Resumo A ERA DAS Revoluções 1789-1848 – ERIC Hobsbawm PDF

Title Resumo A ERA DAS Revoluções 1789-1848 – ERIC Hobsbawm
Course História Contemporânea
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Em A Era das Revoluções 1789–1848, Hobsbawm trata dos principais desenvolvimentos históricos desse período, construindo a imagem de uma sociedade produzida pelas “revoluções” e abordando o surgimento de termos que empregamos até hoje, como industrial, classe média, nacionalismo, etc....


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RESUMO A ERA DAS REVOLUÇÕES 1789-1848 – ERIC HOBSBAWM

Em A Era das Revoluções 1789–1848, Hobsbawm trata dos principais desenvolvimentos históricos desse período, construindo a imagem de uma sociedade produzida pelas “revoluções” e abordando o surgimento de termos que empregamos até hoje, como industrial, classe média, nacionalismo, etc.

A ERA DAS REVOLUÇÕES 1789-1848 Parte I EVOLUÇÃO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

O Mundo na década de 1780 A Revolução Industrial A Revolução Francesa A Guerra A Paz As Revoluções O Nacionalismo

Parte II RESULTADOS 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.

A Terra Rumo a um Mundo Industrial A Carreira Aberta ao Talento Os Trabalhadores Pobres A Ideologia Religiosa A Ideologia Secular As Artes A Ciência Conclusão: Rumo a 1848

Parte I EVOLUÇÃO Capítulo 1 O MUNDO NA DÉCADA DE 1780 I Conforme o próprio Hobsbawm, “o mundo na década de 1780…era ao mesmo tempo menor e muito maior que o nosso.” Menor, por um lado, no que diz respeito ao mundo conhecido, ao tamanho da população e até à própria estatura do europeu daquela época.

Por outro, maior ao considerar-se a velocidade das comunicações, dos transportes e da divulgação de notícias. Mesmo os ocidentais mais viajados, durante o período de expansão européia, como Humboldt, conheciam apenas partes do mundo habitado. Havia ainda muitas regiões inexploradas. Com exceção dos oceanos, que já tinham sua superfície mapeada de modo muito próximo ao que se configura atualmente, neste capítulo, o autor alega que a Europa por volta de 1780 era conhecida com alguma precisão, a América Latina muito grosseiramente e a Ásia e África quase que totalmente desconhecidas. No quesito demográfico, o mundo, apesar da imprecisão das estimativas, tinha apenas um terço da população em relação ao período em que este livro foi publicado (1977). A Ásia tinha a maior concentração, com 2 habitantes em cada 3, em seguida vinha a Europa, com 1 em cada 5, a África, com 1 em cada 10, e a América e Oceania com 1 em cada 33. Além deste fato, deve-se considerar que a população estava mais esparsamente distribuída e que o povoamento de determinadas áreas vinculava-se ao clima, que limitaria a colonização extensas regiões em virtude de fatores como o frio intenso ou a proliferação de doenças em áreas muito úmidas. Hobsbawm considera que a humanidade também era menor ao referir-se ao peso e à altura – não mais que 1,5 metro – da maioria dos europeus daquele período. Sua constituição física seria, nas palavras do autor, muito pobre, porém tão resistente quanto o homem atual. Quanto aos meios de comunicação, o mundo nestes tempos parecia maior. Apesar dos avanços em relação à Idade Média, com relativo aumento da velocidade e da regularidade na interligação entre dois pontos distantes, em virtude da melhoria de estradas e da utilização de diligências postais, o transporte de passageiros e mercadorias por terra ainda era vagaroso e caro. A exceção seria o transporte marítimo que possibilitava ligar capitais distantes mais rapidamente do que estas e o campo. As notícias eram também escassas. Havia poucos jornais, a maioria da população não sabia ler, logo, as informações vinham por meio de viajantes ou canais oficiais como o Estado e a Igreja. II “O mundo em 1789 era essencialmente rural e é impossível entendê-lo sem assimilar este fato fundamental”, alega Hobsbawm. De 70% a 97% da população européia no período é rural. Havia poucas cidades grandes como Londres e Paris, em que existia concentração demográfica considerável. A população urbana estava espalhada numa multidão de cidades pequenas de província. Nestas cidades, seus habitantes diferenciavam-se física e culturalmente daqueles que viviam no campo. Eram geralmente mais altos, vestiam-se de modo diferenciado, tinham maior grau de instrução e geralmente desprezavam seus conterrâneos do campo. Esta classe urbana – sem considerar aqueles que eram explorados nas fábricas ou dentro de casa – constituía-se, em sua maioria, de proprietários de terra, negociantes de produtos agrícolas, usurários, burocratas do governo, nobres, eclesiásticos, que viviam em função da produção do campo, monopolizando o mercado local e comportando-se de modo provinciano em relação ao resto do mundo que os cercava.

