Resenha Livro A dimensão oculta PDF

Title Resenha Livro A dimensão oculta
Author Izabele Pizzo
Course Percepção Ambiental
Institution Universidade Estadual Paulista
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Summary

Resenha do livro de Edward Hall chamado A Dimensão Oculta. Feita para a disciplina de Percepção Ambiental da Paisagem....


Description

Universidade Estadual Paulista

Resenha Resumo do livro A Dimensão Oculta

Aluna: Izabele Pizzo Ferreira RA: 161031111 Disciplina: Percepção Ambiental – profª Silvana Aparecida Alves

Bauru 2020

Resenha Resumo: A Dimensão Oculta Autor: Edward T. Hall Disciplina: Percepção Ambiental – UNESP

O autor nos revela, logo de início, que o termo Proxemia e os conceitos abordados no livro são desenvolvidos por ele a partir de estudos como os de Franz Boas, Lee Whorf e outros. A temática do capítulo gira em torno da discussão da validade da teoria que princípios estabelecidos por Whorf para a linguagem se aplicam ao restante do comportamento humano e cultura e assim humanos de diferentes culturas submetidos pela mesma experiência deveriam produzir registros cerebrais similares. Ao contrapor tal teoria, Hall afirma que os sistemas culturais diferentes alteram a percepção e consequente resposta fisiológica e cerebral às experiências, como cita na página 15 “(...) o homem e seu meio ambiente participem da formação um do outro.”. Ele encerra o capítulo com a problemática da desigualdade social e os problemas de integração entre os vários tipos de realidades e espaços. Para ele, a “(...) reconstrução de nossas cidades deve basear-se em pesquisa conducente a uma compreensão das necessidades do homem e a um conhecimento dos muitos mundos sensoriais dos diferentes grupos de pessoas que habitam as cidades norte-americanas.”. Hall aborda alguns estudos sobre o comportamento de diferentes espécies animais para dar origem aos conceitos de Distância de fuga, Distância crítica, Distância pessoal, Distância social e Situação crítica. Começa com o conceito de territorialidade definindo como “(...) o comportamento através do qual um organismo, de modo característico, reivindica uma área e a defende contra membros de sua própria espécie.” (página 19) conceito criado por H.E. Howard em Territory in Bird Life (1920). H. Hediger (psicólogo de animais de Zurique) afirma que a territorialidade garante a propagação das espécies, através da regulação de densidade e fornece usos para os locais (como local para aprendizagem, local para brincadeiras e até esconder/se proteger), desta forma ele relaciona o espaço com a comunicação. Já o psicólogo C. R. Carpenter nota a territorialidade como um sistema comportamental que muda e persiste nas espécies, caracterizando-as “(...) um sistema que se desenvolveu de modo muito parecido ao do desenvolvimento dos sistemas anatômicos.” (página 20). Para o ornitólogo A. D. Bain, a territorialidade tem aspectos de status. Para nós humanos a territorialidade é submetida a diversas leis e regras que existem nas diferentes culturas como distinção entre propriedade privada e a propriedade pública, separando o território individual do coletivo. Os conceitos de distância são de aspecto mais individual, porém ainda se submetendo a características fisiológicas e de comportamento. O autor apresenta os conceitos criados por H. Hediger: Distância de fuga: Fuga é um mecanismo básico de sobrevivência, varia de acordo com o tamanho do ser e promove a fuga ao ser confrontada. No caso humano pode promover o pânico.

