PSICOPATOLOGIA DALGALARRONDO PDF

Title PSICOPATOLOGIA DALGALARRONDO
Author Débora Darós Ana
Course Psicopatologia I
Institution Universidade do Extremo Sul Catarinense
Pages 7
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Summary

Resumo de prova baseada nos capitulos inicias do livro de dalgalarrondo...


Description

PROVA 1: PSICOPATOLOGIA Parte 1: Cap. 1 ao 6 Parte 2: Cap. 1 e 2 (até p. 68)

Capítulo 1: Introdução geral à semiologia psiquiátrica Signo: núcleo da semiologia, composto por significante (forma) e significado (conteúdo). Pode ser ícone: a forma se iguala o conteúdo; índice/indicador: a forma aponta para o conteúdo; ou símbolo: a forma não tem nada a ver com o conteúdo. Os sintomas são tanto índices (indicam a disfunção) como símbolos (adquirem significado pelas palavras e cultura). Semiologia psicopatológica: estudo dos sintomas (vivências subjetivas) e sinais (observados no paciente) do transtorno mental. Pode ser dividida em: Semiotécnica (procedimentos de observação, coleta e descrição de sinais e sintomas) e semiogênese (investigação da origem, mecanismos e valor diagnóstico/clínico dos sinais e sintomas). Síndromes: agrupamentos de sinais e sintomas constantes e recorrentes de determinado momento na vida do paciente. Entidades nosológicas/doenças/transtornos: fenômenos mórbidos identificáveis pelas causas, cursos prováveis, estados terminais típicos, mecanismos característicos, antecedentes genéticos e tratamentos.

Capítulo 2: Definição de psicopatologia e ordenação dos seus fenômenos Psicopatologia: ramo da ciência que trata da essência da doença mental (causas,

manifestações,

funcionamentos,

etc),

obtendo

conhecimentos

sistemáticos, elucidativos e desmistificantes. Essas vivências das doenças mentais são tidas como únicas mas também conectadas ao “normal”. A psicopatologia busca conhecimento nas tradições médicas e também humanísticas, mas consiste em uma ciência autônoma. O psicopatólogo busca observar, identificar e compreender os fenômenos mentais do paciente, não julgá-los. Porém, não se pode reduzir o homem totalmente a conceitos psicopatológicos, pois sempre resta algo que transcende à psicopatologia e mesmo à ciência, permanecendo no domínio do mistério.

A forma dos sintomas se refere à sua estrutura (semelhante em todos os pacientes), o conteúdo é o que preenche a estrutura (subjetivo, de acordo com as vivências individuais). Tais conteúdos são relacionados aos temas centrais da existência humana (morte, sexualidade, religiosidade, sobrevivência, etc). Tipos de fenômenos humanos: semelhantes em todos (por ex. fome, sono), semelhantes em partes (por ex. tristeza comum e a tristeza da depressão profunda) e fenômenos novos (por ex. delírios)

Capítulo 3: O conceito de normalidade em psicopatologia Áreas da saúde mental que usam conceitos de normalidade como necessários: Psiquiatria legal ou forense: implica questões éticas, legislativas e criminais, podendo decidir o destino social ou institucional do sujeito; Epidemiologia psiquiátrica: o conceito de normalidade é problema e objeto de trabalho e pesquisa; Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria: análise do contexto sociocultural; Planejamento em saúde mental e políticas de saúde: verificar as demandas de determinada população; Orientação profissional: definir qual profissão mais adequada para o indivíduo, de acordo com seu funcionamento mental Prática clínica: discriminar o limiar entre o patológico e o normal, se é somente um momento de sofrimento ou algo recorrente e patológico. Critérios utilizados para definir normalidade: Ausência de doença: definição precária pois baseia-se no que a normalidade não é; Ideal: utópico, depende de critérios sociológicos e até dogmáticos, por exemplo, a adaptação do indivíduo à normas morais e políticas; Estatística: identifica norma e frequência, tratando de fenômenos quantitativos, é falho pois nem tudo que é frequente é saudável; Como bem-estar: conceito da OMS de completo bem-estar físico, mental e social, é utópico e muito impreciso; Funcional: o fenômeno é considerado patológico se produz sofrimento para a pessoa e torna-se disfuncional na sua vida; Processo: considera-se as mudanças de certos períodos etários, como por ex. a crise de adolescência;