III Em 1789, a questão agrária e a relação entre aqueles que cultivavam a terra e aqueles que enriqueciam com o seu cultivo era o problema fundamental. Havia duas partes, aqueles que produziam a riqueza e aqueles que a acumulavam. No complexo econômico cujo centro ficava na Europa Ocidental tais relações podem ser divididas em três partes. Nas colônias além-mar do oeste, onde o trabalho ou era forçado para o indígena ou utilizava-se o escravo africano – com rara exceção no norte dos EUA. O cultivador típico não tinha, portanto, liberdade, a propriedade era extensa e pertencente a um senhor em um regime quase feudal com sua produção voltada para a Europa. Neste período distingue-se a ascensão do algodão – que fornecia matéria prima para nascente indústria inglesa – e a decadência da produção açucareira. A leste da Europa Ocidental, área que se situa ao longo do rio Elba até a cidade de Trieste, e inclui nesta análise o sul da Itália e sul da Espanha, havia ainda, de um modo geral, a servidão como forma de produção agrária. O senhor típico destas regiões era o nobre proprietário de vastas propriedades, explorador de enormes fazendas produtoras de alimentos e matérias primas para o ocidente. Esta também pode ser considerada uma região de “economia dependente” de forma análoga às colônias além-mar. Abaixo dos grandes senhores havia ainda uma classe de cavalheiros rurais de tamanhos e recursos variados que da mesma forma também exploravam os camponeses. IV No resto da Europa, a estrutura agrária era socialmente parecida com os dois casos anteriores, porém muito da condição de servo havia se esvaído neste período, fazendo que a produção se realizasse por meio de alugueis e outros rendimentos monetários. Na maioria dos países, a ordem feudal implícita estava ainda muito arraigada, embora obsoleta em termos econômicos. Sua superação fazia com que muitos nobres perdessem parte de seus rendimentos devido ao constante aumento de preços. Procuravam dessa forma compensar perdas, ocupando os rendosos cargos públicos que antes eram, em grande parte, ocupados por plebeus. A produção, por outro lado, continuava ineficiente e vinculada aos itens tradicionais, apesar de terem existindo exceções na Inglaterra e algumas regiões da Itália e Holanda, onde já se vislumbravam tendências à agricultura capitalista. Existia o incentivo à produção rural, já que a população e, conseqüentemente, a demanda haviam aumentado. O progresso técnico, entretanto, demorava a ocorrer. V Enquanto a agricultura não avançava, o mundo do comércio, das manufaturas e das ciências se expandia. Os comerciantes enriqueciam à medida que as trocas se avolumavam e no setor fabril a divisão e a especialização do trabalho davam seus primeiros passos rumo ao modo de produção industrial. A Grã-bretanha, nesse período, foi a primeira a beneficiar-se do progresso econômico promovido pelas manufaturas. Nesta mesma época, o “iluminismo” florescia e, voltado não só para as questões político sociais, alimentava por meio de seus pensadores a convicção no progresso do

