Pancreatite PDF

Title Pancreatite
Course Histologia Geral
Institution Universidade Federal de Pelotas
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Summary

Anotações e resumos com imagens - pancreatite...


Description

Introdução O pâncreas é uma glândula de função mista, produtora de enzimas digestivas e hormônios. Possui porção exócrina, composta por ácinos, e porção endócrina, composta por ilhotas pancreáticas. A inflamação do pâncreas chama-se pancreatite, e divide-se em aguda e crônica. Suas causas mais comuns são cálculos na vesícula e abuso no consumo de bebidas alcoólicas. As enzimas digestivas ativas permanecem dentro do órgão causando danos ao tecido pancreático, que, se destruído permanentemente, causa aparecimento de cicatriz fibrosa.

Pâncreas Grande glândula mista, situada próxima ao estômago e duodeno. Sua porção exócrina é acinosa composta que produz o suco pancreático, proteínas e enzimas, como amilase pancreática, lipase pancreática e quimiotripsinogênio. É formada por uma cápsula de tecido conjuntivo da qual emergem septos que subdividem o órgão em lóbulos. Há presença de parênquima (ácinos e ductos) e de estroma. Suas células armazenam e secretam enzimas para o duodeno através do ducto pancreático. A porção endócrina, por sua vez, são as ilhotas de Langerhans, que participam da regulação do metabolismo da glicose, secretando hormônios no sangue. É formada por um aglomerado de células epiteliais, possui rede de capilares com células endoteliais fenestradas junto com uma fina camada de conjuntivo. As ilhotas são formadas por centenas de células poligonais ou arredondadas dispostas em cordões. Há quatro tipos de células e cada uma possui uma função específica. • Células A: mais grosseiras e maiores, secretam glucagon e liberam glicose no fígado. Em humanos têm grânulos regulares com centro denso cercado por região clara. • Células B: pequenas e numerosas, secretam insulina e amilina, diminuem a glicose na corrente sanguínea. Têm grânulos irregulares com centro de cristais de insulina complexados com zinco • Células D: sintetizam somatostatina, inibem a secreção de glucagon e insulina quando estão em quantidades elevadas. • Células F: jovens em desenvolvimento, contém hormônio polipeptídeo pancreático. O fígado produz líquido para auxiliar na digestão, a bile, que é armazenada na vesícula biliar. As enzimas pancreáticas se unem à bile. Normalmente as enzimas digestivas que o pâncreas secreta só se ativam ao atingirem o duodeno, início do intestino delgado. Quando há inflamação no pâncreas, as enzimas se ativam ainda em seu interior, atacando os tecidos que as produzem e danificando-os. Essa patologia chama-se pancreatite, e pode se manifestar de forma aguda ou crônica.

Pancreatite Aguda Doença inflamatória aguda ou pode atingir apenas o pâncreas ou causar disfunção multissistêmica. É causada principalmente pelo consumo excessivo de álcool e por litíase biliar, que é a passagem de cálculos biliares (pequenas pedras de bile endurecida) pelo colédoco (ducto biliar comum). Pode, também, ser causada por traumas abdominais, medicamentos, tumores e anormalidades genéticas do pâncreas.

Quando há cálculos biliares, a ampola de Vater fica com trânsito obstruído, causando refluxo da bile para o ducto pancreático, elevando a pressão dos canalículos intrapancreáticos e lesionando as células acinares.

Quando as células acinares são danificadas, os zimogênios pancreáticos ativamse, o tripsinogênio é transformado em tripsina, que causa reação inflamatória local, liberando mediadores inflamatórios como prostaglandinas. Os leucócitos atraídos, ao sofrerem ação quimiotáxica, liberam enzimas proteolíticas (como fosfolipase), radicais livres e citocinas, que causam lesão e morte celular. A reação inflamatória é ainda mais estimulada pela isquemia e pelos edemas glandulares, consequências do comprometimento da microcirculação. Pode ocorrer, embora raramente, necrose do tecido adiposo subcutâneo acompanhado de hemorragia retroperitonial, formando nódulos e eritematosos. Há também edema intersticial, infiltração de células inflamatórias, necrose extensa, trombose de vasos intrapancreáticos, ruptura vascular e hemorragia intraparenquimatosa. Durante a pancreatite aguda, o sangue contém no mínimo três vezes mais amilase e lipase do que normalmente. São diagnosticadas alterações na glicose, no cálcio, magnésio, sódio, potássio e bicarbonato.

