Relatório de aula prática - Sistemas ABO e Rh PDF

Title Relatório de aula prática - Sistemas ABO e Rh
Author Débora Maria da Xavier
Course Imunologia e Sorologia
Institution Universidade Federal de Pernambuco
Pages 10
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Summary

Saiba como estruturar seu relatório de aula prática e ainda tenha acesso ao conteúdo sobre sistemas ABO e Rh....


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA NÚCLEO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: IMUNOLOGIA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA NÚCLEO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA: IMUNOLOGIA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA – TIPAGEM SANGUÍNEA – SISTEMAS ABO E RH

Discentes: Débora Xavier, Elizama Paula e Isabela Lemos

Trabalho apresentado à disciplina de Imunologia sob a responsabilidade do Prof. Dr. José Candido Ferraz, como requisito parcial para obtenção de nota.

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

INTRODUÇÃO O sistema ABO, descoberto por Karl Landsteiner no começo do século XX, é, até hoje, considerado o mais importante sistema de grupos sangüíneos, seguido do sistema Rh, sendo ambos herdados geneticamente. O sistema ABO se refere às classificações do sangue humano em quatro tipos distintos, que são: A, B, AB e O. Essa classificação é correspondente aos antígenos que se expressam na membrana dos eritrócitos, bem como aos anticorpos IgM naturais circulantes contra o antígeno ausente. (Quadro 1). Os anticorpos anti-B e anti-A são considerados naturais por que são produzidos por reação cruzada em resposta a um grupo de bactérias pertencentes à microbiota intestinal. Por isso, pessoas que não apresentam nas hemácias os antígenos A (grupo B) ou não apresentam os antígenos B (grupo A), ou mesmo os que não apresentam nenhum dos dois antígenos (grupo O), podem ser imunizados por essas bactérias, o que os leva a desenvolver memória imunológica contra qualquer desses antígenos, ou contra ambos, mesmo sem ter nunca recebido sangue de outro indivíduo. A presença destes anticorpos confere ao sistema ABO uma grande importância nas transfusões sanguíneas. Quanto aos indivíduos Rh-, só desenvolverão memória anti-Rh após serem previamente sensibilizadas por sangue Rh+, como no caso da eritroblastose fetal, explicada posteriormente. O locus ABO, responsável pelo sistema sanguíneo de mesma denominação, está localizado no cromossomo 9 e os produtos desse gene são enzimas que acrescentam carboidratos à substância precursora, o antígeno H, que é um carboidrato presente nas hemácias de todos os grupos sanguíneos e é produzido pela ação da enzima α-2-L-fucosiltransferase codificada no locus FUT1 do cromossomo 19. Esses resíduos terminais serão responsáveis pela heterogeneidade do grupo sanguíneo ABO. Os indivíduos que herdaram o gene A produzem a enzima α-N-acetil-Dgalactosaminiltransferase, que será responsável pela incorporação da Nacetilgalactosamina ao antígeno H, sendo o indivíduo do tipo sanguíneo A. De forma semelhante, os indivíduos que herdaram o gene B produzem a enzima α-Dgalactosiltransferase, que será responsável pela incorporação da D-galactose ao antígeno H, sendo o indivíduo do tipo sanguíneo B. Os indivíduos do grupo sanguíneo AB possuem as duas enzimas citadas acima e, portanto, expressam os antígenos A e B na superfície dos eritrócitos. O grupo O não apresenta as transferases A e B, isso significa que nenhum carboidrato extra será incorporado ao antígeno H e ele será expresso sozinho e em grandes quantidades na superfície das hemácias.

