Gesso Odontológico - Materiais Odontológicos PDF

Title Gesso Odontológico - Materiais Odontológicos
Author Maryane Pereira Rezende
Course Odontologia
Institution Anhanguera Educational
Pages 3
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Summary

Matéria ministrada no curso de odontologia na disciplina de materiais odontológicos. Título: Gesso Odontológico - Mateiais odontológicos....


Description

MATERIAIS DENTÁRIOS - UNESP MATERIAIS DENTÁRIOS – Phillips Capítulo 9 - Gesso

INTRODUÇÃO

REAÇÕES DE PRESA:

- Os gessos são fornecidos como pós finos do hemihidrato de gipsita (CaSO42H2O), produzidos a partir do aquecimento de partículas moídas desse material. Após ser misturada à água, esse pó volta a forma de gipsita.

- 3 teorias:

- Usado para construção de modelos de estudo de estruturas orais, como material acessório na produção de próteses dentárias e para construção de modelos e troquéis, onde as próteses e restaurações são contruídas.

PRODUÇÃO DE GESSO - Produzido pela calcinação do sulfato de cálcio dihidratato, que em seguida é moído e submetido a altas temperaturas (110ºC e 130ºC) em fornos abertos para eliminar água da hidratação. Resultando no chamado gesso comum (agregrado fibroso com cristais finos). Quando aquecida sob pressão em ambiente úmido forma-se um gesso-pedra, cristalino em forma de prisma. De acordo com tamanho, área de superfície e nível de perfeição da grade, os pós resultantes são chamados de:  α-hemi-hidrato: gesso-pedra, cristas mais densos de forma prismática. Quando se adiciona água, forma um composto di-hidrato muito mais resistente e duro do que o de β-h-h.  β-hemi-hidrato: gesso comum, forma esponjosa e irregular. Devido a seu formato, necessita de muito mais água para molhar as partículas de pó até o ponto certo. - A quantidade de água que deve ser adicionada a cada tipo de gesso é regulada pelo fabricante e depende do processo de fabricação, da temperatura, do tamanho das partículas de gipsita, etc. - Quando a calcinação ocorre em uma solução de CaCl2 ou com succinato de cálcio, se forma um gesso que precisa de ainda menos água, o gesso-pedra melhorado, ou gesso para troquel.

PRESA DOS GESSOS - A reação gesso e água produz gipsita sólida, mas o gesso nunca atinge 100% de conversão após a presa, logo, existe hemi-hidrato não reagido no material após a presa.

1. Teoria coloidal: o hemi-hidrato entra em um estado coloidal através do mecanismo sol-gel, no estado sol as partículas são hidratadas para formar dihidrato, e no estado gel, a água é consumida e a mistura fica sólida. 2. Teoria da hidratação: partículas de gesso rehidratado se unem através de ligações entre hidrogênio e sulfatos para formar o material sólido. 3. Teoria dissolução-precipitação: partículas do hemi-hidrato se dissolvem na água e sofrem uma recristalização instantânea na forma di-hidrato (pois o hemi-hidrato é até 4 vezes mais solúvel que o dihidrato, que quando se forma sofre precipitação). QUANTIFICANDO AS REAÇÕES DE PRESA: - A mistura deve ser feita uniformemente para a reação ser homogênea. - É necessário saber o estágio no qual a mistura ganhou resistência suficiente para resistir a fratura (na hora da separação modelo-molde). - O tempo entre a adição de água até o término da mistura é chamado de tempo de espatulação. Dura pelo menos 1 minuto (na forma mecânica). - O tempo entre o início da mistura até o tempo em que ele deixa de ser utilizável é chamado tempo de trabalho, e geralmente dura 3 minutos (tempo para mistura e produção do molde) - Quando o gesso consegue resistir à penetração por uma agulha Gillmore com uma ponta de 2,12mm de diâmetro e 113,4 g de peso, o tempo percorrido se chama tempo de presa inicial (perda de brilho). - Quando o gesso consegue resistir a penetração por uma agulha Gillmore com uma ponta de 1,06mm de diâmetro e 453,6 g de peso, o tempo percorrido se chama tempo de presa final (término da exotermia). CONTROLE DO TEMPO DE PRESA - Dependendo do tipo de aplicação, é necessário controlar o tempo de presa. - As quantidade de água e hemi-hidrato devem ser medidas precisamente em peso. O peso da água dividido pelo peso do pó é conhecido como relação água/pó (A/P – mL/g). Uma relação A/P maior diminui o número de núcleos por unidade de volume, também

