Aula 5 - Teoria de Karen Horney PDF

Title Aula 5 - Teoria de Karen Horney
Author Athaly Odorizzi
Course Psicologia
Institution Universidade Nove de Julho
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Summary

Resumo da 5º aula de teorias da personalidades, nessa aula abordamos a teórica Karen Horney...


Description

Aula 5 – Karen Horney: necessidades e tendências neuróticas (resumo do texto, vide bibliografia no final)

A teoria de Horney foi influenciada pelo fato de ela ser mulher e pelas experiências pessoais, bem como por forças sociais e culturais que diferiam muito daquelas que influenciaram Freud. Horney formulou sua teoria nos Estados Unidos e nas décadas de 1930 e 1940, ocorreram mudanças nas atitudes em relação ao sexo e aos papéis dos homens e das mulheres. A personalidade, argumentava ela, não pode depender totalmente de forças biológicas, como propôs Freud. Se dependesse, não veríamos diferenças tão significativas de uma cultura para outra. Portanto Horney, como Adler, deu mais ênfase às relações sociais como fatores significativos na formação da personalidade do que Freud. Para Horney, as pessoas não eram motivadas por forças sexuais ou agressivas, mas sim pela sua necessidade de segurança e amor. A Vida de Horney (1885-1952) Ela nasceu perto de Hamburgo, Alemanha. Na infância ela invejava o irmão porque era menino, e as meninas eram consideradas inferiores. O pai era capitão de navio, religioso, dominador, rabugento e calado. Durante a maior parte da infância e adolescência, ela duvidava que os pais a desejassem. Quando adulta, percebeu quanta hostilidade desenvolvera quando criança. Sua teoria descreve como a falta de amor na infância estimula a ansiedade e hostilidade. Ela estudou medicina na Alemanha, casou e teve três filhas; ela praticava a autoanálise fortemente influenciada pelo conceito adleriano de compensação dos sentimentos de inferioridade. Ela era sensível à observação de Adler de que a falta de atrativos físicos era um dos motivos dos sentimentos de inferioridade. A busca de Horney por amor e segurança continuou quando ela emigrou para os Estados Unidos.

A necessidade de segurança na infância Em princípio, Horney concordava com Freud sobre a importância dos primeiros anos da infância na moldagem da personalidade adulta. No entanto, eles diferiam em questões específicas sobre a moldagem da personalidade. Para ela, as forças sociais na infância, e não as biológicas influenciavam o desenvolvimento da personalidade. Não existem etapas de desenvolvimento universais nem conflitos infantis inevitáveis. Em vez disso, o fator chave é a relação social entre a criança e os pais. A infância era dominada pela necessidade de segurança. Se a criança experimenta segurança e ausência do medo, isso é decisivo para determinar a normalidade do desenvolvimento da sua personalidade. A sua segurança depende totalmente de como os pais a tratam. Horney enfatizou muito o desamparo da criança. Se elas forem mantidas em um estado excessivamente dependente, seus sentimentos de desamparo serão incentivados. Quanto mais desamparadas se sentirem, menos ousarão se opor ou se rebelar contra os pais. “ Eu tenho de reprimir a minha hostilidade porque preciso de vocês”. As crianças podem facilmente serem levadas a sentir medo dos pais por meio de castigo e violência. Quanto mais temerosas ficarem, mais reprimirão a sua hostilidade. “Eu preciso reprimir a minha hostilidade porque tenho medo de vocês”. A culpa é outro motivo de as crianças reprimirem a hostilidade. Ansiedade Básica: o alicerce da neurose É um sentimento de se estar só e desamparado em um mundo hostil. Na infância, tentamos nos proteger contra a ansiedade básica de quatro maneiras: Assegurando o afeto e o amor dos outros Existem várias maneiras pelas quais podemos obter afeto, como tentar fazer tudo o que o outro quer, tentar subornar os outros ou ameaçá-los para que eles nos deem o afeto desejado.

Sendo submissos Como meio de autoproteção envolve agir de acordo com os desejos de uma pessoa ou dos que pertencem ao nosso ambiente social. As pessoas submissas evitam fazer qualquer coisa que possa contrariar os outros; não ousam criticar ou ofender; precisam reprimir os seus desejos pessoais. Obtendo poder Ao obter poder sobre os outros, uma pessoa pode compensar o desamparo e conseguir segurança por meio do sucesso ou de um sentimento de superioridade. Esses três meios de autoproteção têm algo em comum: envolvendo-se em qualquer um deles, a pessoa está tentando lidar com a ansiedade básica ao interagir com os outros. A quarta maneira pela qual ela tenta se proteger da ansiedade básica envolve o afastamento dos outros, não física, mas psicologicamente. Distanciando-se A pessoa que se afasta consegue independência quanto às suas necessidades internas ou psicológicas, tornando-se indiferente aos outros, não os procurando mais para satisfazer suas necessidades emocionais. Renunciando a essas necessidades, quem se afasta protege-se contra a possibilidade de ser magoado pelos outros.

Os quatro mecanismos de autoproteção propostos por Horney têm um único objetivo: defesa contra a ansiedade básica. Eles motivam a buscar a segurança e o restabelecimento da confiança, não a felicidade ou o prazer, e são uma defesa contra a dor, não uma busca do bem-estar. Necessidades e tendências neuróticas Dez defesas irracionais contra a ansiedade que se tornam parte permanente da personalidade e que afetam o comportamento.

Necessidades neuróticas divididas em três grupos, cada qual indicando as atitudes da pessoa para com o seu self e para com os outros. Ele denominou essas três categorias de movimento direcional de tendências neuróticas.

