Apontamentos 2ª Frequencia PDF

Title Apontamentos 2ª Frequencia
Author Ana Ferreira
Course Mitologia Greco-Latina
Institution Universidade de Coimbra
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Summary

• • • • • • • • • Dinâmicas de Amor (Eros) e Morte (Thanatos) O mito de Píramo e Tisbe O mito de Hero e Leandro Eros promotor de morte e destruição ▪ Poemas Homéricos: Páris e Helena; Heitor e Andrómaca; Ulisses e Penélope ▪ A Medeia de Eurípides ▪ Tragédia grega ▪ Morte de amor como doação: Suplica...


Description

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Dinâmicas de Amor (Eros) e Morte (Thanatos) O mito de Píramo e Tisbe O mito de Hero e Leandro Eros promotor de morte e destruição ▪ Poemas Homéricos: Páris e Helena; Heitor e Andrómaca; Ulisses e Penélope ▪ A Medeia de Eurípides ▪ Tragédia grega ▪ Morte de amor como doação: Suplicantes de Eurípides; ▪ Amor que arrasta ciúme, ódio e morte: Traquínias de Sófocles; Hipólito de Eurípides. ▪ Epopeia latina: Eneida de Virgílio (Dido e Eneias) Eros vence Thanatos ▪ Alceste de Eurípides: fusão do conto popular do sacrifício da vida por amor com o tema do combate com a morte. ▪ Orfeu e Eurídice em Virgílio (Geórgicas) e em Ovídio (Metamorfoses): combinação do binómio Amor/Morte com o poder da música e da poesia A representação de Eros na literatura A representação de Eros/Cupido na arte clássica e a influência deste tema na arte ocidental Introdução ao estudo de O burro de ouro de Apuleio ▪ O tema da mobilidade e da viagem ▪ Os três ciclos ligados ao tema da metamorfose e da errância: a viagem para Hípata O Conto de Amor e Psique

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Dinâmicas de Amor (Eros) e Morte (Thánatos) Eros e Thánatos significam, entre os gregos, o Amor e a Morte, personificados. Podemos identificar nestas figuras da mitologia grega dois princípios vitais: Vida e Morte. Freud utilizou-as para identificar duas categorias de pulsões humanas: instinto de vida (Eros) e instinto de morte (Thánatos) •

Instinto de Vida – Eros

Às vezes referidos como instintos sexuais, os instintos de vida são aqueles que lidam com a sobrevivência básica, o prazer, a reprodução e evitar a dor, associado assim ao amor. •

Instinto de morte – Thánatos

“O objetivo de toda a vida é a morte” – Freud. O ser humano tem um desejo inconsciente de morrer, apesar de este desejo estar escondido pelos instintos de vida. Os instintos de morte geram comportamentos autodestrutivos, agressivos e violentos, não só para com o indivíduo, mas também para com os outros.

O Mito de Píramo e Tisbe O Mito de Píramo e Tisbe é um conto romântico da mitologia romana, escrito por Ovídio em “Metamorfoses”. Píramo e Tisbe eram vizinhos na cidade de Babilónia, onde se conheceram e se apaixonaram, desejando de livre vontade casar. Os pais de ambos proibiram o casamento e a única forma que tinham de manter contacto era através de uma fenda na parede das casas que os separava, embora não existisse possibilidade de contacto físico. Quando resolveram estar juntos, combinaram escapar de casa à noite e encontrarem-se no Túmulo de Nino, onde estava uma amoreira branca e uma fonte. Como combinado, Tisbe e Píramo saíram de casa e dirigiram-se ao local, mas Píramo atrasou-se e Tisbe chegou primeiro, deixando-se ficar à espera do seu amado. Enquanto esperava, Tisbe depara-se com uma leoa, com a boca ensanguentada, que se aproximava para beber água na fonte. Assustada, Tisbe foge e esconde-se, deixando para trás o véu que trazia a cobrir a cabeça e que é rasgado pela leoa, ficando coberto de sangue. Quando Píramo chega ao local não encontra Tisbe, mas sim o seu véu rasgado e ensanguentado. De imediato se culpa pela ‘morte’ da amada e decide matar-se, com a sua espada. Momentos depois, Tisbe regressa à árvore e encontra Píramo quase sem vida, abraça-o e chora. Com tamanha tristeza que sentiu ao perder o seu amado, Tisbe usa a mesma espada que Píramo e também se mata. O sangue dos dois amados desce assim à terra e entra nas raízes da amoreira branca, tornando as suas flores vermelhas da cor do sangue.

