Title | PED PRAT 1-2 M2 - RESUMO SOB |
---|---|
Author | Karine Nunes Moreira |
Course | Pediatria |
Institution | Universidade de Rio Verde |
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Passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, com ou sem regurgitação e / ou vômito. É normal / fisiológico aquele que ocorre várias vezes ao dia em lactentes, crianças etc., quando ocasiona POUCOS ou NENHUM SINTOMA. Representa uma doença quando causa sintomas ou complicações. A ocorrência ou não de...
Karine Nunes Moreira
D
R
G
E
Doença do Refluxo Gastroesofágico •
Passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, com ou sem regurgitação e / ou vômito.
•
É normal / fisiológico aquele que ocorre várias vezes ao dia em lactentes, crianças etc., quando ocasiona POUCOS ou NENHUM SINTOMA.
•
Representa uma doença quando causa sintomas ou complicações.
•
A ocorrência ou não de sinais /sintomas, depende do pH refluído, tempo do evento e resistência do epitélio esofágico
•
Obesidade
•
Fibrose cística ou displasia broncopulmonar
•
História familiar de DRGE
•
Malformação congênita do TGI alto -> hernia hiatal, hérnia diafragmática, atresia esofágica, fistula traquesofágica)
RGE RN e lactentes •
Em lactentes as regurgitações se tornam mais evidentes por vota do 2º até o 4º mês, com pico de incidência entre 4º e 5º mês. Apresenta resolução espontânea entre 12 e 24 meses de idade.
•
Em lactentes portadores da doença, a irritabilidade e recusa alimentar podem ser correspondentes da queimação retroesternal.
•
Fatores contribuintes
Patogenia •
Principal causa → relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior RTEEI o
Eventos que aumentam o número e tempo de RTEEI: Distensão gástrica > pressão intraabdominal
o
Propulsão esofágica diminuída
o
Comprimento do esôfago intra-abdominal
▪
Esforço respiratório
o
Ângulo de His aberto
▪
Compressão abdominal
o
▪
Retardo do esvaziamento gástrico
Pregueamento do fundo gástrico ausente – não permite que ele se expanda
o
Elevado número de RTEEI
o
Propulsão antroduodenal lenta
▪
Doença do refluxo gastroesofágico •
DRGE → ocorrência de eventos de refluxo que provocam sintomas digestivos ou extraesofágicos de maior magnitude → acarretam alterações na qualidade de vida ou leva ao aparecimento de esofagite péptica.
•
Diagnóstico é basicamente clínico. Não existe exame padrão-ouro.
•
Lactentes com sintomas leves ou nenhum sinal de alerta → NENHUM tto medicamentoso
•
Lactente e crianças menores com sintomas da doença -> terapia não farmacológica, devido a falta de medicamentos com eficácia comprovados, EXCETO nos casos mais graves.
Grupos de risco •
Crianças com comprometimento neurológico
•
Prematuros
•
60 a 70% dos lactentes < 6 meses apresentam sintomas de RGE → 5 a 10% desses lactentes podem desenvolver DRGE
Karine Nunes Moreira •
Diagnóstico diferencial com estenose hipertrófica do piloro
•
Ângulo de His
•
Comprimento esôfago intra-abdominal
•
T ½ do esvaziamento gástrico – área antral pré e pós prandial
•
NÃO RECOMENDADO USUALMENTE PARA ESTUDO DO RGE
•
Alta sensibilidade e baixa especificidade
pHmetria esofágica de 24 horas •
•
Esofagite de refluxo → dor epigástrica, dor precordial, queimação retroesternal, choro excessivo, irritabilidade, sono agitado, hematêmese, melena, sangue oculto positivo nas fezes, anemia, disfagia, odinofagia, recusa alimentar e desnutrição. Alterações neurocomportamentais → distúrbios do sono, irritabilidade, Síndrome de Sandifer (postura anormal da cabeça, com torcicolo, em crianças neurologicamente normais, na presença de esofagite de refluxo).
