Cultura tapajônica PDF

Title Cultura tapajônica
Course Arte e Design No Brasil
Institution Universidade do Estado de Minas Gerais
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Trabalho sobre cultura tapajônica....


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CULTURA AMAZÔNIC A: TAPAJÔNICA. GRAFISMO INDÍGENA.

PASSOS – MG 2018 1

Cultura Amazônica

A Cultura da Amazônia está influenciada em primeira instância, pela cultura do caboclo, que recebe importante influência dos povos indígenas que formam a sociedade do universo amazônico. Em todos os estados da região, há calendários de eventos onde se explora elementos como a música, as artes plásticas, o artesanato, folclores regionais e manifestações religiosas, sem falar dos grandes nomes da Literatura regional como Márcio Souza, Milton Hatoum, Aníbal Beça, Thiago de Melo no Amazonas e tantos outros em Belém, Maranhão e em toda a região. 1.1 Fauna e Flora.

1.1.1 Fauna. A fauna amazônica é a mais espetacular do planeta, incluindo felinos, roedores, aves, quelônios e primatas. Sua bacia hidrográfica possui a maior diversidade de peixes do mundo: entre 2.500 e 3 mil espécies. Destas, jaú, surubim, cachorra, Matrinchã, piranha e tambaqui são alguns dos mais cobiçados dos amantes da pesca esportiva. Porém, a lista dos preferidos é encabeçada pelo tucunaré, famoso por ser muito bom de briga.

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FIGURA 01 Boto cor-de-rosa.

Além disso, na Amazônia vivem 1.300 espécies de pássaros e 300 de mamíferos. No total, a fauna da região totaliza mais de 2 milhões de espécies, muitas das quais encontradas apenas na região. Com frequência os pesquisadores descobrem novas espécies. Alguns animais são para lá de exóticos: são os casos do peixe-boi (de mais de 2 metros de comprimento), da ave guará de penas vermelhas e o poraquê, “peixe elétrico” que liberar carga de alta voltagem. Isso, sem falar de espécies já famosas como tucano, piranha, araras, papagaios e macacos.

FIGURA 02 Araras.

1.1.2 Flora.

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A flora amazônica é abençoada pela Natureza. Em meio à floresta há inúmeras espécies comestíveis, oleaginosas, medicinais e corantes. Das 100 mil espécies vegetais presentes na América Latina, cerca de 30 mil estão na Amazônia. A planta mais famosa é a vitória-régia, a flor símbolo da Amazônia. Conhecida como a "rainha dos lagos", a vitória régia (Vitoria regia lindl) abre suas folhas nas águas rasas e sem correnteza, formando uma bandeja redonda verde. Chega a medir de 1m a 1,80m de diâmetro. Foi batizada com este nome por um naturalista inglês para homenagear a rainha Victoria pela sua exuberância. A flor muda de cor com o tempo; no primeiro dia de abertura, os botões são brancos e se tornam rosados no segundo dia. A partir do terceiro dia começa a desabrochar às 17h e completa o ciclo às 21 horas.

FIGURA 03 Vitória-régia.

Os diferentes graus de umidade durante o período de cheia dos rios, de qualidade do solo, nos ventos e n as chuvas propiciaram formações vegetais bem distintas. A soma delas é que forma uma região única no planeta e dá vida à grande biodiversidade amazônica.

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FIGURA 04 Flora amazônica.

1.2 Lendas e folclore. Desde criança, é comum ouvir histórias como a do Boto que se transforma no homem bonito e encanta as mulheres. O mito da Vitória-Régia que conta a história da índia que se imortaliza em uma flor. A história da CobraGrande assusta, e para muitos é a explicação para a origem de alguns dos grandes rios. Algumas lendas contam que a floresta é habitada por seres mitológicos que a protegem da fúria de caçadores e madeireiros. A crença em entes como o Curupira, a Iara, o Mapinguari, a Matinta Perera dão a ideia da magia amazônica e das raízes culturais do homem da região. O folclore reserva ainda a formação de grupos folclóricos com músicas próprias, roupas típicas, dançarinos, e ritmos contagiantes, como o carimbó no Pará e a toada no Amazonas.

