest ét i c o__________________________________________pág. 3 c . O obj et i v i s moes t ét i c o-Pl at ãoeM. Bear dsl ey ___________________pág. 3a4 d. O s ubj et i v i s moes t ét i co-HumeeKant _________________________pág. 4a5 2.

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Concl usão__________________________________________________pág. 10

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Font es_____________________________________________________

1. A experiência e o juízo estéticos Os termos “estética”, “beleza/belo” e “arte” são utilizados diariamente em diferentes contextos, referidos como: estética da construção, salão de beleza, cirurgia estética, beleza física e interior, galeria de arte, artes plásticas, arte rupestre, entre outros. Para entender o âmbito destas expressões é preciso estudas os termos, refletindo sobre a experiência e o juízo estéticos, a criação artística e a dimensão sociocultural da arte.

a. A experiência estética A palavra “estética” foi utilizada pela primeira vez por Alexander Baumgarten para designar a disciplina filosófica que estuda o conhecimento sensorial- conhecimento obtido através dos sentidos- particularmente, referente às realidades belas, aos objetos portadores de beleza (beleza natural e beleza artística). Distingue-se da filosofia da arte que se ocupa de um âmbito mais restrito: o âmbito artístico. Assim irei esclarecer questões relacionadas ao belo, à experiência estética, ao juízo estético, à criação artística e à obra de arte. A experiência estética designa tudo o que o sujeito pensa, perceciona, na sua relação com o mundo e consigo próprio- contacto formador do eu com as coisas em geral. O conteúdo da experiência pode ser material ou não material. Mas é sempre experiência de um sujeito: pode ser comunicada, mas não pode ser transferida, pois pertence a quem a vivencia. Toda a experiência depende de um contexto cultural- educação, aprendizagem, herança cultural e experiência individual. Assim, a nível da experiência estética, existem alguns elementos que nos ajudam a entendê-la:  O artista e o espectador;  A obra de arte e a natureza;  O contexto cultural. Por isso, temos uma experiência estética quando:

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i. ii. iii.

Ao contemplar os seres e as coisas da natureza; Ao comtemplar uma obra de are; No processo da criação artística

b. O juízo estético Embora pessoal, a experiência é comunicada mediante o juízo estético.. Assim, é um juízo de valor ou de apreciação relativamente ao belo, ou às categorias que lhe são afins. Os juízos estéticos associam-se à sensibilidade e ao sentimento que são juízos diferentes dos juízos científicos e dos juízos práticos. Este juízo não se refere necessariamente ao belo, embora este constitua a categoria estética fundamental. Outros exemplos de categorias estéticas são: o sublime, o poético, o grandioso, o imponente, o dramático, o fantástico, o trágico, o gracioso, o bonito, o cómico, o deprimente, o irónico, o ridículo, o feio, o horrível. Centrando-me na problemática relativa à natureza do belo, é necessário perguntar pela justificação dos juízos relativos ao belo. Será que a beleza está nos olhos de quem a vê ou no objeto que é visto e contemplado?

c. O objetivismo estético- Platão e M. Beardsley Existem filósofos defensores da ideia que o belo é independente do sujeito. A doutrina principal de Platão é a Teorias das Ideias- onde as Ideias são objetos de conhecimento que, encontrando-se no mundo inteligível, avaliam as coisas do mundo sensível. As Ideias- sendo a Ideia de Bem a Ideia suprema- são realidades subsistentes, incorruptíveis e puras, servindo de modelo às coisas sensíveis. Estas são meras cópias da verdadeira realidade. Assim, as coisas, só são belas, são-no porque participam de Beleza em si. Esta perspetiva objetivista tem como consequência a afirmação de uma estética com existência de modelos universais. Atualmente, esta posição não é a dominante. Monroe Beardsley defende esta perspetiva onde, para avaliarmos esteticamente uma obra de arte, devemos adotar o ponto de vista correto- ponto de vista estético. Baseando-se em três tipos de razões:  Razões genéticas: causas e condições que estiveram na base da criação da obra de arte.- Irrelevantes

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 

Razões afetivas: efeitos psicológicos da obra sobre aquele que a perceciona e contempla.- Inadequadas Razões objetivas: características internas da própria obra.- Importantes para a avaliação estética