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O mito de Hero e Leandro O mito de Hero e Leandro é um mito grego antigo que relata a história de Hero, uma jovem sacerdotisa de Afrodite que vivia numa torre da cidade de Sesto, na margem do Helesponto, e de Leandro, um jovem da cidade de Abidos, na margem oposta. Tendo-se apaixonado por Hero, todas as noites, o jovem atravessava o as águas para passar de uma margem para a outra e se encontrar com a amada, sendo guiado pela luz que ela acendia no alto da casa onde habitava. Numa das travessias, uma tempestade apagou a chama, impossibilitando-o de encontrar o caminho e perdeu-se. Devido à intensa tempestade, Leandro afoga-se. Quando, na manhã seguinte, Hero viu o cadáver do amado, que tinha dado à costa, precipitou-se e saltou da torre onde vivia para o mar, para se juntar ao amado na morte.

Eros vence Thánatos Alceste de Eurípides → fusão do conto popular do sacrifício da vida por amor com o tema do combate com a morte; a tragédia Alceste é o mais antigo drama de Eurípides, Alceste relata a lenda de Admeto, rei de Feras, que escapou da morte graças à dedicação e sacrifício da sua esposa, Alceste, que se ofereceu para estar no seu lugar. Tudo acaba bem quando o poderoso Héracles, a caminho de Trácia, ainda no funeral descobre a verdade sobre a razão da morte de Alceste e decide lutar contra Thánatos e, se necessário, contra Hades, para que desistam da morte da jovem. Assim, Héracles consegue trazer Alceste de volta e leva-a até ao seu marido. Até hoje há uma certa controvérsia quanto à exata natureza desta peça. Segundo alguns eruditos, pela posição na tetralogia, pelo “final feliz” e pelo tom levemente humorístico de algumas passagens, ela é mais condizente com um drama satírico ou com uma tragicomédia do que com uma tragédia. A maioria, no entanto, reconhece em Alceste uma verdadeira tragédia, pois esses mesmos elementos podem ser encontrados nas demais tragédias de Eurípides e, em menor grau, nas de Ésquilo e de Sófocles, e isso sem mencionar o facto de que o drama foi aceite pelo arconte no concurso de tragédias.

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A representação de Eros na literatura Numa análise global, Eros não era importante no ponto de vista da religião. Eros não é propriamente uma divindade, mas tem caraterísticas divinas – é um génio, algo intermédio entre os deuses e os humanos. Himeros – desejo Eros – paixão erótica Acompanham Afrodite Pathos – saudade/ansia ▪ Para os especialistas, dentro do mundo grego havia duas conceções de Eros: um Eros cósmico e um Eros menor, que fazia parte do grupo que acompanha Afrodite Nos poetas da época arcaica há sempre a referência a Eros e fazem com que a sua visita seja perturbante Íbico de Régio – poeta erótico ▪

Primeira relação entre Eros e Afrodite; astúcia da deusa; Eros pode chegar a qualquer momento, não tem de ser só na juventude

Quem é o pai de Eros? E a mãe? ▪ ▪

Na Teogonia, Eros não tem pais e é dos primeiros deuses Desde Safo, Eros é filho de Afrodite e o seu pai varia de obras para obras

