Futebol americano análise biomecânica PDF

Title Futebol americano análise biomecânica
Author Julia Rhanna Alves
Course Semiologia ortopédica
Institution Universidade Veiga de Almeida
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Summary

Análise de como o futebol americano é jogado, quais músculos são mais utilizados e as lesões mais comuns....


Description

Futebol americano: Análise Biomecânica 1. O jogo O futebol americano é um jogo territorial, cujo objetivo básico é percorrer o campo e entrar com a posse de bola dentro da área do adversário, a chamada end zone. Enquanto um time ataca, o outro está do lado oposto com a defesa montada. Entenda passo a passo como funciona o esporte. Como marcar pontos: Há duas maneiras: o touchdown e o field goal. O touchdown acontece quando um jogador tem a posse de bola dentro da área adversária – é possível invadi-la correndo ou recebendo um passe dentro dela. O TD vale seis pontos e dá direito a outra jogada, que pode ser um chute com valor de um ponto ou uma tentativa de entrar na área novamente, que vale dois. O field goal é o chute em direção às traves em forma de Y que ficam atrás das áreas. Se a bola for acertada entre as traves, o time chutador soma três pontos.

O objetivo do jogo é avançar no campo até entrar na área do rival. Esses avanços são parciais e acontecem em espaços de 10 jardas. Cada equipe tem quatro tentativas para avançar pelo menos 10 jardas. Se o time conseguir conquistar este território, ganha mais quatro chances de percorrer a mesma distância. O avanço acontece de duas formas: correndo com a bola ou através de passes. 2. Análise biomecânica do lance do quarterback 2.1 – Step and gather (passo e reunir) O step and gather é a primeira etapa do quarterback, essa é uma etapa importante da habilidade, pois fornece ao quarterback a oportunidade de ler a jogada e tomar uma decisão sobre o que fazer naquele momento do jogo (Fleisig, G et al., 1996). O quarterback levará alguns passos para longe da linha de scrimmage, parando com uma base larga, proporcionando um centro de massa estável (Blazevich, A. J. 2013). O quarterback irá segurar a bola perto do peito, com o ombro da frente voltado para a direção do jogo. Isso ajuda a manter o controle da bola, mantendo a visão elevada sobre o campo de jogo, ajudando a coletar as informações da jogada. A imagem 1, Tim Tebow

demonstra os aspectos biomecânicos dentro da etapa e recolhe no lance do quarterback. Seus olhos estão olhando para o campo analisando o campo de jogo (indicado em amarelo), seu ombro está voltado para o campo em direção às opções de alvo (indicado em azul), a bola mantida perto do peito (indicada em vermelho), pronta para entregar a bola para um de seus receptores. A posição do corpo nesta etapa do lançamento permite ao jogador gerar torque (Blazevich, A. J. 2013). 2.2 – Leading arm (braço principal) O braço principal desempenha um papel importante no lançamento do quarterback, ele fornece velocidade angular dentro do lançamento (Fleisig, G. et al. 1996). A velocidade angular do braço principal é o ângulo de extensão em um ponto específico da entrega; neste caso, é quando o cotovelo líder está no seu ponto mais alto antes do lançamento. Quanto maior o ângulo do braço principal influenciará a velocidade angular (Imagem 2, indicada em laranja), e a velocidade geral do braço de arremesso e velocidade da bola (Blazevich, A. J. 2013). Isso encapsula a terceira lei de Newton, ”para cada ação, há uma reação igual e oposta” (Imagem 2, indicada em amarelo e vermelho) quando o braço principal é puxado para baixo e o braço de arremesso é puxado para cima na posição de armar (Blazevich, AJ 2013). 2.3 – Cocking arm (braço de armar) O braço de armar está em relação direta com a velocidade do braço principal e com a terceira lei de movimento de Newton, uma vez que são uma reação oposta entre si (Fleisig, G. et al. 1996). A fase chave do braço de armar atinge um ângulo de 90 graus desde a axila até a mão (imagem 3, indicada em amarelo), o antebraço e a mão devem estar paralelos à linha média do corpo (imagem 3, indicada por amarelo). Isso produz torque através da velocidade angular, onde a magnitude da força produzida causando a rotação do corpo é conhecida como o momento da força (Blazevich, A. J. 2013). A terceira lei de Newton afirma que “A aceleração de um objeto é proporcional à força resultante atuando sobre ele e é inversamente proporcional à massa do objeto”, isso está diretamente relacionado à força produzida pelo quarterback. Aumentar a produção de força para superar a inércia pode ser alterado por mudanças técnicas. Colocar os braços e a bola perto do corpo pode ajudar a gerar o poder nos estágios iniciais da habilidade, pois eles estão mais próximos da fonte primária de energia, que neste caso é o tronco e os ombros (Blazevich, A. J. 2013). O lançamento também pode utilizar velocidade

