Resumo - Geopolítica Contemporânea PDF

Title Resumo - Geopolítica Contemporânea
Author Ana Luiza
Course Geopolítica
Institution Centro Universitário de Belo Horizonte
Pages 8
File Size 191 KB
File Type PDF
Total Downloads 19
Total Views 124

Summary

Resumos sobre geopolítica contemporânea, sistema internacional, teoria centro periferia e temas atuais....


Description

GEOPOLÍTICA CONTEMPORÂNEA - Geopolítica Contemporânea = Geopolítica Ampliada - Após a II Guerra Mundial a geografia política estende suas fronteiras para a multidisciplinaridade e estabelece diálogo com outras disciplinas, especialmente as ciências sociais. Isso expande o escopo de reflexão da geografia política, que vai olhar para novos assuntos, além dos temas clássicos. Poder, soberania, utilização de geografia física para aumento de poder estatal, entre outros temas clássicos não desaparecem totalmente, mas aparecem de outra forma, de uma maneira que faz mais sentido na atualidade. - Um exemplo, são as fronteiras. A fronteira continua um tema central da geopolítica, entretanto, não está mais cercada das preocupações imperialistas e expansionistas, como observado durante o período da geopolítica clássica. Analisam-se as questões fronteiriças a partir de uma perspectiva contemporânea, das diversidades geopolíticas das fronteiras, por exemplo: o problema da delimitação atual das fronteiras marítimas; a questão das fronteiras internas em regiões passando por processos de integração ou separação; movimentos econômicos, que respeitam muito pouco os limites fronteiriços. A singularidade de cada fronteira: as fronteiras serão examinadas em diversas escalas, pois elas são os contornos de conjuntos de natureza mais diversas: limites políticos, fiscais, militares, linguísticos. - O papel do geógrafo não era de refletir sobre ele, mas apenas conectá-lo ao território, população e ação prática, a fim de reproduzi-lo e expandi-lo. Especialista em Estado territorial, a geografia política se abriu para as complexas dinâmicas das relações de poder em sociedades contemporâneas. - Geopolítica Contemporânea: Minorias; conflitos; desenvolvimento desigual; religiões, etnias vs. nacionalismo cívico; meio ambiente; redes, competição tecnológica; globalização, fluxos transnacionais; comunicação e relações econômicas. - O mundo pós II Guerra Mundial demonstra uma complexidade inédita: população: 1,6 bilhão no começo do século XX – 6 bilhões no fim; cidades: 300 milhões de habitantes urbanos no começo do século XX – 3 bilhões no fim; produção: em termos mercantis a producão mundial era de 1 trilhão de dólares em 1900 – em 1990 somava 20 trilhões; os fluxos de informação e os meios de transportes, modificaram–se mais em um século e meio do que da época dos romanos ao século XIX. Aumento da média global de expectativa de vida. Diferenças entre as taxas de fecundidade. Diferenças avassaladoras da distribuição de recursos materiais entre a população mundial. Antes do século XIX a humanidade era relativamente homogênea, apesar da imensa diversidade de culturas e das línguas – 90% campesina.