conhecimento humano, na racionalidade, na riqueza e no controle sobre a natureza. A ciência, neste sentido, contribuía para a solução dos problemas produtivos. As classes sociais que avançaram economicamente eram desse modo as mais progressistas e estavam evidentemente envolvidas nesta maneira de ver o mundo. Um individualismo secular, racionalista e progressista dominava o pensamento “esclarecido”. Acreditava-se mais na capacidade do homem como indutor de seu próprio destino do que nos antigos e irracionais privilégios de nascimento que eram o sustentáculo do Antigo Regime. As idéias do iluminismo e as novas forças econômicas e sociais implicavam a abolição da ordem política e social vigente na maior parte da Europa, no entanto, seria demais esperar que as velhas monarquias se extinguissem voluntariamente. Até por que muitas delas ainda tinham o apoio dos iluministas mais moderados. VI Com exceção da Grã-Bretanha, as monarquias absolutas reinavam em todos os Estados europeus. Os monarcas comandavam hierarquias de nobres proprietários apoiados pela organização tradicional e a ortodoxia das igrejas. Com as rivalidades internacionais, as tendências anárquicas de muitos nobres e o crescente aumento do poderio inglês, a maioria dos monarcas tentou uma modernização iluminista. As reformas, porém, resultavam mais numa nova busca pela melhora da condição de poder e riqueza do soberano do que em modificações sociais relevantes. Aquelas que tinham um caráter mais sério acabaram fracassando em grande parte devido a irredutibilidade daqueles que usufruíam os privilégios da nobreza. A classe média burguesa esperava que o monarca fosse capaz de quebrar a resistência ao progresso, contudo, o rei não conseguia desatrelar-se da hierarquia dos nobres proprietários, à qual, afinal de contas, pertencia, representava e incorporava. O que de fato viria a abolir as relações agrárias feudais que ainda persistiam seria a Revolução Francesa, e o que tornou o Velho Regime mais vulnerável a ela foram os movimentos autônomos das colônias ou províncias mais remotas, a dura resistência dos nobres privilegiados e a constante pressão dos inimigos externos. VII O completo domínio político e militar do mundo pela Europa viria a ser produto da era da dupla revolução, a social francesa e a industrial inglesa. Assim, a rápida e crescente expansão do empreendimento capitalista europeu já, na década de 1780, minava a ordem social de outras civilizações: a chinesa e outras do Extremo Oriente, as islâmicas, a indiana e as da África. A dupla revolução que estava para acontecer estava a ponto de tornar irresistível a expansão européia que dominaria todo o cenário internacional no século seguinte. Capítulo 2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL I

As repercussões da revolução industrial não se fizeram sentir de uma maneira tão óbvia até pelo menos 1830. Isto é o que se observa dentro dos movimentos literários que se manifestavam até então. E é somente a partir da década de 1840 que o proletariado recém constituído e o comunismo conseguiram abrir caminho pelo continente. O que significa a frase “a revolução industrial explodiu?” Significa que a certa altura da década de 1780 as sociedades humanas tornaram-se capazes de multiplicar homens, mercadorias e serviços de uma forma rápida, constante e, até o momento presente, ilimitada. Os economistas a denominam de “partida para o crescimento autosustentável”. Na Grã-bretanha a “partida” iniciou-se a partir de 1780 e pode se dizer com certa acuidade que terminou com a construção das ferrovias e da indústria pesada na década de 1840. A revolução industrial foi provavelmente o acontecimento mais importante na história do mundo desde a invenção da agricultura. Ela não aconteceu na Grã-bretanha em virtude de uma superioridade técnica ou intelectual por parte dos britânicos, mas devido às condições adequadas visivelmente presentes neste país, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido julgado formalmente e executado pelo povo e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. Além disso, a solução para a questão agrária – motivo ainda de muitos conflitos no continente europeu – já tinha sido encontrada através do cultivo por arrendatários e pelos Decretos das Cercas (Enclosures Acts). A agricultura, portanto, cumpria a função de fornecer excedentes produtivos para alimentar a população expulsa para as cidades, fornecer mão de obra para as indústrias e, por fim, promover o acúmulo de capital a ser utilizado nos setores mais modernos da economia. Politicamente, o Estado também estava engatado no lucro. Tudo que os industriais precisavam para serem aceitos entre os governantes era bastante dinheiro. Uma frota mercante, facilidades portuárias e a melhoria de estradas e vias navegáveis eram então construídas. Por outro lado, a revolução industrial pioneira não se desenvolveu de modo a produzir a custos tão baixos que criassem sua própria demanda. Nesta época os homens de negócios ainda vinculavam-se ao paradigma comercial que esperava um mercado consumidor monopolizado por uma única nação produtora. A indústria buscava então mercados já existentes para posteriormente investirem na sua expansão. O sucesso britânico levou outros países a imitarem seu modelo e aderirem à industrialização, importando mesmo máquinas, técnicos e capital britânicos. No entanto permanecia a Grã-bretanha sob condições capitalistas em uma conjuntura econômica que permitia conquistar mercados de seus competidores, lançando-se à indústria algodoeira e à expansão colonial. II A indústria algodoeira desenvolveu-se com o comércio ultramarino. Aquela foi aos poucos substituindo o produto importado das Índias Orientais, e posteriormente, expandindo-se para o mercado ultramar. Entre 1750 e 1769, a exportação britânica de tecidos aumentou mais de dez vezes. Com o apoio do governo nacional, esta indústria consolidou monopólios de comércio, como na Índia e na América Latina, que poderiam

