Resenha-Libras, que língua é essa PDF

Title Resenha-Libras, que língua é essa
Course Libras
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Summary

Resumo de texto....


Description

Aluno: Tiago

Disciplina: Libras

Resenha Critica do livro: Libras, que língua é essa? Crenças e preconceitos O livro é escrito com o objetivo de criar um espaço de discussão e reflexão a respeito de alguns questionamentos relativos à surdez, a língua de sinais e os surdos mais propriamente às relações, dos ouvintes com esse tema, considerando o momento político favorável para as minorias linguísticas no Brasil. A obra foi organizada em três capítulos: a língua de sinais, o surdo e a surdez, na forma de perguntas ou afirmações registradas pela autora, em diversas situações do ensino de Libras para ouvintes, coletadas nas conversas informais com os aprendizes. A autora busca ressignificar alguns conceitos, que durante muito tempo equivocados, a respeito do tema proposto. Gesser inicia o livro ressaltando, no primeiro capítulo, a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais como língua natural do povo surdo, fundamentadas nos estudos do linguista americano William Stokoe em 1960, que descreveu os níveis fonológicos, morfológicos e sintáticos da Língua americana de sinais. Neste capítulo fazem-se explicações científicas de conceitos equivocados sobre a Libras, tais como: a língua de sinais ser universal, ser mímica, não ter gramática, ser exclusivamente icônica, ser uma versão sinalizada da língua oral, é uma língua ágrafa, e alguns outros pensamentos. As questões apontadas transitam por crenças como a universalidade, a artificialidade e agramaticalidade da Libras. Esclareceu que em línguas de sinais podem-se exprimir ideias abstratas e apresentam todas as propriedades linguísticas presentes nas línguas orais. Aponta ainda que o alfabeto manual é usado apenas como uma pequena parcela de expressão, está sujeita às variações regionais e há pesquisas avançadas sobre a escrita de sinais. Trata-se então de uma língua autônoma e não tem suas origens nas línguas orais e tão pouco depende delas para existir, porém utiliza de empréstimos linguísticos em seu repertório discursivo de uso. Ao fim do capítulo o leitor pode perceber a real constituição social da Libras, percebendo que se trata de um sistema linguístico legitimo, portando não deve ser tratado por gestos, mímicas ou inferiorizada pelas línguas orais. Quanto às diferenças entre as línguas orais Gesser afirma que “diferem quanto à forma como as combinações das unidades que são construídas” (p. 19, grifos da autora). No segundo capítulo dedica-se às explanações a respeito do Surdo, quem são esses indivíduos? Qual a constituição do sujeito com comum a todos os surdos? Trata também da relação com a língua portuguesa, com a sociedade e define cultura surda.

A autora inicia essa parte do livro dizendo que por desconhecerem a carga semântica dos termos mudo, surdo-mudo e deficiente auditivo se equivocam. O uso de qualquer terminologia acima remete a ideologia dominante vinculada ao poder e o saber clínico, portanto o uso correto para denominarmos tais sujeitos é surdos. Essa talvez seja a principal definição do livro uma vez que todas relações com as pessoas surdas passam pelo emprego da terminologia. Infelizmente, o povo surdo tem sido encarado em uma perspectiva exclusivamente fisiológica (déficit de audição), dentro de um discurso de normalização e medicalização (46). Contrário a esse tipo de pensamento, considerando que a oralização deixou marcas profundas na história dos surdos, surge o discurso social de cultura surda, definida no livro como cultura própria que sugere a ideia de um grupo que precisa se diferenciar da maioria ouvinte e obter maior visibilidade. Outra questão respondida diz respeito ao uso da língua de sinais atrapalhar a aprendizagem da língua oral que foi, e ainda é muito disseminada pelos adeptos da corrente oralista, e o que não é verdade. O desinteresse dos surdos em aprender a língua oral está relacionado, entre outras muitas coisas, pela forma agressiva que durante anos ela foi ensinada e imposta. O uso da língua de sinais é para o surdo a valorização de sua identidade e cultura, o que não acontece quando eles usam a língua oral, porém, não há uma relação de que o uso de uma língua atrapalhe o aprendizado da outra, até porque o que se defende hoje é o sujeito surdo bilíngue, isto é, fluentes em Libras e em Língua Portuguesa....


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