Questões sobre o caso Dora - Estruturas Clínicas I PDF

Title Questões sobre o caso Dora - Estruturas Clínicas I
Course Estruturas Clínicas I
Institution Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Pages 6
File Size 95.1 KB
File Type PDF
Total Downloads 10
Total Views 148

Summary

Download Questões sobre o caso Dora - Estruturas Clínicas I PDF


Description

Questões sobre o caso Dora – que Freud chamou “Um caso de histeria” – Vol. VII 1. Relate a história pregressa de Dora (antes de iniciar seu tratamento com Freud) Dora, antes de iniciar seu tratamento com Freud, era uma moça de 18 anos de família abastada. Ela possuía uma relação pouco amistosa com sua mãe, a qual muito criticava. No que diz respeito a sua relação com o irmão, um ano e meio mais velho que ela, nos primórdios, ela o via como um modelo, porém, no tempo em que esteve em tratamento, Dora demonstrava uma postura distante em relação a ele. No que se refere em relação a relação de Dora com seu pai, a mesma demonstrava grande ternura por ele, a qual aumentava pelo fato de seu pai sofrer de graves doenças desde que ela tinha seis anos (tuberculose, deslocamento de retina, crise confusional). O pai de Dora é tratado por Freud e todos os sintomas dele cessam e nesse intervalo de tempo Dora começa a sofrer de enxaqueca e tosse nervosa. Nesse tempo, com dezesseis anos de idade, Dora é apresentada a Freud. Mas é só dois anos mais tarde, quando seu quadro já se agravara, é que ela inicia o tratamento. 2. Quais os motivos que levam Dora a procurar Freud? Ao se apresentar para tratamento, Dora estava insatisfeita com sua família e tinha “richas” tanto com a mãe quanto com o pai, além de evitar contato social e ter fadiga e falta de concentração. Dora manifestava uma tendência psíquica ao suicídio, o que não era levado a sério pelos pais. Ela também apresentava perda de consciência seguida de amnésia. 3. Como a família K entra na vida da família de Dora? A amizade da família de Dora com a família K se dá logo que a primeira se muda para o local que Freud denominou como "B" (mudança que aconteceu por conta da tuberculose do pai de Dora). 4. Descreva a relação de Dora com a família K; O Sr. K sempre fora extremamente amável com Dora, a levava para passear e lhe dava pequenos presentes. Dora, tratava os filhos dos K com o mais extremo cuidado, os tratando com uma atenção quase maternal.

5. Descreva a relação de Dora com o Sr. K destacando os momentos mais significativos dessa relação. Como falado anteriormente, o Sr K. sempre fora amável com Dora, além de lhe dar pequenos presentes, a levava para passear. Segundo Dora, quando tinha 14 anos, ela foi beijada pelo Sr K. fato que ficou só entre os dois e só foi revelado a Freud. 6. O pai de Dora pede que Freud lhe ajude a convencer a filha de que não há nada entre ele e a Sra. K. Diz ele: “Seu último ataque ocorreu depois de uma conversa em que ela tornou a me fazer a mesma exigência (de romper com os K.). Por favor, tente agora colocá-la no bom caminho.” Comente sobre isso. O pai de Dora não entendia o porquê dela ter tanta aversão aos K., e achava que a mesma estava inventando o que relatou. Seu pedido por “colocá-la no bom caminho” significaria extinguir as “ilusões” que Dora estaria tendo. 7. Descreva a relação do pai de Dora com a Sra. K. Segundo o pai de Dora, não haveria nada de ilícito por trás da relação deles. Ele diz que “somos apenas dois pobres coitados que consolamos um ao outro como podemos através de um interesse amistoso”. 8. Explique a relação que Freud faz entre os sintomas de Dora e a sua teoria do trauma. Para Freud, a experiência dela com o Sr K. (as propostas amorosas a ela e a consequente afronta a sua honra) seria o que forneceria, no caso de Dora, o trauma psíquico. O trauma psíquico, segundo Freud e Breuer, seria a condição prévia indispensável para a gênese de um estado patológico histérico.