- Este período excepcional de crescimentos está ligado a uma humanidade que funciona pela primeira vez como um sistema único: o Sistema-Mundo (SM). - O sistema mundo? Teoria de Sistemas. - Teoria de Sistemas: metodologia. - Sistema: conjunto de elementos em inter-relação. É mais do que simplesmente as somas das partes, é o conjunto de elementos, mais as interações entre essas partes. Unidade básica do sistema: elemento, que é caracterizado pela forma e pelo ponto de vista através do qual escolhesse analisá-lo. Exemplo: a América Latina pode ser um sistema. Assim como o Brasil. - ‘Sistema Internacional’. - O Sistema-Mundo: um sistema geográfico, ambiente de todos os outros sistemas geográficos (subsistemas) – Estados, áreas de mercado, culturas, que se sobrepõem uns aos outros, e redes que pavimentam os espaços e os ligam entre si, polaridades e centralidades. Apesar das alternativas propostas ao capitalismo, sob diversas variantes, ele é a matriz do sistema mundial contemporâneo. - Economia mundial. - Sistema –Mundo: O SM se estabelece a partir do momento em que todas as terras foram distribuídas entre Estados Territoriais e seus prolongamentos coloniais. O SM é constituído de 193 elementos. Todos os elementos possuem os mesmos atributos funcionais e simbólicos: uma bandeira, um hino e uma capital. Também são responsáveis pela sua população e seu território, devem assegurar o equilíbrio econômico, participam do diálogo internacional e são soberanos. Entre estes elementos existem sobreposições de “espaços” com limites mais vagos, onde se justapõem os povos, as religiões e as línguas. Na não coincidência dessas áreas com as dos territórios costuma estar a fonte de tensões e conflitos. O SM é construído pela articulação e pelo recobrimento de “espaços” de contornos e conteúdos diferentes, cada um dos quais forma um sistema que possui suas próprias regulações. Ex.: GATT, OMC, OMS, etc... Essas regulamentações são resultantes dos ajustamentos mútuos decorrentes dos conflitos e das negociações. - REDES: Permitem o funcionamento do SM. A aceleração das trocas e o fortalecimento do SM caminham lado a lado aos progressos e à diversidade dos meios de comunicação e de informações. Seus fluxos das redes dentro do SM podem ser internacionais ou transnacionais. - Fluxos internacionais: fluxos normalizados, demarcados e regulados pelas decisões dos Estados, tomadas após negociações e entendimentos. É codificado por direitos e regulamentações. São trocas contabilizadas na balança comercial. Ex.: Migrações entre países que são objeto de convenções.

- Fluxos transnacionais: Fluxos que atravessam fronteiras sem ser formalmente regulamentados, verificados ou contabilizados. Ex.: emissões de TV, contrabandos e migrações clandestinas, terrorismo. Com os progressos técnicos das comunicações, os fluxos transnacionais assumem importância cada vez maior no SM. - No SM a sobreposições dos dois campos acontece frequentemente. Ex.: Uma grande empresa é ao mesmo tempo internacional (com filiais em diferentes países), e transnacional por seu próprio sistema de informações. - Questões. - Sistema Mundo: Planeta Terra e história humana. Leigo x Religioso. Progresso alimentado pelo progresso dos novos conhecimentos. Conhecimento e aplicações práticas. Mercantilização de bens. Cidade como local de centralidade de redes. Recursos: ouro e petróleo. Impactos: aquecimento global. Memórias do mundo: lidas e modificadas. Memórias como “metassistema” ou parte integrante do sistema? Futuro do mundo: milênios. - Etapas e marcos cronológicos na formação do SM: - Gestação: dos grandes descobrimentos às Economias-Mundo. Grandes Descobrimentos: conquistas de novos territórios em outros continentes, exploração de suas riquezas, cristianização da população. - Comércio triangular nos séculos seguintes: vantagens comparativas tiradas da África e da América, utilizadas em proveito dos centros europeus. - Economia-Mundo - “Economia-Mundo capitalista”. - Sistema capitalista: existe um sistema capitalista onde se dá prioridade para o acúmulo infinito de capital. Onde existem mecanismos estruturais para recompensar os que buscam o acúmulo infinito e penalizar os que não. - Economia-Mundo: ampla zona geográfica onde há divisão do trabalho e, consequentemente, troca de bens e fluxo de capital e mão de obra. Centro comanda, drena os bens das periferias progressivamente incorporadas e dominadas. Na economia-mundo, o que unifica a estrutura é a eficácia da divisão de trabalho, possível apenas em virtude da constante expansão de riqueza presente no sistema capitalista. Capitalismo age como unificador na ausência de uma estrutura política unificadora ou uma cultura homogênea. Cidades-mundo em competição pelo domínio das “economias-mundo”. Sistema-Mundo - Origens do Sistema-Mundo: Século XIX. Planetário. Aceleração das descobertas científicas, inovações tecnológicas e desenvolvimento das trocas internacionais.