FIGURA 05 Folclore.

1.3 Culinária. 5

E como não poderia deixar de ser, a culinária também faz parte da cultura da região e é muito bem servida pela variedade de pratos típicos e riquíssimos em sabores de influência indígena. A culinária regional destaca-se pela enorme oferta de pratos à base de peixes ou frutos existentes apenas nesta porção do planeta. Cada ingrediente quando combinado com elementos regionais ou o tempero caboclo resulta num paladar impossível de não encantar pelo exotismo do preparo. Temperos como a pimenta malagueta, pimenta de cheiro e o tucupi são ingredientes essenciais. Os peixes podem ser cozidos, fritos ou assados. Só é preciso escolher entre o Tucunaré, o Tambaqui, o Jaraqui ou o bacalhau da Amazônia, o delicioso Pirarucu, entre tantos outros apreciados com o complemento específico: a farinha de mandioca. Além disso, os frutos são um capítulo à parte, como o famoso Cupuaçu, o Açaí, a Pupunha, o Tucumã, o Abiu, a Graviola e tantos outros.

FIGURA 06 Matrinchã ao f orno.

1.4 Artesanato. O artesanato do Amazonas é rico e variado, com muita influência da cultura indígena. Em geral usa-se elementos da floresta como contas, sementes, cipós. Atualmente o artesanato da região vem se aprimorando com vários elementos da floresta sendo incorporados a joias, as chamadas biojoias.

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FIGURA 07 Biojoias.

1.5 As várias Amazônias. Hoje em dia a Amazônia está em moda. Cada vez mais se ressalta seu aspecto mítico e mesmo se criam e repassam, pelos veículos de comunicação, lendas urbanas a seu respeito, carregadas de ideologias. Ano a ano assistimos a um constante e cada vez mais intenso refervilhar de interesse em cima da Amazônia, na mídia, nos livros, no imaginário coletivo. Desde principalmente Chico Mendes os movimentos ambientalistas ganharam expressividade por essas bandas. Cada vez mais ONG’s e cientistas chegam nessas paragens bravias e despovoadas. Aumentam os índices da biopirataria e do lucro da exploração dos recursos naturais em proporção direta ao da diminuição da biodiversidade, da renovabilidade da vida, da disponibilidade e viabilidade dos recursos para o ser humano. Ao mesmo tempo, faz-se uma tentativa pelo menos ideológica de uniformizar e generalizar sempre mais a Amazônia. Quem não a conhece, mesmo dentro do Brasil, associa a ela a ideia de índios, floresta equatorial, rio Amazonas, bichos… e sempre com a conotação mais pejorativa possível. Parece haver um esquecimento de que ao toque do projeto “civilizatório” europeu nada permanece como era. Os povos indígenas já não são há muito tempo os únicos habitantes da região. Há muito concreto no meio da floresta e mais da metade da população amazônica vive nas cidades. As periferias de Manaus incham num ritmo acelerado, junto com todos os problemas sociais e ambientais desse inchamento decorrentes. Ao lado do mítico, do folclórico e do 7

lendário, floresce uma produção científica, tecnológica, industrial já não mais insipiente e desprezível. Faz-se necessário reconhecer que há várias “amazônicas” dentro da Amazônia. Que para compreendê-la como totalidade não se pode suprimir as suas tão variadas diversidades. Que na “cultura amazônica” existem várias culturas. Talvez o próprio conceito de cultura precise de certa revisão. O que se pretende com esse trabalho, cujo caráter é apenas introdutório, é oferecer pistas para uma reflexão mais acurada a respeito da questão da cultura na Amazônia. Partindo do estabelecimento acerca de o que vem de fato a ser cultura, passaremos a uma análise histórica sobre os diversos povos que aqu i chegaram e já estavam e deram a sua contribuição para o quadro cultural que aqui hoje temos, para, enfim, quem sabe apontar algumas pistas a respeito de para onde caminhamos ou o que e aonde pretendemos chegar.