linear, embora seja geralmente dependente da velocidade angular, já que o quarterback nem sempre tem a chance de acelerar ao longo de uma linha reta. A aceleração do braço é a taxa de mudança na velocidade da posição armada para a liberação da bola; a aceleração é um aspecto vital do lançamento, pois indica a rapidez com que a bola sai da mão (Blazevich, A. J. 2013). Quanto mais rápido a bola estiver viajando pelo ar, em teoria significa que ela deve chegar ao alvo mais rapidamente e é menos provável que seja interceptada por um oponente. 2.4 – Throwing follow (lançamento seguido) O lançamento seguido é derivado do momento, à medida que a força gerada pelo arremesso é transferida para a bola, o braço de arremesso manterá o momento e seguirá após a liberação da bola (imagem 4, indicada em laranja). Quanto maior for a força produzida no movimento de arremesso, maior será o momento seguido a partir do lançamento. O pé da planta é um componente chave na redução e parada desse impulso de movimentação, isso é chamado de impulso de frenagem (Blazevich, A. J. 2013). É quando o pé da planta é colocado na frente do centro de massa do corpo e se relaciona diretamente com a terceira regra de Newton. Como há uma grande força colocada no pé ao atingir o solo (imagem 4, indicada em amarelo), há uma força de reação igual e oposta (que também é chamada de força de reação do solo GRF) que é transferida de volta para o corpo (imagem 4, indicada em vermelho) e assim diminuindo o impulso para a frente e a propulsão do corpo (Blazevich, AJ 2013). 2.5 – Projectile motion (movimento de projétil) Movimento de projétil refere-se a um objeto (neste caso, uma bola) projetado em um ângulo no ar. Gravidade e resistência do ar são considerados os principais aspectos que afetam o projétil uma vez no ar. A trajetória de voo da bola depende da trajetória da bola, este é o ângulo e a velocidade de lançamento da bola (Blazevich, A. J. 2013). O alcance da bola é diretamente afetado pela velocidade de projeção. Em teoria, quanto mais rápido a velocidade de projeção, mais longe a bola irá. O ângulo de projeção afetará muito a trajetória da bola também, geralmente 45 graus é considerado ótimo, mas no caso da NFL, o ângulo pode diferenciar cada lance dependendo do jogo ofensivo. É nesse ponto que a altura relativa da projeção se torna um fator definidor

considerado para o quarterback. A altura relativa da projeção refere-se ao ponto de liberação vertical comparado ao local onde ela está. Se a bola cair (ou pegar) em um ponto mais alto e soltar, isso é classificado como positivo. Enquanto a bola cai abaixo do ponto de liberação, isso é negativo (consulte a imagem 5). Isso pode fazer com que o ângulo de projeção seja um aspecto definidor quando se considera a precisão do arremesso, dependendo de onde a bola está aterrissando ou de ser pego alterando o ângulo de trajetória (Blazevich, A. J. 2013). 3. Lesões 3.1 - Ruptura de LCA (Ligamento cruzado anterior) No futebol americano, infelizmente, a lesão tem se tornado cada vez mais rotineira. A ruptura dos ligamentos no joelho também costuma ser a causa mais comum para que um jogador fique de fora de toda uma temporada da NFL. Apenas neste início de movimentação a pouco menos de duas semanas para o começo para valer, já são 25 nomes que vão perder o ano. Na última offseason foram 22 jogadores, enquanto na retrasada, um recorde de 31 que precisaram reparar os ligamentos. O ligamento anterior cruzado é um dos quatro ligamentos presentes no joelho do ser humano. E basicamente como qualquer ligamento, o ACL é uma faixa de tecido fibroso que conecta dois ossos no esforço de estabilizar e coordenar o movimento nas juntas. Aqui, o ACL faz a ponte no meio do joelho entre o final do fêmur com o final da tíbia. Sem o ligamento, até andar é extremamente complicado, calcule então atuar em alto nível no futebol americano, quando se é preciso correr e também cortar. Normalmente há dois tipos. Quando há ou não há algum tipo de pancada. A versão mais comum da ruptura acontece sem que haja sequer contato entre jogadores. Foi o caso de Jordy Nelson, por exemplo. Como já dito, o ligamento tem como função estabilizar e resistir a tipos de movimentos, e no caso de uma ruptura do ACL, qualquer movimento ou contato que faça a parte de baixo da perna, tíbia, se mover à frente do fêmur gera o estalo que tanto põe medo no atleta. No futebol americano, é costumeira a lesão ao arrancar com o corpo ou fazer movimentos bruscos de corte para escapar da marcação adversária e mudar o movimento do jogador.