causa uma redução na resistência e na expansão de presa do gesso. - Quanto maior o tempo de espatulação e maior a energia aplicada durante a espatulação, menor será o tempo de presa. O aumento de temperatura diminui a solubilidade do hemi-hidrato e da gipsita, causando um aumento no tempo de presa, sendo que a partir de 100ºC a reação não acontece. MODIFICADORES PARA CONTROLE DO TP - Retardadores ou aceleradores, químicos que aumentam ou diminuem o tempo de presa, respectivamente. São utilizados para fabricar pós com tempo de presa específicos. - Aceleradores: K2SO4 (o mais comum), Na 2SO4 e a “água suja” que sai de um recortador de modelos (contém partículas finas de gipsita que agem como núcleos de cristalização e aceleram o processo). - O aumento do tempo ou da velocidade de espatulação cria mais núcleos pela quebra de cristais de di-hidrato em partículas menores, acelerando a presa. - Sais inorgânicos e bórax: são acelerados em baixas concentrações e retardadores em altas concentrações.

EXPANSÃO DE PRESA - Sempre detectada durante a mudança de hemi-hidrato para di-hidrato. Volume de di-hidrato é menor que o volume hemihidrato + água - Depende da composição do produto de gipsita. CONTROLE DA EXPANSÃO DE PRESA - Uma relação A/P mais baixa e um tempo de espatulação maior aumentam a expansão de presa. Quando a relação A/P é mais alta, menor núcleos de cristalização estão presentes por unidade de volume, então o espaço entre os núcleos é maior e a interação dos cristais di-hidrato é menor, diminuindo a expansão.

A água consumida pela hidratação será reposta e a distância entre as partículas permanecerá a mesma, mesmo após os cristais continuarem a crescer I II

III IV

V

NORMAL Cristais começam a se formar Água diminui e os núcleos são puxados uns para os outros para manter a área de superfície da água mínima Contato aumenta e água diminui Cristais crescem para o exterior, mas não se expandem muito Cristais se entrelaçam

HIGROSCÓPICA A água perdida pela hidratação é reposta pela água que está ao redor Distância não diminui, mas a área não aumenta (TS) Cristais crescem muito mais livremente Cristais se entrelaçam

- A expansão de presa sem imersão em água se chama expansão normal de presa, e a que ocorre sob a água se chama expansão higroscópica de presa. Ambas ocorrem pela mesma reação química, ou seja, dependem das mesmas variáveis. Expansão higroscópica é cerca de 2 vezes maior que a expansão normal. - Importante em revestimentos para fundição.

RESISTÊNCIA DO GESSO APÓS A PRESA - Geralmente se considera a resistência à compressão EFEITO DO CONTEÚDO DA ÁGUA - Resistência aumenta conforme o gesso endurece após a presa inicial, e a água livre restante depois da presa afeta a resistência, por isso temos a:  Resistência úmida/verde: quando água acima da necessária para a hidratação permanece no corpo.  Resistência seca: quando a água é removida pela secagem, e cristais de gipsita se precipitam em seu lugar. Resistência seca é mais de 2 x maior que a úmida.

EXPANSÃO HIGROSCÓPICA DE PRESA

EFEITO DA RELAÇÃO ÁGUA/PÓ

- Ocorre quando o gesso entra em contato com a água antes da sua presa inicial (perda de brilho).

