Pré-Modernismo - Resumo PDF

Title Pré-Modernismo - Resumo
Course Literatura Portuguesa
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Pré-Modernismo - Resumo...


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Resumo: pré-modernismo Pré-Modernismo 1902 MARCO Obra OS SERTÕES (1902) Autor Euclides da Cunha (1866-1909) MARCO Obra CANAÃ (1902) Autor Graça Aranha (1868-1931) CONTEXTO HISTÓRICO O fim do século XIX e as duas primeiras décadas do século seguinte foram marcados por mudanças no quadro político, econômico e social do Brasil. Em 1894, tomou posse o primeiro presidente civil Prudente de Morais, que deu início à então chamada República do café-com-leite. Além disso, outros fatores concorreram para essas alterações: o auge da produção agro-pecuária na região Sudeste; o processo crescente de urbanização de São Paulo; o desembarque de um grande número de imigrantes, sobretudo de italianos, no centro sul do país; a marginalização dos antigos escravos, em grandes áreas

da nação; o declínio acelerado da cultura canavieira do Nordeste, sem condições de competir com a ascensão do café paulista,. Tais mudanças provocaram, por um lado, o aumento das pequenas classes média, operária e proletária, e, por outro, contribuíram para o aparecimento de hierarquia entre as classes dominantes. Em primeiro lugar, o poder político-econômico estava nas mãos dos grandes cafeicultores de São Paulo e dos pecuaristas de Minas; em segundo, com a burguesia industrial de São Paulo e Rio de Janeiro; em terceiro, com o Exército que, desde a proclamação da República, começara a se destacar politicamente. Nesse cenário, duas ideologias entraram em choque: o tradicionalismo rural, refratário à mente agitada dos centros urbanos, e as transformações nas grandes cidades, onde a burguesia rica estava sempre aberta às influências externas, em busca de modernização e as classes média e operária estimulavam movimentos progressistas radicais. Tudo isso marcou, cada vez mais, os acentuados contrastes da realidade brasileira, dando origem a conflitos sociais isolados, tais como: a Revolta de Canudos, no sertão nordestino; o caso do Padre Cícero, na cidade cearense de Juazeiro; o fenômeno do cangaço, com a figura de Lampião; todos refletindo a situação crítica de um Nordeste abandonado. A rebelião contra a vacina obrigatória e a revolta da chibata no Rio e os movimentos grevistas de operários em São Paulo, sob orientação anarquista, durante a Primeira Guerra Mundial, eram sintomas de uma classe nova que já lutava para sobreviver, numa cidade em fase de industrialização. Esses movimentos tiveram, isoladamente, uma história independente que, no conjunto, revelavam a crise de um país que se desenvolvia às custas de graves desequilíbrios. CARACTERÍSTICAS Nas duas primeiras décadas do século XX, período de transição entre o que era passado e o que seria chamado de moderno, existiram as mais variadas tendências

e

estilos

literários,

além

dos

poetas

do Parnasianismo e Simbolismo, que ainda continuavam escrevendo. Por

apresentar traços individuais muito fortes, o Pré-Modernismo no Brasil não se caracteriza como escola literária, distinguindo-se, na verdade, como um termo genérico para designar a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promoviam rupturas com o passado. A partir daí, a continuidade de temas e sínteses expressivas tradicionais são vistas, nas obras desse período, como uma ou outra tendência. Por isso, alguns pontos em comum podem ser apontados. Ruptura com a linguagem acadêmica e artificial dos parnasianos, encontrada em autores cujas obras, sem nenhuma sistematização aparente, contradizem e abalam lingüisticamente as características da literatura tradicional, retratando a fala de uma determinada localidade. Problematização e denúncia da realidade sócio-cultural brasileira, cujo objetivo principal desse período é mostrar o Brasil do operário suburbano, do sertanejo nordestino, do caipira interiorano e do imigrante que, na figura desses tipos humanos,

surgem

como

personagens

marginalizadas

em

um

novo

regionalismo, registrando costumes e verdades locais para mostrar uma terra diferente da revelada pelos escritores do Romantismo e Realismo-Naturalismo. A

preocupação

em

retratar

fatos

políticos,

econômicos

e

sociais

contemporâneos aproxima a realidade da ficção. Os Sertões e Canaã, publicados em 1902, marcam o início do período pré-modernista. Na primeira obra,

fazendo

uma

nordestino, Euclides

da

completa

análise

Cunha retrata

a

da

terra

guerra

e dos

do

sertanejo

Canudos.

Na

segunda, Graça Aranha documenta a imigração alemã, no Espírito Santo. Em Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), Lima Barreto aborda o governo de Floriano e a Revolta da Armada, e em Cidades Mortas (1919), Monteiro Lobatodescreve a pobreza do caboclo nos vilarejos decadentes do Vale do Paraíba Paulista. Esses autores, de certa forma, abrem caminho para o Modernismo, expondo os problemas brasileiros que, retomados pelos "futuristas", contribuem para a "descoberta do Brasil". Na poesia, destaca-se também o expressionismo "sui

generis" de Augusto dos Anjos, que, rompendo com o passado antecipa algumas das "descobertas" modernistas. O avanço científico e tecnológico no início do século XX traz novas perspectivas à humanidade. As invenções contribuem para um clima de conforto e praticidade. Afinal, o telefone, a lâmpada elétrica, o automóvel e o telégrafo começam a influenciar, definitivamente, a vida das pessoas. Além dessas, a arte mostrou um inovado meio de comunicação, diversão e entretenimento: o cinema. É em meio a tanto progresso que a 1ª Guerra Mundial eclode. Em meio a tantos acontecimentos, havia muito que se dizer, e por isso, a literatura é vasta nos primeiros anos do século XX. Logo, os estilos literários vão desde os poetas parnasianos e simbolistas (que ainda produziam) até os que se concentravam na política e nas peculiaridades de sua região. Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase de transição literária entre as escolas anteriores e a ruptura dos novos escritores com as mesmas. Enquanto a Europa preparava-se para a guerra, o Brasil vivia a chamada política do “café-com-leite”, onde os grandes latifundiários do café dominavam a economia. Ao passo que esta classe dominante e consumista seguia a moda europeia, as agitações sociais aconteciam, principalmente no Nordeste. Na Bahia, ocorre a famosa “Revolta de Canudos”, que inspirava a obra “Os Sertões” do escritor Euclides da Cunha. Em 1910, a rebelião “Revolta da chibata” era liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra os maltratos vividos na Marinha. Aos poucos, a República “café-com-leite” ficava em crise e em 1920 começam os burburinhos da Semana de Arte Moderna, que marcaria o início do Modernismo no Brasil.

Os principais escritores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha e Augusto dos Anjos. Os marcos literários são, especialmente, o já citado “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. O Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma “escola literária”, pois não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários. Os principais autores do período são: Lima Barreto (1881-1922) João do Rio (1881-1921) Augusto dos Anjos (1884-1914) Euclides da Cunha (1866-1909) Monteiro Lobato (1882-1948)

O Rio de Janeiro do início do século XX, capital da recém-proclamada República, em meio a suas profundas transformações promovidas pela reforma urbana de Pereira Passos, na região central da cidade, é o pano de fundo da obra de dois grandes representantes do momento pré-modernista: Lima Barreto e João do Rio. A Reforma

Pereira

Passos,

também

conhecida

à

época

por Bota

Abaixo,instaurava o período conhecido comoBelle Époque, marcado por ares europeizados

do

Centro

da

Cidade,

apresentava-se como a Paris dos Trópicos.

sobretudo.

O

Rio

de

Janeiro...


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