9. Freud afirma “que tomaria por histérica, sem hesitação, qualquer pessoa em quem

uma

oportunidade de excitação sexual despertasse sentimentos

exclusivamente “desprazerosos”, como acontece com Dora após a cena do beijo, na loja do Sr. K. Que explicação Freud dá para isso? Freud diz que “esclarecer o mecanismo dessa inversão do afeto é uma das tarefas mais importantes e, ao mesmo tempo, uma das mais difíceis da psicologia das neuroses”. No texto Freud diz estar longe de alcançar essa meta, e por isso só apresenta uma parte do que sabe sobre. No caso de Dora, ao invés da sensação genital que uma jovem sadia teria sentido em tais circunstâncias, ela teve repugnância. O fato de “não se permitir prazer/ter desprazer” em situações como essa, seria para Freud uma justificativa para tomar a pessoa como histérica. 10. Por que Dora não podia passar por nenhum homem a quem visse em conversa animada ou terna com uma mulher? Por causa daquilo que havia acontecido com ela. Dora não gostava de passar por nenhum homem a quem julgasse em estado de excitação sexual porque não queria voltar a ver o sinal somático desse estado. 11. Descreva o desenvolvimento sexual de Dora. Inicialmente Dora tem dificuldade em traduzir as questões de ordem sexual para a linguagem direta. Toda criança é dotada em uma atividade sexual auto erótica. Dora chupava os dedos e se masturbava desde seus 8 anos.

12. Freud observa que o comportamento de Dora para com os filhos dos K, se assemelha a conduta da governanta da casa de Dora com ela própria quando criança. Explique essa observação de Freud. Freud observou que o comportamento de Dora para com os filhos dos K. era semelhante ao que a antiga governanta tinha para com Dora. O comportamento da governanta tinha relação com sua paixão pelo pai de Dora. Segundo Freud, “ocupar-se de crianças era para Dora um disfarce destinado a ocultar dela mesma e dos outros alguma outra coisa”. 13. Um dia, Dora queixou-se de um sintoma supostamente novo, que consistia em dores de estômago dilacerantes, e Freud acertou em cheio ao perguntar: “A quem você está copiando nisso?”. Explique essa intervenção de Freud. Freud faz essa pergunta por conta do fato de saber tirar proveito das doenças. Nesse caso específico diz respeito a uma identificação com sua prima que recentemente tivera um caso amoroso com final infeliz. 14. Freud se depara com um enigma no comportamento de Dora: Na cena do lago, mal ela percebera a intenção do Sr. K. esbofeteara-o no rosto e se afastara às pressas. O que acontece nessa cena e como ele resolve esse enigma? Na página 45 do texto, em uma nota de rodapé, Freud se questiona do porque de Dora ter essa reação “brutal” se amava o Sr. K e porque uma moça enamorada iria se sentir ofendida com uma proposta amorosa que não teria sido grosseira ou indecente. 15. Como Freud interpreta a tosse de Dora, quando diz que pelo menos um dos significados de um sintoma corresponde à representação de uma fantasia sexual? Freud interpreta que a tosse de Dora era uma forma dela representar uma cena de satisfação sexual entre duas pessoas cuja ligação amorosa a ocupava tão incessantemente. 16. Por quê Freud diz que quando se constata uma histeria, não há como falar em “inocência dos pensamentos” no sentido usado pelos pais e educadores? Porque já há algo do sexual colocado. Segundo Freud “antes de se empreender o tratamento de um caso de histeria, é preciso estar convencido da impossibilidade de evitar a