Medeia de Eurípides Medeia era uma famosa feiticeira, filha do rei Aetes da Cólquida que, por medo dos encantamentos de Medeia, a prendeu numa masmorra. Usando as suas magias, Medeia conseguiu fugir e refugiou-se no templo de Helius. Quando Jasão foi a Cólquida buscar o velocino de ouro, que era protegido por dragões, Medeia, com as suas habilidades nas artes mágicas, ajudou Jasão a recuperar o velocino de ouro dando-lhe um óleo que tornava invulnerável o seu corpo ao fogo e ao ferro durante um dia. Jasão dependia do velocino para recuperar o trono que lhe pertencia por direito. Apaixonada por Jasão, Medeia auxiliou-o na fuga raptando o próprio irmão, o príncipe Absirto herdeiro do trono. Em fuga pelo mar e perseguidos pela esquadra do rei, Medeia dilacerou o próprio irmão, lançando os seus pedaços ao mar para salvar Jasão e os Argonautas. Enquanto o rei de Cólquida recolhia os pedaços do filho, a nau foge. Durante a longa viagem de volta Jasão teve 2 filhos com Medeia. Quando regressaram, mesmo trazendo o velocino de ouro, Pélias recusou-se a entregar o trono. Assim Medeia organizou-se para matar Pélias, convencendo as suas filhas para o despedaçarem e o colocarem num caldeirão, pois assim ele rejuvenesceria. Mas quando finalmente Jasão tomou posse do trono, apaixonou-se por outra mulher. Repudiada e cheia de ódio, Medeia enviou um vestido mágico para a amante de Jasão, cujo tecido impregnado de veneno a matou. Além disso, a sua vingança envenenou os filhos da amante e lançou sobre Jasão uma terrível maldição, de que morreria de forma violenta.

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Jasão foi considerado indigno de ocupar o trono e foi deposto pelo povo e as filhas de Pélias, orientadas por Medeia, ressuscitaram o pai que reassumiu o trono. Mas a profecia de Medeia iria cumprir-se na mesma: quando Jasão inspecionava as obras de manutenção na nave Argo, uma viga de madeira solta-se do mastro e cai em cima de Jasão, esmagando-lhe a cabeça. Quando regressa a Atenas, Medeia casa com o rei Egeu e dessa união nasce o filho Medo. Egeu era pai de Teseu, mas não conhecia o filho. Quando Teseu volta também a Atenas, Medeia tenta envenená-lo, mas Egeu descobre e impede que o filho seja assassinado. Assim, Medeia é expulsa do seu reino e nada mais lhe resta senão retornar para Cólquida. Quando Medeia descobre que o seu pai tinha sido deposto do reino e morto pelo seu tio Perses, Medeia e Medo expulsam Perses e recuperam o trono, tornando Medo rei. O mito de Medeia apresenta o retrato psicológico de uma mulher carregada de amor e ódio ao mesmo tempo. É apresentada como um tipo de personagem na tragédia grega como esposa repudiada, abandonada e estrangeira perseguida. Ela revela-se contra o mundo que a rodeia, rejeitando o conformismo tradicional e, tomada pela raiva, assume a vingança como meta para se automodificar e usa o seu poder de persuasão, a sua magia e as suas palavras como armas. A juventude de Jasão fê-lo aceitar as missões que lhe apareciam, pois sentia-se atraído pelos desafios e obstáculos, dando mais valor às impossibilidades apresentadas pelas suas aventuras. Medeia, apresentada como feiticeira, na verdade simboliza a mulher jovem que, apesar da juventude, já domina os seus impulsos e aprendeu a dominar a arte de viver e resolver problemas, mesmo os mais difíceis. Vista como uma das figuras femininas mais impressionantes da dramaturgia universal, Medeia narra o drama da mulher que deixa tudo: a sua pátria, a sua família e os seus sonhos para seguir um grande amor. Jasão era o seu amado e de sua extrema dedicação. Ela era capaz de qualquer atitude para atender aos interesses e caprichos dele. Ao facilitar os caminhos e ao resolver os problemas de Jasão, Medeia é abandonada quando Jasão deixa de encontrar mais desafios e aventuras. Como Medeia tinha todas as respostas, Jasão já não encontrava desafios a vencer e vivia ansioso pelas aventuras, apesar de Medeia lhe oferecer a estabilidade do trono. Deste modo, Medeia foi parte de uma das suas aventuras e, inconformada, Medeia quis vingar-se. A vingança de Medeia deu o nome ao transtorno mental, chamado Complexo de Medeia, que as mães podem sofrer após o nascimento dos filhos, quando existem filhos ilegítimos indesejados na relação, quando as mães se vingam nos filhos para atingir o parceiro, quando maltratam a nova pessoa que se relaciona com o seu ex-parceiro e quando esse transtorno envolve também os filhos do novo casal.

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