Enquanto Somos Jovens PDF

Title Enquanto Somos Jovens
Author Igor Weyber
Course Psicol adolesc,adulto, velhice
Institution Universidade de Fortaleza
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Summary

Resenha e análise do filme Enquanto Somos Jovens...


Description

Psicologia da Adolescência, Vida Adulta e Velhice.  Resenha do filme Enquanto somos jovens com referência aos textos sobre Vida Adulta.

O filme Enquanto somos jovens do ano de 2015, com gênero comédia/drama nos mostra a vida de um casal (Josh e Cornelia), e que estes estão juntos há algum tempo, sem filhos, e vivendo uma relação comprometida com a vida profissional de ambos os lados. Vivem uma vida conservadora e percebem o passar de seus anos, vendo de forma cotidiana o passar do tempo e seus corpos e nas relações entre eles e com os próximos, incluindo velhos amigos que também compartilham seus padrões, pois estes, esclarecem que não conseguem se relacionar bem com pessoas mais jovens, e explicam a falta do filho pela falta de tempo devido aos compromissos e por não saberem dar-se bem com crianças. O marco do filme se inicia no momento em que este casal se encontra com outro casal, Jamie e Darby, em que nesse veem um mundo de novas possibilidades, e que se identificam com o que uma vez também o pertenceram. Sendo assim, se deparam com uma forma de ser, de viver, que em “seus tempos” se identificariam. Surpreendem-se com os relatos passados pelo jovem casal, de idade em torno dos 25 á 26 anos, com muitos planos, muita energia. Surpreendem-se da mesma forma com o caráter inovador do jovem casal, se deparam com novos costumes, novos comportamentos. E mesmo inicialmente esclarecendo não se darem bem com pessoas mais jovens, o velho casal mostra inspiração quanto a vida do casal jovem, vendo em sua frente um mundo de possibilidades que eles também poderiam viver, e também vice-versa, pois o jovem casal igualmente se interessa pela vida dos mais vividos, não só em seus costumes, mas em sua trajetória, seus percursos. Tomando este filme como dado empírico a ser discutido aqui, podemos fazer importantes relevâncias, principalmente e sobretudo, quanto a esta complexa fase da vida adulta, alvo de importantes estudos, e necessariamente pertinente para a compreensão acadêmica em Psicologia. Portanto, se faz necessário uma discussão subsidiada por estes teóricos para nos auxiliar a uma melhor compreensão dos dados empíricos apresentados nesse filme. Outeiral (2008) nos chama a atenção para dificuldade dos dias atuais em se descrever o que é ser um adulto. Esclarece que na cultura contemporânea podemos observar diferentes formas de ser adulto, deixando clara a complexidade desta fase. Este autor continua sua linha de raciocínio ao citar Calvin Colarusso, e sua importante

contribuição para o campo do estudo da vida adulta, ao compreender esta fase por duas etapas, estão são a do adulto jovem e a da meia-idade. A etapa do adulto jovem se observa entre os 20 e os 40 anos, sendo que, suas tarefas desenvolvimentais pontuam-se no 1desenvolvimento do senso de self e de outro, 2

desenvolvimento de amizades adultas, 3capacidade de intimidade: tornar-se cônjuge,

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tornar-se pai/mãe em termos biológicos e psicológicos, 4formação de uma identidade

profissional adulta, dentre outros. (OUTEIRAL, MOURA, SANTOS, 2008). Segundo Santos (2008) se na adolescência já se tinha um script escrito, “hoje a gama de escolhas multiplicou-se”, e segue dizendo que “a fase de adulto jovem é um marco, é o momento de estabelecer objetivos de vida pessoais e de se tornar um “eu”“. (OUTEIRAL, MOURA, SANTOS, 2008, p. 18). Santos (2008) ao discutir sobre crise e finitude esclarece que nessa fase “o passado fica cada vez mais longo e estratificado, graças à realização da maioria dos aspetos da vida adulta”. (p. 29). Assim também, Osório apud Santos (2008) “defende que esta fase não significa um período marcado pela tranquilidade e ausência de conflitos”. (p.29). Nessa perspectiva e fazendo alusão ao dado empírico, observamos que o casal mais jovem se situa nessa etapa descrita por Colarusso, visto suas idades e seu encaixe nas tarefas desenvolvimentais citadas acima, ou seja, casal jovem, recém-casados, a procura de uma carreira profissional, buscando relações com pessoas “maduras”. A segunda etapa, a da meia-idade, acontece dos 40 aos 60 anos, e as tarefas descritas são: 1aceitação do corpo que envelhece, 2limitação do tempo e morte pessoal, 3

manutenção da intimidade,

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reavaliação dos relacionamentos, dentre outros.

(OUTEIRAL, MORAL, SANTOS, 2008). Em torno disso, nos aproximamos agora em relação ao casal mais velho, em que se percebe estas dificuldades com o tempo, e a forma como este prejudica a intimidade, á ponto de não te filhos. Começam a perceber as mudanças corporais e nas funções, como no exemplo do homem, que começa a perceber que sua visão não é mais a mesma, e que está prejudicada. Nas reavaliações de relacionamentos percebemos no grande interesse do casal pelo diferente mundo do casal mais jovem, e pelo afastamento da vida conservadora.

Margis e Cordioli (2001) nos fazem entender a transição da meia-idade como um “fenômeno evolutivo normal quase universal” e esclarece que “o conflito se estabelece entre manter tais estruturas, abdicar de sonhos mais ambiciosos ou fantasias, satisfazendo-se com o que foi obtido, ou a ruptura”. (p. 160). Percebemos claramente essa ideia, nas novas relações que se estabelecem entre os diferentes casais, pois enquanto os mais velhos tentam novamente experimentar o mundo do jovem, da mesma forma o jovem investe nos conhecimentos que este tem para lhe proporcionar. Percebemos sobre maneira essa situação no casal mais velho, que ao viver o conflito não rompem alguns padrões que até então seguia, e embarcam em novas oportunidades. Por fim, em uma nova concepção, Palacios (1995) contrapõe a ideia de que a “suposta crise da metade da vida”, assim como se refere, não se trata de uma crise necessária e não é parte universal do perfil evolutivo, argumentando que não afeta todas as pessoas, e quando afeta, se apresenta em intensidades diferentes. Assim também, chama atenção para a questão do desenvolvimento da personalidade, em que esses, tendem a ser estáveis. Esclarece que “as vidas das pessoas tendem a ser relativamente estáveis e caracterizadas mais pela continuidade do que pela ruptura e descontinuidade”. (p. 314).

Referências bibliográficas: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. (orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia evolutiva. Tradução por Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: Artes médicas, 1995. MARGIS, Regina; CORDIOLI, A. V. Idade Adulta: meia-idade. In: EIZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (orgs). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001. OUTEIRAL, José; MOURA, Luiza; SANTOS, S. M. V dos. Adultecer: a dor e o prazer de tornar-se adulto. Rio de Janeiro: REVINTER, 2008....


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