Lupus PDF

Title Lupus
Author Angela Marin
Course Microbiologia
Institution Universidade Federal de Santa Maria
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Summary

Resumo apresentando a doença autoimune lupus...


Description

Sarah Bandeira - Turma 40 Prof.: Jucelia

Patologia Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Introdução ●

Preenche todos os critérios para a autoimunidade patológica (Realmente autoimune)



Doença aguda ou insidiosa, no seu início, apresentando-se de forma crônica, remitente e recorrente, frequentemente febril, caracterizada principalmente por lesões na pele, articulações, rins e mucosas



Preenche os 3 critérios para ser classificada como doença autoimune:

● ●





Presença de reação autoimune



Evidências de que essa reação não é secundária aos danos teciduais (reações autoimunes primárias à lesão)



Ausência de outra causa bem definida para a doença

Pode ser aguda ou insidiosa (sorrateira, apresentar-se aos poucos até chegar ao quadro completo) Evolui de forma crônica, remitente (paciente fica assintomático) e recorrente (retorno dos sintomas) – ou seja- períodos de melhora e períodos de crise. ○ Na crise frequentemente a paciente queixa-se de estado febril, lesões cutâneas (eritemas, rash cutâneo), lesões articulares, renais e em mucosas Apresentação clínica: ○

Muito variável (Por isso exige grande cuidado para ser diagnosticada)



Por ser uma doença sistêmica (difusa) possui vários sítios de lesão ■

○ ●

A sintomatologia estará voltada principalmente para a área em que a doença está tendo maior expressão

Predominante em mulheres (principalmente em idade fértil entre 20 a 30 anos), mas tbm afeta homens

“História Clássica do Lúpus” ○

Paciente feminino jovem entre 20 a 30 anos



Rash cutâneo, queixa febril, alteração renal



Há quadros de psicose e sintomas neurológicos

Etiologia ● ●



Origem desconhecida (não se conhece fator etiológico para seu início) Defeitos nos mecanismos da autotolerância são conhecidos – tolerância imunológica: incapacidade do sistema de reconhecer ou de reagir contra os autoantígenos Grande gama de anticorpos direcionados para vários componentes teciduais pacientes possuem autoanticorpos circulantes contra antígenos basicamente celulares voltados para componentes nucleares, mas tbm existem contra antígenos citoplasmáticos e de superfície celular (principalmente para a superfície das células sanguíneas) ○

Anticorpos antinucleares (ANAs): típicos do lúpus ■

4 classes: direcionados contra o DNA, contra proteínas histonas, contra proteínas não histonas e contra proteínas nucleolares



Ou seja, podem afetar todos os componentes do núcleo celular



Mais típicos do lúpus: ANA contra a dupla fita de DNA e contra o antígeno SM (Smith) – anti-smith é considerado marcador de LES



Anticorpos contra antígenos de superfície das hemácias, plaquetas e linfócitos – ou seja- tbm alveja células sanguíneas circulantes



Anticorpos contra proteínas que se associam aos fosfolipídios (antes achavase serem contra os próprios fosfolipídios) – especificamente uma proteína chamada β2-glicoproteina ■

Alguns anticorpos produzidos contra essa proteína podem induzir a um resultado falso-positivo para o teste de sífilis – o autoanticorpo que reconhece a glicoproteína tbm reconhece a cardiolipina (antígeno utilizado para realizar o teste da sífilis) – como um mimetismo molecular interferindo na coagulação in vitro, hipercoagulação

Patogenia ●

Correlação entre predisposição genética e fatores ambientais que possibilitará a autoimunidade (A importância de cada fator irá variar de pessoa para pessoa) ○

deficiências herdadas em componentes do complemento (C2, C4 ou C1q) que pode dificultar o reconhecimento de imunocomplexos pelos fagócitos



Fatores genéticos



Epidemiologia genética: existe alguma marcação ou distúrbio na genética dos pacientes que favorece o surgimento da autoimunidade, mas ainda não foi bem explicado como é este desenvolvimento ○