Progressos do automóvel e da aviação, eletricidade e telefone generalizados. A Primeira Guerra Mundial fortalece o SM. Progressos na indústria bélica levam a progressos na química e nas indústrias mecânicas. Com a fabricação em série se reforçam os controles do Estado sobre as sociedades e as economias. Estados fortes (desde que existam outros fracos) são fundamentais para a divisão do trabalho e a manutenção da economia mundial. ¤ Segundo Sistema-Mundo: A Segunda Guerra Mundial fortalece ainda mais o SM. Estados Unidos surgem como novo “império”. Escolha de Nova Iorque como sede na ONU e de Washington para o FMI. Desmantelamento dos Impérios europeus. Plano Marshall. Emergência de um mundo bipolarizado ideologicamente e estrategicamente. Maioria dos Estados nascidos do desaparecimento dos impérios europeus, mundo pobre dos descolonizados são batizados de “Terceiro Mundo.” - A busca de apoio, o exercício da influência, a constituição de alianças militares em cada campo sob a égide das fortes tensões entre os blocos resultam em “guerras regionais”: - 20 milhões de mortos nos países em desenvolvimento, da Coréia à Indochina, passando pelos países do Chifre da África e do Afeganistão. - Movimento dos “não-alinhados”. - Essa fase de tensões mundiais, à sombra do perigo atômico, é permeada por crescimentos: - Econômico: aumento do comércio mundial em 6,7%. Demográfico: 2% ao ano para o mundo. Urbanização. - Conhecimento científico e inovações tecnológicas crescem exponencialmente com a generalização do emprego da informática em todas as atividades. - Exploração do espaço, avanço das biotecnologias, do uso de materiais sintéticos. - Crescimento das diferenças: - Com 16% da população mundial, a América do Norte, a Europa Ocidental e o Japão partilham ¾ da formação do produto mundial, enquanto 5% deste produto é partilhado por 60% da humanidade - A “tripolarização” do mundo torna-se realidade: - Emergência de novos polos vencidos da IIGM, o Japão e a Alemanha e fim do Império soviético.

- Marcadas diferenças entre as taxas de crescimento da Ásia e da América Latina e África. - “O mundo é um, mas os seus ritmos não são os mesmos” (DOLFUS, Oliver. 1997). - As dinâmicas do SM: darwinismo geopolítico. - “Competições, concorrências, vencedores, vencidos, ricos, pobres abandonados à própria sorte: termos que exprimem as modalidades e os resultados do funcionamento de um sistema mundial assimilado então ao desenvolvimento mundial do capitalismo. Nunca na história da humanidade houve tamanha concentração de poder em poucos lugares nem tamanha separação e diferença no interior da comunidade humana” (DOLFUS, Oliver. 1997). - No final do século XX, os poderes que atuam sobre o mundo e as inovações que o transformam localizam-se em um número limitado de lugares: Casa Branca e Pentágono, Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, Nações Unidas e Wall Street; Centros financeiros de Tóquio, Frankfurt e Londres; Grandes agências de notícias mundiais; Residência dos membros do G7. - Local de origem de 90% dos novos conhecimentos elaborados em laboratórios; - Tráfego aéreo mais intenso, rota de mais de 90% das informações financeiras de alto nível; ampla infraestrutura: plataformas aeroportuárias, redes rodoviárias, etc. - O poderio mundial se exerce em uma concentração geográfica dos poderes. - O controle de vastas extensões territoriais deixa de ser um fator decisivo, observa-se a obsolescência de grandes impérios de difícil gestão. - As potências regionais: Alguns países se destacam pela sua massa demográfica, a extensão de seu território, seus recursos e lugares estratégicos. Também exercem uma influência importante sobre seus vizinhos mais imediatos. Os centros do SM os levam em consideração nos seus jogos políticos, mas de maneiras diferentes dependendo da sua localização geográfica. Estes países não guardam centros de decisão em nível global. Seu poderio financeiro, científico e tecnológico permanece limitado. As potências regionais diferem umas das outras pelo tamanho, formas de desenvolvimento e problemas. Na Ásia: Índia, no hemisfério sul: Brasil, no oriente médio: Arábia Saudita. -“Ajustamentos estruturais, espaço das drogas e emergências dos fundamentalismos são consequências da mundialização que sacode parcelas inteiras da humanidade, que já não são donas de si mesmas, que sofrem o peso e os efeitos de escolhas feitas noutros lugares e se recusam ou são incapazes de acompanhar os movimentos impulsionados a partir dos centros do SM” (DOLFUS, Oliver. 1997).