Subjetiva: ênfase ao ponto de vista que o sujeito tem sobre como se sente, é falho pois muitas vezes o sujeito se sente bem (ex. na mania) e na verdade não está Liberdade: conceito da abordagem existencialista onde a patologia é a perda da liberdade existencial, e a saúde é ter os atributos necessários para relativizar os sofrimentos vividos Operacional: define-se a priori o que é normal e o que é patológico, trabalhando em cima disso (por ex. o DSM) Capítulo 4: Os principais campos e tipos de psicopatologia Dentro da psicopatologia há uma multiplicidade de abordagens e referenciais, pois é uma área complexa e multifacetada. Algumas correntes da área são: 1 Descritiva: estuda a forma das alterações, o que caracteriza a patologia em sintomas típicos; 2 Dinâmica: estuda o conteúdo das vivências, de maneira mais subjetiva. 3 Médico-naturalista: as alterações são vistas como disfunções biológicas; 4 Existencial: centrada nas experiências do campo sócio-cultural, que vai além do biológico, as alterações são vistas como uma forma de ser no mundo. 5 Comportamental-cognitivista: os sintomas são vistos como comportamentos e representações cognitivas disfuncionais; 6 Psicanalítica: os sintomas são vistos como expressão de conflitos inconscientes. 7 Categorial: entre um transtorno e outro existe um limite bem demarcado; 8 Dimensional: alguns transtornos parecidos são reunidos em “dimensões” ou “espectros”. 9 Biológica: enfatiza os aspectos neuroquímicos, neurofisiológicos e cerebrais das doenças; 10 Sociocultural: estuda os transtornos como comportamentos desviantes que surgem por fatores socioculturais. 11 Operacional-pragmática: os conceitos são tomados de forma arbitrária, orientados para a prática clínica, pragmática ou orientada à pesquisa. 12 Fundamental: estuda os fundamentos de cada conceito psicopatológico.

Capítulo 5: Princípios gerais do diagnóstico psicopatológico Apesar de considerar os aspectos singulares do sujeito, o diagnóstico é fundamental para compreender seu sofrimento, formular um prognóstico adequado, e comunicar-se com outros profissionais, indo além de um simples rótulo. Os fenômenos podem ser encontrados: em todos os seres humanos (a restrição alimentar causa fome), em algumas pessoas (sinais, sintomas, transtornos mentais) e em apenas um ser humano. 1 O diagnóstico é baseado em aspectos clínicos; 2 Não pode ser baseado somente na etiologia contada pelo paciente, deve possuir uma linha diagnóstica (descrição atual e evolutiva dos sintomas) e uma linha etiológica (formulação sobre as causas); 3 Não existem sinais ou sintomas específicos de um só transtorno; 4 Às vezes o diagnóstico só é possível observando o curso da doença, o que leva repensar e reformular o diagnóstico inicial inúmeras vezes, 5 Deve ser pluridimensional (identifica-se o transtorno, as comorbidades associadas, a personalidade e nível intelectual do paciente, sua rede de apoio social e fatores ambientais protetores ou desencadeadores), haver formulação dinâmica do caso (conflitos conscientes e inconscientes, mecanismos de defesa, transferências, ganhos secundários) e formulação diagnóstica cultural (contexto cultural específico do paciente). 6 O diagnóstico deve possuir confiabilidade (capacidade de reproduzir o mesmo resultado diversas vezes e em diversas circunstâncias), validade (capacidade de identificar o que se propõe, sensibilidade (capacidade de detectar casos verdadeiros) e especificidade (detectar não-casos). Capítulo 6: Contribuições de algumas áreas do conhecimento à psicopatologia Neurociências A porção posterior cerebral contém áreas sensoriais primárias, e atua principalmente em como o indivíduo percebe o mundo, já a porção anterior atua em como o indivíduo age sobre o mundo.