Há alguns métodos para detectar se, de fato, houve ruptura do ligamento, mas a mais usada e mais precisa ainda é a ressonância magnética. E com a constatação de que houve a lesão no joelho, o jogador precisa passar pela cirurgia de reconstrução do ligamento. Reconstrução porque o ligamento em especial é um tecido do corpo que não se recupera tão bem quanto, por exemplo, um corte na pele. A situação fica ainda mais grave quando há total ruptura do ligamento, já que eles não conseguem se regenerar completamente. Em casos como este, que são maioria, os médicos realmente reconstroem o ligamento com a substituição do tecido rompido com um pedaço de músculo retirado do próprio paciente, o que é chamado de enxerto. A recuperação é longa, complicada e dolorida justamente por isso. Há casos de retorno em até seis meses, mas o tempo médio para volta costuma variar de nove a doze meses. Basicamente, quem passa por uma cirurgia dessas precisa reaprender a andar, enquanto o músculo, aos poucos, se transforma em ligamento. O joelho lentamente ganha força e se adapta novamente aos movimentos. Apenas depois de meses de muita fisioterapia que o atleta pode voltar a correr, e com a confiança de volta ao joelho, é que se pode voltar a praticar o futebol americano. 3.2 – Lesões no ombro Lesões no ombro são a lesão mais impedida nos membros superiores do futebol profissional. A posição do quarterback é desproporcionalmente impactada por lesões no ombro quando comparada a atletas profissionais em outras posições. Além disso, ao contrário de outros atletas profissionais, a maioria das lesões da extremidade superior no quarterback profissional é resultado do contato direto em oposição ao movimento de arremesso. Embora o número real de lesões no ombro varie entre os diferentes níveis de jogo, as lesões no ombro são bastante comuns no futebol. No futebol do ensino médio nos EUA, há aproximadamente 480.000 lesões no ombro por ano. Além do nível de competição, o perfil das lesões relacionadas ao futebol é exclusivo da posição. Dados da NFL Scouting Combine foram avaliados para determinar a incidência de lesões no ombro em profissionais de futebol. Vários autores usando dados da NFL Combine relataram a