1.6 Estabelecendo conceitos: o que é cultura.

“Cultura” é um termo capaz de encher bibliotecas ou, em nossos tempos, muito espaço de um (ou quem sabe até mais) disco rígido de computador. Com este trabalho estamos longe de pretender esgotar o significado do termo, ou oferecer a visão mais correta, mais adequada, mais completa, mais abrangente. Vale lembrar o dito popular: “todo ponto de vista é à vista de um ponto”. O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade; civilização […]. 4. O desenvolvimento de um grupo social, uma nação, etc., que é fruto do esforço coletivo para o aprimoramento desses valores; civilização, progresso […]. 5. Atividade e desenvolvimento intelectuais; saber, ilustração, instrução. (1986, p. 508). Aquilino de Pedro diz que a cultura “é a maneira de pensar, sentir e agir comum a um povo. É o enfoque da existência recebido do povo no qual a gente nasce. A cultura evolui, às vezes muito lentamente, às vezes com grande rapidez, como sucede em nossos dias, por influxo dos gigantescos meios de comunicação” (1999, p. 71). 8

Primeiramente a cultura é própria do ser humano. Abelhas, castores, formigas e os animais em geral, enfim, são capazes de construções e organizações magníficas que nos encantam e deixam pasmos. Entretanto, n ão produzem cultura, por sua vida é cíclica, a ciência é capaz de prevê-los, quer nos comportamentos individuais, quer nos coletivos, onde quer que estejam. Seres humanos, por outro lado, produzem cultura porque são capazes de estabelecer normas e convenções quando vivem em sociedade. Daí que não existe cultura de um homem só. Outra noção que se depreende dessas definições: cultura supõe um povo, uma nação, um grupo, que a vive, transmite e também transforma. Mas a noção de cultura não se aliena da noção de coletividade. Cultura é o conjunto de convenções, portanto: a maneira de pensar, os hábitos e costumes de determinada coletividade, suas crenças etc. Então, cultura é o conjunto de formas e convenções sociais estabelecido por um povo, que o vive, pratica, transmite e transforma com o passar do tempo. 1.

Cultura Tapajônica.

Foi descoberta por Kurt Nimuendaju em 1923 que teve informação sobre a mesma por um padre alemão que era seu amigo, cujo nome é desconhecido. O grupo indígena Tapajó localizava-se na foz e ao longo do afluente da margem direita do Amazonas - O Rio Tapajós. Todos os vestígios culturais encontrados ali foram denominados como um complexo cultural, "cultura Santarém".

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FIGURA 08 Localização.

Apenas a cerâmica restou para testemunhar sua história. Essa belíssima cerâmica se inclui na tradição Inciso Ponteada (1.000 a 1.500 A.D.) Esses povos, também chamados de Tapajós, seriam descendentes de hábeis artesãos, supostamente dos Maias ou de Incas, que se desenvolveu na região de Santarém a partir do ano 1200 a.C. A história de Santarém começa com a primeira notícia que se tem do contato do homem "civilizado" e os índios Tupaiús ou Tapajós. Citado pelo monge dominicano Frei Gaspar de Carvajal que fazia parte da expedição de Francisco Orellana pela região, em 1542. Com a descoberta a região não ficou livre de saques, assim como a cultura marajoara podemos encontrar peças da cultura tapajônica em vários museus da Europa e EUA. A cultura Tapajônica sobrevive até a chegada dos portugueses, onde o começo da povoação de Santarém foi marcado pela luta de terras entre índios e brancos, fazendo com que a cultura se extinguisse. Um dos recursos ornamentais da cerâmica santarena que mais chama a atenção é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas que apoiam a parte superior de um vaso.

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FIGURA 09 Estatueta.

Diferentemente das estatuetas marajoaras, as da cultura Santarém apresentam maior realismo, pois reproduzem mais fielmente os seres humanos ou animais que representam.