O hemisfério esquerdo está relacionado com funções linguísticas verbais, enquanto o direito se relaciona com habilidades visuoespaciais, aspectos prosóticos da fala e percepção e expressão musical. A Neuropsicologia tem interesse maior nas funções cognitivas e suas alterações (afasias, agnosias, amnésias e apraxias), além de atividades construtivas, habilidades visuoespaciais, habilidades musicais, atenção, percepção do tempo, funções executivas e funções conceituais. Luria revolucionou a área de Neuropsicologia e propôs uma abordagem (que antes era lesão localizada = sintoma específico) mais dinâmica e complexa (Sistema Funcional Complexo): 1 A interação social permite ao sujeito desenvolver, ou não, suas funções mentais complexas; 2 Essas funções são organizadas em zonas cerebrais, que mesmo distantes, agem de maneira coordenada no cérebro; 3 A lesão que corresponde a uma função do cérebro pode atrapalhar toda a zona cerebral e o sistema em que se encontra. Portanto, mais importante que a área limitada da lesão é o sistema funcional complexo, que são divididos em: Sistema do tônus do córtex (responsável por ativar o SNC, mantendo nível de consciência, vigilância e atenção), sistema de recepção, elaboração e conservação de informações (reconhece as informações do meio externo e interno e as integra) e sistema de programação, regulação e controle da atividade (modula ação sobre o meio externo) Limites da Neuropsicologia na psiquiatria: 1 Os testes neuropsicológicos não medem funções específicas, pois há diversas possibilidades implicadas no resultado de um teste, devido à sobreposição de funções cerebrais complexas; 2 Um desempenho anormal não indica necessariamente uma disfunção específica, pois quando mais complexa a tarefa, mais fatores estão envolvidos no déficit. Plasticidade cerebral: capacidade de modificação e adaptação do tecido cerebral ao meio externo e interno. Ansiedade, depressão e quadros de estresse no geral podem causar danos neuronais e uma plasticidade maladaptativa (relacionada também a outros transtornos mentais), pelo contrário, exercícios físicos estimulam a funcionalidade dos neurônios.

Psicologia 1 A psicopatologia é vista como ramo da psicologia geral que estuda alterações daquilo que é normal; 2 A psicopatologia é vista como ciência autônoma que estuda fenômenos especiais; 3 A psicopatologia como semiologia psiquiátrica estuda os sinais e sintomas dos transtornos mentais; 4 A psicopatologia como propedêutica psiquiátrica estuda princípios e métodos do adoecimento mental, servindo de base para a psiquiatria. Filosofia A relação mente-cérebro: nesse contexto existem as visões monistas¹ e dualistas² ¹ Monismo materialista: tudo é reduzido à matéria; ¹ Monismo eleminativo: nada pode ser chamado de mental ou espiritual, nega sua existência; ¹ Monismo espiritualista: tudo é reduzido ao espírito. ² Dualismo paralelista: alma (mente) e corpo (cérebro) são separados e não influenciáveis entre si; ² Dualismo epifenomenista: o cérebro “produz” a mente; ² Dualismo interacionista: mente e cérebro interagem entre si, apesar de serem estruturas autônomas. Identidade matéria-espírito: os fenômenos da mente e do cérebro são no fundo a mesma coisa, com vias diferentes de acesso; Teoria da mente como emergente: os fenômenos mentais emergem do cérebro, porém tem propriedades diferentes e irredutíveis. O problema da causalidade: é comum confundir-se mecanismos de funcionamento e processos psicológicos com as causas da doença. Para se ter a causalidade certa é preciso levar em consideração: 1 Plausibilidade: ser plausível do ponto de vista lógico, biológico, psicológico, social; 2 Temporalidade: ocorrer antes da doença; 3 Reversibilidade: a remoção diminui ou anula a doença; 4 Força da Associação: relação intensa entre dois fenômenos;

5 Dose resposta: a intensificação aumenta a intensidade ou frequência da doença; 6 Consistência: diversos contextos chegam ao mesmo resultado; 7 Especificidade: associações específicas. O problema da verdade: abrange o conceito convencionalista (coerência, sem contradições internas), pragmático (eficácia), realista (a proposição deve estar de acordo com que de fato afirma), ética, além de ter poder de previsibilidade e qualidade heurística (gerar novas teorias, agregar estudos)...


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