Traduzidas de diferentes formas, a unidade, complexidade e intensidade são as características gerais que nos permitem avaliar esteticamente uma obra de arte. Por isso, o belo acaba por ser uma propriedade inerente às coisas e não o resultado de uma mera apreciação subjetiva.

d. O subjetivismo estético- Hume e Kant Para alguns filósofos, o valor da arte reside no facto de ela ser agradável ou aprazível, sendo o prazer ou satisfação proporcionados o critério para estabelecer o valor da criação artística. Esta ideia é sustentada por David Hume, onde num ensaio intitulado “Sobre o Padrão de Gosto”, salienta que o que interessa na arte é a sua agradabilidade, interligada ao sentimento e não a qualquer propriedade intrínseca da obra em questão. Sendo empirista, Hume afirma que, entre indivíduos e entre culturas, uma enorme diversidade e grandes divergências ao nível de gostos, preferências estéticas e opiniões sobre a arte- suportando a sua teoria ligada aos gostos individuais. Apesar de o gosto ser relativo, Hume afirma que existe um padrão de gosto- conjunto de princípios gerais relativos àquilo que, no âmbito da arte, è digno de aprovação e àquilo que o não é. Estes princípios não são racionais e absolutos, mas as pessoas, em virtude da sua natureza, funcionamento dos sentidos e mente, tendem a gostar das mesmas coisas.

As divergências nível de gosto pessoal decorrem graças a dois aspetos fundamentais:



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Grau de sensibilidade- diferente de indivíduo para indivíduo, dependendo da situação e idade. Exemplo: um crítico de arte tem maior sensibilidade do que quem não costuma apreciar arte.



Elementos culturais- costumes, hábitos e opiniões de um país ou época.

O tempo acaba por decidir o que é esteticamente agradável, visto que as obras são repetidamente avaliadas por diferentes gerações, em lugares distintos e em diferentes culturas. Kant também foi um subjetivista a respeito do belo, diferenciando o juízo estético do juízo científico e do juízo moral. O juízo estético é um juízo subjetivo, uma vez que depende da forma como o sujeita sente o objeto que perceciona e aprecia e é por ele afetado. Quando se afirma que “X é uma obra bela” está se a referir à satisfação que se sente perante X obra, sendo por isso uma satisfação desinteressadanão nos estamos a referir ao seu interesse prático ou utilitário, mas sim a ajuizar pela satisfação ou desprazer. Sendo assim, não se pode confundir o belo com o agradável- é aquilo que causa uma sensação de bem estar, podendo a beleza estar ou não presente. Este conceito liga-se mais ao prazer dos sentidos do que à dimensão estética, estando ligada ao interesse pessoal. Kant define o belo como aquilo que agrada (ou apraz) universalmente sem conceito, não significando que todas as pessoas estejam de acordo. O que ele pretende dizer é que, por não ser um juízo teórico, o juízo estético não se reduz a uma simples inclinação pessoal ligada aos sentidos ou àquilo que e meramente agradável. A afirmação “O croissant é agradável” apenas se manifesta uma preferência ligada aos sentidos. Enquanto que, na afirmação “A Divina Comédia é um belo poema” manifesta-se a necessidade de que a satisfação seja reconhecida por todos- há uma aspiração à universalidade. No ser humano existe o sentimento de belo que a natureza subjetiva deste sentimento baseia-se na comunicabilidade- possibilidade de aquele sentimento ser partilhado por todos. Ao afirmar que a atribuição de belo a um objeto se reduz à própria expressão da experiência do sujeito, Kant nega, à semelhança de Hume, que o belo exista como Ideia separada.

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2. A criação artística e a obra de arte a. A importância da arte As obras de arte não são utensílios, não tendo uma função prática, utilitária ou instrumental- salvo poucas exceções como as obras de arquitetura-, o que não significa que não haja utensílios esteticamente belos. Se o útil se referir ao que serve de meio para determinado fim. Apesar disso, a arte tem vocação para várias funções. A arte distingue-se enquanto modo intencional de produção de beleza, ou de algo que fixe a nossa atenção e a nossa sensibilidade estética. A obra de arte resulta do encontro de três elementos:   

a realidade visível: a natureza (incluindo as transformações efetuadas pelo ser humano) meios técnicos. mundo interior do artista

No que toca à possibilidade de dividir e classificar as artes, existem diversas propostas, não havendo nenhuma que reúna total acordo, devido às múltiplas interações entre diferentes formas de arte e da própria maneira como o termo arte é entendido. Atualmente é praticamente impossível, mas aqui tem uma classificação:   

Artes da vista: pintura, arquitetura, escultura, fotografia, desenho e artes utilitárias Artes do ouvido: música e literatura Artes de síntese: teatro, cinema, ópera, dança, etc., artes que resultem da combinação de vários aspetos das artes viduais e auditivas.