Quadro 1

Antígenos e Anticorpos presentes no grupo sanguíneo ABO

Tipo sanguíneo A B AB O

Antígenos nos eritrócitos A B AeB H

Anticorpos no plasma/soro Anti-B Anti-A Anti-A e Anti-B

Como foi dito anteriormente, todos os tipos sanguíneos possuem um antígeno denominado “H” (AgH) e diferem em relação ao AgA, AgB ou AgO. No entanto, existe uma exceção: o fenótipo bombay ou falso O, como é popularmente conhecido. Esse fenótipo é caracterizado pelas grandes quantidades de anticorpos anti-H e pela ausência dos antígenos A, B e H nos eritrócitos, em razão da perda total da atividade das transferases. Como as hemácias do indivíduo com fenótipo Bombay não aglutinam diante do Anti-A e Anti-B, pode ser confundido com o tipo O na tipagem sorológica. Porém, a diferença está no fato de as hemácias do individuo Bombay não aglutinarem diante do Anti-H. Com o exposto, conclui-se que em casos de necessidade de transfusão, o indivíduo do fenótipo bombay só poderá receber sangue de outro indivíduo com o mesmo fenótipo. Existe ainda outro tipo de sistema sanguíneo, o sistema Rh, descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener em experimentos com hemácias de macacos Rhesus (daí a denominação Rh). Pessoas Rh+ têm um antígeno protéico conhecido como “D” na superfície das hemácias e apresentam aglutinação do sangue quando entram em contato com anticorpos anti-Rh. Aqueles que não possuem o anticorpo D em suas hemácias são denominados Rh-, e não sofrem aglutinação sanguínea caso entrem em contato com o anti-Rh. Esse grupo sanguíneo está relacionado a possíveis complicações, principalmente durante a gravidez. Quando mães Rh- que já tenha gestado um filho Rh+ (ou que já tenha entrado em contato com sangue Rh+, durante uma transfusão sanguínea inadequada) dá à luz uma criança com sangue Rh+, há ocorrência de uma doença conhecida como eritroblastose (ou doença hemolítica do recémnascido). No final da primeira gravidez e principalmente durante o parto, pequenas quantidades de sangue fetal podem ultrapassar a barreira placentária e ir para a corrente sanguínea da mãe. Durante a primeira gravidez esta incompatibilidade não parece causar danos, o que acontece é que ao entrar em contato com essas hemácias, o organismo materno se sensibiliza e produz anticorpos contra os antígenos D presentes nas hemácias fetais, desenvolvendo, portanto, memória AntiRh.

Numa próxima gravidez, se o filho for Rh+, a passagem de sangue fetal contendo anticorpos anti-Rh passam da mãe para o feto via placenta, visto que esses anticorpos são do tipo IgG. Uma vez dentro da corrente sanguínea do feto, esses anticorpos irão causar hemólise das hemácias do feto podendo desencadear icterícia grave (pela intensa produção de bilirrubina em razão da hemólise) nas primeiras 24 horas após o parto. O quadro pode evoluir para uma hepatomegalia, em razão da hiperprodução de hemácias, já que muitas estão sendo lisadas. Porém, esse quadro de incompatibilidade materno-fetal pode ser prevenido se for administrado, até 72 horas após o parto do primeiro filho ou transfusão errada, o soro Rhogam contendo a imunoglobulina Anti-Rh nas mulheres Rh-negativas que deram à luz a crianças Rh-positivas. O Anti-Rh irá destruir as hemácias do feto que entraram na circulação materna de modo a bloquear a resposta imune subseqüente. Para evitar problemas com o segundo filho, realiza-se o teste de Coombs que consiste em analisar o sangue da mãe à procura de anticorpos Anti-Rh/D. Se estes anticorpos forem encontrados a mãe deverá passar por tratamento à base de vacinas. Com base no que foi exposto, entende-se que a tipagem sanguínea de ambos os sistemas, ABO e Rh, consiste numa reação antígeno-anticorpo feita com eritrócitos do paciente suspensos em solução fisiológica contra soros comerciais anti-A, anti-B e anti-Rh/D, que irão identificar os açúcares específicos dos glóbulos vermelhos pela presença ou ausência das substâncias A, B e H no soro/plasma. OBJETIVOS O objetivo desta aula prática foi fornecer conhecimento de como é definido o sistema ABO e Rh, bem como demonstrar como é realizado o teste para reconhecimento da tipagem sanguínea, e a partir disso realizar o teste nos colegas de classe. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Utilizados:  Lâmina de vidro;  Luvas de Procedimento;  Lancetas;  Pinceta;  Álcool sachet;  Curativo adesivo;  Reagentes (soro anti-A, anti-B e anti- Rh). Procedimento experimental: 1. Separar o material que será utilizado (Fig. 1);

2. Massagear a ponta dos dedos médio ou anelar (de preferência da mão não

3. 4.

