Aula de antropologia acerca de Morgan (evolucionismo cultural) PDF

Title Aula de antropologia acerca de Morgan (evolucionismo cultural)
Author Carlos Gonçalves
Course Antropologia Social
Institution Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Resenha sobre o Antropólogo Morgan - evolucionismo cultural - apoiado no texto do Celso Castro...


Description

Aula de Evolucionismo Cultural

Evolucionismo Cultural

“como a humanidade é uma só, o caminho é o mesmo para todos”

A Sociedade Antiga-Lewis Henry Morgan (Investigações sobre a linha de progresso humano desde a selvageria, através da barbárie, até a civilização)



Introdução: Morgan nesse livro elabora um sistema de progresso humano que vai

da selvageria, passando pela barbárie, até chegar no ponto final: a civilização. Imbuído por uma perspectiva progressista de Hebert Spencer, e evolucionista de Darwin, Morgan propõe que exista uma uniformidade das ações humanas, onde o fim de todas as ações darão no mesmo resultado: o progresso até a civilização. Consequentemente, essa uniformidade, ou melhor, essa linhagem única, resulta em uma única verdade, e que a mesma serviu e servirá para a sobrevivência do homem referente ao caráter predatório da Terra. Nesse contexto, as sociedades civilizadas passaram por estágio até chegar na mesma, portanto corre menos riscos de

extinção, uma vez que já superou os perigos de outrora e sobreviveu, progredindo entre os níveis, superando e adaptando-se aos novos problemas de caráter naturais e sociais, criando condições para sua subsistência e por conseguinte, evoluindo de “nível”. Todavia, os que

estão nos degraus de

baixo da escala

progressista/evolutiva correm mais risco de deixarem de existir, uma vez que ainda não passaram pelas etapas de evolução, não criaram as mesmas condições que os civilizados criaram para sobreviver, sobretudo os “selvagens”. Então como poderão sobreviver, por exemplo, a um furacão, se desconhecem os princípios mais básicos de segurança? Nesse argumento (não necessariamente esse ilustrado) que os evolucionistas sustentam suas teses, em especial Morgan.



PARTE 1: Desenvolvimento da inteligência humana através das invenções e descobertas A palavra “inteligência”, grosseiramente, significa o conhecimento

aplicável; ou seja, a teoria transformada em prática. Uma vez que deu-se vida a um pensamento que estava no plano ideal, modelando-o ao mundo empírico, dando forma antropomórfica a um pensamento, o mesmo normalmente servirá em diversas áreas referentes as necessidades humanas. No entanto, essas áreas

não estão jogadas ao caos das

necessidades humanas, e muito menos sem um fim, mas sim ligadas a um fator maior: a sobrevivência do homem na Terra.

Essa conversão da teoria em prática, trouxe grandes benefícios para humanidade: invenções, descobertas, etc. Seguindo por esse método, Morgan propõe que a evolução da inteligência do homem têm ligações diretas com sua capacidade de transformar ideias em práticas, não obstante o progresso da humanidade só sucedeu-se devido a esse fato. Um exemplo disso seria o Arco e flecha para caça, ou até mesmo o fogo. Portanto, a capacidade de raciocinar só desenvolveu-se através das invenções e descobertas, visto que estas desenvolvem a forma de pensar. Para ser mais exato, estas possibilitam a forma de aplicação para o fim maior, o desejo mais almejado do homem na Terra: a Sobrevivência. Visto isso, as criações, não só de caráter material, mas também de caráter social, formaram um novo mundo, o mundo das convenções humanas, distanciando-se, por assim dizer, dos períodos anteriores da civilização. Segundo Morgan, esses caminhos a qual a humanidade passou serviram para amadurecer algumas ideias, descobertas, invenções e instituições, possibilitando o desenvolvimento das invenções e instituições. Além disso, proporcionou, também, o estabelecimento de regras e normas para a convivência em sociedade. Torna-se, portanto, visível que para Morgan, o progresso de humanidade era classificado a partir das invenções e descobertas, uma vez que essas possibilitam o uso pleno da inteligência humana.



Segundo Morgan, o Progresso humano está ligado a algumas linhas. Essas linhas são:

1-Subsistência; 2-Governo; 3-Linguagem; 4-Família; 5-Religião; 6-Vida doméstica e arquitetura; 7-Propriedade. ●

Acerca do Governo na sociedade civilizada em contraste com os das sociedades antigas (Selvagens e Bárbaros) Morgan relata sobre o modelo vigente de governo nas sociedades

civilizadas. Esse modelo é constituído sobre dois planos: Sociedade e território/propriedade. Nesse ideal, a organização

geopolítica possibilita

o desenvolvimento de algumas dessas instituições e invenções, uma vez que

fixados em um espaço, produziriam regras para a convivência.