“A percepção do eu, como a conhecemos, está intimamente associada com o processo de delimitar as fronteiras.” (página 23) Distância crítica: Trata-se da distância que excede a distância de fuga dita anteriormente, a ponto de causar uma reação de ataque caso aproxime ainda mais. Distância pessoal: Dentro do comportamento das espécies, cada uma cria padrões de espaçamento entre si, como o que ele chama de “bolha invisível que rodeia o organismo”. Notase que em animais, ou indivíduos, mais dominantes esta distância pessoal tende a ser maior. O espaçamento determinado entre a espécie pode ser, também, uma forma de controle da agressão e ostentação entre o grupo, porém de maneira não flexível como o controle pela hierarquia, segundo Hall. Distância social: Esta distância está vinculada diretamente ao grupo, ao meio social, tratandose como o autor explica de “uma distância psicológica (...) como uma fita escondida que amarra o grupo.” (página 25). Esta distância pode ser determinada pela situação e/ou pelo grupo social. No caso da espécie humana, esta distância ao longo dos anos foi ampliada devido a tecnologia e meios de comunicação à distância, remodelando até mesmo as instituições sociais e políticas. O autor aborda o conceito de Situação crítica, firmado por Wilhelm Schafer, para explicar como as distâncias pessoais, sociais e críticas podem gerar uma situação de crise de sobrevivência e pânico. “(...) Quando aumenta o número de animais numa dada área, o estresse cresce a ponto de deflagrar uma reação endócrina cujo efeito é uma queda populacional.” (página 28) A pesquisa promovida pelo etólogo John Calhoun em 1958 sobre o comportamento de ratos em Rockville, Maryland. A experiência consistia em criar uma situação de superpopulação e analisar as reações na colônia, o que o autor do experimento chama de “esgoto” ou “esgoto comportamental” que designava as distorções de comportamento que apareciam durante a experiência dos ratos, ou seja, “o resultado de qualquer processo comportamental que reúna animais em número desusadamente grande.” (página 35). A experiência de Calhoun demonstra que todas o espaço e condições insalubres geram um agravamento das patologias dos indivíduos e comportamentos sociais. Alguns dos problemas que apareceram foram: Interrupções à construção de ninhos; Desregulação à corte; Comportamento sexual, Reprodução; Organização Social; Desenvolvimento; Territorialidade; Hierarquia e Dominância. Cabe atentar que, o autor explica que a aglomeração em si não causa problemas, mas sim a perturbação e desordem das relações e funções sociais que levam ao colapso populacional e em casos graves a morte em massa. Outro estudo surge, aprofundando na bioquímica diante da superpopulação, de A.S. Parkes e H.M. Bruce com o criado termo “exocrinologia” (visão modificada dos reguladores químicos) mostrando a ligação do estresse causado pela superpopulação e o sistema endócrino (secreções internas), ou seja, eles demonstram que o estímulo externo e o sistema endócrino estão interligados e a natureza auto-reguladora de controle populacional e os comportamentos anormais são causa direta da superpopulação, o que ele chama de “síndrome relacionada com as reações corporais ao estresse.” (página 42)

Como conclusão ao capítulo e a discussão, Hall diz: “O fornecimento de território individuais para as famílias e a proteção dos animais contra seus companheiros, em épocas críticas, durante a temporada de acasalamento, pode contrabalançar os maus efeitos da superpopulação.” (página 46) Segundo Hall, a percepção sensorial humana encontra-se em duas categorias: -Receptores à distância: olhos, ouvidos e nariz -Receptores imediatos: pele, membranas e músculos. No estudo deste capítulo o autor compara a eficiência entre os receptores e as forças perceptivas, mostrando que existe uma grande diferença na qualidade de reproduções sonoras e visuais. Ele diz: “É possível produzir um nível de audiofidelidade superior à capacidade do ouvido para detectar a distorção, pois a imagem visual é pouco mais do que um sistema móvel de lembretes, precisando ser traduzido antes de o cérebro poder interpretá-lo.” (página 51) Sendo assim, o espaço visual tende a ser menos ambígua do que as informações auditivas, porém, nos estudos de J.W. Black (foneticista) fica claro que o espaço auditivo tem grande influência no desempenho do ambiente, podendo fazer com que o tempo de reverberação e qualidade sonora afetem índices de desempenho e relacionamentos das pessoas que o utilizam. Como conclusão do capítulo, Hall apresenta uma problemática quanto a qualidade das cidades atuais: “Nossas cidades carecem de variedade, tanto visual como olfativa. Qualquer pessoa, caminhando pelas ruas de quase todas as vilas e cidades europeias, sabe o que se encontra nas proximidades (...) Olfações deste tipo podem dar um senso de vida; as mudanças e transições não só ajudam a situar alguém no espaço, mas acrescentam encanto à vida diária.” (página 56) “O senso do espaço no homem relaciona-se intimamente com seu senso do eu, que se encontra, por sua vez, em íntima transação com o meio ambiente.” (página 66) No capítulo V, Hall aborda a percepção e fisiologia do Tato humano e as percepções térmicas. Aqui fica claro o desejo do autor em expressar o descontentamento com a qualidade táctil dos espaços atuais na América, mostrando que temos poucas experiências cinestésicas do espaço em relação aos visuais, em contraposição com os espaços japoneses e árabes que ele estudou. A delimitação do espaço e contato com outras pessoas e móveis, segundo o autor, delimitam as sensações de enclausuramento ou amplitude, sendo analisado como necessidade pelo autor que o espaço seja projetado internamente de modo a possibilitar o não contato constante. “Em suma, o que se pode fazer num determinado espaço determina a maneira de experimentá-lo.” (página 59) Ao final do capítulo, o autor aborda as mudanças de sensações positivas e negativas com o tato e a temperatura em diferentes culturas alegando que esta afeta diretamente as atitudes e limites no meio social e pessoal. Porém, é importante em todas as culturas e locais “ (...) manter a pessoa relacionada com o mundo em que vive.” (página 64)....


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