predominância de lesões no ombro, particularmente entre quarterbacks. Kaplan e colegas relataram que quase 50% de todos os atletas da associação relataram história de lesão no ombro, com 34% necessitando de intervenção cirúrgica. Além disso, os quarterbacks tiveram o maior percentual de jogadores em sua posição com histórico de lesão no ombro. Brophy et al. relataram que as lesões na cintura escapular compreendiam 3 das 15 lesões mais comuns entre todos os atletas da NFL Combine. Outros dados do Sistema de Vigilância de Lesões da NFL (NFLISS) também forneceram informações úteis. Kelly et al. analisaram as lesões no zagueiro e determinaram que as lesões no ombro eram o segundo tipo mais comum, representando 15,2% (233/1543) de todas as lesões. Entre estes, as lesões articulares de AC foram o tipo mais comum de lesão do ombro em 40%. 3.2.1-Lesões Articulares Acromioclaviculares As lesões da articulação acromioclavicular (AC) estão consistentemente entre as lesões de ombro mais comumente relatadas em jogadores de futebol profissional. Lesões da articulação AC geralmente ocorrem após impacto direto no aspecto superior ou lateral do ombro. Os jogadores de futebol americano são particularmente suscetíveis a isso enquanto são derrubados durante um ataque ou quando colidem com outro jogador. Embora não seja específico da posição de quarterback, Beaulieu-Jones e seus colegas relataram recentemente que as lesões articulares da AC eram a lesão mais comum na cintura escapular em mais de 2200 atletas da NFL Combine, representando 46% de todas as lesões no ombro. Lesões na articulação da AC tendem a ser mais comuns nos quarterbacks do que em outros jogadores de posição. Entre os quarterbacks profissionais, as lesões na articulação de AC representam 40-56% de todas as lesões do ombro. Em um estudo utilizando o Sistema de Vigilância de Lesões da NFL (NFLISS), Lynch et al. relatado exclusivamente sobre lesões articulares da AC na NFL. Enquanto os defensive backs tiveram o maior número total de lesões nas articulações (29,2% de todas as lesões nas articulações), os quarterbacks foram os mais suscetíveis a lesões nas articulações em termos de incidência geral (20,9 lesões nas articulações por 100 jogadores). Além disso, os quarterbacks possuíam o segundo maior risco de exposição posicional de lesão de

articulação de AC e o maior número médio de dias perdidos (17,3 dias), secundário à lesão de articulação de AC. Dados semelhantes foram relatados por Kelly et al., Que relataram uma média de 22,1 dias perdidos em decorrência de lesões nas articulações de AC em quarterbacks da NFL. Brophy e seus colegas relataram que as lesões articulares da ACCA eram o diagnóstico mais prevalente (30 lesões / 100 exposições) entre os quarterbacks da NFL Combine. Para comparação, nenhuma outra lesão da extremidade superior estava no top 5 das lesões mais comumente relatadas. O manejo das lesões articulares da AC no quarterback profissional consiste, em grande parte, em tratamento não operatório com reabilitação progressiva. Isso se deve em grande parte à alta incidência de lesões articulares de baixo grau da AC entre esses atletas. Kelly e colaboradores relataram que 88% das lesões articulares da AC em quarterbacks da NFL eram lesões tipo I – III (44% das quais eram do tipo I) para as quais o manejo não cirúrgico é rotineiramente recomendado. Lynch et al. relataram que entre 57 lesões nas articulações de AC em quarterbacks da NFL, apenas 2 necessitaram de intervenção cirúrgica. Outros autores também relataram o manejo não-operatório bem-sucedido de lesões articulares

de

AC

de

baixo

grau

em

quarterbacks

profissionais.

Em nossa experiência, as lesões nas articulações do tipo I a III AC podem ser efetivamente tratadas de forma não cirúrgica pela proteção inicial em uma tipóia seguida por um programa progressivo de reabilitação e fortalecimento, com um retorno esperado de 5 a 6 semanas após a lesão por lesões mais graves . O tratamento cirúrgico é tipicamente recomendado para lesões do tipo IV-VI.

3.2.2 – Sintomas da lesão da articulação acromioclavicular Esta lesão manifesta-se sob a forma de dor e inchaço na região superior do ombro. A dor inicialmente é difusa e, posteriormente, localiza-se na zona da articulação acromioclavicular. Pode formar-se um hematoma e a clavícula pode ficar mais saliente.Os movimentos do ombro ficam limitados, ocorrendo dor no movimento de elevação do braço. A dor

acentua-se durante a noite, sobretudo quando o corpo roda na direcção do ombro envolvido. Mais raramente, pode-se sentir ou ouvir um ruído ou estalido na região articular. A articulação acromioclavicular, quando lesada, tem tendência para sofrer processos de artrite com dor. 3.2.3 – Diagnóstico da lesão da articulação acromioclavicular O diagnóstico baseia-se na história clínica e no exame médico.A radiografia permite visualizar a articulação envolvida.A ressonância magnética não é sempre solicitada mas pode ser útil em casos, sobretudo nos casos de dor persistente....


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