descrever a revolução industrial como uma vitória do mercado exportador sobre o doméstico. A expansão era facilitada pela introdução de inovações tecnológicas relativamente baratas e que podia ser facilmente financiada através dos lucros correntes, pois a combinação de vastas conquistas de mercado com uma inflação dos preços produzia lucros fantásticos. Além disso, o fornecimento de algodão que vinha do exterior podia ser expandido nas plantações escravagistas, desatadas da lenta agricultura européia vinculada aos interesses agrários há muito estabelecidos. A tecelagem durante o desenvolvimento da indústria de tecidos foi sendo progressivamente mecanizada. III Até a década de 1830, o algodão era a única indústria em que predominava a fábrica. A produção de outros ramos têxteis teve desenvolvimento lento até antes de 1840, e em outras manufaturas este foi desprezível. Em princípios de 1840, ocorreu a primeira crise geral do capitalismo com sérias conseqüências sociais. A miséria e o descontentamento da nova economia estimularam os movimentos cartistas, ludistas, produzindo também as revoluções de 1848 no continente. Tais movimentos tinham ainda a simpatia de fazendeiros e da pequena burguesia. A crise econômica ocorria devido a três falhas: o ciclo comercial de boom e depressão, a tendência de queda nas taxas de lucro e a escassez de oportunidades de investimento. A primeira não era considerada séria. Não se acreditava que ela refletisse quaisquer dificuldades fundamentais do sistema. A segunda era provocada pela competição acirrada entre os produtores de tecido que baixava o preço de seus produtos, mas não de seus custos. Neste caso, chegaram os empresários até a formar oposição às Leis do Trigo que protegia os agricultores locais das importações do cereal. Esperavam diminuir o custo de vida para que os salários pudessem ser reduzidos. Pressionados por custos e necessidades de maior produtividade para compensar a perda de margem com vendas maiores que mantivessem o lucro total os industriais investiram na mecanização, obtendo sucesso variável. A solução para a terceira falha – a necessidade de rentabilidade para o investimento de capital – seria a construção da indústria básica de bens de produção. IV Nenhuma economia industrial pode desenvolver-se além de um certo ponto se não possui uma adequada capacidade para produção de bens de capital. A princípio, para investir neste tipo de negócio eram necessários pesados investimentos com retorno a prazos muito longos. Somente com a introdução das estradas de ferro – no inicio nas minas de carvão – é que tais inversões tornar-se-iam justificáveis. O imenso apetite das ferrovias, largamente difundidas pelo mundo, por ferro, aço, carvão, maquinaria pesada, mão-de-obra e investimentos de capital propiciava justamente a demanda maciça necessária para o desenvolvimento da grande indústria de bens de capital. Nesta época (1830-50) a produção de ferro e carvão na Grã-bretanha triplicou. Em 1830 havia apenas algumas dezenas de quilômetros de ferrovias em todo mundo. Em 1840 havia 7 mil quilômetros e em 1850 mais de 37 mil.