Já referi que o artista se distancia da experiência imediata, transfigurando-a e procurando ser original, obedecendo a mecanismos psíquicos. É da combinação de vários processos psicológicos que surge o produto final , sendo algumas das razões as seguintes: 1) Inventar novos mundos, transfigurando a realidade vulgar do quotidiano e procurando que a mesma expresse o belo. 2) Compreender-se a si mesmo, interpretando o significado da vida e do Universo. 3) Transcender o caráter efémero das vivências e das coisas, transpondo-as para um plano de eternidade ou, pelo menos, para uma dimensão que regista o desgaste inexorável do tempo.

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4) Procurar ser o porta-voz de uma classe ou de um grupo e intervir social e politicamente através da arte. 5) Realizar de forma simbólica tudo aquilo que, por razões morais ou materiais, não pôde ser realizado de outra maneira. A arte proporciona equilíbrio, e a criação é um processo catártico, libertador. 6) Exprimir-se e revelar-se, dando a conhecer a outrem o seu mundo interior. 7) Perpetuar a sua passagem pelo mundo, deixando um testemunho da sua experiência pessoal. Estas razões sintetizam-se em: 



Impressão: de acordo com Huyghe, tanto ao representar como ao exprimir, o ser humano procura ultrapassar os limites a que a natureza o obriga. A representação consiste em fixar o caráter fugaz das coisas num suporte material que se prolongue para lá da própria memória, fixando acontecimentos, rostos, paisagens, etc. Expressão: o artista procura que o seu mundo interior se projete numa obra, convertendo em realidade visível.



b. A compreensão da obra de arte Tal como já referi, dificilmente se compreende uma obra de arte se não tivermos um certo conhecimento do tipo de arte em causa, bem como os elementos históricos e culturais. Sendo importantíssimos comentadores, críticos, historiadores e investigadores das diversas artes, relativamente à nossa possibilidade de compreensão das obras. Outro elemento auxiliário é a palavra dos artistas, que costumam refletir sobre as obras- processo de criação, razões e motivações.

c. Teorias da arte Perante a diversidade de obras no campo de cada uma das formas de arte, é compreensível a dificuldade em falar de arte como se este termo tivesse um significado unívoco e universalmente aceite. Variados filósofos procuraram critérios ou parâmetros que permitissem distinguir o que é arte daquilo que não é. A dificuldade em encontrar uma teoria universalmente aceite deve-se à proliferação de manifestações artísticas e de objetos que levantam dúvidas quanto ao seu valor estético.

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Qualquer objeto ou ser vivo poderá ser considerado obra de arte, bastando que alguém o reconheça. Mas será esse um verdadeiro critério?

Teoria da arte como imitação: Tem como defensores os filósofos Platão e Aristóteles, e alguns artistas assumiam esta teoria de um modo implícito. Platão considera que a imitação é uma mera criação de imagens onde, o artista, produz algo que copia um determinado objeto. Como para ele, a verdadeira essência do objeto se encontra no mundo inteligível, sendo o objeto situado no mundo sensível, o artista está a imitar uma imitação. Aristóteles também vê na arte uma imitação, onde estas se distinguem pelos meios usados para imitar, pelos objetos que imitam e pelo modo de imitação destes objetos. Assim, segundo esta conceção, o propósito da arte é imitar e reproduzir: Existem objeções a esta teoria: a) Segundo Hegel, a teoria reduz a arte a uma caricatura da vida, que apenas serve para demonstrar habilidade e técnica do artista. b) Muitos objetos das criações não se reduzem a meras imitações que, por isso, ou os excluíamos da arte ou teríamos de recusar a teoria. c) Muitos autores consideram a arte uma transfiguração do real, através da imaginação, sensibilidade e inteligência- marca pessoal. d) Inferioriza-se o belo artístico em relação ao belo natural, reduzindo a arte a uma técnica de reprodução do real.