Teoria Centro-Periferia - O desenvolvimento compreendido como um processo descontínuo e cumulativo ocorre quando uma série de inovações elementares organizam-se em conjuntos de inovações, e em sistemas de inovação em larga escala. - Esta noção de desenvolvimento implica na compreensão de que este processo de inovação não ocorre em vários lugares ao mesmo tempo, mas fica circunscrito a um número relativamente pequeno de “centros de mudanças”. - Estes “centro de mudanças”, em virtude do processo de difusão de inovações que começam ali, e da concentração de atividades econômicas de alto nível, são definidos como regiões core ou centrais. - Essa difusão de inovação acontece em direção às regiões periféricas. - Consequentemente, o subsistema periférico desenvolvem-se largamente de acordo com as orientações demarcadas pelas regiões centrais. - Relação de dependência.

- O sistema mundo é um sistema social, que tem limites, estruturas, elementos, regras e coerência. - O sistema mundo moderno é definido como uma entidade econômica-material autônoma, que contém diversas culturas, e é baseada na extensiva divisão do trabalho. - A divisão do trabalho é ocupacional e geográfica: uma função da organização social do trabalho, que legitima a habilidade de alguns grupos e explora o trabalho de outros para receber uma parte maior do excedente.

- As áreas semiperiféricas estão entre as áreas core e as periferias em uma série de fatores: complexidade de atividades econômicas, força do Estado, integração cultural, capacidade de inovação... - Não devem ser vistas como artifício estatístico ou categoria residual: desempenha um papel estrutural elementar no SM. - Também conseguem evitar, em parte, as pressões políticas que grupos na periferia poderiam direcionar para as áreas core. - Como o sistema capitalista recompensa o acúmulo de capital, a má distribuição geográfica das habilidades ocupacionais são frutos de uma longa tendência de automanutenção. – Aprofundamento. - Apesar da divisão hierarquizada do trabalho perpetuar a posição dos países no mundo, o sistema é fluido e países core podem se tornar semi-periféricos e países periféricos podem podem se tornar semi-periféricos . - Isto pode acontecer devido à descoberta de novos recursos ou ao término de recursos detidos previamente. - Nas áreas core, o Estado forte combinado com uma cultura nacional forte (integração), mantém as diferenças entre as áreas do SM e servem como uma justificativa ideológica para a manutenção dessas desigualdades. - Estado forte: forte face a outros Estados forte, unidades políticas e grupos sociais dentro de seu próprio Estado. - Assim é possível garantir seus direitos de propriedade, assegurar monopólios e espalhar as perdas entre a grande população. - Características do core: Muito investimento externo; altos salários; economia baseada nos setores secundários e terciários ; alto nível de comunicação e tecnologia; moradia de qualidade; diversidade cultural; muita mistura racial; moradia de qualidade; bons suplementos de eletricidade, água e gás e altíssimo nível de alfabetização e trabalhadores bem capacitados. - Características da periferia: Desinvestimento; desemprego; economia baseada no primeiro setor; baixo nível de comunicação; moradia de má qualidade; cultura, estilo de vida majoritariamente tradicional (baixo nível de diversidade cultural) e pouca infraestrutura para cultura e esporte. - Características físicas do core: Costa; recursos disponíveis; proximidade com países desenvolvidos; clima estável; áreas planas que facilitam a construção.

- Características físicas da periferia: Sem costa; montanhoso; muito quente ou muito frio; terra infértil; sem recursos naturais; regularmente sofre catástrofes naturais. - Características humanas do core: Boa infraestrutura de transporte; ótimo sistema educacional, universidades renomadas; bom sistema de saúde. Livre de grandes doenças, alta expectativa de vida; boas relações internacionais, países membros da OTAN e OECD; democracia estável, ausência de conflitos; políticas governamentais que encorajem o desenvolvimento. - Características humanas da periferia: Sistema educacional ruim, resultando em altas taxas de analfabetismo; sistema de saúde ruim, alto nível de mortes e baixa expectativa de vida; ausência, ou democracia instável, falta accountability para oficiais do governo; alto índice de dividas; conflitos frequentes; possível exploração por um poder colonial no passado. - Da mesma maneira que as áreas core se desenvolvem, as ‘cidades-mundo’ também se desenvolvem. - ‘Cidades-mundo’ são cidades que controlam uma parte desproporcional do comércio mundial e se destacam nos setores econômico, político, cultural e infraestrutural. Ex.: Londres e Nova Iorque. Xangai , Tóquio, Singapura, Paris, etc....


Similar Free PDFs