Estudos epidemiológicos demonstraram que existe um agrupamento familiar da doença, ou seja, existe um risco familiar da doença, mas nem todos os membros da família chegam a desenvolver a doença





20% dos familiares de pacientes lúpus nunca chegam a desenvolver o quadro, porém apresentam autoanticorpos circulantes – ou seja- possuem o padrão genético para o desenvolvimento de autoanticorpos mas não desenvolveram a quebra da autotolerância, por não promoverem a doença



Dessa forma, a existência dos autoanticorpos não é, por si só, suficiente para o desencadeamento da doença



Os gêmeos monozigóticos são os seres com maior concordância da doença– maior que 20%- ou seja, quando um desenvolve a doença o outro tbm desenvolverá



Moléculas ou marcadores específicos para a genética: ■

HLA DQ (mesmo mecanismo do MHC) – Parece estar relacionado ao estímulo da produção de autoanticorpos mais específicos do lúpus (contra dupla fita de DNA, contra antígeno Smith e contra proteínas que se associam aos fosfolipídios)



Deficiências herdadas em determinados componentes do complemento, como C2, C4 e C1q, o que dificultará o reconhecimento desses imunocomplexos pelos fagócitos, dessa forma não sendo fagocitados e, assim, depositando-se com mais facilidade nos tecidos (Deposição do imunocomplexo por deficiência do sistema de fagocitose) despertando uma resposta de hipersensibilidade padrão III

Fatores ambientais ○

Relacionado a algumas drogas, exposição à luz ultravioleta e à presença dos hormônios sexuais



Presença dos hormônios sexuais femininos é um fator de grande importância (por isso grande índice de paciente femininas em idade fértil) – gestação e o meio do ciclo menstrual aumentam a tendência do desenvolvimento das crises



Algumas drogas: podem gerar ou induzir uma resposta clínica semelhante ao lúpus (hidralazina, procainamida, D-penicilamina) servindo como gatilho para essas reações de autoimunidade de padrão lúpus



Exposição à luz ultravioleta: alguns autores acreditam que essa radiação estimule a produção de interleucinas pelos seratinócitos que vão desencadear reações inflamatórias que induzam a uma resposta autoimune. Outros acreditam que a luz UV altere componentes nucleares dos seratinócitos e eles começam a estimular essa autoimunidade, por isso estes pacientes têm crises, exacerbação das sintomatologias, quando expostos ao estímulo da luz UV



Fatores imunológicos ○

Inicialmente acreditava-se que o Lúpus era um distúrbio na célula B, sendo ela o centro do desenvolvimento dessa autoimunidade. Porém, pesquisas revelaram que o real centro de tudo é a T Helper (LTh) – o LTh reconhece um autoantígeno, pelos processos normais (célula autoreativa), e estimula a produção dos autoanticorpos pelas células B.



Estes autoanticorpos são mediadores das lesões viscerais vistas no lúpus, através da produção dos imunocomplexos e sua deposição, o que é visualizado basicamente nas lesões de glomérulos e de pequenos vasos, que fazem parte do quadro do lúpus. Isso é um padrão de autoimunidade, mas que utiliza uma reação de hipersensibilidade (tipo III)



O LES é uma doença complexa de origem multifatorial, resultante de interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais, que atuam em conjunto na ativação de células T auxiliares e células B, resultando na secreção de diversos auto-ac. nessa intrincada rede cada fator pode ser necessário, porém individualmente não suficiente, para a expressão clínica da doença, a importância relativa dos diversos fatores pode variar de um indivíduo para outro. ■





As reações de hipersensibilidade são exemplos de distúrbios da autoimunidade, mas as reações de hipersensibilidade podem estar no contexto de uma autoimunidade. Ou seja, toda hipersensibilidade será de um padrão autoimune, mas existem padrões autoimunes que usam a reação de hipersensibilidade Há tbm a formação de autoanticorpos contra antígenos de superfície de células, que marcarão estes antígenos (opsonização), promovendo a fagocitose ou a lise dessas células (Hipersensibilidade tipo II) Ou seja, as reações de hipersensibilidade dos tipo II e III fazem parte da patogenia do lúpus (o detalhe é que está sendo realizado com autoantígenos e não com antígenos estranhos)