menção de temas sexuais, ou pelo menos estar disposto a se deixar convencer pela experiência”. 17. Todos os psiconeuróticos são pessoas de inclinações perversas fortemente acentuadas, mas recalcadas e tornadas inconscientes no curso de seu desenvolvimento. Explique essa afirmação de Freud. Freud diz aqui que todo psiconeurótico tem uma inclinação a perversão, mas diferente daquele que permaneceu como perverso (inibição do desenvolvimento), o psiconeurótico não ‘trava’ no desenvolvimento e por isso recalca e torna inconsciente essas inclinações. 18. O que leva Freud a concluir que as psiconeuroses são, por assim dizer, o negativo das perversões? Freud diz que a constituição sexual, nos neuróticos, atua em combinações com influências acidentais de sua vida que possam perturbar o desenvolvimento da sexualidade “normal”. 19. O que Freud desenvolve teoricamente ao falar do amor de Dora pela Sra. K.? Ele desenvolve sobre a corrente homossexual, no caso de Dora, correntes de sentimentos masculinos ou ginecofilicos. 20. Descreva o primeiro sonho de Dora e a interpretação feita por Freud. Segundo a paciente, o sonho se dava da seguinte maneira: “uma casa estava em chamas. Papai estava ao lado da minha cama e me acordou. Vesti-me rapidamente. Mamãe ainda queria salvar sua caixa de jóias, mas papai disse ‘não quero que eu e meus dois filhos nos queimemos por causa da sua caixa de jóias.’ Descemos a escada às pressas e, logo que me vi do lado de fora, acordei”. Freud diz que um sonho de formação regular apoia-se, por assim dizer, em duas pernas, uma das quais está em contato com a causa atual essencial, e a outra, com algum acontecimento relevante da infância. Freud em seu trabalho de interpretação do sonho, situa a caixa de jóias representando a cena atual e o fogo/água representando a cena da infância.

21. Descreva o segundo sonho de Dora e a interpretação feita por Freud. Segundo o relato de Dora, o segundo sonho aconteceu da seguinte maneira: “eu estava passeando por uma cidade que não conhecia, vendo ruas e praças que me eram estranhas. Cheguei então a uma casa onde eu morava, fui até o quarto e ali encontrei uma carta da mamãe. Dizia que, como eu saia de casa sem o conhecimento dos meus pais, ela não quisera escrever-me que o papai estava doente. Agora ele morreu e, se quiser você pode vir. “Fui então para estação e perguntei umas cem vezes:” Onde fica a estação?” Recebia a resposta:” Cinco minutos. ”Vi depois à minha frente um bosque espesso no qual penetrei, a ali fiz a pergunta a um homem que eu encontrei. Disse-me: Mais duas horas e meia. Pediu-me que eu deixasse acompanhar-me. Recusei e fui sozinha. Vi a estação a minha frente não conseguia alcançá-la. Ai me veio um sentimento habitual de angústia de quando, nos sonhos, não se consegue ir adiante. Depois, eu estava em casa; nesse meio tempo, tinha de ter viajado, mas nada sei sobre isso. Dirigi-me à portaria e perguntei ao porteiro por nossa casa. “A criada abriu para mim e respondeu: A mamãe e os outros já estão no cemitério.” 22. O segundo sonho de Dora permite a Freud trabalhar a cena do Lago, na qual Dora dá uma bofetada no Sr. K, quando ele tenta lhe beijar. Explique o trabalho de interpretação feito por Freud. Freud disse a Dora: “Agora conheço o motivo para a bodegada com que você respondeu a proposta. Não foi ofensa pelo atrevimento, mas vingança por ciúmes, pois quando a garota lhe contou a história dela, você ainda se valeu da sua arte de por de lado tudo o que não combinava com seus sentimentos. Mas no momento em que o Sr. K. usou as palavras “ Nada tenho com minha mulher”, que havia dito também à preceptora, novos impulsos foram despertados em Dora, e a balança virou. Essa afronta ao amor próprio se juntou ao ciúmes e aos motivos sensatos conscientes: era demais....


Similar Free PDFs