A Dinâmica DO Capitalismo - Notas DE Leitura PDF

Title A Dinâmica DO Capitalismo - Notas DE Leitura
Author Diego Eymard
Course História Econômica Geral
Institution Universidade Federal de São João Del Rei
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Summary

Este trabalho consiste em notas de leitura tomadas durante o estudo do livro A dinâmica do capitalismo, de Fernand Braudel, contendo citações do autor e reflexões do leitor....


Description

A DINÂMICA DO CAPITALISMO, DE FERNAND BRAUDEL NOTAS DE LEITURA BRAUDEL, Fernand. A dinâmica do Capitalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

1. Mercado é imperfeito e parcial, apesar de ser importante e também ter virtudes. 2. O capital, realidade tangível, massa de meios facilmente identificáveis, permanentemente em ação; o capitalista, o homem que preside ou procura presidir à inserção do capital no processo incessante de produção a que todas as sociedades estão condenadas; o capitalismo e, grosso modo (mas só grosso modo), a forma como se conduz, para fins usualmente pouco altruístas, esse jogo constante de inserção. 3. Acumulação primitiva se apresenta aqui como os comerciantes que obtinham lucros exorbitantes com o comércio à longa distância (Fernhandel). Esses comerciantes monopolizavam esse comércio. 4. Os acumuladores gozavam de privilégios oferecidos pela coroa. 5. O grande comerciante não usa apenas seu próprio capital, como também capta recursos de crédito de outros. Tal relação era vista antes, com o vaivém de letras de câmbio, semelhante com o que é visto hoje. 6. É difícil diferenciar capitalismo de economia de mercado pois os dois se desenvolveram ao mesmo tempo, e capitalismo ficou diretamente associado ao progresso econômico. 7. O capitalismo só triunfa quando se identifica com o Estado. 8. Braudel não concorda inteiramente com a concepção de Weber sobre o capitalismo ter sido criado pelo protestantismo e pelo puritanismo.

9. A burguesia, aos poucos, destituiu o poder das famílias senhoriais do feudalismo, roubando-lhe os bens pela usura 10. “Dito isto, o leitor verá melhor a tese que sustento, bastante simples, verossímil: existem condições sociais para o surto e o êxito do capitalismo. Este exige uma certa tranqüilidade da ordem social, assim como uma certa neutralidade, ou fraqueza, ou complacência, por parte do Estado. E, no próprio Ocidente, existem graus para essa complacência: e por razões predominantemente sociais e incrustadas em seu passado que a França foi sempre um país menos favorável ao capitalismo do que, digamos, a Inglaterra.” 11. O capitalismo precisa da hierarquia para existir, assim como do mercado e o consumo. As sociedades não-capitalistas falharam em não destruir a hierarquia. 12. Economia mundial = economia do mundo como um todo, economia-mundo = economia de uma porção do mundo que forma um todo econômico 13. Diverge de Wallerstein na questão da economia-mundo, pois não acredita que a Europa do século XVI foi a primeira e única, pensa que o mundo vinha se organizando em pequenas economias-mundos desde a antiguidade 14. Traz à tona a atualidade constante do imperialismo, denunciado por Lenin 15. A Inglaterra soube proteger o seu mercado nacional e a sua indústria nascente melhor do que qualquer outro país da Europa 16. O mundo foi cúmplice da Revolução Inglesa e as Revoluções Industriais só aconteceram devido à hegemonia da Inglaterra 17. “De modo que a discussão tão acerba entre os que somente aceitam uma explicação interna do capitalismo e da Revolução Industrial por uma transformação das estruturas sócio-econômicas, e aqueles que só querem ver uma explicação externa (na verdade, a exploração imperialista do mundo), essa discussão parece-me sem objetivo.”

18. “Três provas vêm em meu apoio: – O capitalismo permanece fundamentado numa exploração dos recursos e das possibilidades internacionais, por outras palavras, existe em dimensões mundiais ou, pelo menos, tende para o mundo inteiro. Sua grande tarefa atual: reconstituir esse universalismo. – Apóia-se sempre, obstinadamente, em monopólios de direito ou de fato, apesar das violências desencadeadas a esse respeito contra ele, A organização, como se diz hoje, continua a fazer funcionar o mercado. Mas e errôneo considerar que seja esse um fato verdadeiramente novo. – Mais ainda: apesar do que habitualmente se diz, o capitalismo não abrange toda a economia, toda a sociedade que trabalha; jamais encerra uma e outra num sistema, o dele, e que seria perfeito: a tripartição de que falei antes – vida material, economia de mercado, economia capitalista (esta com enormes adjunções) – conserva um surpreendente valor atual de discriminação e de explicação. Para nos convencermos disso basta conhecer por dentro algumas atividades presentes, características, situadas nesses diferentes patamares. No andar térreo, mesmo na Europa, onde existe ainda tanto autoconsumo, serviços que a contabilidade nacional não integra, tantas barracas e pequenas lojas artesanais. No patamar médio, seja exemplo um confeccionador de vestuário: ele está submetido, em sua produção e no escoamento de sua produção, à estrita e mesmo feroz lei da concorrência; um momento de desatenção ou de fraqueza de sua parte, e é a débâcle. Mas eu poderia citar, no último andar, entre outras, duas enormes firmas que conheço, supostamente concorrentes – e as únicas concorrentes no mercado europeu, uma francesa, a outra alemã. Ora, é-lhes perfeitamente indiferente que as encomendas sejam confiadas a uma ou a outra, porquanto há uma fusão de seus interesses, seja qual for a via adotada para esse efeito.”...


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