2.1 Cerâmica. A arte é uma das representações da cultura de um povo. Em Santarém a arte se apresenta de variadas formas: na dança, na pintura e também na cerâmica. A Cerâmica Tapajônica ou santarena se desenvolveu entre os índios que habitavam as margens do Rio Tapajós. Segundo a arqueóloga Anna Roosevelt, os Tapajós seriam descendentes do povo de hábeis artesãos, este supostamente descendente dos Maias ou de Incas, que se desenvolveu na região de Santarém a partir do ano 1200 a.C. A beleza da Cerâmica Tapajônica, ou como também é conhecida Cerâmica de Santarém, lembra o estilo barroco e a antiga arte chinesa, devido os detalhes de suas peças zoomorfas de feições ornamentais muito análogas. A maioria das peças da Cerâmica de Santarém foi encontrada em zonas de terra preta ou nas áreas conhecidas como bolsões. Por séculos, essa cultura ficou desconhecida da civilização moderna e, a partir do século XIX causou interesse ao ser divulgada por historiadores. As peças foram vendidas a 11

colecionadores do Brasil e do exterior, o que fez com que essas peças, hoje, só possam ser encontradas em museus e em coleções particulares, em Santarém. Essa arte pode ser vista no Centro Cultural João Fona. A cerâmica tapajônica é de fato o artesanato mais antigo do povo da região do Tapajós, alguns testes realizados nos EUA pela pesquisadora Anna Roosevelt, comprovam que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vaso de gargalo, vaso de cariátides e outros utensílios de suas necessidades. Podem-se classificar as peças artesanais de Santarém em dois tipos: o vaso de gargalo onde predominam elementos zoomorfos e também representações de rostos humanos nos bojos esféricos dos vasos.

FIGURA 10 Vaso de Gargalo .

Os vasos de Cariátides é assim chamado por estar o prato suportado por três figuras femininas. Além da decoração incisa e ponteada, há abundante e rebuscada decoração plástica, com motivos antropomorfos e zoomorfos. Além desses dois tipos de peça da Cerâmica Santarena, destacam-se também as estatuetas; essas apresentam grandes variedades de formas antropomorfas ou zoomorfas. Podem ser: ocas, maciças, ou com partes ocas e partes maciças.

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FIGURA 11 Cariátides.

Os Muiraquitãs, que são Fabricados de barro, pedra e até concha, apresentam-se sob cores variadas (amarelo, preto, cinza, vermelho) e não apenas verde como geralmente é mais conhecido.

FIGURA 12 Muiraquitãs.

Embora haja beleza e qualidade do trabalho de antigos habitantes de nossa região e dos novos artistas de nossa época, a cerâmica tapajônica ainda é pouco valorizada. Talvez a causa dessa desvalorização seja a falta de divulgação na história, ou o próprio desinteresse da população de Santarém, ou até mesmo da existência de poucos lugares para que essas peças possam ser prestigiadas.

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Séculos mais tarde, a cerâmica de Santarém continua encantadora e bela, seja ela representada pelas peças antigas expostas no Centro Cultural João Fona, ou produzidas pelas mãos de talentosos artesãos contemporâneos, entre os quais se destacam figuras como seu Isauro do Barro, Lau rimar Leal e Maria das Dores. Artesãos de mão cheia, como os santarenos preferem classificá-los, eles possuem peças espalhadas pelos quatro cantos do mundo e como que por mágica, continuam reproduzindo fielmente a arte deixada pelos antigos Tapajós. Devemos considerar a arte tapajônica como um ícone da cultura santarena, pois traz em si fidelidade aos traços de nossa cultura. Hoje, podemos encontrar um exemplo de projeto que visa à preservação da nossa identidade cultural, é o “Projeto de resgate da Iconografia Santarena” da Faculdade Integradas do Tapajós, em parceria com o Banco da Amazônia, que tem como objetivo procurar revitalizar as técnicas de produção da arte cerâmica, recuperando os mais importantes traços dos grafismos e das incisões iconográficas produzidos pela tribo Tapajó a fim de transformá-las em referências oficiais da cultura santarena.

FIGURA 13 Cultura Santarena sendo mapeada.

A Cerâmica Tapajônica não pode ser deixada de lado, tem que ser preservada e prestigiada, pois só com a valorização da nossa cultura podemos conhecer nossas origens. Devemos considerar que a cerâmica de Santarém é uma das mais belas da pré-história brasileira e talvez, a mais antiga da Amazônia. 14

2.