Pancreatite Crônica É a inflamação progressiva do parênquima pancreático, com fibrose irreversível e lesões permanentes. Diferente da pancreatite aguda, a crônica não tem cura e piora ao longo do tempo. Assim como a aguda, é causada principalmente pelo abuso de álcool e quando as enzimas digestivas atacam o pâncreas e seus tecidos vizinhos. A deficiência de substâncias antioxidantes como selênio e vitaminas E e C aumentam a tendência de ocorrer ação dos radicais livres. Outras causas são desordens hereditárias como fibrose cística, hipercalcemia, hiperlipidemia, hipertrigliceridemia e condições autoimunes. A deposição de proteína e cálcio nos ductos pancreáticos resultam no aumento da pressão no interior do órgão, causando isquemia nas áreas do parênquima. Terminações nervosas do órgão podem inflamar, tendo suas bainhas lesadas. Quando há dano nas ilhotas pancreáticas, a produção de insulina diminui e há deficiência de enzimas digestivas, pois as que se ativaram antes de deixar o pâncreas destroem suas células criadoras, e o pâncreas para de produzir a quantidade usual de enzimas digestivas quando há desenvolvimento de tecido cicatricial. Quando as células pancreáticas são danificadas, o risco de haver hipoglicemia após a insulina ser administrada aumenta. A pancreatite crônica se distribui pelo lóbulo, suas principais alterações são fibrose e degeneração das porções endócrinas e exócrinas. Pode haver dilatação canalicular e dos nervos pancreáticos, além de inflamação perineural. Há, também, lesão esclerofibrose perilobular e intralobular. As células acinares sofrem atrofia e o interior dos ductos ficam calcificados (tecido pancreático endurece de depósitos de sais de cálcio insolúveis). A destruição do órgão causa perda das suas funções na digestão e absorção dos alimentos e incapacidade de produção de insulina, podendo causar diabetes.

Diagnóstico

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Ultrassom abdominal: Ondas sonotas enviadas ao pâncreas ricocheteiam e seus ecos criam imagens. Mostra localização dos cálculos biliares se existentes. Tomografia computadorizada: Produz imagens tridimensionais de cálculos biliares e da extensão dos danos ao pâncreas. Ultrassom endoscópico: Inserido na garganta, estômago e intestinos para criar imagens do pâncreas e das vias biliares. Colangiopancreatografia por ressonância magnética: Produz imagens de seção transversal com contraste nas veias para mostrar pâncreas, vesícula biliar, vias biliares e ducto pancreático. Colangiopancreatografia Endoscópica Retrógrada Terapêutica para Pancreatite Aguda e Crônica: Técnica para exibir pâncreas, vesícula biliar e ductos biliares e tratar as complicações da pancreatite como cálculos, estreitamento, obstrução vazamentos ou acúmulos de líquidos nos ductos pancreático e biliar Esfincterotomia: Pequeno corte no músculo que rodeia o ducto pancreático ou biliar para ampliar sua abertura. Ducto é drenado se houver pseudocisto. Retirada de Cálculos do Colédoco: Endoscópio utilizado para remover cálculos dos ductos pancreático e biliar ou da vesícula biliar com cesta ou balão. Introdução de Próteses: Endoscópio introduz prótese por alguns meses para manter ducto aberto. Pode haver complicações como perfuração do intestino ou hemorragia.

Conclusão A pancreatite aguda resulta na pancreatite crônica se não for tratada. Ambas tem causas semelhantes como abuso do consumo de bebidas alcoólicas e a ativação precoce das enzimas digestivas antes de deixarem o pâncreas, o que não deveria ocorrer. As enzimas acabam destruindo as células pancreáticas como ácinos durante a pancreatite aguda, provocando cicatrizes fibrosas e calcificação de ilhotas pancreáticas quando evolui para a manifestação crônica da doença. Ambas porções do pâncreas, tanto endócrina como exócrina são atingidas e danificadas....


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