Teoria da arte como expressão: É do conhecimento geral que muitas obras de arte desencadeiam a “emoção estética”, sendo aspeto suficiente para afirmar que a arte está ligada à expressão de emoções: a criação traduz o sentimento do artista e a contemplação da obra desencadeia emoção no espectador. Assim, o valor da arte e a sua natureza residem na expressão de emoção mas, no entanto, o facto de uma obra provocar emoção no espectador não é prova que ela exprima a emoção do artista. L.Tolstoi foi um autor que defendeu esta teoria, baseandose nas seguintes características:

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  



Meio de as pessoas comunicarem e relacionarem-se. Meio que transmite emoções, pressupondo estarem no artista, exigindo clareza de expressão na transmissão de sentimentos e emoções. O espectador experimenta sentimentos e emoções idênticos àqueles que o artista experimentou, unindo as pessoas nos sentimentos e emoções. Transmite a singularidade do sentimento do artista, exigindo autenticidade e sinceridade.

Através da palavra, som, movimento, etc., o artista corporiza as suas emoções, provocando semelhantes emoções no público. Esta teoria levantou dificuldades: a) Estabelece a priori que a produção artística tem origem na experiência emocional, quando existem outros fatores. b) O momento em que o artista cria a sua obra não coincide, em geral, com o do estado emocional que o motivou- o artista finge, por exemplo, um ator. c) Dúvida sobre o conteúdo emocional de certas obras, como na arquitetura. d) Será que suscita todo o tipo de emoções? e) A expressão artística é intencional e mediata, ao contrário da expressão habitual de emoções que é espontânea.

Teoria formalista da arte: Para o crítico de arte Clive Bell, a emoção estética desencadeada nos espectadores pelas verdadeiras obras de arte decorre de uma qualidade que estas possuem: a forma significante- relação existente entre as partes. Sendo importante descobrir a qualidade ou característica comum a todos os objetos que provocam a emoção estética, necessitando da existência de uma qualidade comum. Esta propriedade é indefinível, mas é reconhecida, de modo intuitivo, pelos críticos mais sensíveis. Apesar de os defensores desta teoria argumenta que ela permite explicar o porquê de haver melhores críticos do que outros, existem duas objeções: a) Apoia-se num argumento circular, pois a forma significante é uma propriedade onde resulta a emoção estética, destinada a desencadear tal emoção no espectador. Aquilo que se pretende explicar- a emoção estética sentida pelo espectador- faz parte da própria explicação. b) A teoria não pode ser refutada: - Se não se sentir emoção perante a obra, os defensores dirão que a pessoa está enganada, pois a obra desencadeia emoção. Equivalendo a pressupor o que se quer demonstrar.

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- Se não despertar emoção, dir-se-á que não é uma verdadeira obra de arte. Perante isto, nada existe para refutar visto que estamos no domínio da subjetividade do crítico.

Teoria institucional da arte: Defendida por autores e o filósofo George Dickie, considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte:  Todas as obras são artefactos, a exposição intencional de qualquer objeto numa galeria de arte é já um passo para que seja considerada obra de arte.  Todas as obras de arte têm estatuto de obras de arte, porque lhes é conferido por pessoas que detêm autoridade suficiente para o fazer. Sendo uma teoria muito flexível apresenta diversas virtudes, mas também algumas críticas: a) Quase tudo pode se transformar em obra de arte, não distinguindo a boa da má arte. b) É uma teoria circular, uma vez que arte é só aquilo que um grupo restrito considera como tal. c) O filósofo Richard Wolheim observa que, apesar das pessoas ligadas ao mundo da arte terem um dom de converter qualquer artefacto em obra de arte, deve haver razões para escolherem uns artefactos e outros não.

3.Conclusão: Após o estudo deste assunto, pude ter uma maior noção da abrangência deste tema, bem como a necessidade que houve de se fazer um estudo filosófico. O alcance da estética é percetível pelo seu uso vasto no quotidiano, seja para definir o belo como o próprio horrível. Com base no que foi apresentado, consegui ter a minha própria posição, defendendo o subjetivismo estético. Em relação à arte não tenho uma opinião forte, pois nenhuma das teorias que apresentei tive total concordância. Por fim, achei de extrema pertinência este trabalho, não só por ter um imenso interesse no assunto, bem como por ser matéria que irá sair no exame.

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