Grafismo Indígena.

Não se trata de uma “arte indígena”, e sim de “artes indígenas”, já que cada povo possui particularidades na sua maneira de se expressar e de conferir sentido às suas produções. O grafismo dos povos indígenas ultrapassa o desejo da beleza, trata-se sim, de um código de comunicação complexo, que exprime a concepção que um grupo indígena tem sobre um indivíduo e suas relações com os outros índios, com os espíritos, com o meio onde vive...

FIGURA 14 O graf ismo Indígena em preto e branco.

Quando o índio pinta seu próprio corpo, ele demarca seu lugar dentro de seu mundo. E o faz com rara beleza. O antropólogo Darcy Ribeiro escreveu que o corpo humano é "a tela onde os índios mais pintam e aquela que pintam com mais primor". Para certas etnias, os grafismos possuem uma outra função: indicar se o indivíduo pertence a um determinado grupo dentro da sociedade indígena. Os índios Kadiwéu, do Mato Grosso do Sul, também utilizavam os grafismos de seu povo como identificações internas em sua sociedade. São desenhos tão elaborados, que chamaram a atenção de vários pesquisadores. Até o início do século XX, os grafismos eram tatuados no corpo. Hoje em dia são pintados com o suco do jenipapo principalmente nas celebrações. Os padrões usados na pintura corporal são utilizados também na decoração dos objetos feitos pelos índios. 15

Por fim, uma terceira função para os grafismos indígenas é a identificação étnica de cada grupo. As pinturas que os índios do Xingu usam no corpo e em seus objetos, são completamente diferentes dos grafismos de índios que vivem no norte do Amazonas, por exemplo. É possível com um pouco de prática, reconhecer a qual etnia pertence algum objeto a partir da decoração do mesmo.

FIGURA 15 O graf ismo indígena e seus signif icados.

Em um diálogo registrado pela história, no século XVIII, um missionário europeu perguntou a um índio: – “Porque você pinta seu corpo? ” – O índio respondeu: – “E você? Porque não se pinta? Quer se parecer com os bichos? ” Por mais básico que seja a sua resposta, suas pinturas diferenciam-se de outros seres da natureza. Pois o índio pode se pintar quando quiser. Então, nenhum outro animal pode modificar sua aparência, apenas pelo desejo de se embelezar. Se destacar dos demais. “Os índios, e também todos os homens de qualquer etnia, conseguem opor sua opção cultural à realidade da Natureza. Nas discussões em que os filósofos questionam o que diferencia o homem dos outros animais, a resposta alcança sempre a arte. Somente os homens criam obras artísticas; sejam pinturas, músicas, histórias, etc.…” 16

De certo modo, quando o índio pinta o seu próprio corpo, com uma rara beleza (o grafismo), ele está demarcando o seu lugar dentro do seu mundo. Muito não resistem os grafismos indígenas. Na sociedade atual, os mesmos estão estampados nas roupas, em tatuagem decorando o corpo de um “nãoíndio”, nas decorações residenciais, objetos utilitários, pinturas em quadros e muitas outras coisas afins.

FIGURA 16 Nas roupas.

FIGURA 17 Nos acessórios.

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FIGURA 18 Nas tatuagens.

FIGURA 19 Na cerâmica.

3.1 Características do Grafismo Indígena. O grafismo indígena possui algumas características básicas. É inspirado na natureza: folhas de árvores, escamas de peixes, movimentos de cobras, cascos de tartarugas, peles de animais, etc. São algumas das formas utilizadas pelos índios. •

Possui simetria: os dois lados são iguais.



Tem formas simples e repetitivas.



São realizadas com tintas naturais feitas por eles mesmos com materiais como Jenipapo, urucum, barro, etc.



Estão presentes tanto na pintura e enfeites corporais como nos outros artesanatos: cerâmicas, cestarias e até na decoração das ocas.



Frequentemente são realizadas pelas mulheres. 18



Para cada ocasião existem pinturas diferentes.

FIGURA 20 No artesanato.

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