2.

Afeto e aprovação Um parceiro dominador

3. 4. 5. 6. 7.

Poder Exploração Prestígio Admiração Realização e Ambição

1.

8. Autossuficiência 9. Perfeição 10.Limites restritos à vida

Movimento em direção às outras

pessoas (personalidade submissa)

movimento contra as outras pessoas (personalidade agressiva)

movimento para longe das outras pessoas ( personalidade distante)

Horney constatou que todos nós manifestamos até certo ponto essas necessidades. Por exemplo, num momento ou outro, todos buscamos afeto e realização. Nenhuma das necessidades é anormal ou neurótica em termos de cotidiano. O que as torna anormais é a busca intensa e compulsiva da sua satisfação como a única maneira de resolver a ansiedade básica. Personalidade submissa Comportamentos e atitudes associadas à tendência neurótica de ir na direção das pessoas, tal como a necessidade de afeto e aprovação. Horney constatou que os submissos têm sentimentos profundos de rebeldia e vingança reprimidos; desejam controlar, explorar e manipular os outros – o oposto do que os seus comportamentos e atitudes expressam. Como os impulsos hostis têm de ser reprimidos, as personalidades submissas tornam-

se subservientes, sempre tentando agradar e nunca pedindo nada para si mesmas. Personalidade agressiva Comportamentos e atitudes com a tendência neurótica de ir contra as pessoas, tal como um comportamento dominador e controlador. As personalidades agressivas podem parecer confiantes nas suas habilidades e desinibidas ao se afirmar e se defender. Personalidade distante Comportamentos e atitudes associadas à tendência neurótica de se afastar das pessoas, como uma necessidade intensa de privacidade. As personalidades distantes reprimem ou negam qualquer sentimento em relação aos outros. Principalmente sentimento de amor e ódio. A intimidade levaria ao conflito e isso tem de ser evitado. Devido a essa constrição das emoções, quem tem esse tipo de personalidade enfatiza muito a razão, a lógica e a inteligência. Conflito No sistema de Horney, o conflito é definido como a incompatibilidade básica das três tendências neuróticas e é o centro da neurose. Todos nós, sejamos neuróticos ou normais, sofremos algum conflito entre esses modos basicamente inconciliáveis. A diferença entre a pessoa normal e a neurótica está na intensidade do conflito. Ele é muito mais intenso na pessoa neurótica, que precisa lutar para evitar que as tendências não dominantes se expressem. Elas são rígidas e inflexíveis, enfrentando todas as situações com comportamentos e atitudes que caracterizam a tendência dominadora, independente da sua adequação. Na pessoa que não é neurótica, todas as tendências podem ser expressas como circunstâncias justificadas. Às vezes, ela pode ser agressiva, submissa ou distante. As tendências não se excluem mutuamente e podem ser integradas de forma harmônica na personalidade. A pessoa normal é flexível nos comportamentos e atitudes e se adapta a situações de mudança.

A autoimagem idealizada Nas pessoas normais, a imagem do self é construída com base numa avaliação realista das habilidades, potencialidades, fraquezas, metas e relações com outras pessoas. Se quisermos realizar todo o nosso potencial, um estado de autorrealização, a nossa imagem do self tem de refletir claramente o nosso self verdadeiro. As pessoas neuróticas, que vivem um conflito entre os modos incompatíveis de comportamento, têm suas personalidades caracterizadas pela desunião e desarmonia. Elas criam uma autoimagem idealizada com o mesmo intuito das pessoas normais: unificar a personalidade. Mas a tentativa delas está fadada ao fracasso, porque sua imagem do self não se baseia numa avaliação realista dos pontos fortes e fracos da pessoa, e sim numa ilusão, num ideal inatingível de perfeição absoluta. Tirania dos deveres Para tentar realizar esse ideal inatingível, as pessoas neuróticas envolvem-se no que Horney chamava de tirania dos deveres. Elas dizem a si mesmas que têm de ser o melhor aluno, cônjuge, pai/mãe, amante, empregado, amigo ou filho. Como para elas a imagem real do self é tão indesejável, acham que precisam agir para corresponder à sua imagem idealizada do self, na qual se veem sob uma luz extremamente positiva, por exemplo, como pessoas virtuosas, honestas, generosas, atenciosas e corajosas. Fazendo isso, negam o seu self real e tentam se tornar o que acham que deveriam ser ou o que precisam ser à sua autoimagem ilusória. Contudo, os seus esforços já estão fadados ao fracasso; jamais conseguem à sua imagem não realista do self. Um caminho que os neuróticos usam para se defender dos conflitos internos provocados pela discrepância entre uma autoimagem idealizada e a real é a externalização, projeção do conflito para o mundo exterior. Esse processo pode aliviar temporariamente a ansiedade provocada pelo conflito, mas não faz nada para reduzir a lacuna entre a autoimagem idealizada e a realidade. Externalização A externalização envolve a tendência para vivenciar os conflitos como se eles estivessem ocorrendo fora da pessoa e para descrever as forças externas

como fonte dos conflitos. Por exemplo, os neuróticos que sentem ódio de si mesmos devido à discrepância entre o self ideal e o self real, podem projetar esse ódio em outras pessoas ou instituições e passar a acreditar que o ódio é proveniente dessas fontes externas, e não de si mesmos. Psicologia Feminina Para Horney, uma revisão da psicanálise para incluir conflitos psicológicos inerentes no ideal tradicional de feminilidade e dos papéis femininos.

Bibliografia SCHULTZ, SCHULTZ Teorias da Personalidade – 10 ed. - São Paulo, SP: Cengage Learning, 2015....


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