Surgindo novas necessidades, invetariam novas ferramentas, produtos e serviços para suprir essa demanda. Portanto, nesse contexto que se estruturalizam as instituições e invenções do estado humano civilizado. Já nas sociedades antigas, ainda não havia uma ideia de propriedade/território.

Nesse

contexto,

os

desenvolvimentos

das

instituições tornam-se mais lentos, ou não chegam a acontecer, segundo Morgan. No entanto, o caminho da humanidade sempre dará no mesmo fim. Então é uma questão de tempo para que os níveis inferiores cheguem à civilização, segundo os Evolucionistas Culturais.



Voltando a tese central…

Como foi dito, a escala de progresso da humanidade era classificada a partir das invenções, descobertas e instituições segundo o prisma da cultura europeia. Nessa escala haviam três períodos principais: Selvagem,

Bárbaro e Civilizado. Para cada período, haviam outros níveis, salvo no estado civilizado. Níveis esses que eram: Inicial, intermediário ou final de selvageria; inferior, intermediário ou superior da barbárie; Estado de civilização era o próximo estágio a partir do superior da barbárie. (Ver página 27, sociedades antigas, Morgan).



Caminhos percorridos pela humanidade, ou melhor, escala do progresso evolutivo do homem (Morgan).

1-Status inicial da Selvageria: Infância da raça humana; comiam, para subsistência, frutas e castanha. Acaba quando o homem começa uma dieta a base de peixes. 2-Período intermediário da Selvageria: Dieta de subsistência a base de peixes; conhecimento do fogo. Acaba quando o homem começa a utilizar a sua criação para caçar. Criação essa que é o arco e flechas. Portanto, esse período acaba quando começa-se a utilizar o arco e flecha. 3-Período final da Selvageria: Uso do arco e flecha (invenção do arco e flecha). Acaba quando o homem inventa a arte de cerâmica. 4-Período inicial da Barbárie: Invenção da arte de cerâmica. Acaba quando o homem aprende a domesticar os animais. 5-Período intermediário da Barbárie: Domesticação de animais no hemisfério oriental; no hemisfério ocidental, o cultivo irrigado de milho e plantas, com o uso de tijolos de adobe e pedras. Acaba quando o homem inventa o processo de fundir minério de ferro, criando assim suas ferramentas. 6-Período Superior da Barbárie: Invenção do processo de fundir minério de ferro, com ferramentas de ferro. Acaba quando o homem inventa o

alfabeto fonético, com o uso da escrita. 7-Civilização: Invenção do alfabeto fonético, com o uso da escrita. Até o tempo presente. É aqui que estamos, segundo Morgan. ●

Ainda sobre a escala progressista evolutiva: Como vimos, os sete níveis da escala estão sempre contidos em descobertas e invenções. Como foi dito, esses dois fatores desenvolveram a inteligência do homem, possibilitando-o, portanto, a oportunidade de criar o seu próprio mundo; ou melhor, a sua cultura. Nessas invenções e descobertas que está baseada esse escala.

Nota final: Para sintetizar tudo que Morgan disse, o progresso do homem só aconteceu devido sua adaptação ao meio; a sua criação do meio para viver. O motivo central de tudo isso seria a sobrevivência da espécie. Motivo esse, que com o passar do tempo, foi trocado por outras razões, afastandose do caráter inicial do evolucionismo cultural, mas em síntese o motivo sempre foi o mesmo. As ideias desse contexto eram carregadas de etnocentrismo e preconceitos ocidentais. O prisma de avaliação sobre as sociedades eram as próprias invenções, descobertas e instituições dos civilizados. No entanto, não podemos condená-los, visto que o contexto em que essas ideias foram lançadas, foi no contexto onde a biologia era a ciência central. Logo, os métodos aplicados nas ciências naturais e biológica, de fato, afetaram as outras ciências. Aprendemos portanto, como ideias de uma única verdade, de um

único fim, foram construídas. Contudo, além dessas ideias, está a beleza e os caminhos que a antropologia percorreu até a sua instituição como uma ciência social, distanciando-se das ciências naturais....


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