Morfologia ●

Lesões encontradas no Lúpus que explicam a sintomatologia apresentada pela doença: ○

Lesões viscerais mediadas pelo padrão de hipersensibilidade tipo III, devido à deposição de imunocomplexos (em glomérulos principalmente, causando deficiência de função renal) ■

As lesões renais do lúpus são classificadas em 5 tipos pela OMS, para graduar o acometimento do rim pela doença



Alguns padrões de acometimento são mais graves e mais frequentes do que outros



Essa classificação é necessária para a condução e para a avaliação do paciente lúpus



É quase que certo que o paciente lúpus possuirá lesão renal, porém, em alguns estágios da doença a lesão renal é insipiente, ou seja, é muito leve, ou até mesmo inaparente



Classe I: paciente lúpus sem lesão renal (não vista na biópsia), anormalidades mínimas ou ausente



Classe II: glomerulonefrite mesangial lúpica









proliferação de células mesangiais, sem envolvimento de capilares glomerulares



depósitos mesangiais de imunocomplexos (imunoglobulinas) e de pedaços do complemento



10 a 25% dos pacientes pacientes lúpus desenvolvem esse padrão e sua sintomatologia (disfunção) é leve



hematúria leve e proteinúria transitória



Queixa de hematúria leve (perda de hemácias na urina) e podem ter uma proteinúria transitória (Perda de proteína pela urina de tempos em tempos). Essa glomerulonefrite mesangial lúpica pode ser revelada por avaliação histológica.

Classe III: glomerulonefrite proliferativa focal ■

proliferação de células mesangiais e epiteliais, infiltração por neutrófilos, depósitos fibrinoides e trombos intracapilares



20 a 35% dos pacientes



é focal e atinge menos de 50% dos glomérulos



hematúria e proteinúria

Classe IV: glomerulonefrite proliferativa difusa ■

crescentes (proliferação mesangial, endotelial e epitelial), necrose fibrinóide, infiltração por leucócitos, trombos hialinos



mais de 50% dos glomérulos, todo o glomérulo comprometido



35 a 60% dos pacientes



hematúria, proteinúria grave, hipertensão e insuficiência renal

Classe V: glomerulonefrite membranosa ■

espessamento difuso da parede dos capilares



10 a 25% dos pacientes

■ ●









Pele ○

eritrema malar, urticária, bolhas, ulcerações



degeneração vacuolar basal, edema derme papilar, infiltrado linfocítico na derme



deposição de Ig e complemento

Articulações ○

sinovite não erosiva



neutrófilos e fibrina na sinovia (fase aguda)



limitação do movimento

SNC ○

sem padrões morfológicos de lesão



quadros psicóticos



alterações em pequenos vasos



ac contra proteína da membrana sináptica

Pulmões ○

pleurite e derrames pleurais



edema e hemorragia alveolares, fibrose intersticial crônica

Serosas ○



proteinúria grave e síndrome nefrótica

inflamações agudas, subagudas ou crônicas com exsudato fibrinoso e espessamento

Cardiovascular ○

pericardite, miocardite, alterações valvares (mitral e aórtica)



aterosclerose coronariana



deposição de imunocomplexos

Quadro clínico -

Mulher jovem Hash malar Dor pleurítica (pontada aguda ao respirar) Quadro febril Fotossensibilidade Sinais de comprometimento renal (hematúria, proteinúria) Edemas Hipertensão Anemia, leucopenia Psicose ANAs +



Critérios para o diagnóstico (Sociedade de Reumatologia) - Eritema malar fixo - Lesão discóide (lúpus cutâneo) - Fotossensibilidade - Úlceras orais - Artrite - Comprometimento renal - Presença de autoanticorpos...


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