Embriologia do Sistema Nervoso PDF

Title Embriologia do Sistema Nervoso
Author lucas barbosa
Course Embriologia I
Institution Universidade Federal Fluminense
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resumo de embriologia do sistema nervoso do curso de medicina...


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Embriologia do Sistema Nervoso Aluno: Joao Victor Barelli Turma: Medicina – Unicamp – XLV

1. Neurulação Desenvolvimento inicial:

1º semana Fecundação

2º semana Implantação

3º semana – Embrião trilaminar

4º semana Organogênese

Derivados dos folhetos embrionários:   

Ectoderma – Sistema Nervoso + ectoderma de revestimento Endoderma – órgãos do aparelho digestivo e revestimento interno do aparelho respiratório Mesoderma – ossos, músculos, sangue e celoma.

A neurulação faz parte do processo de organogênese, no homem se inicia na 3ª semana. É composta pelas seguintes etapas: 1) 2) 3) 4) 5)

Indução neural Formação da placa neural Dobramento e fechamento do tubo neural Fechamento dos neuróporos Especificação e migração das células da crista neural

1.1 Indução neural Processo pela qual o ectoderma se modifica para compor o ectoderma neural, que dará origem a placa neural. A notocorda (bastão de mesoderma) envia sinais para a formação do ectoderma neural. A notocorda secreta fatores anti-BMP (BMP = Bone Morphogenetic Protein), se a BMP se expressa na superfície do ectoderma há comprometimento daquele tecido com a formação de ectoderma de revestimento. A anti-BMP secretada pela notocorda impede esse comprometimento, fazendo com que aquele ectoderma siga a rota neural. A BMP é um fator parácrino da família TGP-β. Noguina, folistatina e cordina são exemplos de fatores anti-BMP. 1.2 Formação da placa neural A placa neural (espessamento do ectoderma neural) sofre uma ampliação na direção ântero-posterior, a região anterior aos 4 somitos cervicais originará o encéfalo, a região mais posterior formará a medula espinhal.

Joao Victor Barelli – MED XLV

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1.3 Dobramento e fechamento do tubo neural As bordas da placa neural se tornam mais elevadas e formam as pregas neurais, enquanto a região central se aprofunda e forma o sulco neural, que mais tarde formará a goteira neural.

1.4 Fechamento dos neuroporos Em um mesmo embrião existe parte do tubo neural em diferentes estágios de fechamento, as porções cranial e caudal (neuróporos anterior e posterior) são as últimas a serem fechadas (25º e 27º dia respectivamente). Defeitos de fechamento do tubo neural Ocorrem por causas ambientais e genéticas, mães com filhos afetados possuem maior chance de ter outro filho com o mesmo problema. Ácido valpróico e hipertermia aumentam a chance de ocorrer uma DTN. Suplementação alimentar com ácido fólico (vit. B9) três meses antes da gestação diminui o risco de uma DTN. Diagnóstico de DTN pode ser feito com alfafetoproteína e ultrassonografia. A severidade de uma falha no fechamento do tubo neural depende do local (nível axial) onde ocorreu a malformação.

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Anencefalia ou meroanencefalia Defeito no fechamento em nível axial 2, o encéfalo fica exposto ao líquido amniótico e sofre degradação. Espinha bífida (falha fora da região cefálica)  Oculta – defeito na parte óssea da vértebra, geralmente não acomete o tecido neural adjacente. A região é coberta por pele e é marcada pelo aparecimento de tufos de pêlos.  Meningocele – ocorre herniação de um saco contendo as meninges e líquor, geralmente não compromete a medula, que está em sua posição normal.  Meningomielocele – a medula e raízes nervosas estão incluídas no saco herniado, causando prejuízos no desenvolvimento das fibras nervosas e déficit neurológico nas regiões inferiores ao ponto afetado.  Mielosquise – É o caso mais grave de espinha bífida. Resulta da não-fusão das pregas neurais ou formação do ectoderma de revestimento, levando à exposição (e conseqüente degradação) da medula. Os três últimos casos podem causar paralisia, o prognostico é melhor quanto mais baixa for a lesão e é também melhor nos casos de cirurgia corretora intra-uterina. 1.5 Especificação e migração das células da crista neural As células da crista neural compõem o sistema nervos que não o encéfalo ou a medula espinhal. São originadas na região da prega neural, dispostas em uma linha na superfície dorsal do embrião. Essas células então migram logo após o fechamento do TN (transição epitéliomesenquimal), são totipotentes e formam componentes do SN (gânglios autônomos, células de Schwann, células da supra-renal, células da glia), além de componentes do esqueleto craniofacial, melanócitos e esmalte dos dentes.

2. Desenvolvimento da medula As paredes do tubo neural recém-fechado formam um epitélio pseudo-estratificado composto basicamente de células multi-potentes em intensa atividade proliferativa (células neuroepiteliais). A intensa proliferação das células neuroepiteliais junto à luz tubular faz com que uma quantidade de células seja deslocada para a periferia do tubo, essas células vão diminuindo sua atividade mitótica e aumentando sua capacidade de diferenciação, dando origem aos neuroblastos (célula nervosa primitiva). Os neuroblastos dão origem aos neurônios (apolar  bipolar  multipolar). Outro tipo celular primitivo é o glioblasto, que dará origem às células da glia (células de sustentação): astrócitos protoplasmáticos, astrócitos fibrosos e oligodendrócitos. As células neuroepiteliais junto à luz formam o epêndima (células ependimárias), que resulta no plexo coróide. Modificações no neuroepitélio levam a formação de três camadas:  Camada neuroepitelial (ou ventricular): células-tronco indiferenciadas em estado proliferativo Joao Victor Barelli – MED XLV

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 Camada do manto: acúmulo de neuroblastos, irá formar a substância cinzenta da medula, onde se localizam os corpos de neurônios.  Camada marginal: contém fibras nervosas que, após mielinização, formarão a substância branca da medula. A camada do manto sofre alterações, formando as placas alares (áreas sensoriais), placas basais (áreas motoras), placa de teto e placa de assoalho (área sinalizadora durante a diferenciação da parte dorso-ventral da ME). As regiões das placas de assoalho e placa de teto não possuem neuroblastos. Origem dos neurônios e formação dos nervos espinhais Os neurônios sensoriais são gerados a partir da crista neural, seus prolongamentos oriundos do gânglio espinhal penetram a medula e ancoram-se na placa alar. Os neurônios motores são derivados de neuroblastos presentes na própria placa basal, perfuram a camada marginal e emergem na porção ventral da medula. Mielinização das fibras Oligodendrócitos – mielinizam as fibras dentro da medula (dentro do SNC). Células de Schwann – mielinizam fibras fora da medula (fora do SNC) Padronagem dorso-ventral do SNC Durante a formação da medula espinhal a notocorda secreta um fato parácrino ventralizador anti-BMP conhecido como Sonic HedgeHog (SHH). Posteriormente esse fator passa a ser secretado pela placa de assoalho. O fator SHH dá sinais moleculares para a formação da porção motora, tendo sua concentração elevada na região ventral e baixa na região dorsal, local de predomínio de BMP’s. Mutações no gene SHH humano – problemas na padronagem do SN  Holoprosencefalia 3 – Ampla gama de defeitos congênitos resultantes da malformação do encéfalo anterior. Em muitos casos pode haver fusão dos olhos (ciclopia) e a presença de estrutura tipo nariz (probóscide).  Mutação do gene Gli 3 – Céfalopolissindactilia de Greig.

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