5.

6. 7. 8.

dominante) e pressioná-la, a fim de reter o fluxo sanguíneo. Como a furada irá atingir os mecanorreceptores da região e consequentemente causar dor, é preferível usar o dedo anelar em razão de ser o dedo menos utilizado (Fig. 2); Esterilizar o dedo do voluntário com álcool 70% (Fig. 3); Utilizando uma lanceta estéril, coletar uma gota de sangue para cada anticorpo que será utilizado, colocando na lâmina duas gotinhas para a tipagem de ABO e uma gotinha para a determinação do fator Rh ( Figs. 4 e 5) e em seguida oferecer ao voluntário o curativo adesivo; Utilizando o próprio conta-gotas dos anticorpos comerciais (e tomando o cuidado para não contaminar o conta-gotas com o sangue na lâmina), colocar uma gota de anticorpo monoclonal anti-A em uma das gotinhas de sangue, uma gota de anticorpo monoclonal anti-B na outra gotinha de sangue e uma gota do anticorpo anti-D na terceira gotinha de sangue (Fig. 6); Obs.: O ideal é colocar a gota do anticorpo ao lado e não em cima da gota de sangue de modo que as reações ocorram ao mesmo tempo durante a homogeneização); Utilizando uma pinceta, homogeneizar o sangue por 2 minutos com o anticorpo adicionado, tomando cuidado para não misturar as reações; Passado os 2 minutos faz-se a leitura da reação, ou seja, verifica-se se ocorreu aglutinação (formação de grumos de hemácias); Analisar os resultados para obter o tipo sanguíneo do voluntário em questão. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após reação antígeno-anticorpo faz-se a “leitura” do tipo de sangue observando a presença ou ausência de aglutinação, visto que a caracterização dos tipos sanguíneos se dá pela presença ou ausência de aglutinogênios (antígenos) em suas hemácias e de aglutininas em seu plasma (anticorpos). Quanto ao sistema ABO, se houver aglutinação somente no soro anti-A, o indivíduo possui o sangue do tipo A; se houver aglutinação somente no soro anti-B, o indivíduo possui sangue do tipo B; se houver aglutinação nos dois o indivíduo possui sangue do tipo AB e se não houver aglutinação em ambos os soros anti-A e anti-B o indivíduo possui sangue do tipo O. Quanto ao sistema Rh, se houver aglutinação no soro anti-Rh, significa que possui o indivíduo possui o fator Rh em seu plasma e, portanto, é Rh+, e se não aglutinar, significa ausência do fator Rh, então é Rh⁻. Na realização da aula prática foi feita a tipagem sanguínea de alguns alunos e a análise de seus respectivos tipos sanguíneos. Abaixo, verifica-se o resultado do teste em questão:

Quadro 2 Tipagem das hemácias dos voluntários Voluntário Anti-A 1 + 2 + 3 + 4 (+) = presença de aglutinação (-) = ausência de aglutinação

Anti-B + -

Voluntário 3

Anti-D + +

Tipo sanguíneo A+ ABAO+

Voluntário 4 CONCLUSÃO

Pudemos obter nessa aula prática muitas informações importantes acerca do sistema ABO e Rh e suas implicações no que se refere a transplantes e transfusão de sangue, bem como possíveis complicações clinicas relacionadas, conhecimentos estes de suma importância para a área da Enfermagem.

Além de poder ter visto de perto como é realizada a tipagem sanguínea, no procedimento realizado em laboratório pode-se verificar os tipos sanguíneos de determinados alunos, tendo, dessa forma, alcançado os objetivos da aula.

Fig. 1

Fig. 3

Fig. 2

Fig. 4

Fig. 5

Fig. 6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VAZ, Adelaide José; TAKEI, Kioko; BUENO, Ednéia Casagranda. Imunoensaios: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 371p....


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