•
Quantifica o número e duração de refluxos ácidos
•
Correlaciona evento refluxo – presença de sintoma
•
Avalia sintomar extradigestivos da DRGE
•
Pesquisa de RGE oculto
•
Avaliação da resposta ao tratamento clínico em paciente portador de esôfago de Barret ou DRGE de difícil controle
•
Avaliação pré e pós-operatória do paciente com DRGE
•
Limitações
Diagnóstico •
História clínica + exame físico
•
Função dos exames complementares: •
o
NÃO evidencia refluxos fracamente ácidos ou alcalinos
o
Principalmente em lactentes tamponados pela refeição láctea
Documentar presença de RGE e os sintomas
o
Avaliar eficácia do tto
o
Regurgitações frequentes
o
Excluir outras condições
o
Períodos de choro
o
Desconforto nas mamadas
o
Arqueamento de tronco ▪
Rx-EED •
Detecta anormalidade anatômicas do trato digestivo
•
NÃO diferencia o refluxo fisiológico do patológico
Cintilografia no RGE
refluxos
Em lactentes
o
Exame radiológico esôfago-estomago-duodeno
->
Maioria dos eventos são NÃO ácidodependentes
Impedanciometria esofágica intraluminal •
Detecta o movimento retrogrado de fluidos, sólidos e ar no esôfago, para qualquer nível, qualquer quantidade e independente do pH.
•
Alimento com Tc99
•
Visualizar apenas episódios em período pós prandial – 30 min
•
Observar concentração do radiotraçador nos campos pulmonares – 1 e 24 h
•
Quantifica os episódios de RGE e correlaciona com sinais e sintomas
•
Tempo de esvaziamento gástrico
•
Detecta refluxo ácido e não ácido
•
Analisa o material refluído
Impedancio-pHmetria esofágica de 24 horas
USG •
Não diferencia o refluxo fisiológico do patológico
Manometria esofágica
•
Número de refluxos durante o período pós prandial – 15 min
•
Avalia a motilidade do esôfago
Karine Nunes Moreira •
Pacientes que apresentam quadro sugestivo dismotilidade -> sintomas de disfagia e odinofagia.
de
•
Útil em pacientes que não responderam a supressão ácida e que tem EDA negativa.
•
90% dos casos de esofagite erosiva na infância são detectados acima de 2 anos de idade
•
Esôfago normal -> NÃO excluir a possibilidade de DRGE – margem de erro de 30%
•
Alterações endoscópicas como mucosa esbranquiçada e alteração no padrão vascular são SUBJETIVAS e INESPECÍFICAS
Prevenção da recorrência da doenças e suas complicações
•
Preconizado para TODOS os portadores de DRGE e RGE, independente da gravidade. o
Não usar roupas apertadas
o
Troca de fraldas antes das mamadas
o
Evitar o uso de fármacos que exacerbem o refluxo
o
Evitar tabagismo – induz o REEI
•
Orientação postural -> posição supina para dormir
Só se considera esofagite endoscópica quando há lesões na MACROSCOPIA.
•
Orientação nutricional
•
Ausência de esofagite NÃO EXCLUI a DRGE
•
Alguns pacientes tem EDA negativa
Avaliação histológica Alongamento das papilas e hiperplasia da camada basal o
o
Quadro sintomatológico – primeiros meses de vida – lactentes alimentados com formula a base de leite de vaca
o
Regurgitações excessivas
o
Vômitos ocasionais
o
Choro excessivo e arqueamento do tronco
o
Algum grau de desaceleração do ganho ponderal
Biopsia endoscópica ▪
Observa tecidual
seceridade
da
▪
Ausência de sinais não exclui possibilidade de DRGE
▪
Intervenção MEDICAMENTOSA
▪
Iniciar fórmula AR - antirregurgitação e não-RGE
▪
Observar resposta em 2 a 4 semanas
agressão
▪
Analisa outras causas de esofagite
▪
Monitora o aparecimento do esôfago de Barret
Teste terapêutico empírico com supressão ácida Crianças maiores e adolescentes, COM sintomas típicos, SEM sinais de alerta, podem ser submetidos a um teste empírico com IBP, durante 4 semanas, podendo estender esse tempo para 12 semanas, se houver melhora clínica.
•
Sintomas típicos → azia, dor epigástrica em queimação, tosse crônica, náuseas, regurgitações, dor torácica e dispepsia.