A expansão das ferrovias não se revelou um investimento rentável; no entanto, atraiu o excesso de capital acumulado pela primeira fase industrial algodoeira, deixando para um segundo plano outros tipos de aplicação como os empréstimos externos (também pouco rentáveis ou mesmo inseguros). V A revolução industrial, durante o seu curso, conformou uma série de adaptações na economia e sociedade inglesas. Houve nesse período um brusco declínio da população rural e um conseqüente aumento da concentração urbana. Para que isto pudesse ocorrer, houve obviamente uma melhora na produção agrícola doméstica que, com um ganho de produtividade, possibilitou o fornecimento de alimentos nas cidades agora mais populosas. Esta transformação se deu com a liquidação do cultivo comunal da Idade Média em campo aberto – Decreto da Cercas – transformando a área rural em grandes propriedades com um número moderado de arrendatários e trabalhadores contratados. O inchaço das cidades, por outro lado, era desejado pela economia industrial, já que fornecia mão-de-obra abundante para o trabalho nas fábricas. O capital para que estas funcionassem não era escasso na Grã-bretanha, mas demandava dos primeiros industriais um esforço maior para sua acumulação gradual, considerando que aqueles que poderiam investir – mercadores, armadores, financistas, etc – relutavam em aplicar seus recursos nas novas indústrias. Não havia neste período dificuldades quanto à técnica comercial e financeira pública ou privada, assim como, por volta do século XVIII, a política governamental estava comprometida com a supremacia dos negócios. Deste modo bastante empírico, não planejado e acidental construiu-se a primeira economia industrial de vulto. Capítulo 3 A REVOLUÇÃO FRANCESA I Se a economia do mundo do século XIX foi formada principalmente sob a influência da revolução industrial britânica, sua política e ideologia foram formadas fundamentalmente pela Revolução Francesa. A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal, radical-democrática e nacionalista para a maior parte do mundo. Suas conseqüências foram profundas: ela se deu no mais populoso, poderoso e tradicional Estado absolutista europeu (com exceção da Rússia); foi uma revolução social de massa; e sua influência ecumênica espalhou-se por diversas partes do mundo, tendo sido incorporada posteriormente pelo socialismo e comunismo contemporâneos. O final do século XVIII foi uma época de crise para os velhos regimes da Europa, em que ocorreram revoltas e movimentos de emancipação nas colônias. Na França, não era diferente. Internamente as novas forças ascendentes já conflitavam com os interesses da velha aristocracia. Reformas políticas e econômicas que reacomodassem as forças internas não surtiram efeito ante a “reação feudal”: nobres que não admitiam modificações com relação aos antigos privilégios da hierarquia aristocrática. Além de tudo o Estado francês passava por dificuldades financeiras que o tornavam ainda mais fragilizado.

Os nobres usufruíam de privilégios fiscais, recebiam apoio financeiro do Estado e ainda, em muitos casos invadiam os postos oficiais da coroa, anteriormente ocupados pela classe média. O campesinato, também neste período, era pressionado. A nobreza, ao perder muito de sua renda em meio aos aumentos sucessivos de preço e impossibilitada de trabalhar pelo costume monárquico, explorava com mais afinco direitos feudais que eram requeridos aos camponeses como taxas, tributos e serviços. Tanto a classe média como o campesinato viam-se insatisfeitos na situação em que se encontravam. O apoio dado aos americanos na guerra de independência contra a Grã-bretanha levou o Estado francês a bancarrota final. Convocada a Assembléia dos Estados Gerais, a aristocracia não tinha intenção de pagar a conta e, com esta oportunidade, estava decidida a consegu...


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