- Quanto maior a relação A/P, maior é a porosidade do gesso, e portanto menor é a resistência do material (porque existem menor cristais di-hidrato por unidade de volume) EFEITO DA MANIPULAÇÃO E DOS ADITIVOS - Um tempo de espatulação de aproximadamente 1 min aumenta a resistência a seu máximo (abaixo de 1 min a resistência será menor, e acima de 1 min os cristais de gesso serão quebrados) - A adição de aceleradores ou retardadores diminui as resistências úmida e seca do gesso.

TIPOS DE GESSO - 5 tipos de gesso de acorda com a especificação Nº 25 da ADA. - Critérios:  Uso pretendido  Propriedades física necessárias para o uso GESSO PARA MOLDAGEM (tipo I) - Gesso de Paris (β-hemi-hidrato) com adição de modificadores para regular o tempo e a expansão de presa. - Raramente utilizado: substituído por hidrocoloides e elastômeros. GESSO COMUM (tipo II) - Para preencher muflas utilizadas na construção de próteses totais, quando a expansão da presa não é crítica e a resistência é adequada. - Comercializado na cor branca natural (ao contrário do gesso-pedra, que é colorido) - β-hemi-hidrato

GESSO-PEDRA (tipo III) - Confecção de modelos para fabricação de próteses totais adaptadas aos tecidos moles (resistência boa e facilidade de remoção do gesso da prótese após o processamento) - α-hemi-hidrato

GESSO-PEDRA de ALTA RESISTÊNCIA (tipo IV) - Gesso-pedra melhorado/para troquel - Resistência, dureza e mínima expansão de presa - Superfície seca mais rapidamente, logo, a dureza superficial aumenta mais rapidamente que a resistência a compressão (vantagem pois a superfície resiste à abrasão enquanto o seu interior é tenaz e menos sujeito à fratura)

GESSO-PEDRA de ALTA RESISTÊNCIA e ALTA EXPANSÃO (tipo V) - Menor relação A/P de todos os gessos, tendo também a maior resistência a compressão entre todos eles - Expansão máxima de 0,1 a 0,3% (para compensar a contração de resfriamento de metais)

Seu uso deve ser evitado para produção de troquíeis para inlays e onlays, pois a expansão pode resultar em peças muito justas ao dente preparado. GESSOS ESPECIAIS - Para montagem de modelos de ortodontia, propriedades:  presa rápida  baixa expansão de presa  resistência baixa (para recorte e para separação entre o modelo e as bases do articulador)  especificidades (tempo de trabalho pequeno, mudança de cor quando está pronto para uso, maior resistência a abrasão para possibilitar escultura, etc)

MANIPULAÇÃO DO GESSO CUIDADOS COM GESSOS - Umidade relativa: gipsita absorve a água do ar e começa a reação de presa, recobrindo alguns cristais de hemi-hidrato com di-hidrato, quando o gesso finalmente for ser utilizado, o tempo de presa dele será maior. Armazenamento deve ser em AMBIENTE SECO. PROPORCIONAMENTO - Utilizar a relação A/P recomendada, medir utilizando uma proveta graduada precisa e uma balança para pó (não deve ser medido por volume) MANIPULAÇÃO E VAZAMENTO - O gral deve ser parabólico, liso e resistente à abrasão. - A espátula deve ter uma lâmina rígida e um cabo de formato conveniente - A água é colocada no gral e o pó é adicionado aos poucos, deve se misturar vigorosamente até obter uma mistura lisa (≈ 1 min) - O molde deve ser inclinado para controlar o movimento do gesso nas depressões dos dentes e garantir melhor escoamento CUIDADOS COM O MODELO - Não é seguro armazenar acima de 55ºC - Nos casos em que é necessário imergir o modelo na água, esta deve apresentar como ser uma solução saturada de sulfato de sódio (para que o gesso não dissolva) CONTROLE DE INFECÇÃO - Quando não se sabe se o molde está desinfetado corretamente, o processo deve ser realizado ou repetido, para impedir a infecção cruzada, para isso são utilizadas soluções desinfetantes próprias para o gesso....


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