•
NÃO HÁ EVIDÊNCIAS para indicar um teste terapêutico em crianças menores.
inicial
NÃO
Fórmulas AR •
•
o
Não são suficientes para o diagnóstico
o
•
Cicatrização das lesões teciduais
Tratamento conservador não medicamentoso
Endoscopia digestiva alta
•
o
•
•
Fórmula AR amido digerível o
Adição de amido de milho, arroz, batata (1,8 a 2,3 g / 100 kcal)
o
67 kcal / 100 ml
Fórmula AR amido não digerível o
Goma de jataí 0,4 g / 100 kcal
o
Adição proporcional de dextrinomaltose 67 kcal / 100ml
Resultados esperados o
Redução do volume das regurgitações
o
Redução do número de regurgitações / vômitos
o
Incremento de peso corpóreo
o
Promover crescimento e ganho de peso adequados
Quadro sintomatológico – primeiros meses de vida – lactentes em aleitamento materno
o
Regurgitações excessivas
Alívio dos sintomas
o
Vômitos ocasionais
Tratamento •
Objetivos do tratamento: o o
Karine Nunes Moreira o
Choro excessivo e arqueamento do tronco
o
Algum grau de desaceleração do ganho ponderal ▪
Correção de erros na técnica de amamentar
▪ ▪
o •
Antiácidos antiH2 o
Inibe a secreção ácida
Retirar LV da dieta materna
o
Age sobre a secreção noturna
Observar resposta em 2 a 4 semanas
o
Fraca ação sobre produção ácida induzida pela alimentação
o
Taquifilaxia
o
Eficácia para esofagite erosiva em 60-70%
o
Prescrito junto aos IBP
o
Coadjuvante na inibição ácida noturna
o
Efeitos colaterais -> sonolência, irritabilidade, cefaleia, tonturas e balançar da cabeça em lactentes.
LACTENTES que não responderam as fórmulas AR ou que em aleitamento natural NÃO responderam à retirada de LV da dieta materna •
Entrar com fórmulas extensamente hidrolisadas de proteína do soro ou da caseína pelo prazo de 2 semanas
•
Em caso de falha de resposta a fórmula → encaminhar para serviço de gastroenterologia pediátrica
•
Orientação não farmacológica •
▪
Ranitidina
▪
Cimetidina
▪
Famotidina
IBP o
Mantém o pH gástrico > 4
o
Secreção ácida / alimentação
o
Redução do volume gástrico de 24 h
o
Alta eficácia para esofagite erosiva e média/alta para não erosiva
o
Farmacodinâmica similar crianças / adultos
o
Crianças – doses mais elevadas por kg/peso
o
Adm em jejum pela manhã
o
Eficácia depende da velocidade de metabolização hepática
Crianças maiores e adolescentes o
Fracionamento da dieta em menores volumes
▪
Omeprazol
o
Redução de peso nos casos de obesidade
▪
Lanzoprazol
o
Evitar refeições antes de deitar-se
▪
Pantoprazol
o
Evitar fumo e bebidas alcoólicas – adolescentes
▪
Esomeprazol
o
Diminuir a ingesta de frituras, alimentos condimentados, achocolatados, cafeinados
▪
Rabebrazol
•
Tratamento medicamentoso •
Efeitos colaterais
Lactentes normais, COM sintomas de RGE → tratamento conservador e avaliação para alergia a proteína do LV. o
Procinéticos ▪
Bromoprida
▪
Metoclopramida
▪
Domperidona
o
< vômitos e > esvaziamento gástrico
o
Pouca ação sobre o clearence esofágico
o
Não alteram o número de RTEEI
o
Fraca ação sobre o número de refluxos ácidos
•
Em caso de falha → encaminhar para gastroenterologista
O uso de IBP deve ser reservado para lactentes com doença induzida pelo ácido documentada, como esofagite erosiva. o
Sem doença comprovado, o balanço entre riscos / benefícios do IBPs nessa idade não é favorável
Problema atual nas prescrições de IBP • utilização em lactentes (motivo choro excessivo) • sem comprovação de ocorrência de refluxo ácido
Karine Nunes Moreira • •
utilização em doença respiratória sem comprovação de ocorrência de refluxo ácido
• •
Efeitos colaterais ocorrência em 5-10% dos casos (cefaleia, cólicas, diarreia, dor abdominal)
• • •
Sobrecrescimento bacteriano de delgado aumento da ocorrência de pneumonias alterações no metabolismo ósseo
Problemas adicionais
Tratamento cirúrgico • • • • Em
casos graves e refratários ao tratamento clínico anormalidades anatômicas hérnia esôfago de Barrett lactentes
cabe
ao
pediatra
tentar
diferenciar RGE x DRGE: •
Para correlacionar sintomas e evento de refluxo (pHmetriaou IMP-pHmetria)
•
Sintomatologia moderada a intervenção inicial deve ser não medicamentosa
•
Em lactentes com sintomatologia expressiva, a ocorrência de APLV deve ser lembrada
•
Inibição de secreção ácida nos casos mais graves após prova diagnóstica elucidativa...