Resumo-Lista 2-Luan - Resuminho sobre discordâncias PDF

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Resuminho sobre discordâncias...

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As discordâncias são defeitos de rede unidimensionais, fazem parte dos defeitos lineares de uma microestrutura . Os tês tipos básicos são: discordância de aresta, de parafuso e mista. Visualmente falando, é o mesmo que um semiplano adicional de átomos inserido no cristal. Nas proximidades da discordância o cristal é distorcido, distante dele é mantida a forma perfeita deste. A magnitude e direção da distorção da rede associada a uma discordância são expressas por meio de um vetor de Burguers, sendo a natureza da discordância definida pelas orientações relativas da linha da discordância e do vetor de Burguers. Numa discordância de aresta estas são perpendiculares enquanto na discordância de parafuso são paralelas. Devido à inserção do semi-plano, podemos esperar tensões de compressão de um lado da discordância e tensões de tração no lado oposto, formando o campo de tensão elástico e gerando um acúmulo de energia elástica em volta da discordância. Quanto mais deslocamentos houver em um cristal, maior será sua energia elástica armazenada. Se uma tensão de cisalhamento suficientemente grande atua sobre uma discordância, a mesma se move através do cristal . Para que uma discordância se movimente é necessário que a linha e o vetor de Burguers estejam contidas no plano de escorregamento. A discordância de aresta anda na direção de aplicação das tensões, a discordância de parafuso se move perpendicularmente à tensão de cisalhamento aplicada e ao deslizamento. O deslize de uma discordância mista decorre dos casos já discutidos. Perto da linha de discordância, as ligações atômicas começam a ser esticadas e comprimidas descolando os átomos de sua posição de equilíbrio. Aplicando-se uma tensão cisalhante externa que influencie no plano superior e inferior do cristal, as ligações atômicas na linha de deslocamento vão sendo esticadas e compactadas sucessivamente, fazendo com que as ligações dos átomos vão sendo invertidas de um para outro, dando origem ao plano de deslizamento. Esse processo é o que movimenta a discordância, até que esta alcance a superfície do cristal e a parte superior seja deslocada em relação à inferior. As discordâncias podem interagir entre si, se por exemplo, duas discordâncias de aresta com mesmo vetor de linha e vetor de Burguers estiveram no mesmo plano de deslizamento, as tensões de compressão e tração são adicionadas aumentando a energia elástica armazenada. Se as duas discordâncias se separam, a energia é reduzida, gerando a repulsão. Se duas discordâncias de aresta também com orientações idênticas se encontram quase uma em cima da outra, os deslocamentos se atraem e só param quando uma estiver exatamente em cima da outra, o chamado empilhamento de discordâncias. A movimentação das discordâncias conta com barreiras e obstáculos, por meio da energia térmica menores forças são exigidas para que as discordâncias vençam estas barreiras. Se torna um processo termicamente ativado. Quanto maior a energia térmica associada, menor será a influência da energia do obstáculo. Estas barreiras podem ser defeitos na microestrutura, como por

exemplo impurezas intersticiais, as quais dificultam ainda mais a movimentação das discordâncias, consequentemente aumentam a resistência mecânica do material elevando o seu limite de escoamento, o chamado endurecimento por solução sólida. Contornos de grão também dificulta a movimentação de discordâncias, tornando o refinamento de grãos um mecanismo de aumento de resistência do material, pelo consequente aumento de contornos e da dificuldade de movimentação. O aumento da densidade de discordâncias por meio do encruamento e trabalho a frio também dificulta a movimentação destas. Nas ligas metálicas existem muitas fases diferentes, entre elas precipitados endurecidos e reforçados por dispersão. Eles contém partículas extremamente finas e pequenas, as quais são fortes obstáculos ao movimento das discordâncias, o chamado endurecimento por precipitação...