Relatório - Filme Antígona PDF

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RELATÓRIO DO LONGA METRAGEM ANTÍGONA DE YORGOS TZAVELLAS

1 RELATÓRIO

Lançado em 1961 e Dirigido por Yorgos Javellas, o longa metragem Antígona trata-se de uma adaptação cinematográfica da tragédia grega de mesmo nome, escrita por Sófocles. Um dos desafios enfrentados pelo filme é dar enfoque a uma história que decorre de eventos marcantes de forma anterior, visto que, antes da obra Antígona, Sófocles apresenta a história de Édipo Rei. Contextualizando, o filme aborda a luta ocorrida na obra Sete contra Tebas, de Ésquilo, no qual os filhos de Édipo, Etéocles e Polinice, enfrentaram-se e acabaram morrendo. Nesse cenário, uma das primeiras cenas do filme é a indignação de Antígona ao descobrir que o novo rei de Tebas, Creonte, resolveu enterrar um dos irmãos como herói, obedecendo todos os rituais post mortem, enquanto seu outro irmão, Polinice, foi considerado um traidor, por isso fora deixado ao relento para ter seu corpo devorado por animais. Diante de tal visão, que ia de encontro as regras divinas, Antígona pede a sua irmã, Ismêniam, ajuda para velar o corpo do irmão. Porém, temendo as consequências que a desobediência poderia causar, a irmã, ainda que com pesar, recusa ajudar. Antígona, sozinha, resolve seguir seu plano. O contraponto existente entre o domínio e o levante é construído na obra partindo da figura das duas irmãs. Válido destacar que, o direito que Antígona defende perante o rei é o direito decorrente dos deuses, o direito natural, que é o direito dos seres humanos serem enterrados de maneira digna, para que chegasse corretamente ao reino dos mortos. Portanto, por ser algo inerente ao homem, essas regras não poderiam ser contestadas por nenhum rei humano, por mais poderoso que ele fosse. Com a negativa de Creonte, que afirmava que o corpo de Polinice não deveria ser enterrado por ele ser um traidor, Antígona decide ir de encontro as ordens do tirano e sepultar o corpo do irmão. Ao descobrir que o corpo de Polinice não estava mais exposto e armando uma armadilha para identificar quem era o culpado por aquilo, Creonte descobre que foi Antígona e a condena a ser enterrada viva. Embora Ismênia tente defender a irmã, ela não é escutada. Outra voz contraria a decisão de Creonte é Hêmon, seu filho e noivo de Antígona. Após Antígona ser colocada em uma caverna selada, com pouca comida e água, o oraculo da região alerta Creonte dos perigos que poderiam ocorrer por macular as leis dividas. Creonte faz pouco caso. Manda desenterrar o corpo de Polinice e continuar a sentença de Antígona. Porém, pouco tempo depois, preocupado com o que poderia acontecer, Creonte tenta reverter a situação, porém já era tarde. O corpo de Polinice já estava sendo devorado por

animais e ao chegar na caverna na qual estava Antígona, depara-se com ela morta, Hêmon ao ver a imagem de sua amada sem vida, acaba por também se matar. Chegando em casa, Creonte que já se encontrava arrasado pela morte do filho, recebe a notícia que sua mulher também se matou, pois ficara sabendo do que ocorreu na caverna. Assim, a profecia se encerrou. O conflito existente entre leis naturais e leis positivadas perdura até os dias atuais. No decorrer da história eventos traumáticos que ocorreram dentro da legalidade, como o Nazismo por exemplo, ressaltaram ainda mais a importância de se atentar à requisitos mínimos para uma vida digna, para além do que está disposto nas normas do país. Assim, a obra de Sófocles trata-se de uma abordagem ainda atual, que merece debates e ponderações....